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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

sexta-feira, maio 17, 2013

Charge foto e frase do dia




















































Fidel Castro - Entrevista en 1976


A maldição da classe média


Lula recebe 8 títulos de doutor honoris causa na Argentina



O vice-presidente argentino, Amado Boudou, homenageou Lula com a Menção Honrosa Domingo Faustino Sarmiento
O ex-presidente Lula recebeu nesta sexta-feira oito títulos de doutor honoris causa na Argentina. As universidades de Cuyo, San Juan, Córdoba, La Plata, Tres de Febrero, Lanús, San Martín e a Faculdade Latino-Americana de Ciências Sociais homenagearam o ex-presidente em uma cerimônia que aconteceu no Senado argentino.
Em seu discurso, Lula lembrou que o primeiro diploma que desejou foi o de torneiro mecânico, do qual sua mãe tinha muito orgulho. "A emoção ao receber este primeiro diploma foi a mesma ao receber meu segundo diploma, o de Presidente da República", disse. Para Lula, os oito títulos recebidos hoje reviveram aquela emoção. "Esses títulos não são um reconhecimento (apenas) ao Lula, mas a uma década de transformações democráticas que viveu o Brasil, a Argentina e toda América Latina", afirmou. Ele lembrou também o papel crucial do "companheiro Néstor Kirchner" neste processo e dedicou a homenagem ao ex-presidente argentino. "Néstor, esses títulos também são para você."

Lula também da importância da integração latino-americana, um dos focos de trabalho do Instituto  Lula que fundou. "Temos que trabalhar juntos, destruindo as barreiras que nos separam e construindo pontes que nos unam", afirmou. Ele incentivou maior cooperação entre as universidades brasileiras e argentinas e homenageou os professores e alunos das universidades argentinas que lutaram contra a ditadura militar. Lula falou do papel crucial das relações entre Brasil e Argentina para a integração e brincou dizendo que a Argentina só não pode fazer na Copa do Mundo o que o Boca Juniors fez com o Corinthians na última quarta-feira - o clube argentino eliminou o brasileiro da Copa Libertadores da América - , ou haverá um "grande problema para a integração".

Lula terminou seu discurso falando da crise internacional. "Os que hoje estão em crise, sabiam resolver todos os problemas do meu país", declarou. Ele citou a falta de peso das decisões dos organismos multilaterais e afirmou que "um dos grandes problemas que vivemos hoje é a falta de decisão política, porque faltam líderes políticos". O ex-presidente terminou apontando uma saída para a crise: "Deem menos dinheiro para salvar os bancos e mais para salvar vidas humanas."

O senador Daniel Filmus, presidente da Comissão de Relações Exteriores e Culto do Senado argentino, fez o discurso inicial em que declarou que os títulos estavam sendo entregues a "um homem que lutou contra a adversidade". Ele também lembrou que é a primeira vez que a Argentina tem 30 anos ininterruptos de democracia. Filmus reconheceu que os argentinos sempre foram ensinados a ter medo do Brasil e que Lula teve um importante papel em desfazer essa imagem. "Hoje, tirando no futebol, não temos grandes disputas", brincou.

O senador terminou seu discurso falando da importância das lutas pontuais e constantes dos homens e afirmou que Lula é "um homem imprescindível ao Brasil, para os mais humildes, para os que lutam pela paz no mundo, para Argentina e para toda a América Latina".

Os oito reitores entregaram os certificados dos títulos a Lula e o vice-presidente argentino, Amado Boudou, homenageou Lula com a Menção Honrosa Domingo Faustino Sarmiento. Boudou destacou a importância do desenvolvimento de um corpo de pensamento próprio da América Latina e lembrou a histórica decisão de Lula e Néstor Kirchner de dizer não à Alca e optar por uma integração regional.

Reunião com reitores

Antes da cerimônia, Lula se reuniu com os reitores das universidades que propuseram os títulos. O ex-presidente abriu a reunião falando da honra de receber a homenagem, mas também da responsabilidade dos títulos. Cada um dos dirigentes universitários falou de suas realidades locais e dos motivos para a escolha do ex-presidente brasileiro.

