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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

sábado, fevereiro 21, 2015

Comprador da Vale do Rio doce no governo FHC é um dos 8 mil sonegadores da HSBC



Um vazamento de informações no braço suíço do HSBC revelou que o banco ajudou mais de 100 mil clientes a abrirem contras secretas na Suíça. Os documentos trazem informações sobre a movimentação de contas bancárias entre 1988 e 2007, que somam mais de US$ 100 bilhões em depósitos.

Por redação, com informações do Jornal i9

O Brasil aparece em quarto lugar entre os países com maior número de clientes com contas secretas no banco, registradas desde a década de 1970 até o ano de 2006. Mais de 8,7 mil brasileiros depositaram US$ 7 bilhões no período.
Dois bilionários brasileiros já foram identificados, Edmond Safra e membros da família Steinbruch.
Diversos membros da família Steinbruch, fundadores do conglomerado Vicunha, também foram identificados. O grupo detém indústrias de tecidos, a Vicunha Têxtil, e de aço, Vale do Rio Doce e a Vicunha Siderurgia, que controla a Cia. Siderúrgica Nacional (CSN) e o banco Fibra.
Os dois irmãos herdeiros do império, Mendel e Eliezer, eram clientes do HSBC. Mendel era beneficiário de seis contas e foi conectado a outras cinco. Os dois irmãos faleceram em 1994 e 2008, respectivamente.
A esposa de Mendel, Dorothea Steinbruch, controlava parte do conglomerado e também era cliente do banco. Ela foi ligada a doze contas diferentes. Todos os seus filhos também são clientes do banco, segundo a ICIJ.
Dentre os filhos está Benjamin Steinbruch, Filho de Mendel Steinbruch e Dorothea Steinbruch, foi incumbido de procurar novos negócios para o grupo no governo de Fernando Henrique Cardoso (PSDB) em 1999. Entrou nas privatizações liderando os consórcios que compraram a Companhia Siderúrgica Nacional e a Companhia Vale do Rio Doce, entre outras. Acabou por abrir mão de suas ações na Vale para aumentar sua participação na CSN, empresa da qual atualmente é o principal acionista. Ocupou também a posição de gestor executivo no Banco Safra, na gestão 2008-2011. Durante sua gestão faturou equivalente a 200 milhões de reais.

Os irmãos de Benjamin

Clarice, Leo e Fabio listados nesta em outra investigação da ICIJ. Em 2013, o consórcio de jornalismo investigativo divulgou, em parceria com 38 veículos, uma lista de milionários com contas secretas nas Ilhas Virgens Britânicas, outro paraíso fiscal. Eles aparecem como acionistas e diretores da empresa Peak Management Inc.
Foi apontado pela Folha de São Paulo como o Primeiro Bilionário da "Era Tucana"


O ex-funcionário do HSBC em Genebra, Herve Falciani, é o homem por trás do maior vazamento de dados na história dos bancos. As informações obtidas por ele em 2007 mostravam que a filial suíça do segundo maior banco do mundo “ajudou” clientes ricos a driblar o pagamento de milhões de dólares em impostos.
Oito anos depois, ele disse, em entrevista à BBC, que se sente “vingado” e “aliviado”, já que os dados revelados por ele finalmente vieram à tona e o escândalo vem sendo investigado em várias partes do mundo.
Segundo Falciani, estamos longe do fim da história, já que ainda há muitas informações sobre o esquema do HSBC.
Aliás, para ser bem preciso, há um milhão de bits em dados, afirma o ex-funcionário.


Confira o artigo original no Portal Metrópole: http://www.portalmetropole.com/2015/02/comprador-da-vale-do-rio-doce-no.html#ixzz3SLOB1Hhj

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