Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Governo grego anuncia reforma tributária e taxação de grandes propriedades
Tsipras afirmou que Grécia quer pagar dívida, mas voltou a negar renegociação de plano de resgate e reafirmou intransigência quanto aos programas de austeridade
O primeiro-ministro grego, Alexis Tsipras, apresentou neste domingo (08/02) seu plano de governo, dando início ao debate parlamentar de três dias que avalizará as medidas previstas. O programa contempla um pacote de ajuda imediata para fazer frente à crise humanitária, arecontratação dos empregados públicos que foram demitidos injustamente, uma ampla reforma tributária e a taxação de grandes propriedades.
O premiê também anunciou que reivindicará à Alemanha a devolução do empréstimo forçado que os gregos deram aos nazistas durante a Segunda Guerra Mundial e pedirá consertos de guerra para as vítimas da ocupação. "É um dever moral não só para nosso povo, mas também para todos os povos da Europa que lutaram contra o nazismo", destacou.
Agência Efe
Tsipras, durante exposição no parlamento neste domingo
De acordo com Tsipras, a reforma tributária terá a filosofia de que cada cidadão e cada empresa contribua para os ingressos do Estado de acordo com suas capacidades e que acabe com uma situação que permitia que as pessoas com os maiores ingressos se livrem de pagar impostos.
"Nos comprometemos a criar um sistema simples que transferirá o peso de impostos aos ingressos mais altos", disse Tsipras, que acrescentou que será restabelecida a base impostiva isenta em 12 mil euros anuais e será eliminado o polêmico imposto imobiliário sobre a primeira casa, que será substituído por um sobre as grandes propriedades.
As primeiras medidas que serão realizadas a partir da quarta-feira (11/02) incluirão ajuda alimentícia, eletricidade gratuita e pleno acesso à saúde dos mais castigados pela crise, disse Tsipras ao apresentar seu programa de governo no parlamento.
Além disso, acrescentou Tsipras, retornarão a seus postos de trabalho as pessoas cujas demissões violaram leis, como as limpadoras ministeriais, os guardas escolares e os funcionários das universidades.
"Sem reformas do Estado, não conseguiríamos nada, nem com o melhor acordo para a dívida", ressaltou no começo de uma longa enumeração dos planos que o governo fará, ressaltando a máxima prioridade na luta contra o clientelismo e a corrupção.
"Quando se oculta, se abafa e se engaveta, se cria a ilusão de que a corrupção não existe. Na verdade, é o contrário. Nos regimes fechados e nos governos corruptos, onde não existe controle interno ou externo da corrupção, prevalece a falsa ideia de que não existe nada de errado", explicou Dilma.
A presidenta afirmou que o Brasil vive hoje um novo tempo no combate à corrupção.
"A gente não tem que ter medo de ir fundo, porque a verdade liberta, enquanto a mentira cria a falsa ilusão de que tudo está bem. Mas também precisamos ficar atentos, porque a demagogia cria a falsa impressão de que tudo piora", continuou.
"Precisamos ter a coragem de enfrentar as dores do nascimento de um novo Brasil. É isso o que estamos fazendo, doa a quem doer. É assim que vou continuar trabalhando porque tenho as mãos limpas e exijo de todos o mesmo respeito com o dinheiro público".
Com a morte de Getúlio (que se suicidou difamado pelas mídias golpistas), o povo revoltado invadiu as empresas golpistas, ateando fogo e incendiando suas instalações! O POVO NÃO É BOBO REDE GLOBO - e seus paspalhos Jabor, Merval, Leitão, Bonner, Garcia, Annenberg... Canalhas e golpistas! | ★
Naquele outubro de 1996, no café da manhã antes da gravação, Francis estava de mau humor. Era normal. Acabava de sair da cama.
Meia hora depois ele estava de bom humor. Era normal. Nossa conversa na copa antes de gravar era fiada. Francis não falou em Petrobras. No meio do programa, ele jorrou denúncia e transcrevo a gravação:
Francis: "Os diretores da Petrobras todos põem o dinheiro lá...(Suíça) tem conta de 60 milhões de dólares..."
Lucas: "Olha que isso vai dar processo..."
Francis: "É...um amigo meu advogado almoçou com um banqueiro suíço e eles falaram que bom mesmo é brasileiro (…) que coloca 50 milhões de dólares e deixa lá".
Lucas: "Os diretores da Petrobras tem 50 milhões de dólares?"
Francis: "Ahh é claro... imaginem... roubam... superfaturamento...é a maior quadrilha que já existiu no Brasil".
Foi além, mas não deu nomes dos diretores. Nem citou fontes. No próprio programa, o número variou de US$ 50 milhões para 60 milhões. Preocupado, perguntei se queria que cortasse a denúncia, embora o programa, depois de gravado, só sofra cortes por tempo. Francis disse que não.
