Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Paim protocola projeto de imposto sobre grandes fortunas
Imposto sobre Grandes Fortunas: está aí o projeto de lei!
Por Luiz Afonso Alencastre Escosteguy, em seu blog.
Discussões à parte, o Senador Paulo Paim (PT/RS) protocolou o PLS 315/2015 que “Institui o Imposto sobre Grandes Fortunas, de que trata o art. 153, inciso VII, da Constituição Federal e dá outras providências”. Clique no link para ler o texto completo: IGF – PLC Paim
Que não se alegue ser projeto de origem “comunista” ou coisa de petralha – defesa que certamente farão os contrários ao imposto, com ajuda das famílias bilionárias da mídia oligárquica – pois é norma inserida na carta constitucional dita “cidadã”, elaborada por uma constituinte soberana na sua representação da sociedade e do povo brasileiros.
É mais do que hora de recuperarmos a cidadania constitucional e colocarmos em prática a justiça tributária, tão cara e necessária para que tenhamos uma pátria de fato para todos.
A campanha que a mídia oligárquica tem feito e fará contra o projeto, já se sabe, será intensa e covarde, pois busca e buscará defender seus bilionários donos e os bilionários investidores em publicidade/propaganda de suas empresas. O projeto está na mesa, não adianta mais fugir ao debate.
Atentem apenas ao canto que as sereias cantarão para enganar os menos avisados e cooptá-los para a defesa de algo que os atinge diretamente, pois não é crível que assalariados, de qualquer classe, aceitem de boa-fé defender que uns poucos usurpem a riqueza do país, construída com o trabalho e não com a especulação ou acumulação de patrimônio.
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PS O Cafezinho.
Encontrei um estudo interessante, do IPEA, que traz comparativos internacionais, para o Imposto sobre Grandes Fortunas. E o parâmetro do estudo é o projeto do Paim.
Conspiração judicial sofre a sua primeira grande derrota
Miguel do Rosário no Cafezinho
Se o juiz Sergio Moro nunca leu Montesquieu, o ministro Teori Zavaski fez questão de mostrar que leu, gostou e entendeu.
Trecho de seu voto, ao mandar Moro abrir os portões das masmorras do Paraná.
“(…)não consta ter o paciente (do Habeas Corpus concedido ontem) se disposto a realizar colaboração premiada, como ocorreu em relação aos outros. Todavia, essa circunstância é aqui absolutamente irrelevante, até porque seria extrema arbitrariedade – que certamente passou longe da cogitação do juiz de primeiro grau e dos Tribunais que examinaram o presente caso, o TRF da 4ª Região e o Superior Tribunal de Justiça – manter a prisão preventiva como mecanismo para extrair do preso uma colaboração premiada, que, segundo a Lei, deve ser voluntária (Lei 12.850/13, art. 4º, caput e § 6º). Subterfúgio dessa natureza, além de atentatório aos mais fundamentais direitos consagrados na Constituição, constituiria medida medievalesca que cobriria de vergonha qualquer sociedade civilizada.”
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Teori foi educadíssimo e elegante, como convém a um ministro do Supremo. Felizmente, os tempos das truculências verbais já se foram com Joaquim Barbosa, de triste memória.
Mas a elegância pode ferir mais que uma ofensa. E Teori entendeu que, diante dos arbítrios midiáticos de Sergio Moro, era importante defender alguns princípios básicos da nossa Constituição democrática. E o primeiro deles é não condenar ninguém antes de lhe proporcionar amplo direito de se defender.
Regrinha básica que Roma e Grécia implantaram há alguns milhares de anos, mas que, de vez em quando, o nosso Judiciário (com chancela de uma mídia que deveria ser guardiã de valores democráticos) parece esquecer.
O recado de Teori não poderia ser mais claro. Não se pode prender ninguém para “forçar” delação premiada. Isso é o que fazia a Santa Inquisição.
Isso “constituiria medida medievalesca”.
Ora, era justamente isso que Moro, promotores e delegados do Paraná vinham tentando fazer.
Na verdade, conseguiram com Paulo Roberto Costa – que depois mudou ou retificou o seu depoimento – após a República do Paraná ameaçar prender sua família inteira.
Conseguiram com Pedro Barusco e Alberto Youssef, ambos doentes.
O problema é que essas delações não são confiáveis. Se fossem confiáveis, porque não “prender preventivamente” o senador Aécio Neves, se Youssef declarou que ele recebia mesada de US$ 120 mil, através do esquema entre a Bauruense e a Furnas?
