Páginas

Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

sábado, maio 25, 2013

Casta Judiciária: Juiz que mandou prender Planet Hemp recebeu propina de traficante

 do Aldeia Gaulesa 

Esta é uma das situações que simbolizam bem a hipocrisia que reina no debate sobre a legalização da maconha no Brasil. O mesmo juiz que coloca artistas atras das grades por fazerem "apologia as drogas", está bem sentado em sua poltrona, bebendo seu uísque importado e recebendo muita grana de traficantes. Uma situação que demonstra bem os interesses que estão por trás da manutenção da política de proibição das drogas. Manter as drogas ilegais é um negócio extremamente lucrativo, como este juiz corrupto demonstrou.
O pior desta história é que, mesmo ficando provado a prática de corrupção deste magistrado, ele terá como "punição" uma aposentadoria compulsória de "modestos" R$28 mil por mês.
O que acham desta "punição"?

Magistrado foi aposentado por receber propina de R$ 40 mil para conceder liberdade provisória a um traficante em Brasília
O juiz Vilmar José Barreto Pinheiro foi condenado nesta semana pelo Conselho Especial do Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios à aposentadoria compulsória. Ele ficou famoso por mandar prender os integrantes da banda Planet Hemp em 1997 por apologia às drogas. O magistrado foi acusado pelo Ministério Público (MP) do DF de receber propina de R$ 40 mil para conceder liberdade provisória a um traficante em Brasília.
Além de mandar prender os membros da banda, o juiz também proibiu shows e venda de discos no Distrito Federal. O juiz foi afastado em processo que se arrastou durante dez ano. A partir de agora, ele não poderá mais exercer a magistratura, mas continua recebendo salário de mais de R$ 28 mil.
Em um texto no Facebook, o Planet Hemp afirmou que o caso é um retrato "da hipocrisia e falso moralismo da sociedade brasileira". "Se não uma ironia, ao menos uma escancarada safadeza do poder Judiciário brasileiro. Até quando a sociedade dará ouvidos a discursos recheados de interesses e financiados não só pela corrupção, mas pela falta de esclarecimento geral da população? Bater no peito e levantar bandeiras contra as drogas é fácil, ainda mais com o auxílio da mídia atenta em manipular e instigar o senso comum", disse a banda, por meio de um texto.
"Desintoxique-se! E, ao falar isso, não estamos nos referindo a nenhum tipo de substância. Desintoxique a sua percepção! Preste atenção em quem realmente diz ser a voz da justiça desse país, condenando a liberdade de expressão de forma atroz e reflita se é essa a representação que você realmente aceita para si", completou o Planet Hemp no Facebook.

Nenhum comentário:

Postar um comentário