Na imprensa, numa escala de 1 a 10 em repercussão, a denúncia do Francis mal registrou uns 2 pontinhos. Saíram notas em colunas. Ninguém cobrou da Petrobras. Não sei por que o Francis nunca levou a denúncia para os poderosos Globo, Estadão e Jornal da Globo, onde trabalhava, além do Manhattan Connection, e tinham calibre muito mais grosso do que o GNT.
Seria o poder da Petrobras de silenciar a mídia com sua publicidade? Ou sua reputação na época estava acima de qualquer suspeita? A limitada audiência do canal?
Em novembro, Francis anunciou no programa, também sem aviso prévio, que estava sendo processado pelos diretores da Petrobras, que "queriam US$ 100 milhões de indenização". Na primeira página da carta de intimação dos advogados dos diretores aparecem sete nomes, mas não há este número.
Ainda não descobri de onde saiu. Estes valores quase nunca constam da primeira comunicação entre o processador e o processado.
E pagou sete mil...
Francis entrou num inferno legal. Por sugestão do amigo Ronald Levinsohn, contratou uma advogada e pagou US$ 7 mil. Quando comentei que não era muito, o Francis ficou furioso. Disse que eu não sabia das finanças dele. Até que sabia, porque ele me contava, mas uma só defesa num processo grande poderia destruir a poupança dele. Se perdesse, ficaria arruinado por muito menos do que US$ 100 milhões.
Repercussão na imprensa sobre o processo? Mínima. Saíram notas sobre os assombrosos US$ 100 milhões.
'Arrasado'
Em dezembro, Francis foi passar o Ano Novo em Paris com Sonia Nolasco, Diogo e Anna Mainardi. Diogo disse que ele parecia arrasado. Poucas semanas depois, em janeiro, ligou para o Diogo animadíssimo. Tudo estava sob controle. Diogo comentou com a mulher que o Francis devia ter tomado a bolinha certa naquele dia.
É possível que Paulo Mercadante, seu advogado no Brasil e amigo desde os tempos de Pasquim, tenha informado a ele que o processo não poderia correr na Justiça americana, porque o programa não ia ao ar nos Estados Unidos. Este tipo de processo no Brasil está mais para um punhado de reais do que para os absurdos US$ 100 milhões que assombravam o Francis.
Dia 31 de janeiro, Francis apareceu na gravação passando a mão no ombro esquerdo e se queixando de dor. Saiu direto para o médico, Jesus Cheda, tomar uma injeção de cortisona, como sempre fazia quando estas dores apareciam. Bursite, dizia.
Quatro dias depois, terça-feira, por volta de 5 da manhã, Francis sofreu um fulminante ataque cardíaco e caiu morto no meio da sala, onde ainda estava quando cheguei. O telefone não parava, Sonia não atendia. Atendeu um deles, do presidente Fernando Henrique Cardoso, que deu uma bronca póstuma no Francis pela irresponsabilidade com a própria saúde.
Francis, havia muitos anos, tinha parado de tomar porres, de fumar e de comer bifões crus. O controle da Sonia deu resultado, mas o controle não resolveu o problema da saúde preventiva nem o sedentarismo. Ela não conseguia levá-lo a médicos sérios para fazer check-ups regulares.
Cheesebúrgueres
Melhorou a dieta, mas continuou chegado nos cheesebúrgeres do PJ Clarke's na frente da Globo na hora do almoço e comida chinesa perto da casa dele, onde fez sua última ceia, no Chiam. Parecia um touro de forte. Teve tumores benignos no pescoço, mas não adoecia e nunca deixava de trabalhar. Nem fazia exercício, Nunca. O máximo era uma caminhada semanal com Elio Gaspari do restaurante Bravo Gianni ao museu Metropolitan, para queimar calorias.
Era o dia favorito dele. As noites favoritas eram no balé, com Sonia, ou assistindo óperas e filmes antigos em casa. O último na noite da morte, foi Notorious (Interlúdiono Brasil), de Hitchcock, com Cary Grant e Ingrid Bergman. Da denúncia à morte de Francis foram quatro meses.
Os diretores da Petrobras foram atrás do espólio e da viúva Sonia Nolasco, mas, em parte, por intervenção do presidente Fernando Henrique Cardoso e do próprio advogado, Paulo Mercadante, desistiram do processo. Felizmente o Brasil não desistiu. O petrolinho do profético Francis gerou o Petrolão. A operação Lava Jato deveria ser rebatizada Operação Paulo Francis.
