Governo grego anuncia reforma tributária e taxação de grandes propriedades
Tsipras afirmou que Grécia quer pagar dívida, mas voltou a negar renegociação de plano de resgate e reafirmou intransigência quanto aos programas de austeridade
O primeiro-ministro grego, Alexis Tsipras, apresentou neste domingo (08/02) seu plano de governo, dando início ao debate parlamentar de três dias que avalizará as medidas previstas. O programa contempla um pacote de ajuda imediata para fazer frente à crise humanitária, arecontratação dos empregados públicos que foram demitidos injustamente, uma ampla reforma tributária e a taxação de grandes propriedades.
O premiê também anunciou que reivindicará à Alemanha a devolução do empréstimo forçado que os gregos deram aos nazistas durante a Segunda Guerra Mundial e pedirá consertos de guerra para as vítimas da ocupação. "É um dever moral não só para nosso povo, mas também para todos os povos da Europa que lutaram contra o nazismo", destacou.
Agência Efe
Tsipras, durante exposição no parlamento neste domingo
Tsipras, durante exposição no parlamento neste domingo
De acordo com Tsipras, a reforma tributária terá a filosofia de que cada cidadão e cada empresa contribua para os ingressos do Estado de acordo com suas capacidades e que acabe com uma situação que permitia que as pessoas com os maiores ingressos se livrem de pagar impostos.
"Nos comprometemos a criar um sistema simples que transferirá o peso de impostos aos ingressos mais altos", disse Tsipras, que acrescentou que será restabelecida a base impostiva isenta em 12 mil euros anuais e será eliminado o polêmico imposto imobiliário sobre a primeira casa, que será substituído por um sobre as grandes propriedades.
As primeiras medidas que serão realizadas a partir da quarta-feira (11/02) incluirão ajuda alimentícia, eletricidade gratuita e pleno acesso à saúde dos mais castigados pela crise, disse Tsipras ao apresentar seu programa de governo no parlamento.
Além disso, acrescentou Tsipras, retornarão a seus postos de trabalho as pessoas cujas demissões violaram leis, como as limpadoras ministeriais, os guardas escolares e os funcionários das universidades.
"Sem reformas do Estado, não conseguiríamos nada, nem com o melhor acordo para a dívida", ressaltou no começo de uma longa enumeração dos planos que o governo fará, ressaltando a máxima prioridade na luta contra o clientelismo e a corrupção.
*operamundi
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