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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

quinta-feira, fevereiro 26, 2015

LULA MANDA UM RECADO A IMPRENSA:

EM ATO PELA DEFESA DA PETROBRAS E DO ESTADO DEMOCRÁTICO DE DIREITO, LULA MANDA UM RECADO A IMPRENSA:
Durante a manifestação promovida pela CUT e a FUP em defesa da Petrobras, o ex-presidente Lula falou sobre o atual governo da presidente Dilma e a polêmica envolvendo a estatal. Ele reclamou do posicionamento adotado pela oposição e parte dos veículos de comunicação. “Você vai ter que ser criminalizado pela imprensa. Começa o processo pela sentença. O problema é que se eu conto uma inverdade, por exemplo, ela vira verdade no inconsciente”, disse.
O ex-presidente argumentou sobre o fato de que o governo do PT acaba sendo acusado pela oposição devido ao esquema de corrupção da estatal. “Eu não tenho que saber que você cometeu um crime, se você é o chefe, foi você quem cometeu o crime. É como se uma mãe fosse culpada por seu filho ser traficante. Toda vez que na história da humanidade se tentou criminalizar a política o resultado foi sempre pior”, declarou.
Sobre a presidente, Lula falou que ela precisa adotar o posicionamento de quem venceu a disputa eleitoral. “A Dilma vai ter que se levantar e dizer eu vou cuidar do meu País. Nós ganhamos as eleições e parece que estamos com vergonha. Eles perderam e estão todos pomposos por aí”, afirmou.
O ex-presidente ainda classificou a manifestação como um ato em favor das conquistas dos trabalhadores da Petrobras. “Defender o Brasil é defender os trabalhadores, defender os trabalhadores é defender a democracia e defender a democracia é dar continuidade no processo de políticas que já foi iniciado”, pontuou.
Lula mandou um recado para os veículos de comunicação. “Eu quero dizer para a imprensa que eu cheguei à presidência duas vezes sem ela. O papel da imprensa não é ser Pró-Lula ou Pró-Dilma. O papel da imprensa é informar o cidadão”, ressaltou.
O petista lembrou também da forma como foi educado pelos pais e declarou que se orgulha do posicionamento que sempre adotou. “Eu sou filho de uma mulher analfabeta, sou filho de um pai analfabeto. O mais importante legado que minha mãe deixou foi o direito de andar de cabeça erguida e ninguém fará eu andar de cabeça baixa neste País, ninguém. Honestidade é mérito. Eu quero paz e democracia, mas, se eles não querem, nós vamos brigar também”, argumentou.

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