Lula pode liderar reação ao golpismo
Lula, ainda como sindicalista, à frente da greve dos metalúrgicos do ABC
Nos primeiros dias de fevereiro, diminuiu consideravelmente o contingente dos que não acreditam na possibilidade de a direita midiática tentar derrubar a presidente Dilma Rousseff. Alguns fatos recentes foram decisivos para esse despertar da consciência quanto ao ímpeto golpista que se assanhou de forma tão explícita no período indicado.
Para ter ideia de quanto cresceu o nível de radicalização dos derrotados na eleição presidencial do ano passado, faça uma experiência: digite no Google, entre aspas, as seguintes expressões: “impeachment de Dilma” e “impeachment de Lula”. Eis, abaixo, o resultado que obterá.
Esse comparativo se torna espantoso quando se lembra que o governo Lula passou pelo dramático escândalo do mensalão, no qual houve tentativa de envolvê-lo que se imaginava forte. Comparando com o que estão fazendo com Dilma, porém, percebe-se que o ex-presidente acerta quando diz que “nunca viu” fazerem com alguém o que estão fazendo com a sua afilhada política.
Mas os motivos para essa maior consciência sobre a ameaça golpista são bem mais concretos do que pode indicar essa eloquente consulta ao “oráculo” da era digital. Vamos a eles.
1 – Vitória do peemedebista Eduardo Cunha, inimigo declarado do governo, para a Presidência da Câmara. Essa vitória ocorreu em franca hostilização ao Palácio do Planalto e reuniu uma maioria massacrante daquela Casa – 375 deputados, número mais do que suficiente para decretar o impedimento da presidente da República.
2 – Cogitação insistente da tese pró impeachment na grande imprensa. No jornal Folha de São Paulo, por exemplo, entre 31 de janeiro e 6 de fevereiro os termos Dilma e impeachment apareceram todo dia, em 17 matérias. Antes disso, haviam aparecido juntos pela última vez, naquele jornal, só em 29 de dezembro do ano passado.
3 – Fernando Henrique Cardoso, José Serra e o ex-vice-governador tucano de São Paulo Alberto Goldman previram e/ou pediram impeachment da primeira mandatária da nação.
4 – O ex-presidente tucano chegou a encomendar um “parecer jurídico” ao conhecido jurista antipetista Ives Gandra Martins, que, por óbvio, deu parecer favorável, ainda que tal parecer tenha sido condenado por um grande número de juristas, que chegaram a qualificá-lo como mera peça política.
5 – A espetaculosa operação da Polícia Federal que conduziu coercitivamente o tesoureiro do PT, João Vaccari, para prestar depoimento, com direito a um vídeo malandro gravado, obviamente, pelos próprios policiais e divulgado, maliciosamente, como se Vaccari tivesse oferecido resistência, quando, na verdade, os policiais pularam o muro da casa dele ainda de madrugada, antes de tocarem a campainha para comunicá-lo de que teria que acompanhá-los.
6 – Expectativa de queda da popularidade de Dilma, que, se ocorrer, sinalizará à oposição e à mídia que há “clima” para golpe, ainda que o fato de não sair pesquisa sobre o tema desde o ano passado sugira que essa tão almejada queda de popularidade pode não ter ocorrido por enquanto, apesar de a presidente ter passado o mês de janeiro sob artilharia de todos os lados.
De todos esses fatores, porém, o que parece ter indignado mais o PT é o espetáculo montado pela Polícia Federal para conduzir Vaccari para depor. Lembra, em muito, o golpe que policiais deram na candidatura Lula em 1989, quando vestiram camisetas do PT nos sequestradores do empresário Abílio Diniz.
O caso é especialmente grave porque, de todos os que foram presos na tal Operação My Way, só Vaccari teve seu nome exposto na imprensa, apesar de ter sido levado somente para depor, sem acusação formal da Justiça, enquanto que aqueles que foram PRESOS tiveram seus nomes preservados. Tudo isso a 24 horas da comemoração dos 35 anos do PT.
Foi no âmbito desse quadro de golpismo explícito que o PT se reuniu em Belo Horizonte na última sexta-feira para comemorar o aniversário do partido. No evento, a presidente Dilma, mais uma vez, falou sobre todos os ataques que seu governo vem sofrendo. Além de defender a Petrobrás, explicou medidas impopulares que adotou recentemente e pediu à militância de seu partido que reaja.
Evidentemente que Dilma pode falar quanto quiser que a mídia só irá reproduzir o que lhe interessa. O mesmo se dá com Lula. Todas as críticas que ambos fizeram à manipulação de informações contra o governo e contra o partido do governo obviamente que, se saírem, será só na imprensa escrita, que ninguém lê.
