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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista
sábado, junho 22, 2013
Resolução do Conselho de Defesa dos Direitos da Pessoa Humana
RESOLUÇÃO Nº 6, DE 18 DE JUNHO DE 2013
PRESIDÊNCIA DA REPÚBLICA
SECRETARIA DE DIREITOS HUMANOS
CONSELHO DE DEFESA DOS DIREITOS DA PESSOA HUMANA
DOU de 19/06/2013 (nº 116, Seção 1, pág. 2)
Dispõe sobre recomendações do Conselho
de Defesa dos Direitos da Pessoa Humana para garantia de direitos
humanos e aplicação do princípio da não violência no contexto de
manifestações e eventos públicos, bem como na execução de mandados
judiciais de manutenção e reintegração de posse.
A MINISTRA DE ESTADO CHEFE DA
SECRETARIA DE DIREITOS HUMANOS DA PRESIDÊNCIA DA REPÚBLICA, na
qualidade de PRESIDENTA DO CONSELHO DE DEFESA DOS DIREITOS DA PESSOA
HUMANA, no uso das atribuições que lhe são conferidas pela Lei nº
4.319, de 16 de março de 1964, dando cumprimento à deliberação unânime
do Colegiado do Conselho de Defesa dos Direitos da Pessoa Humana,
realizada em sua 218ª reunião ordinária;
considerando que a Constituição Federal
em seu art. 5º, IV, IX, XVI, assegura os direitos humanos de reunião e
de livre manifestação do pensamento a todas as pessoas pelos órgãos e
entidades da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios;
considerando que a execução de mandados
judiciais devem se respaldar nos ditames do Estado Democrático de
Direito e no resguardo da integridade física de todas as pessoas;
considerando o disposto na Declaração
Universal dos Direitos Humanos, no Pacto Internacional de Direitos
Civis e Políticos, promulgado pelo Decreto nº 594, de 6 de julho de
1992, especificamente em seus Arts. 6º, 7º e 19, e na Convenção Contra a
Tortura e outros Tratamentos ou penas Cruéis, Desumanos ou
Degradantes, promulgada pelo Decreto nº 40, de 15 de fevereiro de 1991;
considerando o disposto no Código de
Conduta para os Funcionários Responsáveis pela Aplicação da Lei,
adotado pela Assembleia Geral das Nações Unidas na sua Resolução
34/169, de 17 de dezembro de 1979; nos Princípios Básicos sobre o Uso
da Força e Armas de Fogo pelos Funcionários Responsáveis pela Aplicação
da Lei, adotados pelo Oitavo Congresso das Nações Unidas para a
Prevenção do Crime e o Tratamento dos Delinquentes, realizado em
Havana, Cuba, de 27 de Agosto a 7 de setembro de 1999; nos Princípios
orientadores para a Aplicação Efetiva do Código de Conduta para os
Funcionários Responsáveis pela Aplicação da Lei, adotados pelo Conselho
Econômico e Social das Nações Unidas na sua resolução 1989/61, de 24 de
maio de 1989;
considerando o disposto na Portaria
Interministerial SDH/MJ nº 4.226, de 31 de dezembro de 2010, que
estabelece diretrizes sobre o uso da força pelos agentes de segurança
pública;
considerando a Resolução nº 8, de 20 de dezembro de 2012 do Conselho de Defesa dos Direitos da Pessoa Humana;
considerando o disposto no Manual de
Diretrizes Nacionais para Execução de Mandados Judiciais de Manutenção e
Reintegração de Posse Coletiva, editado pelo Departamento de Ouvidoria
Agrária e Mediação de Conflitos do Ministério do Desenvolvimento
Agrário, recomenda:
MARIA DO ROSÁRIO NUNES
A revolta dos bem nascidos e a “revolução” na tela da Globo
Agora, para se divertir, leiam...
A revolta dos bem nascidos e a “revolução” na tela da Globo
Por Davis Sena Filho
(...)
O
Brasil avançou, e muito, em suas conquistas sociais e econômicas. É
visível e palpável e somente não reconhece quem não quer enxergar, por
motivos ideológicos, partidários, culturais, de ordem preconceituosa, de
classe social, que leva à intolerância política e, por seu turno, à
contestação vazia, porque falta uma agenda que elenque as reivindicações
e que prevê também a abertura de diálogo, de maneira democrática e
respeitosa. Não adianta os reacionários de plantão apostarem no
golpismo, tão a caráter das classes privilegiadas, que querem impedir a
distribuição de renda e de riqueza. Não é de bom alvitre as classes
média tradicional e alta, frequentadoras há mais de cem anos de
universidades federais e estaduais reeditarem a Marcha da Família com
Deus e pela Liberdade, porque a que está a acontecer é maior, com maior
tempo de duração e não tem, insisto, uma ainda uma agenda política para
debater o Brasil e dialogar com consciência, com seus interlocutores,
que são e têm de ser as autoridades eleitas e não a os donos e os seus
empregados do sistema midiático privado.