Não se pode combater corrupção violando os princípios fundamentais de uma democracia. Até porque seria um falso combate, uma farsa, que não combateria nada.
A República do Paraná – essa “força-tarefa” que reúne Moro, alguns promotores, alguns delegados e mídia – queria manipular as delações, para atingir Dilma e, sobretudo, Lula.
Era uma conspiração judicial infame. Que ainda não sabemos se falhou, porque eles têm muita força, e estão determinados.
Mas sofreram um profundo revés com a decisão de Teori de botar os pingos nos is.
Falta agora soltar o Vaccari e sua mulher, pois se eles são culpados (e que eu saiba, ainda vigora em nossa democracia o princípio da presunção da inocência), podem esperar a sentença e os recursos em liberdade, como deveria ser a regra para todo cidadão brasileiro perseguido, justa ou injustamente, pelo Estado.
Joaquim Barbosa já declarou-se suspeito para julgar Ricardo Teixeira
por Helena Sthephanowitz, para a RBA
Então ministro do STF, Barbosa segurou processo contra ex-presidente da CBF, em 2005. Momento seria oportuno para explicar os reais motivos da 'suspeição
Em 2005, o ex-presidente da Confederação Brasileira de Futebol Ricardo Teixeira entrou com uma ação no Supremo Tribunal Federal (STF), o Agravo de Instrumento (AI) 566892, em que tentava um recurso contra "quebra de sigilo bancário em investigação" e "trancamento de Ação Penal" que corria contra ele no Tribunal Regional Federal da 2ª Região (Rio de Janeiro), movida pelo Ministério Público Federal.
No dia 1º de agosto daquele ano, o processo foi distribuído para o então ministro Joaquim Barbosa relatar. Barbosa deu andamento, entregando o processo para vistas ao procurador-geral da República (PGR), que o devolveu quatro meses depois, em 2 de dezembro. Seguiu-se o recesso do Judiciário e, em meados de fevereiro, Teixeira juntou uma petição.
Porém, no dia 9 de março de 2006, Joaquim Barbosa declarou-se suspeito e pediu à então presidenta do STF, Ellen Gracie, para redistribuir para outro relator. Isso depois de conduzir a relatoria por sete meses sem se ver em suspeição.
O juiz pode ser declarado suspeito nos casos mencionados no artigo 135 do Código de Processo Civil:
I - amigo íntimo ou inimigo capital de qualquer das partes;
II - alguma das partes for credora ou devedora do juiz, de seu cônjuge ou de parentes destes, em linha reta ou na colateral até o terceiro grau;
III - herdeiro presuntivo, donatário ou empregador de alguma das partes;
IV - receber dádivas antes ou depois de iniciado o processo; aconselhar alguma das partes acerca do objeto da causa, ou subministrar meios para atender às despesas do litígio;
V - interessado no julgamento da causa em favor de uma das partes.
Parágrafo único. Poderá ainda o juiz declarar-se suspeito por motivo íntimo.
REPRODUÇÃO
Entre processo chegar a Barbosa e este declarar-se 'suspeito', passaram-se mais sete meses de impunidades
O Agravo de Instrumento de Ricardo Teixeira foi redistribuído para o ex-ministro Cezar Peluso que, 15 meses depois, decidiu contra o recurso. O julgamento pela 2ª Turma, por unanimidade, seguiu o relator.
Mas esta derrota pontual de Teixeira no STF não trouxe, até hoje, nenhum efeito prático contra ele. Teixeira conseguiu trancar ou arquivar em outros tribunais a maioria dos processos e investigações que o Ministério Público Federal abriu contra ele desde 2002, após a CPI do Futebol realizada em 2001.
No momento em que o escândalo de corrupção na CBF e na Fifa ganha as manchetes mundiais e toda a nação pergunta perplexa por que os cartolas brasileiros se safam na Justiça daqui há tantos anos e só vieram a ser pegos pelo FBI estadunidense, Joaquim Barbosa deveria explicar quais foram os motivos que o levaram a se sentir impedido de relatar o processo em relação a Ricardo Teixeira.
Uma proximidade com a cartolagem pôde ser notada na abertura da Copa do Mundo de 2014 na Arena Corinthians. Então presidente do STF, Joaquim Barbosa fez questão de assistir o jogo ao lado do então presidente da CBF, José Maria Marin, hoje preso na Suíça e aguardando processo de deportação para os Estados Unidos, acusado de receber propinas de empresas de marketing em cima de contratos tais como da venda de direitos de transmissão para TVs.
