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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

terça-feira, abril 16, 2013

Conheça homens e mulheres que optaram por uma vida mais simples

Postado em: 16 abr 2013 às 10:51

Na contramão da sociedade contemporânea, homens e mulheres optam por uma vida mais simples. Eles garantem que são mais felizes. Conheça as histórias

Você pode ter passado a vida inteira, ou parte dela, ouvindo a expressão: tempo é dinheiro. Conhecido de perto um universo em que ter do “bom e do melhor” é sinônimo de uma vida sossegada. Também deve ter escutado, e acreditado, que comprar roupas, sapatos e supérfluos alivia o estresse, principalmente, das mulheres durante a tensão pré-menstrual (TPM). Que shopping é e será um dos melhores lazeres desta vida moderna. Agora, suponha que tudo isso virasse de cabeça para baixo. Em nome da simplicidade do ser, homens e mulheres, de idades diferentes, chacoalharam esses velhos conceitos cada vez mais impostos à sociedade e optaram, sem culpa e com leveza, por uma vida simples. Acreditam que precisam de pouco para se satisfazer e asseguram que o lucro com tudo isso não se vende nem se troca, e tem nome: felicidade.
Não se trata de um movimento, mas um fenômeno sem causa única e nenhuma regra. Essas pessoas estão, aos poucos, caminhando por conta própria em busca da simplicidade, sem fazer publicidade disso. Alguns mudaram de cidade, outros conseguiram isso morando em uma capital como Belo Horizonte. E não estão sós. A tal simplicidade já chama a atenção do mundo, já que grandes homens, que poderiam esbanjar mordomias, disseram “não” a elas e a tudo que elas remetem. O ateu José Mujica, o ex-guerrilheiro e presidente do Uruguai, por exemplo, mora em uma casa deteriorada na periferia de Montevidéu, sem empregado nenhum. Seu aparato de segurança: dois policiais à paisana estacionados em uma rua de terra.
Outro que recebeu os olhares do planeta é o papa argentino Francisco, que despertou a simpatia dos católicos e até mesmo de quem não segue a religião, por quebrar protocolos da Igreja. Sabe-se que antes de chegar ao cargo mais alto da instituição, no dia 13, quando foi escolhido como papa, ele andava de metrô e ônibus por Buenos Aires e cozinhava a própria comida. Já como líder do catolicismo, ele dispensou o carro oficial ao celebrar uma missa e caminhou pelas ruas, aproximando-se mais do povo.

BONS EXEMPLOS

Mas não é preciso ir a Roma ou ao Uruguai para conhecer pessoas que apostam nesse modo de vida. O Bem Viver conheceu bons exemplos dessa vida simples. São guerreiros que nadam contra a maré em uma sociedade que, cada vez mais, valoriza o supérfluo como a garantia para ser feliz. “Hoje, o que predomina é o consumismo mais exacerbado, mas se há grupos buscando essa simplicidade é um sintoma de que essa exaustão das buscas frenéticas acaba não levando a lugar nenhum”, comenta o psicólogo, psicanalista e doutor em filosofia pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) Carlos Roberto Drawin.
homens mulheres vidas simples
Advogada Débora Paglioni, de 23 anos, acredita que ser simples é uma postura que tem a ver com bem-estar e consciência (Foto: Estado de Minas)
Certos de que há muito mais quando se tem menos, os entrevistados para esta reportagem servem como verdadeiras lições de vida. Maria Madalena Aguiar, de 66 anos, diz ser “feliz demais” em levar uma vida baseada na simplicidade e acredita, por exemplo, que está mais perto de Deus. Já Guilherme Moreira da Silva, de 56, mora em um sítio em Macacos, na Grande BH, e garante que “ser simples” traz a ele conforto, alegria, prazer e felicidade. A mesma sensação tem Priscila Maria Caliziorne Cruz, de 23, que ao optar por esse estilo de vida diz ter ampliado sua consciência, ficando mais inteira e presente na vida. “A simplicidade nos obriga a olhar para nós mesmos”, comenta o frei Jonas Nogueira da Costa, que desde menino se encantou pela vida de São Francisco de Assis e adotou a espiritualidade franciscana. Para a advogada Débora Paglioni, de 23 anos, ser simples vai muito além de ter dinheiro. “Tem a ver com bem-estar e consciência”, afirma.

SOMENTE O NECESSÁRIO

Carro, só ser for para locomoção. Telefone é para se comunicar, não precisa de touch screen nem aplicativos mirabolantes. Roupas ou sapatos novos somente quando forem de extrema necessidade, afinal, para quê mais? Comer bem não é ir a restaurante refinado, mas aquilo que é feito em casa. Ter uma vida simples passa por muitas dessas posturas, que não são regras.
Mas quem decide viver com o que é necessário nega o que hoje é tão valorizado, como a corrida disparada pelos melhores celulares, casa, carros e as mais belas joias. E acaba consciente de que o tempo e a energia investidos para a aquisição de coisas podem minguar as oportunidades de conviver com o outro, de buscar a espiritualidade, autoconhecimento e senso de comunidade. É como se essas pessoas se abrissem mais para o mundo ao seu redor e dissessem: “Desapeguei”. Talvez por isso, elas são serenas, sorridentes e leves, vivendo somente com o necessário, aquilo que para elas é essencial.
*pragmatismopolitico