Carlos Ruta, reitor da Universidade de San Martín, disse que Lula é um "símbolo para nossos jovens, que precisam de exemplos de dignidade". O vice-presidente Amado Boudou falou da importância do ato para a "Luta contra o colonialismo intelectual, que talvez seja o mais profundo colonialismo".Lula citou duas ações da educação brasileira: o Prouni e a aprovação da política de cotas, que permitiram um acesso muito mais democrático à educação.- Informações  da assessoria do Instituto Lula

Pau quebra de vez no STF: Mello versus Gilmar

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“Vossa Excelência quer declarar guerra total ao Congresso Nacional?”, perguntou o ministro Marco Aurélio Mello ao colega Gilmar Mendes; julgamento tratava de uma reclamação apresentada pelo governo do Acre e o clima esquentou quando Mello perguntou a Gilmar se ele considerava inconstitucional um artigo da própria Constituição Federal; “Vossa Excelência me respeite”, reagiu Gilmar, antes de tentar encerrar a sessão; tudo ao vivo pela TV Justiça
Numa sessão transmitida ao vivo pela TV Justiça, o pau quebrou de vez no Supremo Tribunal Federal. A mais recente sessão de pancadaria ocorreu entre os ministros Marco Aurélio Mello e Gilmar Mendes, pivô da chamada crise entre os poderes – foi Gilmar quem impediu o Congresso de votar uma lei sobre fidelidade partidária, que contrariava interesses da oposição.
A explosão ocorreu durante a votação da reclamação 4335, apresentada pelo governo do Acre, quando se debatia o artigo 52 da Constituição Federal, em seu inciso X. Um artigo que permite ao Senado rever certas decisões do Supremo Tribunal Federal. “Vossa Excelência declara inconstitucional um artigo da Constituição?”, perguntou Marco Aurélio Mello ao colega. Com cara de espanto, Gilmar reagiu. “Vossa Excelência me respeite”.
Mello, no entanto, prosseguiu. “Vossa Excelência quer declarar guerra total ao Congresso Nacional?”, indagou. Pressentindo que seria derrotado, Gilmar tentou encerrar a sessão, dizendo que não há mais clima.
Diante do mal-estar, o ministro Teori Zavascki pediu vistas, para encerrar o bate-boca.
A controvérsia, no entanto, é importante porque já revela a posição do ministro Marco Aurélio Mello na questão da fidelidade partidária – ao lado do Congresso Nacional. Quando o tema for levado ao plenário do STF, Gilmar tende a ser derrotado. Ele, no entanto, ganhou tempo ao submeter o caso ao procurador-geral Roberto Gurgel.
A lei de fidelidade partidária foi aprovada na Câmara dos Deputados, mas teve sua tramitação suspensa depois de um mandado de segurança apresentado pelo senador Rodrigo Rollemberg (PSB/DF), que obteve liminar de Gilmar Mendes. O ministro recebeu visitas dos presidentes da Câmara e do Senado, mas ainda não submeteu o caso ao plenário – onde já se sabe, agora, qual é a posição de Marco Aurélio Mello.
No 247

Revista Veja teme médicos cubanos no Brasil: “espiões comunistas”




Do site Brasil 247


REVISTA VEJA USA LINGUAGEM DO TEMPO DA GUERRA FRIA PARA CONDENAR A VINDA DE PROFISSIONAIS DA ÁREA DE SAÚDE DE CUBA PARA O BRASIL. SEGUNDO A SEMANAL DA ABRIL, POR TRÁS DOS JALECOS ESTARIAM ESPIÕES COMUNISTAS DISFARÇADOS DE AGENTES DE SAÚDE