Alguns dirão que Dilma poderia usar rede nacional de rádio e tevê para se defender, mas o fato é que os pronunciamentos dessa natureza são reservados para o governante comunicar fatos de interesse da população, não para fazer política, mesmo que seja para se defender. Eventual uso desse meio, neste momento, daria margem para Eduardo Cunha fazer uma das suas, agora que tem poder para tanto…
Porém, a fala mais contundente do evento supracitado foi a de Lula. Sobretudo quando improvisou antes de proferir discurso escrito, que justificou por não querer falar “tudo o que pensa” sobre o que estão fazendo com o seu partido.
Confira, abaixo, a improvisação de Lula antes da leitura de seu discurso.
“A gente fica mais indignado do que outros dias e a gente então tem que ter muito cuidado para não repassar aqui, nessa festa de 35 anos, a indignação que eu fiquei ontem, porque seria muito mais simples a polícia federal ter convidado o nosso tesoureiro para se apresentar do que ir buscá-lo em casa.
Seria muito mais simples dizer que eles estão repetindo o mesmo ritual que eu vejo acontecer nesse Brasil desde 2005, quando começaram as denúncias que eles chamaram de “mensalão”. Toda quinta-feira (…) começa a sair boato; na sexta-feira sai a denúncia, é publicada pelas revistas, sai na televisão; no sábado, continua saindo na televisão; no domingo, massacre pela imprensa e, na segunda-feira, começa um outro assunto para, na semana, começar tudo outra vez.
É um ritual que está se repetindo. Na campanha, a companheira Dilma foi vítima disso como poucas vezes eu vi alguém ser. E a utilização, pela mídia, não é o critério da informação. Porque nós achamos que tudo que acontece no país tem que ser informado, mas o critério adotado pela mídia brasileira é o da criminalização do Partido dos Trabalhadores desde que nós chegamos à Presidência.
Eles trabalham com a convicção de que é preciso criminalizar o nosso partido. Não importa que seja verdade ou não verdade, o que interessa é a construção da versão para se construir uma narrativa.
Então, eu pensei: se eu for falar tudo o que eu penso vai ser muito ruim porque vão dizer que eu estou aqui falando com o fígado, e eu não quero prejudicar o meu fígado com 69 anos de idade (…)”
A fala de Lula tem um significado que vai além das palavras proferidas. Não é o que foi dito, é quem disse. E quem disse foi alguém que tem forte influência, e até ascendência, não apenas sobre o PT, mas sobre os movimentos sociais e sindicais que vêm torcendo o nariz para Dilma, sobretudo após a escolha de ministros que desagradaram esses setores.
Por mais que cogitem que Lula não tenha hoje a força política que tinha ontem, Lula ainda é Lula. Sob seu comando – se é que cabe o termo – CUT, MST e até a UNE, entre muitos outros movimentos sociais, ficarão ao lado da legalidade, ou seja, do mandato constitucional e legítimo obtido por Dilma Rousseff em 26 de outubro do ano passado.
Esse fato novo – Lula estava calado, como Dilma – insere um elemento vital na equação golpista. A menos que a próxima pesquisa sobre a popularidade da presidente revele uma queda muito acentuada, o fator Lula servirá como elemento dissuasório. E mesmo que a queda de popularidade seja pronunciada, com Lula no jogo a direita sabe que haverá reação que poderia não haver sem que ele se dispusesse a liderá-la.
Por fim, a liderança de Lula terá forte efeito sobre a militância independente do PT, que vinha demonstrando irritação com a falta de reação do partido, da presidente e até do próprio ex-presidente. Sob o comando deste, veremos até simpatizantes do PT indo à rua defender a legalidade, se necessário.
É gritante!. A estranha obsessão de Eduardo Cunha com os gays
A obsessão de Eduardo Cunha pelos gays é algo que vai muito além do razoável, até para os padrões
de sua turma.
Em janeiro, Cunha criticou o que o “movimento gay” faz do Judiciário. As entidades
estão, segundo ele, conquistando na Justiça o que não conseguem mudar no Congresso. “O que nos preocupa e isso é um problema sério que nós temos de ficar atentos é a crescente
judicialização favorável ao movimento gay”, disse.
Para ele, a imprensa é uma das grandes aliadas da causa. “Setores da mídia agem no sentido de criar
um clima como se isso tudo fosse normal, inevitável e como se eles fossem maioria, coisa que
absolutamente não o são”, afirma.
Há “demandas insufladas pela TV”, declara, referindo-se provavelmente às novelas. “Na medida em
que os militantes gays não queiram substituir a família tradicional, nada contra eles e contra o seu
comportamento.
O que não podemos permitir é que isso vire uma família”, diz.