Indígenas ocupam plenário da Câmara

Iolando Lourenço - Agência Brasil 

Índios ocupam plenário da Câmara dos Deputados em protesto contra a PEC 215
Brasília – Revoltados com a criação de uma comissão especial para analisar a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 215, que dá ao Congresso Nacional poderes para demarcar terras indígenas, centenas de índios invadiram, nesta tarde, o plenário da Câmara dos Deputados, tomaram as cadeiras dos parlamentares. Muitos deles estão em pé.
AO VIVO: Assista à ocupação dos índios no plenário da Câmara dos Deputados
O deputado Simão Sessim (PP-RJ), que presidia os trabalhos, encerrou a sessão alegando que não havia condições de continuar. Sessim pediu providências aos seguranças da Casa, mas os indígenas ocntinuam ocupando o plenário. Poucos parlamentares permanecem no local.
O líder do PV, Sarney Filho (MA), incumbido pelo presidente da Câmara, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), de negociar a saída dos índios da Casa, disse, há pouco, que tentou, mas que, revoltados, eles resolveram ficar, porque não acreditam na promessa de que não será criada uma comissão especial para tratar da PEC 215. De acordo com Sarney Filho, os indígenas querem a revogação total da PEC.
Neste momento, parlamentares de vários partidos tentam conversar com os indígenas, que são de várias etnias e estão na Câmara dos Deputados desde as primeiras horas do dia.
Edição: Nádia Franco
*ebcnoticias

A VANGUARDA CARIOCA EM MANIFESTAÇÃO CONTRA A PRIVATIZAÇÃO DO MARACANÃ , AS REMOÇÕES E A FEIRA DA MORTE


ABAIXO A FRENTE DO PANFLETO QUE A COMITÊ SE SOLIDARIEDADE À LUTA DO POVO PALESTINO DO RIO DE JANEIRO distribuiu, ONTEM, 11/04, durante a manifestação contra a privatização do Complexo Maracanã e a Feira da Morte, no Rio de Janeiro, mantendo, assim, sua tradição, de mais de 20 anos, de atuar em unidade com os Movimentos Populares, Sindicais, Estudantis e Partidos de Esquerda na luta em defesa do povo palestino e demais povos oprimidos pelo sionismo. Lamentamos que um setor tenha rompido esta unidade, atuando de forma isolada na denúncia contra a ”Feira Da Morte”. Fazemos um chamado a todos aqueles que estão nas trincheiras da solidariedade internacionalista  com o povo árabe, tão violentamente agredido pelo imperialismo sionista  a serrar fileiras para garantir essa unidade!




Presidente Nicolás Maduro denuncia que está en camino un golpe de estado



No Altamiro Borges
Por Rodrigo Vianna, no blog Escrevinhador:
Interessa aos partidários de Henrique Capriles criar um clima de confrontação. Para os chavistas, o melhor seria aguentar provocações, sem permitir que a situação desande para a confrontação nas ruas. É isso o que me explica, por telefone, um amigo que conhece muito bem a Venezuela e o chavismo.
Acontece que falta combinar com os russos! Nas últimas horas, chegam notícias preocupantes sobre a beligerância na Venezuela. Tanto é que o próprio presidente decidiu falar claramente: prepara-se um Golpe de Estado no país, como em 2002.


Alguns dados:
- na noite de segunda para terça, a turma de Capriles atacou carros e prédios do Governo de Barinas (Estado onde nasceu Hugo Chavez);
- cercou casas de autoridades, ateando fogo em algumas delas;
- atacou centros de saúde onde se concentram médicos cubanos;
- cercou a sede da VTV e da TeleSur – duas emissoras simpáticas ao chavismo;
- atacou integrantes da Guarda Nacional que faziam segurança no bairro nobre de Altamira (Caracas), dominado por antichavistas.
A impressão é de uma ação coordenada da direita.
Os chavistas, há pouco, decidiram ir para as ruas, defender a sede da TeleSur e outros pontos estratégicos sob ataque da direita venezuelana. A tensão é enorme, e no momento em que escrevo os ataques de parte a parte tornam-se ainda mais violentos também nas redes sociais – inclusive com ameaças de morte contra um apresentador de TV chavista.
Dias antes da eleição, o governo da Venezuela prendeu mercenários colombianos e salvadorenhos, que haviam entrado no país com armas e explosivos. As pistas indicam que os “rapazes” da CIA podem estar atuando na terra de Bolívar.
Capriles não reconhece o governo eleito de Nicolás Maduro. Com a votação obtida (49% dos votos), ele poderia perfeitamente comandar uma oposição institucional, elegendo mais parlamentares no próximo pleito, e preparando-se para derrotar Maduro mais à frente – no voto.
Mas o núcleo duro de Capriles parece ter escolhido o atalho do golpismo. Foi esse o caminho adotado em 2002 – quando derrubaram Chavez e colocaram no poder (por dois dias) Pedro Carmona – um líder empresarial que foi prontamente reconhecido como presidente pelo governo dos Estados Unidos (sem falar na imprensa brasileira, que comemorou o golpe).
O DNA golpista parece atuar de novo. A turma de Capriles passou anos falando em riscos para a liberdade de imprensa, sob Chavez. E agora, cerca emissoras de TV. Passou anos defendendo a “volta à normalidade democrática”, e agora  aposta na instabilidade.
Não é exagero imaginar que, mantido o clima de confrontação que se vê hoje, a Venezuela possa caminhar para Guerra Civil. Seria mais um país rico em petróleo a enfrentar a instabilidade fomentada por Washigton.
Os chavistas cometeram erros nos últimos anos. Há muito o que se criticar na administração que agora está sob o comando de Maduro. Mas do outro lado há o fantasma de uma direita que parece não ter aprendido nada com a história.
O Brasil precisa agir, rapidamente. Não podemos aceitar a desestabilização de um país membro da UNASUL e do Mercosul. Os Estados Unidos e a extrema-direita venezuelana (não falo da direita civilizada, democrática, que tem todo direito de se opor ao chavismo, pela via institucional) vão cometer um grave erro, se apostarem que a Venezuela vai cair feito o Paraguai ou Honduras.
Maduro falou claramente: prepara-se um golpe de Estado na Venezuela. Maduro não é Chavez. Mas a multidão chavista tem força para resistir. E as Forças Armadas, ao contrário de 2002, estão livres dos golpistas. 
Os próximos dias serão decisivos. Se Capriles não fizer um chamado consistente para a calma e a ordem, as consequeências podem ser dramáticas não só para a Venezuela, mas para toda a América do Sul.
*Ajusticeiradeesquerda

