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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista
segunda-feira, maio 17, 2010
*Dilma e José Serra tem suas biografias comparadas em texto que está circulando pela internet
*Dilma e José Serra tem suas biografias comparadas em texto que está circulando pela internet. É uma boa comparação sobre ambos. De um lado a biografia de Dilma e do outro a biografia de José Serra:
José Serra tem 68 anos é paulista, filho único de imigrantes italianos, o pai, empresário no ramo de frutas. José Serra foi criado em uma ampla e confortável casa na Mooca, São Paulo.
Dilma Rousseff tem 62 anos, é mineira, filha do imigrante Pedro Rousseff, búlgaro naturalizado brasileiro, e da professora Dilma Jane Silva.
Quando Serra tinha 11 anos, sua família mudou para uma luxuosa casa em São Paulo na Rua Antônio de Gouveia Giudice, no bairro nobre de Alto Pinheiros.
Imóvel não era problema para a rica família Serra, que passava férias no Rio. Um dos espaçosos apartamentos foi cedido para Serra utilizar, exclusivamente, como esconderijo seguro para os grupo terrorista Ação Popular do qual foi um dos fundadores, que pouco tempo depois viriam a praticar atentados, roubar e seqüestrar.
Aluna da escola pública (escola estadual Milton Campos em Minas Gerais), Dilma conseguiu ingressar na Faculdade de Ciências Econômicas da Universidade Federal de Minas Gerais, e, no início dos anos sessenta, tornou-se uma grande militante do movimento estudantil combatendo a ditadura militar no país.
Serra, por sua vez, neste mesmo período, ajudou a fundar a Ação Popular (grupo radical e adepto da luta armada que explodiu o aeroporto de Gurarapres em 25/07/1966).
Quando presidente da UNE vivia encangado na barra da calça de Jango.
Dilma ingressou em 1967 na faculdade de Ciências Econômicas da UFMG. Tornado-se economista, mestre em teoria econômica pela Unicamp e doutoranda em economia monetária e financeira pela mesma universidade.
Aos 18 anos, Serra ingressou no curso de Engenharia Civil da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo, o qual nunca concluiu. Com o golpe militar de 1964, ele exilou-se na Bolívia, no Uruguai e, em seguida, no Chile, onde fez o “Curso de economia” da Cepal (Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe), de 1965 a 1966, especializando-se em planejamento industrial. Apenas 2 (dois) anos de curso! Quer dizer, não é um curso superior formal. Depois disso, fez mestrado em Economia pela Universidade do Chile (1968), da qual foi professor entre 1968 e 1973. Em 1974, fez Mestrado e Doutorado em Ciências Econômicas na Universidade Cornell, nos Estados Unidos, sem nunca ter concluído uma faculdade. Como foi possível isso? No Chile e nos EUA não é exigido curso superior para fazer pós-graduação, o que não é permitido aqui no Brasil. Além disso, os cursos de pós-graduação que Serra cursou na Cornell (com que dinheiro não sei, porque são caríssimos) não são “strictu senso“ mas “lato senso“ como os fornecidos pela rede privada aqui no Brasil. Em suma: não valem nada em termos acadêmicos. Serra permaneceu 13 anos longe do Brasil. Autoexilando-se (ou melhor, fugindo) no Chile, junto com FHC ao invés de lutar pelo povo contra a ditadura. Na volta ao Brasil, logo locupletou-se com as elites brasileiras.
Enquanto isso, Dilma estava sendo presa e torturada. Combateu até o fim a ditadura militar no Brasil. Sempre esteve ao lado das forças progressistas e democráticas brasileiras. E ainda é, incansável defensora que se abra os arquivos secretos da ditadura militar. É direito de todo o povo saber o que realmente acontecia nos porões da ditadura.
Em 1978, Serra iniciou a sua carreira política, que este ano completa 32 anos. Teve sua candidatura a deputado impugnada, pois estava com os direitos políticos suspensos devido à explosão do aeroporto de Guararapes. Foi admitido como editorialista do jornal que também apoiou a ditadura (Folha de São Paulo).
Em 1973, Dilma Rousseff retomou o curso de Economia na UFRGS, no Rio Grande do Sul, onde estava preso seu segundo marido, Carlos Araújo, por também combater a ditadura militar. Ingressou, junto com o marido, no PDT e recebeu um cargo de estagiária na Fundação de Economia e Estatística, em 1977. Em 1978, Dilma Rousseff começou a fazer as disciplinas do mestrado na UNICAMP.