No Twitter, Eduardo Cunha já se manifestou diversas vezes para detonar o “gayzismo”. “Estamos
vivendo a fase dos ataques, tais como a pressão gay, a dos maconheiros, abortistas. O povo evangélico
tem de se posicionar”, reclamou. “Boa noite a todos. Muitos ativistas gays agredindo muito no tt. Isto é heterofobia”, escreveu. Cunha é autor de iniciativas como o “Dia do Orgulho Hétero” e a “lei da heterofobia” (PL 7.382/10), para proteger, em tese, sujeitos decentes como ele. É evidente que esse não é o único e nem o maior problema de Eduardo Cunha, amigo do falecido PC Farias e envolvido em denúncias de roubo desde o início da vida pública, mas chama a atenção a dedicação ao tema e seu visível incômodo. Numa entrevista ao Valor, ele reagiu indignado às comparações com Frank Underwood, o antiheroi do sensacional seriado “House of Cards”. “Eu acho isso um absurdo. Eu vi essa série. Existem três diferenças clássicas, ali: o cara é um assassino, o cara é um corrupto e o cara ainda é um homossexual. Não dá para eu aceitar essa comparação. É ofensiva”. Parte dessa histeria é para atender seu público. A distopia sexual propagada por gente como Cunha, que prega que viveremos num país de cabeça para baixo se não tomarmos uma atitude, lhe rende votos. A outra parte é patológica. Nos EUA, onde a direita religiosa nutre a mesma fixação, a escritora e líder evangélica Rachel Held Evans causou barulho ao criticar essa monomania. “Minha pergunta para os evangélicos é esta: vale a pena? É uma ‘vitória’ contra o casamento gay perder mais jovens para o cinismo em relação à igreja? É uma ‘vitória’ perpetuar a idéia de que os cristãos estão em guerra com as pessoas LGBT? Eu, por exemplo, estou cansada de tentar defender os evangélicos quando seus líderes se comportam de maneira indefensável.” “Um grande homem disse uma vez que tudo era sobre sexo. Exceto sexo. Sexo é poder”, disse Frank Underwood — que, de resto, é bissexual. Mais uma diferença de Eduardo Cunha, veja só.
São curiosos esses tempos de crise e de vácuos de poder.
Recentemente foi divulgada uma entrevista de Jango com John Foster Dulles, o brasilianista, em 15 de novembro de 1967.
Na entrevista, um mea culpa: “Goulart disse que em seus esforços para promover reformas estruturais, ele fez concessões demais a grupos políticos no Brasil”.
O objetivo era aprovar as reformas estruturais: “Foram reformas em prol da independência, do desenvolvimento, do bem-estar do povo e da justiça social. A justiça social não era algo no sentido marxista ou comunista”.
Mostrou como a ampliação dos meios de comunicação aumentou as demandas da população: “Hoje, com o uso amplo de rádios e televisores, o povo pobre vê as condições melhores que existem em outros lugares. O grande problema é a justiça social. Não é um problema de comunismo. Mas a insatisfação pode se converter em revolta se as condições não melhorarem. 92% da América Latina se encontra na condição mais precária possível”.
Finalmente, mencionou a campanha da imprensa contra seu governo: “Houve uma campanha para envenenar a opinião pública contra “meu governo”. Goulart disse que a imprensa estava contra seu governo. Ele acrescentou que a imprensa tem problemas financeiros e é influenciada por grandes grupos empresariais”.
Na raiz de todo acirramento da mídia estão problemas financeiros provocados por épocas de transição tecnológica. Foi assim nos anos 20, com o advento do rádio; nos anos 50, com o início da TV; nos anos 60, com a crise financeira dos jornais. E agora.
Do ponto de vista financeiro, tem-se a seguinte situação:
1. No ano passado, pela primeira vez a Rede Globo fechou no vermelho. A empresa está revisando todo seu modo de produção, acabando com os contratos permanentes com artistas, que eram mantidos no cast, muitas vezes sem aproveitamento, apenas para não serem contratados por competidores. O quadro está tão complicado, que a ABERT (Associação Brasileira das Empresas de Rádio e Televisão) levantou o veto que tinha em relação à TV digital, vista agora como uma forma de faturamento suplementar
2. A Editora Abril está se esvaindo em sangue. O valor do vale refeição caiu para R$ 15,00, que só cobre o preço do refeitório instalado no prédio. Há informações de que até o refeitório será desativado nos próximos dias. As redações estão abrindo mão de jornalistas experientes, sendo trocados por novatos sem grande experiência.
3. O Estadão está há tempos à venda.
4. A Folha caminha para ser, cada vez mais, uma editoria da UOL.
É uma questão de vida ou de morte: ou empalmam o poder ou tornam-se irrelevantes.