Barbosa prestigiar Marin nesta época foi providencial para o cartola de CBF, de quem Dilma Rousseff guardava distância, mantendo-o longe de seu camarote neste jogo. Só o presidente da Fifa, Joseph Blatter, pôde ficar ao lado da presidenta. As desavenças de Dilma com Marin não eram só pelo passado de agente político da ditadura, mas também pela própria resistência da CBF contra mudanças moralizadoras nas estruturas do futebol brasileiro. Tanto é que a presidenta recebeu na época uma comitiva de jogadores do movimento Bom Senso Futebol Clube, que se opunham à corrupção e à má gestão dos cartolas no futebol.
As propostas do Bom Senso FC foram acatadas pela presidenta Dilma e deram origem à Medida Provisória do Futebol (MP 671/15 ) encaminhada ao Congresso. A CBF faz pressão sobre os parlamentares da "bancada da bola" para modificar a MP de acordo com os interesses da cartolagem atual, interesses estes que só tem sido bom para o bolso dos cartolas, dos donos de TVs e outros empresários agora encalacrados com o FBI, mas péssimo para o futebol brasileiro, levando-o ao fundo do poço, simbolizado na derrota por 7 a 1, em casa, diante da seleção da Alemanha.
A luta agora é para preservar as mudanças positivas da MP que está em tramitação. Coisa nada fácil com a atual composição do Congresso Nacional.
Los avanzados misiles antibuque chinos YJ-18, una "pesadilla para EE.UU."
La República Popular China desarrolla cada vez más y prueba con éxito nuevas armas de última generación para su Armada, entre ellas los misiles supersónicos antibuque YJ-18, que provocan preocupación por parte de expertos y autoridades militares de EE.UU.
China está completando sus destructores con misiles supersónicos antibuque de nueva generación YJ-18 que podrían ser una "pesadilla" para la Armada de EE.UU., escribe en su nuevo artículo el experto de la revista 'The National Interest' Lyle J. Goldstein. El informe del Departamento de Defensa de EE.UU. del año 2015 hace hincapié en el arma, describiéndola como un "paso significativo" y al mismo tiempo "una mejora dramática" en el ámbito de los misiles por parte de China.
Según la información de varias fuentes chinas citadas por la revista,los misiles supersónicos de lanzamiento verticalYJ-18 tienen una velocidad de Mach 0.8 con alcance de 180 kilómetros. Por otra parte, en el modo de aceleración la velocidad puede alcanzar la velocidad de Mach 2.5-3, aunque la distancia recorrida en este caso sería de unos 20 kilómetros.
El desarrollo de los YJ-18 junto con los buques de guerra y los misiles lanzados desde el aire crean un poderoso sistema de ataque global chino, opina Goldstein y añade que para el país asiático, el misil va a jugar un papel importante en el caso de las disputas marítimas. De este modo, la renovada atención que presta China hacia su desarrollo militar "obligará a EE.UU. a seguir trabajando para preparar de manera adecuada sus fuerzas armadas", concluye el experto.
A postura tendenciosa e a falta de imparcialidade da imprensa brasileira influenciam, de forma direta, a formação da opinião da população.
Em pesquisa, o #Ibope resolveu avaliar o tema. Para 41% dos entrevistados, a imprensa mostra uma situação econômica mais negativa do que a realidade.
Manifestación antisionista bloquea desfile proisraelí en EEUU
Manifestantes antisraelíes durante el denominado ‘Desfile del Día de Israel’ celebrado en Nueva York, Estados Unidos. 31 de mayo de 2015.
Manifestantes antisraelíes obstaculizaron la marcha de los participantes en el ‘Desfile del Día de Israel’, evento anual que se celebra en Nueva York, noreste de Estados Unidos.
En la marcha proisraelí que recorrió el domingo la Quinta Avenida de Manhattan, los manifestantes antisraelíes gritaron lemas y pidieron el desmantelamiento del régimen sionista.
Los judíos ortodoxos, que no reconocen el régimen de Tel Aviv, bloquearon las vías, pese a las fuertes medidas de seguridad implementadas en torno al desfile, que tuvo lugar desde las 11:00, hora local.
Los activistas, pertenecientes al movimiento antisionista Neturei Karta, se oponen al “sionismo” y aseguran que, según las enseñanzas de la Tora, los judíos “tienen la obligación” de expresar públicamente su protesta con la ocupación de los territorios palestinos por el régimen israelí.