Em 1983, Serra iniciou, efetivamente, a sua carreira como gestor, assumindo a Secretária de Economia e Planejamento do Estado de São Paulo, quando fez um péssimo trabalho. Braço direito do governador Montoro, não conseguiu sequer arrumou as finanças do Estado, sucateando ainda mais a Educação e a Saúde.
Em 1986, Serra foi eleito deputado constituinte, e teve um dos piores desempenhos, como pode-se conferir abaixo:
a) votou contra a redução da jornada de trabalho para 40 horas;
b) votou contra garantias ao trabalhador de estabilidade no emprego;
c) votou contra a implantação de Comissão de Fábrica nas indústrias;
d) votou contra o monopólio nacional da distribuição do petróleo;
e) negou seu voto pelo direito de greve;
f) negou seu voto pelo abono de férias de 1/3 do salário;
g) negou seu voto pelo aviso pró prévio porcional;
h) negou seu voto pela estabilidade do dirigente sindical;
i) negou seu voto para garantir 30 dias de aviso prévio;
j) negou seu voto pela garantia do salário mínimo real;
Fonte: DIAP — “Quem foi quem na Constituinte”;pág. 621.
Em 1985, Dilma assumiu a Secretaria Municipal da Fazenda, em Porto Alegre, no governo do pedetista Alceu Collares, que classificou a gestão “como exemplo de competência e transparência”.Dilma saiu da Secretaria da Fazenda de Porto Alegre em 1988, quando se afastou para se dedicar à campanha de Carlos Araújo(um dos fundadores do PDT ao lado de Leonel Brizola) à prefeitura de Porto Alegre.
Serra foi um dos fundadores do PSDB, em 1988. Foi derrotado por Luiz Erundina, (á época do PT), nas eleições para prefeito de São Paulo. Em 1990, foi reeleito deputado federal quando teve novamente péssimo mandato.
Em 1989, Dilma foi nomeada Diretora-Geral da Câmara de Vereadores de Porto Alegre, saindo de lá para ser presidente da Fundação de Economia e Estatística, no governo de Alceu Collares.
Em 1994, Serra foi um dos grandes apoiadores do Plano de Privatização de Fernando Henrique Cardoso, deixando um rastro de enormes prejuízos para o povo brasileiro:
· 166 empresas privatizadas entre 1990 e 1999;
· 546 mil postos de trabalho extintos diretamente;
· 17,1% dos 3,2 milhões de empregos formais perdidos na década.
(Fontes: Pochmann, Márcio. A década dos mitos. São Paulo, Editora Contexto, 2001. Biondi, Aloysio. O Brasil privatizado. São Paulo, Editora Perseu Abramo, 2001)
Depois foi eleito senador por São Paulo, em seguida, assumiu o Ministério do Planejamento, onde por pura incompetência deixou o país à mercê de um racionamento durante o famoso “apagão” no governo FHC que durou Oito meses.
Em 1995, Dilma Rousseff voltou para a FEE, mas como funcionária, já que o PDT havia perdido a eleição. Ali editou uma revista de indicadores econômica.
Em 1998, José Serra assumiu o Ministério da Saúde. Junto com FHC, zerou o investimento na área de saneamento, o que causou a propagação de várias doenças no país. Além disso, José Serra demitiu seis mil mata-mosquitos contratados para eliminar os focos do Aedes Aegypti. Dos R$ 81 milhões gastos em publicidade do seu ministério em 2001, apenas R$ 3 milhões foram utilizados em campanhas educativas de combate à doença. O resultado desta política criminosa se fez sentir no Rio de Janeiro que, entre janeiro e maio de 2002, registrou 207.521 casos da dengue e a morte de 63 pessoas.
Em 1998, Dilma retornou à Secretaria de Minas e Energia, no governo petista de Olívio Dutra, eleito governador gaúcho.
Em 2002, Serra candidatou-se à Presidência, sendo derrotado por Luiz Inácio Lula da Silva no segundo turno.
Em 2002, Dilma foi nomeada ministra das Minas e Energia do governo Lula, um ministério que cuida de questões relevantes para o país como o petróleo, o gás, a energia elétrica e as energias renováveis.
Em 2004, Serra elegeu-se Prefeito de São Paulo e prejudicou sua já arranhada imagem ao mentir para o povo de São Paulo quando no debate da Band, diante de Boris Casoy, afirmou que em caso de não cumprir a promessa, que seus eleitores nunca mais votassem nele. Disse ainda que “embora alguns candidatos adversários gostem de dizer que eu sairei candidato à presidência da República ou ao governo do estado, eu assumo esse compromisso, meu propósito, minha determinação é governar
São Paulo por quatro anos”. Deu sua palavra em rede nacional e depois voltou atrás, mentindo para o povo.
