Entre a foice e o martelo: Marx vive
Por Pável Blanco Cabrera
Se
a obra de Marx se limitasse ao Manifesto do Partido Comunista ou a O
Capital seria já uma realização gigantesca. Mas é muito mais
ampla, porque nada de humano lhe era estranho; cada descoberta
científica, cada argumento levantado por ele arma os explorados e
todas as classes oprimidas contra os exploradores, contra a classe
dominante, a classe burguesa. Estudar a sua obra integralmente,
assimilar a dialética, é uma obrigação para os revolucionários
que aspiram a mudar o mundo.
As
contribuições de Karl Marx são atuais; a sua obra, elaborada em
conjunto com o seu íntimo camarada F. Engels, desenvolvida e
enriquecida por V. I. Lenine, é o guia para a emancipação do
proletariado e de toda a humanidade.
Marx
foi um homem de teoria e ação; com ele, a dissociação entre ser
e pensar, velho problema da filosofia, foi superada pela primeira
vez, pois, como afirmou nas Teses sobre Feuerbach, não se trata
apenas de interpretar o mundo, mas de transformá-lo.
A
sua obra não se limita ao Manifesto do Partido Comunista, ou a O
Capital, é muito mais ampla, porque nada de humano lhe era estranho;
cada descoberta científica, cada argumento levantado por ele, arma
os explorados e todas as classes oprimidas contra os exploradores,
contra a classe dominante, a classe burguesa. Estudar a sua obra
integralmente, assimilar a dialéctica, é uma obrigação para os
revolucionários que aspiram a mudar o mundo.
Surpreende
a atualidade da sua conclusão científica, ao estudar o modo de
produção baseado na propriedade privada e no trabalho assalariado,
de que o «sórdido segredo da exploração capitalista é a
mais-valia».
O
marxismo é o materialismo dialéctico, o materialismo histórico, a
economia política, o socialismo científico, e deve ser
integralmente assimilada pelos trabalhadores do mundo. Houve
tendências positivistas, dogmáticas, mecanicistas, que, pondo de
parte o materialismo dialéctico, corromperam a teoria
revolucionária.
Marx
integrou de forma contundente no seu trabalho a ditadura do
proletariado, a violência revolucionária como parteira da história,
a classe trabalhadora como sujeito da História, coveira do
capitalismo. Quão surpreendente é que alguns dos que se dizem seus
seguidores neguem qualquer um desses elementos essenciais. Marx
voltaria a sua pena afiada contra esses “acadêmicos” que o
negam, que procuram suavizá-lo, convertendo-o em “teoria crítica”,
anulando o seu carácter subversivo, partidário, determinado a não
se deixar acorrentar às paredes da universidade. Que falácia a dos
que querem limitá-lo a um democrata, um humanista, um sonhador. O
Prometeu de Tréveris foi um homem de partido, um militante, um
conspirador e escreveu, não para a carreira, não para obter um
mestrado ou um doutoramento, mas para dar elementos à luta de
classes. Não fez da academia o abrigo confortável, assumiu as
consequências de ser revolucionário profissional: a perseguição,
o exílio, a fome.
Quanto
dano fazem aqueles que negam a teoria nos fatos, esses pragmáticos
que não têm a disciplina e a abnegação que o estudo e a produção
teórica requerem, mas também aqueles que produzem uma “teoria”
que não contribui nada, procurando emendar o marxismo-leninismo,
que, pelo ego, procuram publicar textos ininteligíveis para a nossa
classe. Há que enriquecer o marxismo, estreitamente vinculado ao
conflito social, ao fortalecimento dos partidos comunistas, tendo em
conta a evolução da ciência, as experiências do proletariado.
Marx
e Engels sempre observaram a necessidade de o proletariado se tornar
classe, mas também o carácter internacionalista da sua luta; a
senha lançada no início da Revolução de 1848 está tão viva como
sempre: Proletários de todos os países, uni-vos! Para enfrentar o
capital internacional, o imperialismo eufemisticamente chamado de
globalização ou mundialização. Não importa se é mexicano, ou
alemão, ou americano, venezuelano, colombiano, cubano ou grego, hoje
a luta dos trabalhadores é contra o poder dos monopólios, classe
contra classe; hoje, a luta é entre capital e trabalho.
Na
Crítica ao Programa de Gotha e em vários outros textos, Marx
definiu uma alternativa anticapitalista, o socialismo-comunismo, não
andou pela rama do taticismo. Desde o Manifesto insistiu, com
Engels, que os comunistas devem apresentar-se com o seu programa, com
franqueza, sem o esconder, dados os limites históricos do
capitalismo. Hoje alguns dizem-se marxistas, mas quando se fala sobre
a alternativa ao capitalismo, chamam-lhe pós-capitalismo, ou dizem
que é uma questão para discussão posterior. Marx deu-lhe nome e
conteúdo, chama-se socialismo-comunismo e é baseado na ditadura do
proletariado, na socialização dos meios de produção.
Marx
continua em vigor nos dias de hoje, em que a economia segue ciclos
descobertos por ele e está em crise. Em vão o mataram tantas vezes,
pois sempre regressa à consciência da classe operária e de todos
os oprimidos.
Marx,
o comunista, o homem de Partido, jornalista de classe e democrata, o
revolucionário, o internacionalista, o homem da teoria e da prática,
Marx vivo.
*Primeiro
Secretário do Partido Comunista do México
Traduzido por André Rodrigues P. da Silva
Publicado originalmente em ODiário.info
Traduzido por André Rodrigues P. da Silva
Publicado originalmente em ODiário.info
Posted 22 hours ago by Carlos Everardo Silva
*centrodosocialismo
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