(...)
A
Copa das Confederações já é um sucesso de público e o retorno
financeiro vai se concretizar. A Copa do Mundo de 2014 vai ser uma das
melhores. A Globo vai encher a burra de dinheiro, bem como os seus
anunciantes, e, malandramente, no Jornal Nacional, vai dizer que os
eventos são e serão um fracasso, ainda mais no Governo do PT. Só não dá
mais para dizer que o Brasil não sabe construir estádios. Quando essa
gente viu os estádios prontos ficou furiosa, porque não imaginava tanta
competência. Eles torcem contra o Brasil e tergiversam, distorcem,
manipulam e disfarçam seus desprezos e rancores e desamores. Vários
grupos e em diferentes capitais gritavam: “Foda-se o Brasil”! Afirmo
novamente: todos os países disputam duramente para ter em suas terras
eventos esportivos internacionais. Aqui no Brasil é o contrário. O
complexo de vira-lata, o DNA de escravagista e a alma subserviente e
colonizada impedem, definitivamente, que essa gente reconheça o Brasil e
os direitos de seu povo. Vamos ver que tem mais garrafas para vender em
2014. A maioria do povo trabalhador que vota na Dilma, definitivamente,
não está a ocupar as ruas. Só não vale golpe de estado midiático, a
"revolução" na tela da Globo, como tentaram na Venezuela.
(Clique no título e leia artigo completo no Blog Palavra Livre
*GilsonSampaio
O MPL deu uma aula de sabedoria política ao se recolher em SP
Ficou a mensagem de que o Brasil precisa de mais do que o viciado mundo político que está aí.
Os garotos do MPL de São Paulo deram uma aula de sabedoria política ao decidir encerrar os protestos.
A agenda progressista deles tinha sido tomada por grupos conservadores
com motivações opostas aos ideais igualitários do movimento.
Isso ficou dramaticamente exposto ontem na avenida Paulista.
Extremistas de direita se comportaram como se fossem os responsáveis por
uma mobilização da qual eles tentavam ser apenas usurpadores.
O MPL estava sendo claramente usado, e ao se recolher isso acaba.
Os conservadores não têm capacidade aglutinadora nenhuma, e isso quer dizer que, para eles, a festa acabou.
A maturidade da garotada do MPL contrasta com a precipitação desastrada
de Rui Falcão, presidente do PT, ao convocar os militantes para sair
às ruas ontem na assim chamada “Onda Verde”.
Poderia ter havido uma tragédia em São Paulo, como ficou claro. O
próprio RF aparentemente reconheceu o mau passo ao retirar o tuíte no
qual fizera a convocação inoportuna.
Pela força de São Paulo, é presumível que a calma se espalhe pelo país a partir de agora.
Ficou a lição de que a política brasileira, tal como está empacotada
hoje, é amplamente rejeitada por uma parcela expressiva da sociedade –
sobretudo entre os jovens.
O Brasil progressista está cansado de pactos que inibem avanços sociais
– Lula e Maluf, Dilma e ruralistas, Afif no governo paulista e ao
mesmo tempo no gabinete presidencial etc.
O Brasil progressista não quer aturar a vida toda Sarneys, Delfins. E
deseja outro tratamento para brasileiros desprotegidos, como os
indígenas e os moradores de ajuntamentos como Pinheirinho.
Que o governo fez pelas comunidades removidas para obras da Copa do Mundo?
Esse tipo de política se esgotou – e não adianta o PT percorrer o país
em festas autocongratulatórias para comemorar conquistas que são muito
mais imaginárias que reais, como se vê em todos os levantamentos
internacionais que comparam índices de desenvolvimento social.
O país quer mais do que o PT tem dado em termos sociais. Se o PT não
for capaz de fazer mais, estará aberto um espaço formidável para quem
fizer o que as ruas demandaram estes dias todos.
Essa é a mensagem principal do MPL de São Paulo.
Paulo NogueiraNo DCM
Grupos de periferia se articulam em São Paulo para defender democracia e Dilma
Após violência contra militantes de esquerda em manifestações, Cooperifa
reuniu ativistas para reafirmar posicionamento e unificar bandeiras
por Rede Brasil Atual
São Paulo – Cerca de 60 pessoas representando diversos coletivos e
movimentos sociais que atuam em bairros periféricos da zona sul de São
Paulo se reuniram na noite de ontem (21) na sede da Cooperativa Cultural
da Periferia (Cooperifa), no Jardim Guarujá, para articular estratégias
de combate a ideais classificados como fascistas.
