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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

sábado, maio 25, 2013

Marcha contra o veneno da Monsanto



 Neste sábado (25) milhares de ativistas de várias partes do mundo se reunirão na Marcha contra a Monsanto para protestar contra a transnacional estadunidense de biotecnologia e seus organismos geneticamente modificados (OGMs) que afetam agricultores, natureza e a saúde dos consumidores. O objetivo da marcha transnacional é rechaçar os cultivos e alimentos transgênicos, ao mesmo tempo em que alerta as populações para os perigos destes tipos de produtos, que, segundo pesquisas científicas, podem desencadear problemas de saúde como cânceres, infertilidade e defeitos congênitos. Os/as ativistas organizados/as também rechaçam a Lei H.R.933, chamada ‘Lei de Proteção da Monsanto’ (Monsanto Protection Act), aprovada pelo Congresso dos Estados Unidos e pelo presidente norte-americano Barack Obama, cuja finalidade é impedir a justiça de deter a plantação e a comercialização de colheitas transgênicas sob a alegação de que representariam um risco para a saúde dos consumidores. Além disso, reclamam da falta de informações e pesquisas governamentais que esclareçam sobre os efeitos que os produtos transgênicos causam a longo prazo na vida e na natureza. Também não passou despercebido o fato de a Agência de Alimentos e Medicamentos e o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos serem administrados por ex-empregados da Monsanto. Para os/as ativistas, a "gigante da biotecnologia” se beneficia de favoritismo político, e por isso agricultores orgânicos e pequenos agricultores acabam sendo prejudicados com as patentes exclusivas sobre sementes e composições genéticas, e com o monopólio de fornecimento mundial de alimentos da Monsanto. "Os produtos da Monsanto são prejudiciais para o meio ambiente, por exemplo, os cientistas determinaram que as plantações OGMs e seus pesticidas provocaram a morte massiva de abelhas ao redor do mundo”, exemplificam. Como solução para estes problemas, os/as ativistas pedem que consumidores boicotem os produtos transgênicos e comprem apenas produtos orgânicos, e chamam a atenção sobre a necessidade de haver mais pesquisas científicas e informações sobre os efeitos dos OGMs na saúde da população. Também exigem a anulação das disposições pertinentes da Lei de Proteção da Monsanto e defendem que os executivos da Monsanto e seus apoiadores sejam responsabilizados pelos efeitos negativos que a empresa causa com suas atividades mundiais. A iniciativa partiu da ativista Tami Monroe Canal que insatisfeita com a falta de acesso a produtos agrícolas e frescos resolveu se mobilizar e organizar um protesto. De caráter pacífico, os organizadores alertam aos participantes a possibilidade de haver infiltração de pessoas "contratadas para desacreditar a atividade e os ativistas”. Para mais informações, acesse: http://www.march-against-monsanto.com/ Acompanhe a mobilização também pelo facebook: https://www.facebook.com/MarchAgainstMonstanto
*Turquinho

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