A quem interessa provocar conflitos na América do Sul?
Laerte
Braga
A história real dos países
latino-americanos, especialmente os sul-americanos, é contada em regime de conta
gotas, uma forma de fugir do oficialismo e do ufanismo que historicamente as
elites buscam vender desde os bancos escolares.
E há uma explicação simples para
isso. As elites econômicas e militares da América do Sul não têm identidade
nacional, mas reportam-se aos modelos e comandos europeus e norte-americanos;
vale dizer, cingem-se às normas do capitalismo internacional.
É comum, por exemplo, contar os
feitos heróicos de brasileiros na guerra contra o Paraguai e pintar Solano Lopez
como um ditador sem entranhas. A realidade só é encontrada em publicações
independentes que mostram que o País entrou em guerra com o Paraguai a soldo da
Inglaterra – da qual estava afastada, mas o dinheiro fala mais alto – e porque o
Paraguai de Solano Lopez, em vias de industrialização, afetava os negócios
britânicos.
O governante paraguaio
implementava um programa de reforma agrária, concorria com as indústrias têxteis
e metalúrgicas dos britânicos e afetava os “negócios” do mate. Fomos apenas o
instrumento do poder imperial da Grã Bretanha. Não houve patriotismo algum no
confronto.
Para registro, os Estados Unidos,
à época, já buscando hegemonia junto ao império britânico se opôs ao Brasil e a
seus aliados. Os governos e forças armadas do Brasil, Argentina e Uruguai foram
subornados pelos ingleses.
As Ilhas Malvinas, território
argentino, até hoje são mantidas sob controle militar do falido império de sua
majestade Elizabeth II e num flagrante desrespeito às leis internacionais,
mantêm na região submarinos com armas nucleares, aí já noutra conjuntura, a que
envolve os Estados Unidos, antiga colônia britânica e hoje proprietário do
outrora império “onde o sol não se põe”,
Quando Nixon disse que o Brasil
arrastaria a América Latina para onde se inclinasse, estava levando em conta o
nível de desenvolvimento de nosso País, seu tamanho continental e justificando o
apoio de seu governo à ditadura militar que encharcou de sangue o território
nacional e preserva até hoje intocada em boa parte a barbárie
militar.
À exceção do movimento tenentista,
que mesmo assim se dissolveu em boa parte absorvido pela ditadura Vargas, nossas
forças armadas são forças auxiliares do poder maior, sem identidade e uma
polícia maior e melhor qualificada da grande potência de hoje. Estamos no Haiti
sem saber por que, em vias de irmos à Síria para fazer não sei o quê e mantendo
um fragata na frota de “paz” nas proximidades do estreito de Ormuz para garantir
os interesses das companhias que transformaram os EUA em conglomerado terrorista
ao lado de Israel. Máquina de guerra.
O governo de Lula não mais
privatizou setores essenciais, mas abriu as portas do país ao nazi/sionismo com
o tal tratado de livre comércio (TLC) com Israel. Através de “acordos militares”
empresas israelenses adonaram-se dos setores estratégicos do Brasil.
Leia em:
Governos como o do presidente
Chávez, ou do presidente Evo Morales, do presidente Rafael Corrêa, de Cristina
Kirchner, de Daniel Ortega não interessam ao grande irmão. Promovem a reforma
agrária, o fim do analfabetismo, estabelecem políticas públicas de participação
popular, constroem habitações de qualidade para as pessoas, democratizam as
relações do Estado com o cidadão, a despeito de uma ou outra limitação. Abrem
caminhos para uma revolução popular a partir da consciência política.
Cuba desafia os EUA desde 1959 e
se mantém heroicamente a despeito de todas as tentativas golpistas e do bloqueio
imposto pelos pelo conglomerado ISRAEL/EUA TERRORISMO S/A.
A Colômbia no entanto é o caso
mais grave.
Em guerra civil há anos o país
está mergulhado num regime de terror e barbárie e é hoje o maior produtor de
cocaína do mundo – o governo não tem interesse na paz, a guerra favorece os
grupos produtores da droga e o presidente, todos são meros quadrilheiros ao lado
de militares e latifundiários, os chefes dos grandes cartéis.
No país são freqüentes os
assassinatos de lideranças de oposição, sindicalistase camponeses. Há mais de 10
mil presos políticos e milhares de assessores militares norte-americanos, que
controlam polícias, forças armadas e governo, além dos grupos paramilitares
formados por latifundiários e pistoleiros de grandes conglomerados, os
principais controladores da produção e distribuição de droga.
