PEDE PARA SAIR, JUAN CARLOS!
Espanhóis saem às ruas de Madri para pedir o fim da monarquia
Centenas de bandeiras comunistas desfilam nas ruas de Madri (Foto: Abola.pt)
Dezenas de milhares de pessoas saíram no último domingo (14) pelas ruas de Madri em comemoração ao 82º aniversario da II República (1931-1939), uma marcha que simboliza oposição ao regime monárquico. O público, que andou por um percurso da praça Cibeles até a praça Sol e ostentava bandeiras tricolores (vermelha, amarela e roxa) da época republicana foi o maior registrado nos último anos, em um momento em que a coroa espanhola atravessa um mau momento.
Os manifestantes entoavam cânticos como "Abaixo um Alteza com tantas baixezas!", "Amanhã, a Espanha será republicana", "Essa bandeira é a verdadeira” e "O próximo desempregado será o chefe de Estado (o rei Juan Carlos II)".
Também alguns lembravam o caso de corrupção conhecido como "Operação Babel", que envolveu o ex-jogador de handebol Iñaki Urdangarin, esposo da princesa infanta Cristina (oficialmente a Duquesa de Palma de Mallorca). Ele está sendo investigado pela polícia por uma suspeita de desvio de fundos públicos, fraude e lavagem de dinheiro através do Instituto Nóos, uma ONG de incentivo ao esporte. Para ele, os manifestantes gritavam: "Urdangarin, Urdangarin, vai trabalhar no Burger King". Ainda nesta semana, a princesa Cristina também foi formalmente acusada no escândalo.
Monarquia: Sistema racista, denunciam os manifestantes.
Além do escândalo envolvendo Urdangarin, a família real também se desgastou com uma recente viagem do rei Juan Carlos para caçar elefantes na Bostuana quando a crise das dívidas públicas europeias atingiu o país e um suposto escândalo amoroso do rei com uma empresária alemã. O rei também tem parecido pouco em público, pois enfrenta problemas de saúde.
"O rei e Urdangarin se converteram em uma fábrica de republicanos", disse Antonio Romero, coordenador da Rede Municipal pela III República e membro da direção nacional da IU (Esquerda Unida). Segundo ele, o bipartidarismo monárquico está esgotado. "A monarquia se converteu em um peso para a saída da crise. O estado não pode ser herdado como se fosse uma fazenda", afirmou.
Muitos manifestantes temem que o rei renuncie em razão dos problemas de saúde em agosto, durante o verão, quando quase todos os espanhóis estarão de férias e “imponha” seu filho, o príncipe Felipe.
Queda de popularidade
Recente pesquisa publicada em novembro de 2012 pelo jornal ABC indicava que apenas 45,8% dos espanhóis acreditavam que a manutenção da monarquia contribuia para a democracia, enquanto o apoio ao rei era de 55%. Há cinco dias, o El País publicou uma pesquisa com resultados ainda piores para a democracia: 53% dos entrevistados desaprovam a monarquia, contra 42% de apoiadores.
A avaliação anual dos espanhóis sobre a monarquia parou de ser realizada pelo CIS (Centro de Investigações Sociológicas) em 2011, quando a famílai real recebeu a nota pífia de 4,89.
As informações são do jornal El Mundo.
http://www.vermelho.org.br/noticia.php?id_noticia=211119&id_secao=9
*CarlosMaia
Em Madri Espanhóis pedem plebiscito pela II república |
Milhares de pessoas realizaram
no domingo uma manifestação em Madri para comemorar os 82 anos da II República
(1931-1939) e exigir um referendo para saber se a população quer continuar a
ser governada por uma monarquia ou se prefere a instalação da III República. A
manifestação também reivindicava a nacionalização dos bancos, reforma política,
punição dos crimes da ditadura franquista e não-pagamento da dívida.
A monarquia espanhola, de
fato, é uma excrescência. A primeira república (1873-1874) foi uma experiência
efêmera; já a segunda, surgida em 1931 depois da ditadura de Primo de Rivera,
abriu um período de profundas transformações, crise institucional e guerra
civil, que culminou na instalação da ditadura direitista do general Francisco
Franco (1939-1975). O ditador assumiu todas as rédeas do poder, mas preparou o neto
do rei Alfonso XIII, Juan Carlos, para sucedê-lo. Um caso curioso de um regime
que interrompeu e, ao mesmo tempo, manteve a monarquia.
His Finest Hour: Juan Carlos I impede o golpe militar em 1981 |
Rejeitado inicialmente como
franquista, o rei Juan Carlos I conquistou o apoio das forças progressistas ao
apoiar firmemente o processo de transição à democracia. O monarca se
legitimaria em fevereiro de 1981, quando abortou uma tentativa de golpe militar
capitaneada por oficiais de extrema-direita que não se conformavam com o fim do
regime. Na TV, o rei Juan Carlos exigiu respeito à sua autoridade e ao processo
democrático. Os militares enfiaram o rabo entre as pernas e se entregaram. Na época,
o líder comunista Santiago Carrillo, republicano histórico, disse que, em razão
do papel do monarca na transição, não teria problemas em virar monarquista.
Mas o tempo passou e a
monarquia espanhola virou uma relíquia do passado. E que exala mofo. O sintoma
mais recente disso é o caso de corrupção conhecido como Operação Babel, que envolve o ex-jogador de handebol Iñaki
Urdangarin, marido da princesa infanta Cristina, a duquesa de Palma de Mallorca.
Ele está sendo investigado pela polícia por uma suspeita de desvio de fundos
públicos, fraude e lavagem de dinheiro através do Instituto Nóos, uma ONG de
incentivo ao esporte.
Juan Carlos posando de Hemingway na Botsuana |
Já no ano passado, a imagem
da família real tinha ficado muito desgastada com uma viagem do rei Juan Carlos
para caçar elefantes na Bostuana no momento em que a crise da dívida européia atingiu
o país, além de um suposto escândalo amoroso do rei com uma empresária alemã.
Pesquisa publicada em
novembro de 2012 pelo jornal ABC indicava que apenas 45,8% dos espanhóis
acreditavam que a manutenção da monarquia contribuía para a democracia,
enquanto o apoio ao rei era de 55%. Na semana passada, o El País publicou uma
pesquisa na qual 53% dos entrevistados desaprovam a monarquia, contra 42% de
apoiadores.
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