El evento que se celebra anualmente desde 1964 en Nueva York, contó con la presencia del gobernador de la ciudad, Andrew Cuomo, el alcalde Bill de Blasio y los miembros de la delegación legislativa de la urbe así como con distintos miembros del parlamento israelí.
La organización pro derechos humanos Amnistía Internacionaldenunció el pasado mes de febrero los crímenes de guerra cometidos por el régimen de Israel en su ofensiva de 51 días (entre julio y agosto de 2014) contra la sitiada Franja de Gaza.
Como consecuencia de las agresiones israelíes contra el enclave costero, de acuerdo con el Ministerio palestino de Salud, más de 2310 palestinos perdieron la vida, entre ellos un gran número de mujeres y niños, y 11.000 resultaron heridos.
En el portal de internet de la Sexta Flota de Estados Unidos ha sido publicado un video que recoge el sobrevuelo de un avión ruso Su-24 sobre el destructor estadounidense USS Ross en el Mar Negro, cerca de territorio marítimo ruso.
El destructor estadounidense USS Ross (DDG-71), cuya tripulación "se comportó de modo provocador" surcando los límites de las aguas territoriales rusas, fue repelido el pasado sábado por el sistema de defensa de Rusia, según una fuente de alto rango del Ministerio ruso de Defensa.
El video muestra cómo un cazabombardero Su-24 se acerca al acorazado y luego vuela a alta velocidad a lo largo de la trayectoria del navío estadounidense.
"El destructor se dio cuenta de que los cazas rusos, con toda sus munición y misiles apuntados hacia él, iniciaban la maniobra de ataque. Además, el sistema de misiles costeros Bastión-P apuntó sus cohetes desde el buque de la Flota del Mar Negro. La tripulación [del destructor] comprendió que si avanzaban 50 metros y cruzaban la frontera [rusa] tendrían graves problemas", señaló un alto cargo del Ministerio de Defensa ruso.
O presidente russo, Vladimir Putin acredita que a intervenção ocidental no Oriente Médio têm levado ao surgimento de EI.
“Não havia terrorismo nos países onde EI está ativo agora até que se produziu uma inaceitável interferência externa, que teve lugar sem a autorização do Conselho de Segurança da ONU”, disse Putin terça-feira em uma reunião com autoridades de segurança dos BRICS.
“Nós sabemos o que está acontecendo no Oriente Médio e Norte da África. Sabemos que os problemas relacionados com a organização terrorista” na região, que é chamado de EI.
Pouco antes da 7ª cimeira BRICS na cidade russa de Ufa, Putin discutira a cooperação em matéria de segurança com os Estados membros conselheiros de segurança dos BRICS.
Fracasso da coalizão contra EI
Enquanto isso, o Ministério dos Negócios Estrangeiros russo observou que a coalizão internacional lutando contra o EI não cumpriu a sua missão no Iraque e na Síria.
“Apesar dos esforços desenvolvidos pela chamada coalizão liderada pelos Estados Unidos contra o terrorismo”, o EI está trabalhando “ainda mais ativo”, disse o Ministério das Relações Exteriores russo em um comunicado nesta terça-feira.
O Ministério referiu-se à recente tomada da histórica cidade de Palmira pelo Estado Islâmico e disse que esta é uma indicação de que a coalizão liderada pelos Estados Unidos é incapaz de lidar com o grupo terrorista.
“Os ganhos recentes dos terroristas na Síria (Palmira) e os assassinatos brutais de civis que se seguiram demonstram a ineficácia da abordagem da coalizão”, disse o ministério.
O comunicado do ministério também acusou certos países ocidentais e regionais de usar dois pesos e duas na luta contra o Estado Islâmico.
“Mais uma vez, apelamos às partes regionais e internacionais a abandonar a sua prática viciosa de usar dois pesos e duas medidas na luta contra o terrorismo e iniciem uma cooperação eficaz com os governos do Oriente Médio que estão lutando diretamente contra a ofensiva do Estado Islâmico”, disse o ministério.
EUA e alguns de seus aliados vem realizando ataques aéreos sobre algumas posições de EI no Iraque desde agosto do ano passado. Em setembro, eles também começaram a bombardear na Síria, sem autorização do governo de Damasco ou autorização da ONU.
Arábia Saudita, Qatar e Turquia têm vindo a apoiar grupos terroristas na Síria nos últimos quatro anos de conflito.
