QUANDO A AÇÃO DO GOVERNO MUNICIPAL PROMOVE A INCLUSÃO SOCIAL
Política Nacional para a população em situação de rua será implantada na cidade
Assinatura
do termo de adesão foi marcada pela aula inaugural do Programa de
Qualificação Profissional para a População em Situação de Rua,
ministrada pelo prefeito Fernando Haddad
O prefeito
Fernando Haddad e a ministra de Direitos Humanos, Maria do Rosário,
assinaram nesta terça-feira (28) o termo de adesão à Política Nacional
para a População em Situação de Rua, que prevê a criação de um Comitê
Intersetorial e a construção e implementação da política por toda
cidade. O evento, realizado no Senai "Roberto Simonsen", no Brás, foi
marcado pela aula inaugural ministrada por Haddad.
“Desde
o ano passado, o que eu venho aprendendo com os moradores de rua, com
as lideranças, é muito mais do que eu sou capaz de ensinar em uma sala
de aula”, afirmou o prefeito, que complementou: “Sempre São Paulo
encontra um jeito de acolher as pessoas do mundo todo. Nós temos que
fazer dessa característica da nossa cidade uma força de políticas
públicas no combate da intolerância na busca de igualdade de
oportunidade. Temos que ter políticas que combatam a desigualdade e
celebre a diversidade, pois o fato de sermos diferentes uns dos outros
também faz parte da explicação da força de São Paulo”, afirmou.
O
Comitê PopRua foi constituído na cidade em ato público realizado no dia
23 de março, no Salão Nobre da Faculdade de Direito da USP, no Largo São
Francisco. Ele tem como objetivo construir uma política para a
população de rua e para a construção de oportunidades a fim de garantir a
cidadania da população.
“Aqui,
hoje, São Paulo está nos mostrando que a melhor forma de superar o
preconceito é assegurarmos que nós estamos construindo oportunidades”,
afirmou a ministra Maria do Rosário. “Nós estamos contribuindo para o
sonho de termos uma nação desenvolvida, onde repartimos a renda e
asseguramos o direito a todos, como uma responsabilidade efetiva dos
governantes em todas as esferas. Hoje penso que São Paulo está dando o
exemplo ao Governo Federal indo além da política nacional”, lembrou.
A
composição paritária entre governo e sociedade civil irá contar com
representantes das secretarias municipais de Direitos Humanos e
Cidadania, Assistência e Desenvolvimento Social, Saúde, Trabalho e
Emprego, Habitação, Educação, Serviços, Coordenação de Subprefeituras e
Segurança Urbana, para que a população de rua se sinta com dignidade e
preparada para construir sua autonomia na sociedade.
Também
participaram do ato o secretário municipal de Direitos Humanos e
Cidadania, Rogério Sottili, o ministro geral da Presidência da
República, Gilberto Carvalho, a secretária municipal de Assistência e
Desenvolvimento Social, Luciana Temer, além de representantes do
Movimento Nacional da População de Rua.
“Hoje
nós iremos mostrar para o Brasil e para o Mundo o que está acontecendo
na cidade de São Paulo. Que são Paulo está mudando e que irá mudar de
fato. A população de rua não é mais invisível e não é mais mendigo. A
população de rua é cidadã de direito”, destacou o coordenador do
Movimento Nacional da População de Rua, Anderson Lopes Miranda.
Parceria com o SENAI
A
parceria firmada com o SENAI/SP prevê a criação do Programa de
Qualificação Profissional da População em Situação de Rua, via PRONATEC.
A meta é garantir em um ano a profissionalização e empregabilidade para
2 mil pessoas em situação de rua que serão dividas em dez turmas.
“Ao
falar do curso que começa hoje só vejo boas perspectivas. É a
oportunidade de mostrarmos a força e potencialidade de cada um que está
aqui. Da capacidade de começarmos uma nova vida com compromisso,
autonomia e dignidade”, afirmou o secretário Rogério Sottili.
Alguns
grupos já iniciaram as aulas, como é o caso dos cursos de eletricista
instalador predial de baixa tensão e almoxarife. Nos próximos dias
começarão as aulas de pedreiro e auxiliar administrativo.
“Na
minha opinião, esta é uma ação concreta. Aqui se fala da política e já
tem uma ação, que é essa parceria entre a Prefeitura de São Paulo e o
SENAI”, afirmou o diretor regional do SENAI São Paulo, Walter Vicioni.
Serão
ainda oferecidos cursos profissionalizantes, com duração de 160 horas,
nas seguintes carreiras: almoxarife, auxiliar administrativo,
confeccionador de bolsas em couro e material sintético, confeccionador
de bolsas em tecido, mecânico de bicicleta, mecânico de motores a
diesel, padeiro; pedreiro de alvenaria estrutural, eletricista
instalador predial de baixa tensão, encanador instalador predial, pintor
de imóveis, vidraceiro, e aplicador de revestimento cerâmico.
“O
prefeito esteve conosco na Casa de Oração, no ano passado, prometeu
muitas coisas. Agora vemos que ele está correndo atrás e ajudando os que
querem ser ajudados”, afirmou o aluno Paulo Sergio, inscrito para o
curso de pintura.
A
inscrição é feita pela rede de atendimento da Secretaria Municipal de
Desenvolvimento e Assistencial Social, que seleciona as pessoas em
situação de rua que têm interesse e condições de freqüentar jornada de
até 4 horas seguidas de aulas diárias. Ao final do primeiro mês de
curso, o aluno recebe um auxilio bolsa-presença de R$ 2,00 hora/aula,
condicionadas à sua freqüência. Além disso, os estudantes recebem uma
refeição em cada aula e, caso necessário, auxílio-transporte.
“É
verdade que um diploma de qualificação no SENAI é quase garantia de
colocação profissional, mas, além disso, você vai ter o apoio do CAT,
que é o Centro de Apoio ao Trabalhador, que irá fazer a mediação entre
os empregadores e o formando”, afirmou Haddad, que também mencionou o
projeto de criar Agências de Desenvolvimento em cada subprefeitura para
auxiliar os munícipes que queiram abrir o seu próprio negócio. “Muitos
que serão formados pelo SENAI, e futuramente pelo SENAC, vão querer
exercer a sua própria atividade como empreendedor individual ou como
membro de uma cooperativa”, lembrou.
*Cutucandodeleve
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