O jogo da informação
É por aí que se entende a campanha da mídia em busca do impeachment.
Os vícios do modelo político brasileiro afetam todos os partidos. Mais ainda o governo FHC com a compra de votos e as operações ligadas ao câmbio e à privatização. A gestão Joel Rennó foi das mais controvertidas da história da empresa.
Ao tornar o noticiário seletivo, os grupos de mídia conspiram contra o direito à informação, centrando todo o fogo em uma das partes e blindando todos os malfeitos dos aliados.
Ontem, a diretora da Central Globo de Jornalismo, Silvia Faria, enviou um e-mail a todos os chefes de núcleo com o seguinte conteúdo:
“Assunto: Tirar trecho que menciona FHC nos VTs sobre Lava a Jato
Atenção para a orientação
Sergio e Mazza: revisem os vts com atenção! Não vamos deixar ir ao ar nenhum com citação ao Fernando Henrique”.
O recado se deveu ao fato da reportagem ter procurado FHC para repercutir as declarações de Pedro Barusco – de que recebia propinas antes do governo Lula.
No Jornal Nacional, o realismo foi maior. Não se divulgou a acusação de Barusco, mas deu-se todo destaque à resposta de FHC (http://migre.me/oyiwP) assegurando que, no seu governo, as propinas eram fruto de negociação individual de Barusco com seus fornecedores; e no governo Lula, de acertos políticos.
Proibiu-se também a divulgação da denúncia da revista Época (do próprio grupo) contra Gilmar Mendes.
No Estadão, a perspectiva de um racionamento inédito de água, assim como as repercussões na saúde e na economia, é tratado da seguinte maneira.
Se não vierem chuvas até março, a SABESP finalmente adotará o racionamento. Era essa a posição da empresa desde o ano passado e foi impedida pelo governador Geraldo Alckmin.
Só após a posse do novo presidente, Jerson Kelman, a SABESP conseguiu romper com os vetos de Alckmin ao racionamento. Respeitado internacionalmente, Kelman assumiu declarando que crises de água precisam ser tratadas com coragem e racionamento.
Segundo a matéria do Estadão, “A pedido do governador Geraldo Alckmin (PSDB), o presidente da SABESP Jerson Kelman definirá até o fim da semana um nível mínimo de segurança do Sistema Cantareira”.
A total falta de atitudes de Alckmin é convertida em “monitoramento diário”. Algumas reportagens relataram o fato da única atitude de Alckmin consistir em consultar um aplicativo de tempo no seu celular, para torcer pela chegada das chuvas.
Na reportagem do Estadão, essa demonstração de amadorismo, de um governador sem nenhum conhecimento de questões hídricas monitorar “pessoalmente” as chuvas, converte-se em uma prova de responsabilidade: ”O quadro hídrico vem sendo monitorado pessoalmente pelo governador e sua equipe diariamente e debatido em reuniões que acontecem a cada dois dias no Palácio Bandeirantes”.
Na home do Estadão, uma reportagem especial sugere que a responsabilidade pela crise é do prefeito Fernando Haddad que deixou de aplicar um programa de despoluição da Billings. O título na home é “Governo Haddad deixou de investir R$ 1,6 bi em represas”.
Na matéria interna, esclarece-se que os problemas são a não liberação de recursos pelo PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) e o fato dos valores de licitação do programa – feitos na gestão Kassab – incluírem insumos (como asfalto e cimento) em valores acima do teto estabelecido pela Caixa Econômica Federal.
Os fatos e a campanha
Mesmo com todo o poder de fogo, sozinhos os grupos de mídia não conseguem criar um mundo virtual. Ainda mais nesses tempos de redes sociais, o enfrentamento precisa ser dado através de uma estratégia de comunicação — que também não é algo feito no ar. Ela precisa estar subordinada a uma estratégia política, à identificação dos pontos nevrálgicos do noticiário, ao tratamento antecipado de todo tema sensível, à criação da agenda positivo.
De qualquer modo, na primeira reunião com seu Ministério, Dilma já definiu sua estratégia de comunicação. Juntou os Ministros e ordenou a eles mais ou menos o seguinte:
– Vocês precisam entrar na batalha de comunicação.
São curiosos esses tempos de crise e de vácuos de poder.
Recentemente foi divulgada uma entrevista de Jango com John Foster Dulles, o brasilianista, em 15 de novembro de 1967.
Na entrevista, um mea culpa: “Goulart disse que em seus esforços para promover reformas estruturais, ele fez concessões demais a grupos políticos no Brasil”.
O objetivo era aprovar as reformas estruturais: “Foram reformas em prol da independência, do desenvolvimento, do bem-estar do povo e da justiça social. A justiça social não era algo no sentido marxista ou comunista”.