Os Funerais de uma Desalmada

Apodreça no inferno, Maggie.
por Mauro Santayana

“Ela foi uma mulher perversa”, disse o eminente parlamentar George Galloway, o mais corajoso homem de esquerda da Grã Bretanha da atualidade, ao protestar contra a falácia da tentativa de glorificação de Margaret Thatcher pelo governo conservador.
“Nós estamos gastando 10 milhões de libras na canonização dessa mulher malvada, dessa mulher que arrasou a indústria britânica, da Escócia, no Norte, ao País de Gales, no Sul. A comparação com Churchill é  rematado absurdo. Ele salvou a real existência de nosso país, enquanto Thatcher fez tudo o que pôde para acabar com 1/3 de nossa produção manufatureira e reduzir-nos ao que somos hoje”.
Os protestos populares da noite do último sábado, contra mais cortes no orçamento social britânico (que se iniciaram nos anos 80, com Margaret Thatcher) foram marcados pelas manifestações de júbilo pela morte da Dama de Ferro, que já se encontrava exilada de sua mente, acometida da doença de Alzheimer. Enquanto  mantinha plena consciência de seus atos, planejou seus funerais com toda a pompa desejada: honras militares e cerimônia religiosa na Catedral de São Paulo – homenagens que  não se prestaram à Rainha Mãe, quando de sua morte, em 2002.
Os cartazes exibidos pelos trabalhadores nas ruas de Londres foram impiedosos na expressão de sua revolta contra a única mulher, até agora, a chefiar o poder executivo de um país anglo – saxão. 
No mesmo tom de Galloway manifestou-se Lord Prescott, que foi vice-primeiro ministro de Tony Blair:  “Ela só defendeu os multimilionários, os banqueiros, os privilegiados. Nunca mostrou a menor compaixão pelos doentes, necessitados e desesperados”.
Prescott foi o primeiro a denunciar a pompa fúnebre, e sugeriu que apenas os multimilionários beneficiados por Thatcher contribuíssem para o enterro.
O consulado tirânico de Thatcher, com suas conseqüências abomináveis para os povos do mundo, deixa lições que não podem ser esquecidas. A primeira delas é a de que as massas, sem uma vanguarda política, e, assim, sem consciência social, são facilmente manobradas pelos líderes carismáticos da direita – ou de uma falsa esquerda. 
Ela, como Hitler, nunca enganou. Desde os seus primeiros passos na política, mostrou logo a que vinha. Como funcionária do primeiro escalão do Ministério da Educação, no governo Heath, mandou cortar a ração diária de leite fornecida às crianças das escolas públicas, como medida de economia, com o argumento de que os pais podiam dar-lhes o leite em casa. Diante dos protestos – os trabalhistas vaiavam-na aos gritos de “Thatcher ladra de leite!” – ela decidiu que as cantinas escolares distribuiriam 1/3 de copo de leite a cada criança, a fim de “evitar sua desnutrição”.
O corolário de sua estranha teoria política se resume em poucas palavras: não há sociedade; há indivíduos. Cabe a cada indivíduo buscar o seu bem-estar, sem nada pedir ao Estado. Em suma: se o Estado não protege os fracos, ele só existe para garantir os fortes. Abole-se, desta forma, o princípio imemorial da solidariedade tribal, assumida pelo Estado, que garantiu a sobrevivência da espécie. 
A segunda lição é a de que a mobilização política é sempre mais poderosa do que os atos de violência, quando há ainda espaço para essa conduta.
Em 1983, quando terminaria o seu mandato, com a renovação da Câmara dos Comuns, um fato inesperado serviu para que, ganhando o pleito para os conservadores, permanecesse no poder: a insensatez de Galtieri em invadir as Malvinas, sem dispor de poder militar para isso, nem do necessário suporte diplomático. E o atentado do IRA, no ano seguinte, que visava mata-la, em um hotel de Brighton, e que fez cinco vítimas, consolidou seu poder.
O atentado pode ser explicado pela brutalidade da repressão contra os militantes irlandeses, prisioneiros em Ulster. O líder Bobby Sands e vários outros iniciaram uma greve de fome que terminou com a sua morte e a de nove de seus companheiros.
A contra-revolução mundial de Mme. Thatcher contra os direitos do homem continua, na brutal insolência do neoliberalismo, sob o comando do Clube de Bilderberg e dos grandes bancos mundiais.
Em todos os paises do mundo, principalmente na Europa, os pobres estão morrendo, por falta de empregos, de hospitais, de teto, de vontade de viver. Há endemia de suicídios, principalmente nos países meridionais. Thatcher morreu, mas Ângela Merkel está aí, para defender as suas idéias.
Um cartaz impiedoso, exibido sábado à noite em Londres expressa o sentimento dos ofendidos e humilhados pelas “reformas” de Thatcher: “The bitch is dead” – a cadela morreu. Seus filhotes, no entanto, se multiplicam no mundo.
Se a Humanidade quiser sobreviver com a dignidade construída pela razão, e não se entregar a uma tirania universal, terá que reagir com a mobilização política dos cidadãos organizada em torno de iniciativas concretas que restabeleçam  os direitos previstos nas leis que pretendiam assegurar, em todo o mundo, o Estado de bem estar social, antes que seja muito tarde.
*Saraiva

