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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

domingo, fevereiro 22, 2015

Bloqueio dos EUA impede Cuba de receber 102 mil dólares por título no basebol


Foto: Ricardo López Hevia - Granma/Cubadebate
Segundo o jornalista Luis Augusto Símon, Cuba ficou sem o prêmio em dinheiro em que tinha direito pelo título da Liga do Caribe de basebol

A Liga do Caribe é um campeonato que tem o patrocínio da Major League Baseball que segue as determinações do Departamento de Controle dos Bens Estrangeiros dos EUA, que diz que nenhum cubano residente em Cuba e nem organismos estatais cubanos podem receber pagamentos em dólares por qualquer tipo de transação. Gourriel, Cepeda e Despaigne, cubanos eleitos para o Jogo das Estrelas, também não receberam os prêmios. 

E, para piorar, as autoridades do basebol estadunidense criaram medidas que facilitam a “deserção” de jogadores cubanos. “Não é mais preciso que peçam permissão oficial ao governo dos Estados Unidos para firmar contrato com as franquias da MLB. E os jogadores que assinarem contrato precisam declarar que não são mais cidadãos cubanos”, informa Símon no "Cuba sem Barreiras". 

A declaração é a seguinte: “Declaro que assumi residência permanente fora de Cuba. Além disso, declaro que não pretendo voltar a Cuba e que não me permitirão voltar. Declaro também que não sou funcionário do Governo de Cuba e que não sou membro do Partido Comunista de Cuba''. 

Ainda segundo o jornalista, que agora tem um blog exclusivo sobre o esporte cubano no UOL, as decisões dos estadunidenses combatem a nova política cubana em relação à saída de jogadores para o exterior. Em relação ao Japão, por exemplo, os atletas cubanos “são liberados para jogar, através de contratos preparados conjuntamente entre as entidades esportivas dos dois países e se comprometem a voltar a Cuba para defender a seleção em competições internacionais”. 

Mais um exemplo que mostra que o bloqueio contra Cuba permanece bem ativo. 

Cuba conquistou o título heroico no último dia 8 de fevereiro.

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