Mostrou como a ampliação dos meios de comunicação aumentou as demandas da população: “Hoje, com o uso amplo de rádios e televisores, o povo pobre vê as condições melhores que existem em outros lugares. O grande problema é a justiça social. Não é um problema de comunismo. Mas a insatisfação pode se converter em revolta se as condições não melhorarem. 92% da América Latina se encontra na condição mais precária possível”.
Finalmente, mencionou a campanha da imprensa contra seu governo: “Houve uma campanha para envenenar a opinião pública contra “meu governo”. Goulart disse que a imprensa estava contra seu governo. Ele acrescentou que a imprensa tem problemas financeiros e é influenciada por grandes grupos empresariais”.
Na raiz de todo acirramento da mídia estão problemas financeiros provocados por épocas de transição tecnológica. Foi assim nos anos 20, com o advento do rádio; nos anos 50, com o início da TV; nos anos 60, com a crise financeira dos jornais. E agora.
Do ponto de vista financeiro, tem-se a seguinte situação:
1. No ano passado, pela primeira vez a Rede Globo fechou no vermelho. A empresa está revisando todo seu modo de produção, acabando com os contratos permanentes com artistas, que eram mantidos no cast, muitas vezes sem aproveitamento, apenas para não serem contratados por competidores. O quadro está tão complicado, que a ABERT (Associação Brasileira das Empresas de Rádio e Televisão) levantou o veto que tinha em relação à TV digital, vista agora como uma forma de faturamento suplementar
2. A Editora Abril está se esvaindo em sangue. O valor do vale refeição caiu para R$ 15,00, que só cobre o preço do refeitório instalado no prédio. Há informações de que até o refeitório será desativado nos próximos dias. As redações estão abrindo mão de jornalistas experientes, sendo trocados por novatos sem grande experiência.
3. O Estadão está há tempos à venda.
4. A Folha caminha para ser, cada vez mais, uma editoria da UOL.
É uma questão de vida ou de morte: ou empalmam o poder ou tornam-se irrelevantes.
O jogo da informação
É por aí que se entende a campanha da mídia em busca do impeachment.
Os vícios do modelo político brasileiro afetam todos os partidos. Mais ainda o governo FHC com a compra de votos e as operações ligadas ao câmbio e à privatização. A gestão Joel Rennó foi das mais controvertidas da história da empresa.
Ao tornar o noticiário seletivo, os grupos de mídia conspiram contra o direito à informação, centrando todo o fogo em uma das partes e blindando todos os malfeitos dos aliados.
Ontem, a diretora da Central Globo de Jornalismo, Silvia Faria, enviou um e-mail a todos os chefes de núcleo com o seguinte conteúdo:
“Assunto: Tirar trecho que menciona FHC nos VTs sobre Lava a Jato
Atenção para a orientação
Sergio e Mazza: revisem os vts com atenção! Não vamos deixar ir ao ar nenhum com citação ao Fernando Henrique”.
O recado se deveu ao fato da reportagem ter procurado FHC para repercutir as declarações de Pedro Barusco – de que recebia propinas antes do governo Lula.
No Jornal Nacional, o realismo foi maior. Não se divulgou a acusação de Barusco, mas deu-se todo destaque à resposta de FHC (http://migre.me/oyiwP) assegurando que, no seu governo, as propinas eram fruto de negociação individual de Barusco com seus fornecedores; e no governo Lula, de acertos políticos.
Proibiu-se também a divulgação da denúncia da revista Época (do próprio grupo) contra Gilmar Mendes.
No Estadão, a perspectiva de um racionamento inédito de água, assim como as repercussões na saúde e na economia, é tratado da seguinte maneira.
Se não vierem chuvas até março, a SABESP finalmente adotará o racionamento. Era essa a posição da empresa desde o ano passado e foi impedida pelo governador Geraldo Alckmin.
Só após a posse do novo presidente, Jerson Kelman, a SABESP conseguiu romper com os vetos de Alckmin ao racionamento. Respeitado internacionalmente, Kelman assumiu declarando que crises de água precisam ser tratadas com coragem e racionamento.
Segundo a matéria do Estadão, “A pedido do governador Geraldo Alckmin (PSDB), o presidente da SABESP Jerson Kelman definirá até o fim da semana um nível mínimo de segurança do Sistema Cantareira”.
A total falta de atitudes de Alckmin é convertida em “monitoramento diário”. Algumas reportagens relataram o fato da única atitude de Alckmin consistir em consultar um aplicativo de tempo no seu celular, para torcer pela chegada das chuvas.
