E lamentam “despreparo teológico” do parlamentar
Marco Feliciano tem agenda própria, alerta igreja
Congresso em Foco
Integrantes da Igreja Presbiteriana Unida do Brasil entendem que presidente da Comissão de Direitos Humanos tem direito de exercer o cargo, mas não possui condições políticas para isso. Lamentam também “despreparo teológico” do parlamentar
O Conselho Coordenador da Igreja Presbiteriana Unida do Brasil (CC-IPU) divulgou nesta sexta-feira (17) pronunciamento criticando a postura do deputado Pastor Marco Feliciano (PSC-SP) no comando da Comissão de Direitos Humanos e Minorias (CDH) da Câmara . Para os religiosos, o parlamentar paulista tem “agenda própria”, defendendo um grupo restrito de brasileiros.
“[A IPU
alerta] que o deputado Marco Feliciano defende uma agenda política
própria, que interessa a um grupo restrito de brasileiros, muitos deles
denominados evangélicos. […] embora qualquer deputado tenha o direito de
exercer a presidência da Comissão de Direitos Humanos e Minorias, [a
IPU] considera-o sem condições políticas para o pleno exercício deste
cargo”, diz o pronunciamento.
Além
disso, lamenta o “despreparo teológico” de Feliciano. É uma crítica a
uma afirmação dada pelo deputado, que é pastor da Assembleia de Deus
Ministério Tempo de Avivamento, no Twitter em 2011. Na oportunidade ele
chamou negros de “descendentes amaldiçoados de Noé”. “Vergonhosamente
demonstrado na sua defesa da interpretação da origem dos povos africanos
e no desconhecimento e desrespeito aos direitos das minorias.”
No
pronunciamento, os integrantes da IPU dizem que o cristão que aceitar o
mandato político deve fazê-lo em benefício do bem comum e não por seu
interesse pessoal ou de suas próprias estruturas eclesiásticas, “o que
lamentavelmente não se pode verificar nas chamadas operações
Sanguessuga, Entre Irmãos e Pandora, nas quais se verificou a presença
de deputados intitulados evangélicos”.
A Igreja
Presbiteriana Unida (IPU) é uma das cinco entidades que compõe o
Conselho Nacional de Igrejas Cristãs do Brasil (Conic). Também fazem
parte do Conic as igrejas Católica Apostólica Romana, Episcopal
Anglicana do Brasil, Evangélica de Confissão Luterana no Brasil e Sirian
Ortodoxa de Antioquia.
Em duas oportunidades, o Conic pediu a saída de Feliciano do comando da comissão. A primeira vez em 10 de março, logo após a eleição do deputado paulista. Depois em 7 de abril , quando o clima contra o parlamentar se acirrou e as manifestações passaram a prejudicar os trabalhos da CDH.
*Mariadapenhaneles
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