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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

sábado, fevereiro 28, 2015

tucanato se reuniu nesta sexta-feira. E amarelaram diante do impeachment.

PSDB amarela. Primeira vitória da contra-ofensiva

PETROBRAS5


A cúpula do tucanato se reuniu nesta sexta-feira.
E amarelaram diante do impeachment.
É a primeira vitória política provocada pelo encontro na ABI da terça-feira, no qual Lula deixou bem claro que, se a direita quiser guerra, haverá guerra.
Para vocês verem como é importante fazer a luta política e ir para a contra-ofensiva.
Os próprios tucanos não conseguiram esconder que desistiram do impeachment em virtude das declarações de Lula e do MST.
Ficaram com medo de uma deflagração social.
E tem que ter mesmo, porque haveria sim um cenário de guerra civil se os tucanos, em conluio com a mídia, tramassem um golpe branco para usurpar o poder que o povo se recusou a lhes dar.
O líder do MST, João Pedro Stédile, declarou em alto e bom som que todos movimentos sociais marcharão ao lado do campo progressista contra um impeachment da presidenta Dilma.
A esquerda tem inúmeras críticas ao governo federal. Tinha antes da reeleição e tem mais ainda agora.
Mas quer exercer essas críticas num ambiente democrático.
Tem esperança de usar a democracia para convencer o governo sobre a importância de seus projetos.
O PSDB asseverou que não participará das marchas de impeachment agendadas para o dia 15 de março.
Apenas um tucano ou outro mais golpista, como Aloysio Nunes, disse que estará lá.
Falta o governo acordar de seu torpor e reagir. Até porque, a meu ver, o PSDB aguardará ao menos 1 ano e pouco de governo para voltar a pedir o impedimento de Dilma.
Lula, sob os conselhos de Franklin Martins, que sugeriu ao presidente e ao governo que falassem todos os dias, começou a reagir à ofensiva midiática de 2005 e encerrou o governo com recorde histórico de aprovação.
Por que não chamam novamente Franklin Martins?
*
O texto abaixo acaba de ser publicado no blog do Gerson Camarotti.
Cúpula tucana avalia que impeachment não é solução
Num longo almoço realizado nesta sexta-feira (27) no Instituto Fernando Henrique Cardoso, em São Paulo, caciques do PSDB chegaram à conclusão de que o impeachment não é solução para a crise política instalada no país. Na avaliação conjunta, um processo de impedimento da presidente Dilma Rousseff traria um transtorno enorme ao país e à democracia.
“É preciso ter responsabilidade com o país maior do que qualquer projeto de partido”, resumiu ao Blog um dos presentes.
Além do anfitrião, o ex-presidente Fernando Henrique, estavam presentes os senadores Aécio Neves (MG), presidente da legenda, Cássio Cunha Lima (PB), líder da bancada, José Serra (SP), Tasso Jereissati (CE) e Aloysio Nunes Ferreira (SP). Houve consenso dos presentes de que o governo está num momento de extrema fragilidade e sem rumo.
No entanto, num cálculo pragmático, os tucanos lembraram que a queda de Dilma levaria o PMDB ao poder. E obrigaria o PSDB a compor uma coalizão em momento de grande dificuldade na política e na economia. Nesse caso, o PSDB seria chamado para ser uma espécie de avalista, com pouca influência no processo decisório.
Num momento descontraído, o ex-presidente Fernando Henrique brincou com Aécio Neves: “Diante desse quadro, ainda bem que você perdeu a eleição”. Sem perder o humor, o mineiro respondeu: “Vou para casa cuidar dos meus filhos”.
Quanto às manifestações em favor do impeachment marcadas para o dia 15 de março, o PSDB tomou a decisão de não participar. Mas alguns tucanos, como o próprio senador Aloysio Nunes – que estava no almoço -, já avisaram que estarão nas manifestações.
Na conversa, todos criticaram uma declaração recente do ex-presidente Lula de que poderia convocar o exército do MST para barrar as manifestações contra Dilma. A fala de Lula foi classificada como “inapropriada” para o momento.
Na saída, o senador Cássio Cunha Lima externou sua preocupação com o momento político. Foi quando Fernando Henrique comentou: “Estamos em cima de um barril de pólvora”.
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*cafezinhp

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