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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

sexta-feira, maio 17, 2013

Revista Veja teme médicos cubanos no Brasil: “espiões comunistas”




Do site Brasil 247


REVISTA VEJA USA LINGUAGEM DO TEMPO DA GUERRA FRIA PARA CONDENAR A VINDA DE PROFISSIONAIS DA ÁREA DE SAÚDE DE CUBA PARA O BRASIL. SEGUNDO A SEMANAL DA ABRIL, POR TRÁS DOS JALECOS ESTARIAM ESPIÕES COMUNISTAS DISFARÇADOS DE AGENTES DE SAÚDE

médicos cubanos
A paranoia da revista Veja com a vinda de médicos cubanos ao Brasil: “importação de espiões comunistas”
Voltamos à Guerra Fria. Pelo menos, é o que se depreende do tom adotado pela revista Veja, ao comentar a possível vinda de médicos cubanos para o Brasil. No índice, a revista já diz a que veio, com a seguinte chamada: “Por que a importação de médicos cubanos vai inundar o Brasil com espiões comunistas”.
Internamente, o texto da repórter Nathalia Watkins não fica devendo. “Deixar o Partido dos Trabalhadores comandar a política externa dá nisso”, avisa ela, na primeira linha. A jornalista afirma que o governo brasileiro se vê obrigado a colocar os interesses nacionais em segundo plano e a ceder aos desejos dos “aloprados” do partido.
O motivo da celeuma é a importação de 6 mil médicos cubanos, que atenderão a população brasileira em regiões distantes, num acordo anunciado pelos chanceleres Antonio Patriota e Bruno Rodríguez.
Segundo a reportagem, o acordo colocará em risco a saúde dos pacientes, uma vez que Cuba teria um dos piores sistemas de saúde do mundo – o que é desmentido pelas estatísticas de mortalidade infantil e expectativa de vida.
Mas o mais engraçado é a denúncia de que, por trás dos jalecos, estariam espiões comunistas disfarçados de agentes de saúde. Segundo Veja, para cada cinco médicos exportados, vai junto um espião do regime castrista. Portanto, se virão seis mil médicos ao Brasil, serão também 1,2 mil espiões da polícia secreta cubana.

Medicina cubana: jovens brasileiros agradecem a Cuba chance de se tornarem médicos



Do site Brasil 247



Jovens brasileiros agradecem a Cuba chance de estudar medicina

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Cuba oferece bolsas de estudo para estudantes estrangeiros de origem humilde, com o compromisso de servirem seus locais de origem. Foto: reprodução
A jovem brasileira Carina Guimarães agradeceu ao povo e ao governo cubanos a oportunidade que deram a ela e a outros 24 colegas de estudar medicina em Cuba gratuitamente.
“Estou aqui para agradecer ao governo cubano, representado por seus diplomatas no Brasil, a possibilidade de estudar medicina”, disse Carina, em cerimônia realizada na Embaixada de Cuba em Brasília, pouco antes de viajar para a ilha caribenha para começar no próximo ano letivo 2012-2013.
“A melhor maneira de agradecer a Cuba esta oportunidade é nos comprometermos a voltar a nossos lugares de procedência e contribuir na construção, em nossas localidades, de uma verdadeira saúde popular para ajudar os setores que mais necessitam e carecem de atenção médica”, disse.
Na atividade, os 25 jovens brasileiros de 10 dos 27 estados do país (incluindo o Distrito Federal) assinaram o Código de Ética da Escola Latino-Americana de Medicina de Havana e receberam os registros e a certificação que os oficializa como aprendizes da carreira médica.
“Esta cooperação na formação de recursos humanos é fornecida em um contexto muito difícil, como resultado do bloqueio dos EUA contra Cuba por mais de 50 anos e os problemas graves da economia mundial que nos afeta”, indica o Código de Ética em sua introdução.
“Mesmo assim, nossa sociedade tem mantido a sua orientação de humanismo e solidariedade”, ressalta o texto. E lembra que, de 1961 até hoje, formaram-se em Cuba mais de 50 mil alunos de 129 países de todos os continentes, destes, mais de 26 mil de nível superior.
Atualmente, continua ele, estudam em Cuba mais de 30 mil jovens de 121 países e vários territórios ultramarinos, a grande maioria dos quais seguem uma carreira de nível superior.
Por sua parte, o deputado federal do PMDB pelo Estado do Mato Grosso, Victorio Galli, disse à Prensa Latina a importância da oportunidade oferecida por Cuba para estes jovens humildes, carentes dos recursos para estudar medicina.
A encarregada de negócios de Cuba no Brasil, Marieta Garcia, disse que na ilha caribenha não vão encontrar luxos, porque é uma nação do terceiro mundo, mas que socialmente alcançou importantes conquistas em saúde, educação e justiça social que não são apenas para os cubanos, mas são compartilhados com outros povos.
“Essa ação de concessão de bolsas para estudar medicina é um exemplo disso”, exaltou e assinalou que, desde pouco depois do triunfo da Revolução Cubana, em 1 de janeiro de 1959, Cuba oferece bolsas de estudo para estudantes estrangeiros de origem humilde, com o compromisso de, uma vez graduados, servirem aos seus povos.
Prensa Latina
*CarlosMaia

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