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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

quinta-feira, maio 23, 2013

Povo russo condena Gorbachev e Yeltsin, e aprova Lênin e Stalin Lênin: 55% dos russos aprovam seu governo, quase 90 anos depois.



Lenin Lênin: 55% dos russos aprovam seu governo, quase 90 anos depois.

Povo russo condena Gorbachev e Yeltsin, e aprova Lênin e Stalin


Uma pesquisa realizada na Rússia, divulgada nesta terça-feira (22) pelo Instituto Levada Center, de Moscou, revela algumas coisas importantes na memória histórica do povo russo.
Por José Carlos Ruy


A primeira delas é a valorização dos governantes russos que, ao longo do século 20, defenderam a nação; a outra é a alta aprovação dos governantes comunistas; finalmente, transparece a condenação e o repúdio daqueles que traíram a Pátria e o socialismo.

Os números são expressivos. O tzar Nicolau, que governou até a revolução russa de 1917 e conduziu o país durante duas guerras de grande envergadura (a guerra russo-japonesa de 1905 e a Primeira Guerra Mundial), foi visto de maneira positiva por 48% dos entrevistados, mesmo depois de 95 anos do fim de seu reinado.

Os dirigentes comunistas tiveram aprovação superior a 50%. Lênin, que governou entre 1917 e 1924 (faz 89 anos que deixou o governo) permanece na memória dos russos como um bom governante: teve 55% de aprovação, um ponto abaixo de Leonid Brejnev (1964 a 1982), que teve 56%; Stálin, que governou entre 1922 a 1953 (deixou o poder ao morrer, há 60 anos) e comandou a vitória soviética na Grande Guerra Pátria contra o nazismo, foi aprovado por 50% dos entrevistados, mesmo com toda a campanha de difamação contra ele promovida pela direita e pelos anticomunistas.

A defesa da Pátria e a construção do comunismo ajudam a entender esta avaliação positiva. E explica também a repulsa, na outra ponta, daqueles que traíram o povo e o país. Mikhail Gorbachev (governou entre 1985 e 1991) foi condenado pela imensa maioria dos entrevistados, ficando com apenas 21% de aprovação; seu sucessor, Boris Yeltsin (governou de 1991 e 1999) teve avaliação negativa semelhante, ficando com 22% de aprovação.

O povo não esquece: Gorbachev e Yeltsin promoveram o fim da União Soviética, do socialismo, e o retorno do capitalismo. Foram os responsáveis pelas mazelas que o povo russo vive desde então, com queda acentuada na qualidade de vida, expectativa de vida em queda (era de 70 anos em 1975 e caiu, depois da volta do capitalismo, para 65 anos em 2007), vida insegura e criminalidade ascendente.

Isso não ocorria antes de 1991, quando a União Soviética e o socialismo foram destruídos por Gorbachev e Yeltsin. A avaliação histórica feita pelo povo é implacável! E esclarecedora sobre o caráter dos governos e dos governantes. 

*Vermelho

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