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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

segunda-feira, abril 15, 2013

A loja gospel de artigos eróticos

 
Por Gunter Zibell - SP
Do Paulopes
Dono de sexshop gospel diz não ter artigos para homossexuais

não pode ser vendido para homens
O SexshopGospel, como seu nome já deixa explícito, vende brinquedinhos sensuais a evangélicos. Mas nem todos os brinquedos, só os "leves", disse Maicon Santos, 30, solteiro, o dono da loja. “Nós não vendemos artigos homossexuais, anais, nem temos artigos sadomasoquistas.”

Em entrevista jornal “O Dia”, do Rio, Santos não deu exemplo do tipo de artigo que não vende.

O que a SexshopGospel tem são vibrador pequeno, algema com pelúcia rosa, gel comestível, anel peniano, a “famosa” pomadinha japonesa, livros e por aí vai.

Santos é evangélico, mas não segue nenhuma igreja. Ele disse que, para criar o sexshop cristão, se inspirou em sites americanos que se destinam a esse público.

Afirmou que tem recebido críticas de religiosos e se defendeu dizendo que “até Cristo foi criticado”.

Argumentou que a compra de brinquedinhos sexuais não é pecado e que eles podem a ajudar os casais a continuarem casados.

O casal evangélico Hugo, 28, e Lorena Brandão, 27, também acha que comprar esses artigos não é pecado.

“Tudo vale a pena com moderação”, disse Hugo. “Fantasias, gel e algemas deixam o relacionamento renovado, surpreendem o parceiro.”

Ele não vê revistas nem vídeos pornográficos para que a sua “esposa” continue sendo o “foco principal do desejo”. Seu casamento tem cinco anos.

Os evangélicos Aline Suzano, 31, e André Sanches, 31, casados há três anos, usam lubrificantes, óleos, roupas sensuais e bolinhas para quebrar a rotina.

Aline disse que nunca usou vibrador porque acha que estimula um sexo egoísta, que é proibido pela Bíblia.

Para o pastor Daniel Lopes, da Assembleia de Deus de Rocha Miranda, não há problema na compra por casais casados de produtos que estimulam o relacionamento sexual.

Contudo, ele reconheceu que se trata de um tabu entre os evangélicos — fiéis e pastores.

Afirmou que essas pessoas precisam ler o livro de Cantares, da Bíblia, que diz como deve ser a vida de um casal. “O mais importante é que haja amor. Não existe casamento perfeito, mas existe casamento feliz.”

Santos informou que as vendas do seu sexshop estão indo bem. 
*AmoralNato

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