STF dá prazo para Romário explicar críticas a Marin

Após voto de confiança em Marin,
Romário faz campanha pela destituição do presidente da CBF

Relator do processo movido pelo presidente da CBF contra o deputado fluminense, Gilmar Mendes pede que ex-jogador explique, no prazo de 15 dias, por que chamou cartola de “ladrão” 
O Supremo Tribunal Federal (STF) expediu ontem (15) ofício ao deputado Romário (PSB-RJ) para que ele explique acusações feitas contra o presidente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), José Maria Marin, em entrevista à imprensa. 
Os advogados de Marin protocolaram no STF, em 4 de abril, uma queixa-crime pedindo a abertura de ação penal contra o ex-camisa 11 da seleção brasileira pelos crimes de injúria, difamação e crime contra a honra. 
O relator da peça acusatória é o ministro Gilmar Mendes. 
A partir do recebimento da notificação, Romário tem o prazo de 15 dias para prestar esclarecimentos. 
Confira a íntegra da ação contra Romário
O motivo da denúncia é uma declaração dada por Romário, em entrevista concedida no dia 6 de março. “Esse presidente tem o passado ligado à ditadura, não tem moral para criticar. Dá pena ver a CBF passando suas diretorias de um ladrão para outro. 
Um cara que rouba medalhas e energia de um vizinho não tem moral para falar de Romário ou de qualquer deputado”, declarou o deputado. 
No ofício a Romário, Gilmar Mendes pede a manifestação do parlamentar “a respeito da petição inicial” – ou seja, acerca do conteúdo da peça acusatória. 
A “ação originária” provocada por Marin é um caso raro de procedimento que começa no próprio Supremo, movido pela parte que se sente ofendida, sem a participação da Procuradoria-Geral da República. 
Os advogados do presidente da CBF pedem ao STF o recebimento da denúncia para que o parlamentar responda à ação como réu. 
Na avaliação deles, Romário extrapolou a “imunidade parlamentar” – liberdade que todo congressista tem para expressar livremente seus votos e opiniões – ao fazer críticas, na imprensa, a partir de fatos “notoriamente inverídicos, fantasiosos e absurdos” contra Marin, difundidos com o “único escopo de ferir a reputação” do presidente da CBF. 
Procurado pela reportagem, o ex-jogador diz que foi orientado por seus advogados a não comentar o assunto. 
Segundo a assessoria dele, a notificação ainda não chegou ao seu gabinete. 
Medalha e energia 
As acusações feitas por Romário remontam a dois episódios. Depois da final da Copa São Paulo de Futebol Júnior 2012, câmeras de televisão mostraram o então vice-presidente da CBF colocando no bolso uma das medalhas da premiação, que seria destinada ao goleiro Mateus, do Corinthians.
No outro episódio, o ex-jogador faz referência ao caso relatado pelo jornalista Juca Kfouri de que Marin foi flagrado por um vizinho fazendo “gato” de energia elétrica. 
O cartola nega as duas acusações. 
A pena pelo crime de injúria é de detenção de um ano a seis meses, ou multa. 
No caso de difamação, a punição varia de três meses a um ano de detenção, além de multa. 
Os advogados de Marin, no entanto, pedem o agravamento dessas punições em um terço pelo fato de o presidente da CBF ter mais de 60 anos e porque as declarações foram amplamente repercutidas na imprensa. Marin tem 81 anos de idade. 
Esta é mais uma batalha da guerra pública protagonizada pelos dois. 
Na semana passada, a Comissão de Turismo e Desporto, presidida pelo craque, aprovou requerimento para que Marin explique na Câmara suas eventuais ligações com órgãos de repressão durante a ditadura militar. 
Marin é acusado pelo engenheiro Ivo Herzog de ter incitado o Departamento de Ordem Política e Social (Dops), quando era deputado estadual pela Arena, contra o jornalista Vladimir Herzog, assassinado na sede do órgão em 1975, em São Paulo. 
Herzog foi encontrado morto, enforcado, 16 dias após discurso em que o então deputado criticava a “infiltração comunista” na TV Cultura. 
O departamento de jornalismo da emissora era dirigido por Herzog na época. 
Romário e Ivo lideram uma campanha que reuniu mais de 50 mil assinaturas na internet pedindo a saída de Marin do comando da CBF e do Comitê Organizador Local (COL) da Copa do Mundo de 2014. 
Movimento pela saída de Marin apela à Fifa
“Impecável biografia” 
Na ação contra o deputado do PSB, os advogados alegam que José Maria Marin tem “impecável biografia”, com “relevantes serviços prestados ao esporte paulista e brasileiro”. 
A peça destaca ainda que ele foi responsável pela extinção do Dops, em 1983, quando era governador de São Paulo. “Em todos os mandatos e cargos públicos que exerceu, o querelante destacou-se por sua liderança e, principalmente, por sua dedicação, altivez e destemor na defesa de seus ideais em prol da coletividade, atuação que fez com que arregimentasse tanto seguidores e admiradores como desafetos e até inimigos, como sói acontecer com aqueles que se dedicam à política e à causa pública”, diz trecho da queixa-crime, assinada pelo escritório Franco Montoro e Peixoto Advogados Associados. 
A assessoria de imprensa de Romário informou à reportagem que o mandado de notificação do ministro Gilmar Mendes ainda não havia chegado ao gabinete do deputado na Câmara até o começo da noite. 
O prazo de 15 dias passa a contar no momento em que constar no STF a informação de que Romário teve ciência do recebimento. 
De acordo com a assessoria, o deputado não comentará a manifestação do Supremo nem a queixa-crime de Marin, por orientação de sua defesa. 
O presidente da CBF também evita falar sobre o processo. (Publicado no Congresso em Foco) 
Leia mais:
http://comunicatudo.blogspot.com/2013/04/stf-da-prazo-para-romario-explicar.html#ixzz2QegpNgNY Under Creative Commons License: Attribution Non-Commercial No Derivatives
do Blog COMUNICA TUDO
*cutucandodeleve

