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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

quinta-feira, maio 23, 2013

ONDE OS MÉDICOS NÃO QUEREM IR, OS ESTRANGEIROS IRÃO!




O caso dos médicos estrangeiros 
Por Hermann Hoffman, no sítio da Adital: 
Não tem volta. Não adianta o Conselho Federal de Medicina (CFM) e a Associação Médica Brasileira (AMB) se desesperarem mais. 
O Governo Federal determinou: médicos espanhóis, portugueses e cubanos agora podem trabalhar no Brasil, nas áreas que muitos médicos brasileiros não querem ir. É oficial. 
Primeiro o acordo foi Cuba e agora com a Espanha. 
Só falta Portugal chegar a um entendimento. 
Os médicos formados nestes países chegarão ao Brasil nos próximos meses, e já adianto, a partir de 9 de julho, a empresa aérea Cubana iniciará voos noturnos semanais de Cuba para São Paulo. 
Segundo o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, os médicos estrangeiros podem trabalhar sem a revalidação dos diplomas por três anos, mas também, sem direito de se transferirem para as grandes capitais, como São Paulo. 
A medida será um paliativo para a deficiência de médicos nos pequenos municípios do Brasil. 
Sobre o registro para exercer a profissão, um tema polêmico e o alvo principal das agressões do CFM e AMB, o ministro Padilha, informou que os profissionais terão uma autorização exclusiva para que só possam atuar em regiões específicas, onde há falta de médicos. 
Ele excluiu a possibilidade que a revalidação dos diplomas seja feita por provas como o Revalida, já que com esta modalidade o profissional estaria livre pra trabalhar em todo Brasil e não haveria a fixação nas zonas mais carentes.  
O critério capital estabelecido pelo Governo Federal, para as cooperações médicas internacionais estão baseadas no descarte automático de países que tenham a taxa de médicos por 1.000 habitantes, inferior a do Brasil (1,95), como é o caso da Bolívia que tem 0,5 médicos por 1.000 habitantes ou o Paraguai que possui 1,3 por 1.000. 
Em contrapartida, países da região como Cuba, que conta com quase 7,0 médicos por cada 1.000 habitantes, a maior quantidade de médicos por habitantes do mundo, está incluído. 
De Cuba são esperados mais de 6 mil médicos que já passaram por aulas de português. 
Espanha e Portugal também irão enviar estes profissionais para o Brasil de acordo com o ministério da Saúde. 
Também serão descartados os médicos formados nas universidades que não sejam reconhecidas pelos próprios países. 
A Organização Mundial da Saúde (OMS) informa que o Brasil possui 17,6 médicos para cada 10 mil pessoas, enquanto a Áustria possui 48 médicos a cada 10 mil cidadãos, contra 40 na Suíça, 37 na Bélgica, 34 na Dinamarca, 33 na França, 36 na Alemanha e 38 na Itália. 
É importante, que além da falta de médicos no Brasil, existe uma péssima distribuição geográfica. 
Em 2011, dos quase 372 mil médicos registrados no país, aproximadamente 209 mil estavam concentrados na Região Sudeste, e pouco mais de 15 mil na Região Norte, o cenário fiel da trágica distribuição no território nacional, fator que também estimula a entrada de médicos do exterior. 
Por fim, para aqueles médicos e estudantes que preparam uma manifestação nacional, no próximo dia 25 de maio, contra a entrada de médicos estrangeiros no Brasil pela via proposta pelo Governo Federal, recomendo humildemente: mais que protestarem por um aumento necessário de médicos, é imprescindível tomarem doses de um bom antídoto chamado humanismo. 
Assim exercerão a medicina para o povo mais necessitado, por um povo carente e com o povo que clama. 
Quem nos tira o direito a legalidade, subtrai do povo as possibilidades. 
*Miro

Ministro Padilha diz "médicos da Elam de Cuba" e a mídia ignorante entende "médicos do Irã e de Cuba". Não dá pra levar a sério



Às vezes a gente leva em consideração uma presumida inteligência e também a formação dos jornalistas da mídia corporativa, e acha que tal matéria evidentemente manipulada só foi produzida porque houve uma orientação da chefia de redação nesse sentido. 
Mas, detalhes como o de hoje, de uma entrevista do ministro da Saúde, Alexandre Padilha, mostra que não. 
Grande parte dos erros de informação da mídia corporativa é fruto de ignorância pura e simples. 
O ministro Padiilha, certamente atendendo às perguntas incessantes sobre a possível vinda de médicos cubanos ao Brasil para dar assistência a municípios que simplesmente não interessam aos médicos brasileiros, disse o seguinte: 
“Descartamos buscar trazer médicos formados em universidades cujo tempo de formação não é reconhecida no próprio país, ou seja, não autoriza exercer medicina no próprio país. Um exemplo que acontece em Cuba, a Elam, ela tem um período de formação de quatro anos para programas internacionais e, depois o estudante tem que continuar fazendo internatos, estágios em Cuba pra poder depois atuar em Cuba, então, nós descartamos qualquer política de atração de profissionais médicos que sejam formados em universidades cuja formação não autoriza atuar no próprio país, isso também já foi descartado” 
Só que nossos ignorantes jornalistas, em vez de dizerem que ministro descartava trazer médicos da Elam (Escola Latinoamericana de Medicina) de Cuba, disseram que o ministro descartava trazer médicos do Irã e de Cuba... 
Lamentável. Deprimente, Risível. Gargalhável.  Se não estivesse em jogo o direito à informação garantido na Constituição.
do Blog do Mello

Médicos cubanos são condecorados no Haíti

Os integrantes da equipe cirúrgica do Hospital Comunitário de Referência de Rabotó, no departamento haitiano de Artibonite, receberam condecoração de Honra Mérito, perto do fim da sua missão. Desde sua chegada a esse país este grupo de médicos salvou centenas de vidas e fez mais de mil cirurgias.



*comtextolivre

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