Na reportagem do Estadão, essa demonstração de amadorismo, de um governador sem nenhum conhecimento de questões hídricas monitorar “pessoalmente” as chuvas, converte-se em uma prova de responsabilidade: ”O quadro hídrico vem sendo monitorado pessoalmente pelo governador e sua equipe diariamente e debatido em reuniões que acontecem a cada dois dias no Palácio Bandeirantes”.
Na home do Estadão, uma reportagem especial sugere que a responsabilidade pela crise é do prefeito Fernando Haddad que deixou de aplicar um programa de despoluição da Billings. O título na home é “Governo Haddad deixou de investir R$ 1,6 bi em represas”.
Na matéria interna, esclarece-se que os problemas são a não liberação de recursos pelo PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) e o fato dos valores de licitação do programa – feitos na gestão Kassab – incluírem insumos (como asfalto e cimento) em valores acima do teto estabelecido pela Caixa Econômica Federal.
Os fatos e a campanha
Mesmo com todo o poder de fogo, sozinhos os grupos de mídia não conseguem criar um mundo virtual. Ainda mais nesses tempos de redes sociais, o enfrentamento precisa ser dado através de uma estratégia de comunicação — que também não é algo feito no ar. Ela precisa estar subordinada a uma estratégia política, à identificação dos pontos nevrálgicos do noticiário, ao tratamento antecipado de todo tema sensível, à criação da agenda positivo.
De qualquer modo, na primeira reunião com seu Ministério, Dilma já definiu sua estratégia de comunicação. Juntou os Ministros e ordenou a eles mais ou menos o seguinte:
– Vocês precisam entrar na batalha de comunicação.
Eles:
– Como?
E ela, mais ou menos assim:
– Virem-se.
Governo dos EUA confessa que dificulta acesso dos cubanos à internet
Segundo o jornalista Fernando Ravsberg, correspondente da BBC em Havana, os Estados Unidos confessaram sua culpa diante da dificuldade de acesso à internet em Cuba.
“A política dos Estados Unidos deixará de ser uma barreira à conectividade em Cuba” disse Roberta Jacobson, subsecretaria de Estado para o hemisfério ocidental, no Congresso estadunidense.
É a primeira vez que um membro do governo dos EUA reconhece que o bloqueio tem sido uma barreira para que os cubanos possa acessar à Rede Mundial de Computadores.
Roberta Jacobson liderou a delegação estadunidense que participou, em janeiro, do primeiro diálogo bilateral para a normalização das relações diplomáticas entre os dois países.
Diretora da Central Globo de Jornalismo, Silvia Faria, determinou a todos os chefes de núcleo em email enviado no fim de semana: "Tirar trecho que menciona FHC nos VTs sobre Lava a Jato (...) revisem os vts com atenção! Não vamos deixar ir ao ar nenhum com citação ao Fernando Henrique"; emissora dirigida por João Roberto Marinho deu o recado depois de reportagem ter procurado o ex-presidente para repercutir as declarações de Pedro Barusco, de que recebia propinas na Petrobras desde 1997, antes do governo Lula; o Jornal Nacional sequer divulgou a acusação de Baruco, mas deu total destaque à resposta de FHC sobre o caso; segundo o tucano, em seu governo, as propinas eram fruto de negociação individual de Barusco com seus fornecedores; no governo Lula, de acerto políticos
9 DE FEVEREIRO DE 2015 ÀS 09:42
247 – O direcionamento no noticiário da Globo, emissora dirigida pelo herdeiro João Roberto Marinho, a fim de prejudicar o atual governo da presidente Dilma Rousseff, e apoiando, assim, a campanha pelo impeachment, está mais do que comprovado. Neste fim de semana, a diretora da Central Globo de Jornalismo, Silvia Faria, enviou o seguinte email a todos os chefes de núcleo da emissora:
"Assunto: Tirar trecho que menciona FHC nos VTs sobre Lava a Jato
Atenção para a orientação
Sergio e Mazza: revisem os vts com atenção! Não vamos deixar ir ao ar nenhum com citação ao Fernando Henrique".
O email foi divulgado pelo jornalista Luís Nassif neste domingo, em seu blog. O recado foi enviado após a veiculação de uma reportagem que procurou o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso para repercutir as declarações do ex-gerente da Petrobras Pedro Barusco – de que recebia propinas na estatal desde 1997, antes do governo Lula. Barusco prometeu devolver aos cofres públicos uma fortuna de US$ 97 milhões em dinheiro desviado.
No Jornal Nacional, a acusação de Barusco sequer foi divulgada, mas deu-se todo destaque ao comentário de FHC sobre o caso (assista aqui). O tucano assegurou que, no seu governo, as propinas eram fruto de negociação individual entre Barusco e os fornecedores. Já no governo Lula, eram fruto de acertos políticos.