Um passo à frente



por Venício A. de Lima*
do Observatório da Imprensa

      
Chegou a hora de dar um passo à frente na questão da regulamentação das comunicações no Brasil. Certamente atingimos um ponto de esgotamento no que se refere ao diagnóstico básico da situação e à identificação de atores e de suas posições. As preliminares estão postas. É necessário avançar.
Os fatos conhecidos
Que a legislação do setor está defasada e que normas e princípios constitucionais aguardam regulamentação há quase 25 anos, é fato.
Que as TICs, sobretudo a internet, nunca foram reguladas, é fato.
Que, ao longo dos anos, consolidou-se no Brasil a hegemonia de um sistema privado oligopolizado de comunicações consequência da ausência de qualquer limite legal à propriedade cruzada, é fato.
Que esse sistema é, direta ou indiretamente, vinculado a políticos no exercício de mandatos eletivos (deputados estaduais e federais, senadores, governadores, prefeitos e vereadores), é fato.
Que boa parte dos recursos que sustentam e reproduzem esse sistema oligopolizado se origina de verbas oficiais de publicidade, é fato.
Que a política de distribuição de recursos oficiais e publicidade tem dificultado o surgimento e/ou a consolidação de sistemas alternativos de comunicações, é fato.
Que o poder econômico e político que o sistema privado oligopolizado conquistou e preserva (mesmo após o surgimento das mídias digitais), pela própria natureza da atividade de comunicações, impede qualquer alteração real na sua estrutura, é fato.
Que uma das consequências dessa realidade é a perpetuação da exclusão histórica das vozes da maioria da população brasileira do debate público e a corrupção da opinião pública, é fato.
Que o governo da presidenta Dilma Rousseff anunciou publicamente que não enfrentará essa questão, é fato.
Que os empresários do setor – concessionários do serviço público de radiodifusão e/ou proprietários de jornais e revistas e/ou donos de agências de publicidade – interditam, sem mais, qualquer tentativa de se debater publicamente essas questões como se elas constituíssem uma proposta de censura e ameaçassem a liberdade de expressão, é fato.
Conceito em disputa
Diante desses fatos, simultaneamente à campanha liderada pelo Fórum Nacional pela Democratização da Comunicação (FNDC) – “Para expressar a liberdade – uma nova lei para um novo tempo”– e ao esforço para a elaboração de uma proposta que possa se transformar em Projeto de Lei de Iniciativa Popular, devemos qualificar e verticalizar o debate público sobre a liberdade de expressão.
É necessário trazer para o contexto histórico do liberalismo brasileiro o debate sobre as ideias de liberdade de expressão e de opinião pública. Essa questão está praticamente ausente da longa tradição de estudos sobre o liberalismo e sobre algumas de suas aparentes contradições – como, por exemplo, a convivência com a escravidão e/ou com regimes autoritários – consolidada dentro da filosofia política e da história das ideias no Brasil.
A hegemonia do conceito liberal de liberdade tem sido a principal responsável não só pela paradoxal interdição do debate público sobre a liberdade de expressão, como também pela ausência da mídia nas teorias democráticas e ainda pela permanente desqualificação da opinião pública.
A liberdade liberal tem sua matriz no liberalismo que se constrói a partir do século 17 na Inglaterra, depois como reação conservadora à Revolução Francesa e se consolida no século 19 em complemento à ideia de mercado livre, isto é, à liberdade privada de produzir, distribuir e vender mercadorias. Prevalece o caráter pré-político da liberdade, como um direito exclusivo da esfera privada. A versão mais conhecida dessa perspectiva é a que reduz a liberdade à ausência de interferência externa na ação do indivíduo, a chamada liberdade negativa.
A liberdade republicana, ao contrário, se associa historicamente à democracia clássica grega, à república romana e ao humanismo cívico do início da Idade Moderna. Nela prevalece a ideia de liberdade associada à vida ativa, ao livre-arbítrio, ao autogoverno e à participação na vida pública.
São tradições distintas: a republicana se origina em Atenas, passa por Roma e se filia modernamente a pensadores como Maquiavel, John Milton e Thomas Paine. A liberal, em Hobbes, Locke, Benjamin Constant e, mais recentemente, em Isaiah Berlin.
Chegou a hora de estudar a construção histórica da hegemonia do conceito liberal de liberdade em busca de suas peculiaridades no Brasil.
Liberdade de expressão é um conceito em disputa. Apesar disso, uma de suas versões – a liberal – tem sido empunhada como bandeira de luta exatamente pelos representantes do sistema privado oligopolizado de comunicações. Paradoxalmente, em nome da liberdade de expressão, interdita-se o debate democrático sobre ela própria.
Talvez compreendendo melhor as peculiaridades do liberalismo brasileiro e suas consequências possamos avançar no debate e na formulação de propostas que possibilitem, afinal, que mais vozes sejam ouvidas e participem da consolidação de um republicanismo verdadeiramente democrático entre nós.
A ver. ____ *Venício A. de Lima é jornalista e sociólogo, professor titular de Ciência Política e Comunicação da UnB (aposentado), pesquisador do Centro de Estudos Republicanos Brasileiros (Cerbras) da UFMG e autor de Política de Comunicações: um Balanço dos Governos Lula (2003-2010), Editora Publisher Brasil, 2012, entre outros livros