Carl Sagan foi um cientista que, definitivamente, não teve medo de especular. É claro que ele sabia muito bem separar o que era ciência do que era especulação. Mas o jeito irresistível através do qual relacionava conceitos científicos com conteúdos imaginativos pertinentes tornava seu pensamento único e fascinante para o público leigo. Não é à toa que ele é considerado um dos maiores divulgadores de ciência de todos os tempos. Além de inspirar toda uma geração de novos cientistas (em grande medida com a série Cosmos), Sagan também adotava um tom poético e filosófico nos assuntos que discutia, tornando suas reflexões ao mesmo tempo belas e dotadas de elementos capazes de despertar uma consciência humanista nas pessoas.
Se fôssemos apresentar todas as frases de impacto do astrônomo que têm o potencial de tornar uma pessoa melhor, provavelmente teríamos de escrever um livro. Mesmo assim, resolvemos escolher algumas citações e pensamentos de Carl Sagan que sintetizam certos aspectos centrais da visão que ele tinha das coisas. Se “somos todos poeira de estrelas” é a única referência que você tem sobre as ideias de Sagan, então os tópicos abaixo podem lhe ajudar a se aprofundar um pouco mais no jeito tão especial que ele tinha de encarar o cosmos – e nós mesmos. Confira:
A ciência é muito mais do que um corpo de conhecimentos. É uma maneira de pensar. A afirmação é fundamental para entender a forma como o cientista enxergava o próprio ofício. Completamente apaixonado pelo que fazia, para ele ciências como a física ou a astronomia não se limitavam a um punhado de fórmulas frias e conceitos abstratos. Muito pelo contrário, eram ferramentas poderosas e fascinantes que nos permitiam sondar o desconhecido, além de expandir nosso entendimento sobre a realidade da maneira mais confiável possível.
Toda criança começa como uma cientista nata, e então nós arrancamos isso delas. Entre as características que ele valorizava em um cientista e em qualquer outra pessoa estão a curiosidade e a imaginação, traços típicos das crianças. Para o astrônomo, pensar cientificamente era algo como interrogar de forma metódica diversos aspectos da natureza, o que não deixa de ser uma forma de curiosidade aplicada. A respeito da imaginação, ele acreditava ser um dos motores fundamentais do conhecimento humano.
Um livro é a prova de que os humanos são capazes de fazer mágica. Além da forte inclinação por especular, Sagan também era um intelectual com enorme capacidade de relacionar diferentes áreas do conhecimento – e fazia isso excepcionalmente bem. Para conseguir esta naturalidade em transitar por diversos repertórios, é preciso muita leitura e erudição multidisciplinar. Cosmos, por exemplo, é repleto de narrativas sobre a história da ciência, e em vários momentos o astrônomo declara sua admiração pelos livros.
Nós somos uma maneira de o cosmos se autoconhecer. Se somos feitos de poeira de estrelas sistematicamente organizada para formar seres dotados de consciência, então podemos dizer que somos o universo pensando sobre si próprio. A abordagem se insere na convicção de que nós, humanos, não somos tão diferentes assim da realidade física que nos cerca, e de que interagimos com ela constantemente – de formas que estamos apenas começando a entender. Em outras palavras, você e o cosmos estão intimamente conectados. O astrônomo costumava citar mitos de nossos antepassados que nos concebiam como filhos tanto do céu quanto da terra.
Nossa obrigação de sobreviver e prosperar é devida não apenas a nós mesmos, mas também ao cosmos, antigo e vasto, do qual surgimos. Sagan possuía um profundo senso de reverência com relação à vida e ao ser humano. Ele acreditava que estar vivo e ter uma consciência era não apenas um privilégio, mas também uma grande responsabilidade. Como salientou em diversos momentos, nossa espécie atingiu um ponto crítico de sua história, no qual tem o próprio destino nas mãos. Todo o conhecimento e bagagem evolutiva que acumulamos nestes poucos milênios podem ser usados de forma a engrandecer nossa civilização – ou então destruí-la por completo, se insistirmos nos erros do passado.
Cada um de nós é, sob uma perspectiva cósmica, precioso. Se um humano discorda de você, deixe-o viver. Em cem bilhões de galáxias, você não vai achar outro. A reflexão segue a mesma linha do raciocínio apresentado acima – a vida inteligente é rara. Nosso conhecimento sobre o Universo ainda é limitado, é verdade, mas pelo pouco que exploramos já conseguimos chegar a esta conclusão. Sob esta perspectiva, a vida na Terra, principalmente a humanidade, ganha um status quase que sagrado, pois é fruto de um processo contínuo de evolução que se arrasta há 4,5 bilhões de anos. Todos carregam esta bagagem compartilhada dentro de si. Quando enxergamos a vida desta forma, o ato de matar qualquer ser vivo ganha novas e gigantescas proporções.
