Quaquaraquaquá quem riu? Quaquaraquaquá, Fui eu!
Com depoimento da vítima, suspeitos serão investigados por crime de tortura
BERNARDO MIRANDA
Ricardo Vasconcelos
FOTO: PAULA HUVEN
Em BH. Acompanhado de policiais, Antônio Donato chegou ontem após ser preso no interior de SP
A
Polícia Civil ouviu o catador de material reciclável Luiz Célio Damásio,
42, que foi agredido pelo skinhead Antônio Donato Baudson Peret, 25, na
praça da Savassi, região Centro-Sul de Belo Horizonte. Donato foi preso
anteontem pela Polícia Civil, em Americana (SP). Outros dois
neonazistas foram detidos em Belo Horizonte, também no último domingo:
Marcus Vinícius Garcia Cunha, 26, e João Matheus Vetter de Moura, 20.
Donato chegou, ontem, a Belo Horizonte e será apresentado pela polícia
na manhã de hoje.
Segundo o catador, o crime ocorreu no dia 5 de abril, quando ele estava com seu carrinho, na rua Pernambuco com Cristovão Colombo, na Savassi. Damásio explicou que Donato começou a insultá-lo dizendo que ele estava usando drogas. Em seguida, o skinhead, que estava acompanhado de Marcus Cunha, o encurralou, e, para se defender, o próprio catador tirou uma corrente do carrinho. Donato, então, tomou o objeto dele e o usou para enforcá-lo.
Damásio contou que estava prestes a desmaiar quando uma terceira pessoa - que ele disse não lembrar quem - interviu, e Donato o soltou. Ele disse que durante a agressão, Marcos Cunha fez a foto que foi divulgada por Antonio Donato no Facebook, o que provocou o início da investigação policial. Ao lado da imagem, Donato justificou a agressão dizendo que Luiz estaria fumando crack. O catador de material reciclável disse que não usa drogas.
Com a identificação da vítima da agressão, Donato também será investigado pelo crime de lesão corporal e tortura. Essas investigações ficarão a cargo da 1ª Delegacia-Sul. Já na Delegacia de Crimes Cibernéticos, Donato e os outros dois skinheads presos ainda são investigados pelos delitos de incitação ao crime, apologia ao nazismo e ao racismo e formação de quadrilha.
Donato e Cunha ainda são suspeitos de corrupção de menor, por divulgarem fotos com material nazista ao lado de um garoto de 5 anos, que é filho de Cunha.
Somando as penas máximas dos crimes pelos quais Donato é investigado, ele pode ser condenado a 24 anos e seis meses de prisão. No caso de Marcus Cunha, a pena máxima pode chegar a 15 anos e seis meses, e a de Vetter, a 11 anos e seis meses de prisão.
Segundo o catador, o crime ocorreu no dia 5 de abril, quando ele estava com seu carrinho, na rua Pernambuco com Cristovão Colombo, na Savassi. Damásio explicou que Donato começou a insultá-lo dizendo que ele estava usando drogas. Em seguida, o skinhead, que estava acompanhado de Marcus Cunha, o encurralou, e, para se defender, o próprio catador tirou uma corrente do carrinho. Donato, então, tomou o objeto dele e o usou para enforcá-lo.
Damásio contou que estava prestes a desmaiar quando uma terceira pessoa - que ele disse não lembrar quem - interviu, e Donato o soltou. Ele disse que durante a agressão, Marcos Cunha fez a foto que foi divulgada por Antonio Donato no Facebook, o que provocou o início da investigação policial. Ao lado da imagem, Donato justificou a agressão dizendo que Luiz estaria fumando crack. O catador de material reciclável disse que não usa drogas.
Com a identificação da vítima da agressão, Donato também será investigado pelo crime de lesão corporal e tortura. Essas investigações ficarão a cargo da 1ª Delegacia-Sul. Já na Delegacia de Crimes Cibernéticos, Donato e os outros dois skinheads presos ainda são investigados pelos delitos de incitação ao crime, apologia ao nazismo e ao racismo e formação de quadrilha.
Donato e Cunha ainda são suspeitos de corrupção de menor, por divulgarem fotos com material nazista ao lado de um garoto de 5 anos, que é filho de Cunha.
Somando as penas máximas dos crimes pelos quais Donato é investigado, ele pode ser condenado a 24 anos e seis meses de prisão. No caso de Marcus Cunha, a pena máxima pode chegar a 15 anos e seis meses, e a de Vetter, a 11 anos e seis meses de prisão.