O próprio jornal brasileiro(?), O
GLOBO, noticiou que o traficante Fernandinho Beira-Mar havia sido preso com as
FARCs-EP , para anos depois num canto de página admitir que Beira-Mar foi
entregue pelos paramilitares numa tentativa de minimizar os conflitos com o
Brasil em torno do bandido.
A ex-senadora Ingrid Bettancourt,
prisioneira de guerra durante anos das FARCs-EP, quando liberada, estava em
perfeita integração com a guerrilha, tinha um filho com um líder guerrilheiro.
Filho que abandonou – fato denunciado por sua secretária – e foi tentar o Prêmio
Nobel da Paz patrocinada por uma indústria de cosméticos para mostrar que os
anos na selva não a envelheceram.
É a história vendida pela mídia de
mercado e fabricada na sociedade do espetáculo; o objetivo de transformar o ser
humano em zumbi diante de um projeto de poder que é mundial.
Ao perceber que um controle como o
que exercem na Colômbia – até porque o tráfico de drogas paga os custos da
guerra e com sobras, já que a guerra hoje é privatizada, empresas cuidam do
“negócio”, não seria possível no Brasil, os norte-americanos criaram o chamado
PLANO GRANDE COLÔMBIA, que inclui parte do Brasil, a Amazônia, enquanto tentam,
através de um governador provincial na Argentina, a instalação de uma base
militar para controle total da América do Sul.
A piedosa prece que Obama faz
todos os dias pela morte de Chávez é um pedido que a mídia dos EUA não
esconde.
A Colômbia hoje é sócia do Brasil
no antigo projeto SIVAM – monitoramento aéreo da Amazônia – ao lado dos EUA e
aviões de fabricação brasileira, mas capital e tecnologia norte-americana (ao
privatizar a EMBRAER FHC abriu mão de dispormos de tecnologia nossa no campo).
Detêm informações estratégicas sobre nosso País, inclusive e principalmente
sobre nossas reservas minerais estratégicas, caso do nióbio.
Marchamos para deixarmos de ser
uma nação e caminhamos celeremente para o formato conglomerado da chamada nova
ordem econômica, criada com o fim da União Soviética.
Lula inventou, frase do secretario
geral do PCB Ivan Pinheiro, “o capitalismo a brasileira. Só que os donos são os
norte-americanos e grupos sionistas (controlam a indústria bélica brasileira).
Como leite em pó instantâneo estamos nos dissolvendo na obsessão da guerra
cambial que custou o poder a Kadafi.
Um estudo das Nações Unidas feito
na década de 70 mostra que a América do Sul é uma futura área de conflitos. Não
são conflitos provocados pelos povos sul americanos, mas pelos interesses de
elites políticas, econômicas do campo e da cidade que controlam o País sem que o
governo reaja, pelo contrário, se deixa levar pela crença de potência de
ilusão.
Estamos sendo engolidos, tragados
nessa voracidade falida do capitalismo, mas montado em milhares de ogivas
nucleares.
Um Eike Batista, um
Daniel
Dantas, um FHC, um Serra, um Alckmin, um Aécio (já apareceu uma
prima de Cachoeira nomeada pelo ex-governador do bafômetro ou corruptômetro) e os políticos que
controlam parte expressiva do Poder Judiciário, tudo isso nos transforma
definitivamente numa república de bananas, onde um Brilhante Ustra tortura,
assassina e permanece impune e a mídia faz e fala o que bem entende; mente, deturpa, golpeia, etc..
Um banqueiro de jogo de bicho faz
tremer a república. Coloca na poder governadores corruptos como Sérgio Cabral e
Marconi Perillo e ainda abre perspectiva para outro criminoso, Anthony
Garotinho, que chega em nome do “senhor”.
Que república é esta?
Somos democracia consentida?
O Código Florestal recém aprovado
pela bancada ruralista nos condena a ser um país com inúmeros futuros desertos e
jogar a Reforma Agrária em suas areias. Depois desse
“papelão” da “base aliada” na Câmara dos Deputados ficamos na dependência do
VETO da Presidenta Dilma Rousseff...
Mas somos uma potência, por
enquanto, de ilusão.
Não há saída dentro do processo
político vigente, dentro do jogo sujo das eleições financiadas por empresas
privadas, por bancos e latifundiários.
Ou vamos às ruas e viramos essa
mesa para rearrumá-la segundo a vontade popular, que tem que ser despertada,
está anestesiada pela mídia, ou vamos de fato virar apenas um departamento do
PLANO GRANDE COLÔMBIA.
Esse é o desafio que as forças
populares enfrentam.
Os conflitos aqui interessam aos
donos para que sejamos sempre o gado marcado de que fala José Ramalho. Só isso,
mais nada...
Enviado por Sílvio de Barros
Pinheiro
*RedeCastorphoto