Catador depõe, e skinhead pode pegar 24 anos de prisão 
Quaquaraquaquá quem riu? Quaquaraquaquá, Fui eu!
Com depoimento da vítima, suspeitos serão investigados por crime de tortura

BERNARDO MIRANDA
Ricardo Vasconcelos


FOTO: PAULA HUVEN
Em BH. Acompanhado de policiais, Antônio Donato chegou ontem após ser preso no interior de SP
A Polícia Civil ouviu o catador de material reciclável Luiz Célio Damásio, 42, que foi agredido pelo skinhead Antônio Donato Baudson Peret, 25, na praça da Savassi, região Centro-Sul de Belo Horizonte. Donato foi preso anteontem pela Polícia Civil, em Americana (SP). Outros dois neonazistas foram detidos em Belo Horizonte, também no último domingo: Marcus Vinícius Garcia Cunha, 26, e João Matheus Vetter de Moura, 20. Donato chegou, ontem, a Belo Horizonte e será apresentado pela polícia na manhã de hoje.

Segundo o catador, o crime ocorreu no dia 5 de abril, quando ele estava com seu carrinho, na rua Pernambuco com Cristovão Colombo, na Savassi. Damásio explicou que Donato começou a insultá-lo dizendo que ele estava usando drogas. Em seguida, o skinhead, que estava acompanhado de Marcus Cunha, o encurralou, e, para se defender, o próprio catador tirou uma corrente do carrinho. Donato, então, tomou o objeto dele e o usou para enforcá-lo.

Damásio contou que estava prestes a desmaiar quando uma terceira pessoa - que ele disse não lembrar quem - interviu, e Donato o soltou. Ele disse que durante a agressão, Marcos Cunha fez a foto que foi divulgada por Antonio Donato no Facebook, o que provocou o início da investigação policial. Ao lado da imagem, Donato justificou a agressão dizendo que Luiz estaria fumando crack. O catador de material reciclável disse que não usa drogas.

Com a identificação da vítima da agressão, Donato também será investigado pelo crime de lesão corporal e tortura. Essas investigações ficarão a cargo da 1ª Delegacia-Sul. Já na Delegacia de Crimes Cibernéticos, Donato e os outros dois skinheads presos ainda são investigados pelos delitos de incitação ao crime, apologia ao nazismo e ao racismo e formação de quadrilha.

Donato e Cunha ainda são suspeitos de corrupção de menor, por divulgarem fotos com material nazista ao lado de um garoto de 5 anos, que é filho de Cunha.

Somando as penas máximas dos crimes pelos quais Donato é investigado, ele pode ser condenado a 24 anos e seis meses de prisão. No caso de Marcus Cunha, a pena máxima pode chegar a 15 anos e seis meses, e a de Vetter, a 11 anos e seis meses de prisão.
*mariadapenhaneles 

Intolerância acorrentada


Prisão de skinheads acusados de racismo e formação de quadrilha expõe rede de suspeitos de crimes de ódio relacionados à ideologia neonazista. Vítimas relatam as agressões em BH 

Mateus Parreiras e Pedro Ferreira
Estado de Minas: 16/04/2013 


Antônio Donato, que tem várias passagens policiais, foi preso ao desembarcar em Americana (SP) (Gladyston Rodrigues/EM/D.A Press)
Antônio Donato, que tem várias passagens policiais, foi preso ao desembarcar em Americana (SP)

As prisões em São Paulo e em Belo Horizonte, por racismo e formação de quadrilha, de três integrantes de uma gangue de skinheads que agia na capital mineira chamaram a atenção para uma situação ainda mais preocupante. Antes rivais, radicais paulistas e mineiros estão se aliando e podem intensificar suas ações. De acordo com a chefe da Delegacia de Crimes Raciais e Delitos de Intolerância (Decradi) de São Paulo, Margarete Barreto, a mudança se deu quando o grupo ao qual é ligado Antônio Donato Baudson Peret, de 25 anos – detido no último domingo, em Americana (SP) –, assassinou um líder dos cabeças raspadas mineiros, o estudante de direito Bernardo Dayrell Pedroso, de 24, e sua namorada, de 21, em 2009, no Paraná, nas comemorações do aniversário de 120 anos do nascimento de Adolf Hitler. 

Além de Donato – que causou revolta ao posar numa foto veiculada na internet estrangulando um homem negro, identificado como morador de rua, com uma corrente – foram presos, também no domingo, em Belo Horizonte, Marcus Vinícius Garcia Cunha, de 26, e João Matheus Vetter de Moura, de 20, que pertencem ao mesmo grupo skinhead na capital mineira. Uma quarta pessoa teve seu apartamento vasculhado pela polícia. Quatro suspeitos ainda são investigados.

A prisão de Donato em Americana foi feita pela Delegacia Especializada de Investigações de Crimes Cibernéticos (DEICC), de BH, e pela Guarda Municipal do município paulista. Donato foi detido no momento em que o ônibus de viagem em que estava chegou da capital, São Paulo, à rodoviária da cidade do interior paulista. O suspeito não reagiu à prisão, mas com ele foram encontradas um faca de cozinha, uma faca tática, um facão tipo machete e um soco inglês. A Polícia Civil de Minas Gerais informou que vai apresentar os suspeitos hoje.

Apesar de estar sendo investigado por racismo e formação de quadrilha, Donato parece ser ainda mais perigoso do que essas acusações indicam. Só em Minas, segundo o Estado de Minas apurou junto à                        Polícia Militar, o rapaz se envolveu em pelo menos dez ocorrências, entre embriaguez ao volante, agressão, lesão corporal e ameaça. No estado, ele responde ainda a três processos por agredir homossexuais. Em São Paulo, são duas ocorrências por lesão corporal.