*mariadapenhaneles
Intolerância acorrentada
Prisão de skinheads acusados de racismo e formação de quadrilha expõe rede de suspeitos de crimes de ódio relacionados à ideologia neonazista. Vítimas relatam as agressões em BH
Mateus Parreiras e Pedro Ferreira
Estado de Minas: 16/04/2013
Apesar de estar sendo investigado por racismo e formação de quadrilha, Donato parece ser ainda mais perigoso do que essas acusações indicam. Só em Minas, segundo o Estado de Minas apurou junto à Polícia Militar, o rapaz se envolveu em pelo menos dez ocorrências, entre embriaguez ao volante, agressão, lesão corporal e ameaça. No estado, ele responde ainda a três processos por agredir homossexuais. Em São Paulo, são duas ocorrências por lesão corporal.
Um dos parceiros contumazes de Donato em São Paulo, segundo a Delegacia de Crimes Raciais, é Artur Ruda Gomes Fonseca, de 20. Os dois chegaram a ser presos no estado, em 2011, depois de terem agredido um grupo de 11 skatistas na Avenida Paulista, nos Jardins.
Clima de alívio na Região da Savassi
A prisão dos três rapazes que se identificam como skinheads, no domingo, sob a acusação de racismo e formação de quadrilha, trouxe alívio para as vítimas das agressões cometidas e para comerciantes da Savassi, na Região Centro-Sul de Belo Horizonte. Ferido a golpes de soco inglês no rosto quando tinha apenas 16 anos, o estudante A.A.M.C., hoje com 18, comemora a prisão de seu agressor, Antônio Donato Peret. “Sinto-me aliviado ao saber que não tem um cidadão como esse circulando mais pelas ruas da cidade. Tenho pena dele, pela cabeça que ele tem. ”
O estudante não consegue esquecer os momentos de terror que viveu ao ser atacado por Antônio Donato e outros três homens na Avenida Getúlio Vargas com Rua Tomé de Souza, na Savassi. “Fiquei completamente sem entender. Eram umas 21h e eu tinha saído de um shopping para encontrar amigos na Savassi. Alguém bateu no meu ombro e quando virei começaram a me agredir. Fiquei em choque”, conta. Para ele, Antônio Donato não tem condições de viver em sociedade.
A mãe do jovem, que é enfermeira, ficou impressionada com a violência do ataque. “Meu filho sofreu um ferimento na boca e levou oito pontos.” Ela espera que os suspeitos continuem presos. “São extremamente violentos, deram vários socos no estômago do meu filho e o chutaram.” O dono de um bar da Tomé de Souza chamou a polícia e os agressores foram presos.
Ex-colegas de trabalho de outro dos presos no domingo, Marcus Cunha, ficaram surpresos com a notícia de que ele estaria envolvido em um grupo neonazista. Marcos já trabalhou como coordenador de atendimento em um dos restaurantes mais tradicionais de Belo Horizonte, na Pampulha. “Estou perplexo com o que fiquei sabendo dele. Ele nunca deixou transparecer nada sobre esse seu comportamento no ambiente de trabalho”, disse o gerente operacional da casa, Ronaldo Costa.
Ronaldo conta que Marcus Cunha passou por avaliação psicológica antes de ser contratado, e que comandava uma equipe de 20 garçons e que o relacionamento entre eles era bom. “Ele pediu demissão por ter recebido uma oferta de trabalho melhor”, disse o gerente operacional.
Cansados de acompanhar a violência praticada por Antônio Donato e seu grupo contra gays, negros, moradores de rua e hippies, comerciantes da Savassi comemoraram a prisão de três dos acusados dos crimes. “Com eles presos, a Savassi vai ficar mais segura e tranquila. Antônio Donato sempre estava no meio da confusão”, disse o dono de um bar.
A mãe do jovem, que é enfermeira, ficou impressionada com a violência do ataque. “Meu filho sofreu um ferimento na boca e levou oito pontos.” Ela espera que os suspeitos continuem presos. “São extremamente violentos, deram vários socos no estômago do meu filho e o chutaram.” O dono de um bar da Tomé de Souza chamou a polícia e os agressores foram presos.