Diante da vastidão do espaço e da imensidão do tempo, é uma alegria dividir um planeta e uma época com Annie. A frase é adereçada a Ann Druyan, esposa do astrônomo, mas poderia muito bem se aplicar a qualquer outra pessoa. A constatação é de um poder imenso. Apenas pense em como é improvável, nos termos de uma perspectiva cósmica, você e outro amontoado de átomos que formam um ser consciente terem a chance de interagir um com o outro, em um minúsculo planeta chamado Terra e em um período de tempo específico. Reflita: são mais de 100 bilhões de galáxias em nosso Universo, que existe há pelo menos 13,8 bilhões de anos.
Nós somos, cada um de nós, um pequeno universo. Um assunto abordado com frequência por Carl Sagan era a dimensão das coisas muito pequenas, como aquelas que compõem nossos corpos. Ele frequentemente colocava o minúsculo em escala com o gigantesco, equiparando, por exemplo, a quantidade de átomos em uma molécula de DNA com a de estrelas em uma galáxia típica. É uma forma elegante de demonstrar como somos muito pequenos e muito grandes ao mesmo tempo. Em uma outra comparação do gênero, dizia que existem mais estrelas no Universo do que grãos de areia em todas as praias da Terra.
O Universo não parece nem benigno nem hostil, mas meramente indiferente às preocupações de criaturas tão insignificantes como nós. O cientista defendia que era melhor tentar se agarrar à realidade do jeito que ela realmente é do que persistir em ilusões, por mais reconfortantes que elas sejam. No fundo, ele queria dizer que, por menos acolhedor e mais adverso que o cosmos possa nos parecer, a verdade é que ele opera independentemente de nossos desígnios. Seremos nós que sempre vamos precisar nos adaptar ao Universo se quisermos sobreviver nele, e não o contrário. A chave para esta adaptação estaria em tentar constantemente entender a natureza das coisas por meio da ciência.
O céu nos chama. Se não nos autodestruirmos, um dia vamos nos aventurar pelas estrelas. A exploração espacial era um tópico especialmente caro a Sagan, e ele próprio participou de diversos projetos da NASA, como o da sonda Voyager 1, que deixou recentemente o Sistema Solar. Em sua concepção, os poucos milênios de vida sedentária da humanidade não apagaram nosso instinto por explorar novos lugares e expandir nossos horizontes, traços típicos das sociedades voltadas para a caça e coleta. Ele acreditava que o gosto pela exploração era uma herança evolutiva para aumentar as chances de sobrevivência de nossa espécie, e que portanto, cedo ou tarde, vamos nos espalhar pelo espaço.
Toda civilização sobrevivente é obrigada a se tornar viajante espacial, pela razão mais prática que se pode imaginar: manter-se viva. A ideia da expansão pelo espaço no pensamento do astrônomo não se reduzia a um capricho meio romântico ou então à tendência humana de explorar. Ela tinha mais a ver com uma espécie de instinto de sobrevivência. Não é tão difícil de entender este argumento: se a humanidade inteira está confinada na Terra e algo acontece com o planeta, estamos condenados à extinção. Asteroides são uma grande ameaça, mas nosso próprio sol pode nos engolir daqui a 5 bilhões de anos, quando seu combustível acabar e ele virar uma gigante vermelha.
Uma das grandes revelações da era da exploração espacial é a imagem da Terra, finita e solitária, de alguma forma vulnerável, transportando a espécie humana inteira pelos oceanos do espaço e do tempo. Entre as mensagens inspiradas pela ciência mais belas da história certamente está Pale Blue Dot(pálido ponto azul), de autoria de Carl Sagan. Pouco depois de a sonda Voyager 1 ultrapassar Saturno, foi ele quem deu a ideia de tirar uma foto da Terra, que dali aparecia como um pixel azul suspenso em um raio de sol. Ou então um grão de areia suspenso no céu da manhã, como ele mais tarde interpretou. Entre as muitas formas que podemos enxergar nosso frágil planeta, uma delas é como uma nave, que sempre nos transportou pelo espaço e pelo tempo.