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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

segunda-feira, fevereiro 09, 2015

Mulheres escrevem no corpo o que o feminismo significa para elas

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O feminismo não é uma simples ideia, mas uma ideologia que muda percepções, aumenta a autoestima, empodera e transforma vidas. Como forma de provar isso, a fotógrafa Maria Ribeiro deu início ao projeto fotográfico Nós, Madalenas, uma série de retratos em que mulheres escrevem em seus próprios corpos o que o feminismo significa para cada uma delas.
Em preto e branco e sem qualquer tipo de tratamento digital, significados particulares da ideologia aparecem ao lado de rostos, histórias, marcas, celulites e estrias. Essas mulheres não aceitam as regras de beleza ou de vida impostas por uma sociedade que tem o homem como centro e descobriram-se ainda mais poderosas e plenas dentro do feminismo. O projeto tem por objetivo expressar, através da arte, o que a luta pelo direito de ser mulher representa e o que os movimentos que têm unido as mulheres para criar força e transformar esse quadro representam na vida de cada uma – e, consequentemente, na sociedade“explicou a fotógrafa à Revista Fórum.
Mais do que uma sensível série de fotografias, o projeto Nós, Madalenas é uma proposta de reflexão sobre como o feminismo tem mudado vidas e dado novos fôlego e perspectivas às mulheres. Confira algumas das imagens:
Todas as fotos © Maria Ribeiro
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8/2/2015Geledés Instituto da Mulher Negra


Leia a matéria completa em: Mulheres escrevem no corpo o que o feminismo significa para elas - *Geledés 

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