Os participantes discutiram sobre a presença de grupos com símbolos
associados ao nazismo e ao fascismo no ato da última quinta-feira,
quando milhares de pessoas se reuniram na Avenida Paulista pedindo,
entre outras pautas associadas ao conservadorismo, o fim dos partidos e
dos governos. Para a frente periférica, isso, associado a palavras de
ordem como “Fora Dilma”, sinalizou a intenção desses grupos de usar
formas não democráticas para atingir seus objetivos. No ato, bandeiras
de legendas políticas e da Uneafro foram queimadas e militantes ficaram
feridos.
A avaliação preliminar do grupo em formação é que é preciso haver apoio
mútuo entre movimentos sociais e partidos de esquerda, ainda que haja
diversas críticas a eles, especialmente ao PT e ao governo Dilma. “Não é
hora de a Dilma sair. Nós vamos responder nas urnas”, afirmou Débora
Silva Maria, coordenadora das Mães de Maio.
Para a frente periférica, é preciso reafirmar os preceitos da esquerda e
formular uma pauta de reivindicações unificada e objetiva que contemple
as demandas das regiões mais pobres da cidade, além de não permitir que
grupos de direita usem a população como massa de manobra.
Diversos bairros na cidade e em municípios da região metropolitana
também têm sido tomados por manifestações. Jovens já pararam avenidas
importantes da zona sul, entre elas, a Belmira Marin, que liga o Grajaú à
Cidade Dutra, e a Estrada de Itapecerica, no Capão Redondo.
Há mais de uma década, o movimento Hip Hop e os saraus têm reunido
forças de esquerda em bairros afastados das regiões centrais da capital
paulista. Agora, acredita Sérgio Vaz, poeta e coordenador da Cooperifa, é
hora de colocar em prática todo o acúmulo desses movimentos.
“Não é uma luta qualquer. É luta de classes. A gente fala tanta coisa,
escreve tanta coisa. Tanta gente cita o Che Guevara, agora o Mariguella.
Chegou o dia”, avaliou. Vaz acredita que o fortalecimento do
conservadorismo afeta diretamente a periferia. “Normalmente sobra para a
gente. Mas as balas aqui não vão ser de borracha”, afirmou.
*Opensadordaaldeia
Oito dicas pra não pagar mico em tempos de manifestações
Por Sidney Braga
1- Não compartilhe o vídeo dos atores da Globo contra Belo Monte. Esse vídeo de 2011 está cheio de informações falsas. Inclusive alguns atores que gravaram o vídeo se arrependeram depois de descobrir que o que eles disseram não era bem assim.
2- Não diga que foram gastos 30 bilhões em estádios. Na verdade, foram gastos 7 bilhões, que é coisa pra caramba. Desses 7 bilhões, grande parte é emprestado pelo governo federal, mas a maior fatia será paga pela iniciativa privada. Os outros 23 bilhões foram investimentos em infraestrutura, transporte e aeroportos. Inclusive, o investimento em transporte é uma das reivindicações dos protestos.
3- Nunca peça pro governo gastar com saúde o mesmo que se gastou com estádio de futebol. Nos 7 anos de preparação para a Copa, foram gastos aproximadamente 7 bilhões com estádios. Neste mesmo período, foram gastos mais de 500 bilhões com saúde. Então se vc fizer isso, na prática vc ta pedindo pra reduzir consideravelmente os gastos com saúde. Gastos com saúde nunca são demais. Então cuidado pra não pedir a coisa errada.
4- Não peça um presidente pra garantir que algum político seja preso. Isso é papel do poder Judiciário. O manifesto deve ser endereçado a este poder.
5- Não peça um presidente pra impedir a votação de uma lei ou PEC. Isso é prerrogativa do Congresso. O manifesto deve ser endereçado aos parlamentares.
6- Não peça um presidente pra cassar o mandato de algum deputado ou senador. Isso é papel das casas legislativas. Está escrito no artigo 55 da Constituição Federal.
7- Nunca peça pra fechar o Congresso e acabar com os partidos. O último presidente que fez isso foi um Marechal. Tal ato aconteceu em 1968 e foi nada menos do que o temido AI-5 da ditadura.
8- Não compartilhe aquelas informações falsas sobre o auxílio reclusão. O auxílio reclusão é um benefício pago à família do detento que contribuiu com o INSS, logo ele está recebendo um valor pelo qual já pagou anteriormente. O detento deve ser punido, não sua família.
O Mito de Caverna - de Mauricio de Souza
Mito da caverna de Platão - versão Maurício de Souza (em quadrinhos) on @slideshare http://www.slideshare.net/leonardovasconcelos/mito-da-caverna-de-plato-verso-maurcio-de-souza-em-quadrinhos
*Nina
*Nina
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