Um dos parceiros contumazes de Donato em São Paulo, segundo a Delegacia de Crimes Raciais, é Artur Ruda Gomes Fonseca, de 20. Os dois chegaram a ser presos no estado, em 2011, depois de terem agredido um grupo de 11 skatistas na Avenida Paulista, nos Jardins.

Clima de alívio na Região da Savassi

A prisão dos três rapazes que se identificam como skinheads, no domingo, sob a acusação de racismo e formação de quadrilha, trouxe alívio para as vítimas das agressões cometidas e para comerciantes da Savassi, na Região Centro-Sul de Belo Horizonte. Ferido a golpes de soco inglês no rosto quando tinha apenas 16 anos, o estudante A.A.M.C., hoje com 18, comemora a prisão de seu agressor, Antônio Donato Peret. “Sinto-me aliviado ao saber que não tem um cidadão como esse circulando mais pelas ruas da cidade. Tenho pena dele, pela cabeça que ele tem. ”

O estudante não consegue esquecer os momentos de terror que viveu ao ser atacado por Antônio Donato e outros três homens na Avenida Getúlio Vargas com Rua Tomé de Souza, na Savassi. “Fiquei completamente sem entender. Eram umas 21h e eu tinha saído de um shopping para encontrar amigos na Savassi. Alguém bateu no meu ombro e quando virei começaram a me agredir. Fiquei em choque”, conta. Para ele, Antônio Donato não tem condições de viver em sociedade.

A mãe do jovem, que é enfermeira, ficou impressionada com a violência do ataque. “Meu filho sofreu um ferimento na boca e levou oito pontos.” Ela espera que os suspeitos continuem presos. “São extremamente violentos, deram vários socos no estômago do meu filho e o chutaram.” O dono de um bar da Tomé de Souza chamou a polícia e os agressores foram presos.
Ex-colegas de trabalho de outro dos presos no domingo, Marcus Cunha, ficaram surpresos com a notícia de que ele estaria envolvido em um grupo neonazista. Marcos já trabalhou como coordenador de atendimento em um dos restaurantes mais tradicionais de Belo Horizonte, na Pampulha. “Estou perplexo com o que fiquei sabendo dele. Ele nunca deixou transparecer nada sobre esse seu comportamento no ambiente de trabalho”, disse o gerente operacional da casa, Ronaldo Costa.

Ronaldo conta que Marcus Cunha passou por avaliação psicológica antes de ser contratado, e que comandava uma equipe de 20 garçons e que o relacionamento entre eles era bom. “Ele pediu demissão por ter recebido uma oferta de trabalho melhor”, disse o gerente operacional.

Cansados de acompanhar a violência praticada por Antônio Donato e seu grupo contra gays, negros, moradores de rua e hippies, comerciantes da Savassi comemoraram a prisão de três dos acusados dos crimes. “Com eles presos, a Savassi vai ficar mais segura e tranquila. Antônio Donato sempre estava no meio da confusão”, disse o dono de um bar.


A mãe do jovem, que é enfermeira, ficou impressionada com a violência do ataque. “Meu filho sofreu um ferimento na boca e levou oito pontos.” Ela espera que os suspeitos continuem presos. “São extremamente violentos, deram vários socos no estômago do meu filho e o chutaram.” O dono de um bar da Tomé de Souza chamou a polícia e os agressores foram presos.
Ex-colegas de trabalho de outro dos presos no domingo, Marcus Cunha, ficaram surpresos com a notícia de que ele estaria envolvido em um grupo neonazista. Marcos já trabalhou como coordenador de atendimento em um dos restaurantes mais tradicionais de Belo Horizonte, na Pampulha. “Estou perplexo com o que fiquei sabendo dele. Ele nunca deixou transparecer nada sobre esse seu comportamento no ambiente de trabalho”, disse o gerente operacional da casa, Ronaldo Costa.

Ronaldo conta que Marcus Cunha passou por avaliação psicológica antes de ser contratado, e que comandava uma equipe de 20 garçons e que o relacionamento entre eles era bom. “Ele pediu demissão por ter recebido uma oferta de trabalho melhor”, disse o gerente operacional.

Cansados de acompanhar a violência praticada por Antônio Donato e seu grupo contra gays, negros, moradores de rua e hippies, comerciantes da Savassi comemoraram a prisão de três dos acusados dos crimes. “Com eles presos, a Savassi vai ficar mais segura e tranquila. Antônio Donato sempre estava no meio da confusão”, disse o dono de um bar.

PEDE PARA SAIR, JUAN CARLOS!

Espanhóis saem às ruas de Madri para pedir o fim da monarquia

  bandeiras comunistas na espanha









Centenas de bandeiras comunistas desfilam nas ruas de Madri (Foto: Abola.pt)


Dezenas de milhares de pessoas saíram no último domingo (14) pelas ruas de Madri em comemoração ao 82º aniversario da II República (1931-1939), uma marcha que simboliza oposição ao regime monárquico. O público, que andou por um percurso da praça Cibeles até a praça Sol e ostentava bandeiras tricolores (vermelha, amarela e roxa) da época republicana foi o maior registrado nos último anos, em um momento em que a coroa espanhola atravessa um mau momento. 



A manifestação, em tom muito festivo e sem nenhuma ocorrência de confronto, foi convocada por cerca de vinte coletivos, que clamavam os espanhóis a saírem às ruas para reivindicar o fim da monarquia e a instauração da III República. Muitos também pedem um referendo para que a população possa decidir entre a República e a Monarquia, além da nacionalização dos bancos, uma reforma fiscal progressiva, proteção aos desempregados, reforma política, punição contra os crimes do franquismo e o não pagamento da dívida.