Ex-colegas de trabalho de outro dos presos no domingo, Marcus Cunha, ficaram surpresos com a notícia de que ele estaria envolvido em um grupo neonazista. Marcos já trabalhou como coordenador de atendimento em um dos restaurantes mais tradicionais de Belo Horizonte, na Pampulha. “Estou perplexo com o que fiquei sabendo dele. Ele nunca deixou transparecer nada sobre esse seu comportamento no ambiente de trabalho”, disse o gerente operacional da casa, Ronaldo Costa.
Ronaldo conta que Marcus Cunha passou por avaliação psicológica antes de ser contratado, e que comandava uma equipe de 20 garçons e que o relacionamento entre eles era bom. “Ele pediu demissão por ter recebido uma oferta de trabalho melhor”, disse o gerente operacional.
Cansados de acompanhar a violência praticada por Antônio Donato e seu grupo contra gays, negros, moradores de rua e hippies, comerciantes da Savassi comemoraram a prisão de três dos acusados dos crimes. “Com eles presos, a Savassi vai ficar mais segura e tranquila. Antônio Donato sempre estava no meio da confusão”, disse o dono de um bar.
Intolerância acorrentada
Prisão de skinheads acusados de racismo e formação de quadrilha expõe rede de suspeitos de crimes de ódio relacionados à ideologia neonazista. Vítimas relatam as agressões em BH
Mateus Parreiras e Pedro Ferreira
Estado de Minas: 16/04/2013
Antônio Donato, que tem várias passagens policiais, foi preso ao desembarcar em Americana (SP) |
As prisões em São Paulo e em Belo
Horizonte, por racismo e formação de quadrilha, de três integrantes de uma
gangue de skinheads que agia na capital mineira chamaram a atenção para uma
situação ainda mais preocupante. Antes rivais, radicais paulistas e mineiros
estão se aliando e podem intensificar suas ações. De acordo com a chefe da
Delegacia de Crimes Raciais e Delitos de Intolerância (Decradi) de São Paulo,
Margarete Barreto, a mudança se deu quando o grupo ao qual é ligado Antônio
Donato Baudson Peret, de 25 anos – detido no último domingo, em Americana (SP)
–, assassinou um líder dos cabeças raspadas mineiros, o estudante de direito
Bernardo Dayrell Pedroso, de 24, e sua namorada, de 21, em 2009, no Paraná, nas
comemorações do aniversário de 120 anos do nascimento de Adolf Hitler.
Além de Donato – que causou revolta ao posar numa foto veiculada na internet estrangulando um homem negro, identificado como morador de rua, com uma corrente – foram presos, também no domingo, em Belo Horizonte, Marcus Vinícius Garcia Cunha, de 26, e João Matheus Vetter de Moura, de 20, que pertencem ao mesmo grupo skinhead na capital mineira. Uma quarta pessoa teve seu apartamento vasculhado pela polícia. Quatro suspeitos ainda são investigados.
Além de Donato – que causou revolta ao posar numa foto veiculada na internet estrangulando um homem negro, identificado como morador de rua, com uma corrente – foram presos, também no domingo, em Belo Horizonte, Marcus Vinícius Garcia Cunha, de 26, e João Matheus Vetter de Moura, de 20, que pertencem ao mesmo grupo skinhead na capital mineira. Uma quarta pessoa teve seu apartamento vasculhado pela polícia. Quatro suspeitos ainda são investigados.
A
prisão de Donato em Americana foi feita pela Delegacia Especializada de
Investigações de Crimes Cibernéticos (DEICC), de BH, e pela Guarda Municipal do
município paulista. Donato foi detido no momento em que o ônibus de viagem em
que estava chegou da capital, São Paulo, à rodoviária da cidade do interior
paulista. O suspeito não reagiu à prisão, mas com ele foram encontradas um faca
de cozinha, uma faca tática, um facão tipo machete e um soco inglês. A Polícia
Civil de Minas Gerais informou que vai apresentar os suspeitos hoje.
Apesar de estar sendo investigado por racismo e formação de quadrilha, Donato parece ser ainda mais perigoso do que essas acusações indicam. Só em Minas, segundo o Estado de Minas apurou junto à Polícia Militar, o rapaz se envolveu em pelo menos dez ocorrências, entre embriaguez ao volante, agressão, lesão corporal e ameaça. No estado, ele responde ainda a três processos por agredir homossexuais. Em São Paulo, são duas ocorrências por lesão corporal.