médicos cubanos
A paranoia da revista Veja com a vinda de médicos cubanos ao Brasil: “importação de espiões comunistas”
Voltamos à Guerra Fria. Pelo menos, é o que se depreende do tom adotado pela revista Veja, ao comentar a possível vinda de médicos cubanos para o Brasil. No índice, a revista já diz a que veio, com a seguinte chamada: “Por que a importação de médicos cubanos vai inundar o Brasil com espiões comunistas”.
Internamente, o texto da repórter Nathalia Watkins não fica devendo. “Deixar o Partido dos Trabalhadores comandar a política externa dá nisso”, avisa ela, na primeira linha. A jornalista afirma que o governo brasileiro se vê obrigado a colocar os interesses nacionais em segundo plano e a ceder aos desejos dos “aloprados” do partido.
O motivo da celeuma é a importação de 6 mil médicos cubanos, que atenderão a população brasileira em regiões distantes, num acordo anunciado pelos chanceleres Antonio Patriota e Bruno Rodríguez.
Segundo a reportagem, o acordo colocará em risco a saúde dos pacientes, uma vez que Cuba teria um dos piores sistemas de saúde do mundo – o que é desmentido pelas estatísticas de mortalidade infantil e expectativa de vida.
Mas o mais engraçado é a denúncia de que, por trás dos jalecos, estariam espiões comunistas disfarçados de agentes de saúde. Segundo Veja, para cada cinco médicos exportados, vai junto um espião do regime castrista. Portanto, se virão seis mil médicos ao Brasil, serão também 1,2 mil espiões da polícia secreta cubana.

Medicina cubana: jovens brasileiros agradecem a Cuba chance de se tornarem médicos



Do site Brasil 247



Jovens brasileiros agradecem a Cuba chance de estudar medicina

médicos cuba brasil jovens
Cuba oferece bolsas de estudo para estudantes estrangeiros de origem humilde, com o compromisso de servirem seus locais de origem. Foto: reprodução
A jovem brasileira Carina Guimarães agradeceu ao povo e ao governo cubanos a oportunidade que deram a ela e a outros 24 colegas de estudar medicina em Cuba gratuitamente.
“Estou aqui para agradecer ao governo cubano, representado por seus diplomatas no Brasil, a possibilidade de estudar medicina”, disse Carina, em cerimônia realizada na Embaixada de Cuba em Brasília, pouco antes de viajar para a ilha caribenha para começar no próximo ano letivo 2012-2013.
“A melhor maneira de agradecer a Cuba esta oportunidade é nos comprometermos a voltar a nossos lugares de procedência e contribuir na construção, em nossas localidades, de uma verdadeira saúde popular para ajudar os setores que mais necessitam e carecem de atenção médica”, disse.
Na atividade, os 25 jovens brasileiros de 10 dos 27 estados do país (incluindo o Distrito Federal) assinaram o Código de Ética da Escola Latino-Americana de Medicina de Havana e receberam os registros e a certificação que os oficializa como aprendizes da carreira médica.
“Esta cooperação na formação de recursos humanos é fornecida em um contexto muito difícil, como resultado do bloqueio dos EUA contra Cuba por mais de 50 anos e os problemas graves da economia mundial que nos afeta”, indica o Código de Ética em sua introdução.
“Mesmo assim, nossa sociedade tem mantido a sua orientação de humanismo e solidariedade”, ressalta o texto. E lembra que, de 1961 até hoje, formaram-se em Cuba mais de 50 mil alunos de 129 países de todos os continentes, destes, mais de 26 mil de nível superior.
Atualmente, continua ele, estudam em Cuba mais de 30 mil jovens de 121 países e vários territórios ultramarinos, a grande maioria dos quais seguem uma carreira de nível superior.
Por sua parte, o deputado federal do PMDB pelo Estado do Mato Grosso, Victorio Galli, disse à Prensa Latina a importância da oportunidade oferecida por Cuba para estes jovens humildes, carentes dos recursos para estudar medicina.
A encarregada de negócios de Cuba no Brasil, Marieta Garcia, disse que na ilha caribenha não vão encontrar luxos, porque é uma nação do terceiro mundo, mas que socialmente alcançou importantes conquistas em saúde, educação e justiça social que não são apenas para os cubanos, mas são compartilhados com outros povos.
“Essa ação de concessão de bolsas para estudar medicina é um exemplo disso”, exaltou e assinalou que, desde pouco depois do triunfo da Revolução Cubana, em 1 de janeiro de 1959, Cuba oferece bolsas de estudo para estudantes estrangeiros de origem humilde, com o compromisso de, uma vez graduados, servirem aos seus povos.
Prensa Latina
*CarlosMaia