Os manifestantes entoavam cânticos como "Abaixo um Alteza com tantas baixezas!", "Amanhã, a Espanha será republicana", "Essa bandeira é a verdadeira” e "O próximo desempregado será o chefe de Estado (o rei Juan Carlos II)".

Também alguns lembravam o caso de corrupção conhecido como "Operação Babel", que envolveu o ex-jogador de handebol Iñaki Urdangarin, esposo da princesa infanta Cristina (oficialmente a Duquesa de Palma de Mallorca). Ele está sendo investigado pela polícia por uma suspeita de desvio de fundos públicos, fraude e lavagem de dinheiro através do Instituto Nóos, uma ONG de incentivo ao esporte. Para ele, os manifestantes gritavam: "Urdangarin, Urdangarin, vai trabalhar no Burger King". Ainda nesta semana, a princesa Cristina também foi formalmente acusada no escândalo. 

Monarquia: Sistema racista, denunciam os manifestantes.
Além do escândalo envolvendo Urdangarin, a família real também se desgastou com uma recente viagem do rei Juan Carlos para caçar elefantes na Bostuana quando a crise das dívidas públicas europeias atingiu o país e um suposto escândalo amoroso do rei com uma empresária alemã. O rei também tem parecido pouco em público, pois enfrenta problemas de saúde.

"O rei e Urdangarin se converteram em uma fábrica de republicanos", disse Antonio Romero, coordenador da Rede Municipal pela III República e membro da direção nacional da IU (Esquerda Unida). Segundo ele, o bipartidarismo monárquico está esgotado. "A monarquia se converteu em um peso para a saída da crise. O estado não pode ser herdado como se fosse uma fazenda", afirmou.

Muitos manifestantes temem que o rei renuncie em razão dos problemas de saúde em agosto, durante o verão, quando quase todos os espanhóis estarão de férias e “imponha” seu filho, o príncipe Felipe.

Queda de popularidade
Recente pesquisa publicada em novembro de 2012 pelo jornal ABC indicava que apenas 45,8% dos espanhóis acreditavam que a manutenção da monarquia contribuia para a democracia, enquanto o apoio ao rei era de 55%. Há cinco dias, o El País publicou uma pesquisa com resultados ainda piores para a democracia: 53% dos entrevistados desaprovam a monarquia, contra 42% de apoiadores.

A avaliação anual dos espanhóis sobre a monarquia parou de ser realizada pelo CIS (Centro de Investigações Sociológicas) em 2011, quando a famílai real recebeu a nota pífia de 4,89.

As informações são do jornal El Mundo.

http://www.vermelho.org.br/noticia.php?id_noticia=211119&id_secao=9
*CarlosMaia


Em Madri Espanhóis pedem plebiscito pela II república

Milhares de pessoas realizaram no domingo uma manifestação em Madri para comemorar os 82 anos da II República (1931-1939) e exigir um referendo para saber se a população quer continuar a ser governada por uma monarquia ou se prefere a instalação da III República. A manifestação também reivindicava a nacionalização dos bancos, reforma política, punição dos crimes da ditadura franquista e não-pagamento da dívida.
   
A monarquia espanhola, de fato, é uma excrescência. A primeira república (1873-1874) foi uma experiência efêmera; já a segunda, surgida em 1931 depois da ditadura de Primo de Rivera, abriu um período de profundas transformações, crise institucional e guerra civil, que culminou na instalação da ditadura direitista do general Francisco Franco (1939-1975). O ditador assumiu todas as rédeas do poder, mas preparou o neto do rei Alfonso XIII, Juan Carlos, para sucedê-lo. Um caso curioso de um regime que interrompeu e, ao mesmo tempo, manteve a monarquia.

His Finest Hour: Juan Carlos I impede o golpe militar em 1981 
Rejeitado inicialmente como franquista, o rei Juan Carlos I conquistou o apoio das forças progressistas ao apoiar firmemente o processo de transição à democracia. O monarca se legitimaria em fevereiro de 1981, quando abortou uma tentativa de golpe militar capitaneada por oficiais de extrema-direita que não se conformavam com o fim do regime. Na TV, o rei Juan Carlos exigiu respeito à sua autoridade e ao processo democrático. Os militares enfiaram o rabo entre as pernas e se entregaram. Na época, o líder comunista Santiago Carrillo, republicano histórico, disse que, em razão do papel do monarca na transição, não teria problemas em virar monarquista.
             
Mas o tempo passou e a monarquia espanhola virou uma relíquia do passado. E que exala mofo. O sintoma mais recente disso é o caso de corrupção conhecido como Operação Babel, que envolve o ex-jogador de handebol Iñaki Urdangarin, marido da princesa infanta Cristina, a duquesa de Palma de Mallorca. Ele está sendo investigado pela polícia por uma suspeita de desvio de fundos públicos, fraude e lavagem de dinheiro através do Instituto Nóos, uma ONG de incentivo ao esporte.

Juan Carlos posando de Hemingway na Botsuana
Já no ano passado, a imagem da família real tinha ficado muito desgastada com uma viagem do rei Juan Carlos para caçar elefantes na Bostuana no momento em que a crise da dívida européia atingiu o país, além de um suposto escândalo amoroso do rei com uma empresária alemã.

Pesquisa publicada em novembro de 2012 pelo jornal ABC indicava que apenas 45,8% dos espanhóis acreditavam que a manutenção da monarquia contribuía para a democracia, enquanto o apoio ao rei era de 55%. Na semana passada, o El País publicou uma pesquisa na qual 53% dos entrevistados desaprovam a monarquia, contra 42% de apoiadores.