Um dos parceiros contumazes de Donato em São Paulo, segundo a Delegacia de Crimes Raciais, é Artur Ruda Gomes Fonseca, de 20. Os dois chegaram a ser presos no estado, em 2011, depois de terem agredido um grupo de 11 skatistas na Avenida Paulista, nos Jardins.
Clima de alívio na Região da Savassi
A prisão dos três rapazes que se identificam como skinheads, no domingo, sob a acusação de racismo e formação de quadrilha, trouxe alívio para as vítimas das agressões cometidas e para comerciantes da Savassi, na Região Centro-Sul de Belo Horizonte. Ferido a golpes de soco inglês no rosto quando tinha apenas 16 anos, o estudante A.A.M.C., hoje com 18, comemora a prisão de seu agressor, Antônio Donato Peret. “Sinto-me aliviado ao saber que não tem um cidadão como esse circulando mais pelas ruas da cidade. Tenho pena dele, pela cabeça que ele tem. ”
O estudante não consegue esquecer os momentos de terror que viveu ao ser atacado por Antônio Donato e outros três homens na Avenida Getúlio Vargas com Rua Tomé de Souza, na Savassi. “Fiquei completamente sem entender. Eram umas 21h e eu tinha saído de um shopping para encontrar amigos na Savassi. Alguém bateu no meu ombro e quando virei começaram a me agredir. Fiquei em choque”, conta. Para ele, Antônio Donato não tem condições de viver em sociedade.
A mãe do jovem, que é enfermeira, ficou impressionada com a violência do ataque. “Meu filho sofreu um ferimento na boca e levou oito pontos.” Ela espera que os suspeitos continuem presos. “São extremamente violentos, deram vários socos no estômago do meu filho e o chutaram.” O dono de um bar da Tomé de Souza chamou a polícia e os agressores foram presos.
Ex-colegas de trabalho de outro dos presos no domingo, Marcus Cunha, ficaram surpresos com a notícia de que ele estaria envolvido em um grupo neonazista. Marcos já trabalhou como coordenador de atendimento em um dos restaurantes mais tradicionais de Belo Horizonte, na Pampulha. “Estou perplexo com o que fiquei sabendo dele. Ele nunca deixou transparecer nada sobre esse seu comportamento no ambiente de trabalho”, disse o gerente operacional da casa, Ronaldo Costa.
Ronaldo conta que Marcus Cunha passou por avaliação psicológica antes de ser contratado, e que comandava uma equipe de 20 garçons e que o relacionamento entre eles era bom. “Ele pediu demissão por ter recebido uma oferta de trabalho melhor”, disse o gerente operacional.
Cansados de acompanhar a violência praticada por Antônio Donato e seu grupo contra gays, negros, moradores de rua e hippies, comerciantes da Savassi comemoraram a prisão de três dos acusados dos crimes. “Com eles presos, a Savassi vai ficar mais segura e tranquila. Antônio Donato sempre estava no meio da confusão”, disse o dono de um bar.
A mãe do jovem, que é enfermeira, ficou impressionada com a violência do ataque. “Meu filho sofreu um ferimento na boca e levou oito pontos.” Ela espera que os suspeitos continuem presos. “São extremamente violentos, deram vários socos no estômago do meu filho e o chutaram.” O dono de um bar da Tomé de Souza chamou a polícia e os agressores foram presos.
Ex-colegas de trabalho de outro dos presos no domingo, Marcus Cunha, ficaram surpresos com a notícia de que ele estaria envolvido em um grupo neonazista. Marcos já trabalhou como coordenador de atendimento em um dos restaurantes mais tradicionais de Belo Horizonte, na Pampulha. “Estou perplexo com o que fiquei sabendo dele. Ele nunca deixou transparecer nada sobre esse seu comportamento no ambiente de trabalho”, disse o gerente operacional da casa, Ronaldo Costa.
Ronaldo conta que Marcus Cunha passou por avaliação psicológica antes de ser contratado, e que comandava uma equipe de 20 garçons e que o relacionamento entre eles era bom. “Ele pediu demissão por ter recebido uma oferta de trabalho melhor”, disse o gerente operacional.
Cansados de acompanhar a violência praticada por Antônio Donato e seu grupo contra gays, negros, moradores de rua e hippies, comerciantes da Savassi comemoraram a prisão de três dos acusados dos crimes. “Com eles presos, a Savassi vai ficar mais segura e tranquila. Antônio Donato sempre estava no meio da confusão”, disse o dono de um bar.
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