Em junho de 2005, Dilma assumiu o ministério da Casa Civil quando coube a ela tarefa de comandar o principal programa do segundo mandato de Lula, o PAC (Programa de Aceleração do Crescimento).
Em 2006, Serra elegeu-se Governador de São Paulo (confirmando que mentira mesmo ao povo), cargo que exerceu até o último dia 31 de março de 2010. O governo foi marcado pela tragédia no Metrô e o escândalo no Caso Alstom.
É o candidato natural da oposição à Presidência da República. Oposição esta composta pelo PSDB (partido à qual pertence o chefe do mensalão mineiro, Eduardo Azeredo e Yeda Crusius, governadora do RS, envolvida em um escândalo no Detran daquele estado). Ainda possui aliança com o DEM (partido do mensalão do DF no qual o ex-governador e principal operador do esquema, José Roberto Arruda, iria ser o candiato à vice de José Serra).
De 2006 para cá, Dilma vem ganhando destaque na mídia por sua excelente atuação na Casa Civil e crescendo a cada dia pela sua determinação. É a candidata natural escolhida pelo presidente para dar continuidade ao projeto de crescimento econômico e investimentos sociais do Governo Lula.
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*Este currículo comparado não tem autoria conhecida, está circulando pela internet, mas é uma boa comparação entre a biografia de Dilma com a biografia de José Serra. Copie e envie para todos os seus amigos, conhecidos, colegas e parentes. Faça um bem para o Brasil. Faça um bem para as pessoas. Ajude a desmanchar a maior mentira que já inventaram na história deste país: José Serra.
Para ator, flechas de Robin Hood seriam hoje voltadas à "mídia"
Para ator, flechas de Robin Hood seriam hoje voltadas à "mídia"
“Wall Street também seria alvo da ira do ladrão que roubava dos ricos para dar aos pobres
Anselmo Massad, Rede Brasil Atual
O ator Russell Crowe, protagonista do filme "Robin Hood", de Ridley Scott, declarou nesta quarta-feira (12) que, se o personagem existisse atualmente, combateria a mídia. Após a sessão de abertura do festival de Cannes, na França, ele criticou ainda os banqueiros de Wall Street.
"Podemos nos perguntar qual era a principal motivação de Robin Hood, se era econômica ou política. A minha teoria é que, se Robin Hood se voltasse contra alguém hoje, seria contra os grandes grupos de mídia que concentram a informação e criam monopólios", afirmou segundo o UOL Notícias. "Também olharia para Wall Street, para a crise das hipotecas, para a crise dos 'subprime" e seriam seus novos alvos", afirmou segundo a AFP.
A história é inspirada nas lendas a respeito do cavaleiro do século XI que roubava de ricos proprietários de terras para distribuir aos pobres.
Crowe é alvo recorrente da imprensa especializada em celebridades por envolvimento com escândalos. "O coração de Robin é simples: ele se comove com o sofrimento desnecessário de outro ser humano. E isso acontece em todos os tempos", concluiu.
"Robin Hood" da versão de Ridley Scott inclui combates e intrigas políticas entre a nobreza e o rei João da Inglaterra, que sucede a Ricardo Coração de Leão.”
Tristeza e redução de lucros para a indústria bélica!
Embora a grande mídia empresarial não queira admitir, Lula e a diplomacia brasileira foram protagonistas de um grande feito histórico, que ficará registrado nos livros acadêmicos: como muita conversa, coragem e espírito de entendimento, impediram uma insana guerra.
Tristeza e redução de lucros para a indústria bélica! Nem todos ganham com a paz...
A aposta dos EUA e da mídia tupiniquim de que o Irã não aceitaria um acordo de troca de combustível nuclear foi perdida. Típico tiro no pé. Mais um desastre para os golpistas midiáticos de plantão, que só faz salientar a bem-sucedida empreitada de Lula! O torneiro mecânico, afinal, impôs sua pax, contribuindo de forma extraordinária para que o impasse de Teerã com o Ocidente acerca do programa atômico iraniano fosse superado.
Sobre a "torcida" da mídia em desfavor do acordo, basta relembrar o que afirmou Merval Pereira no O Globo, ontem (domingo):
“Assim como previsivelmente não conseguiu nada no Oriente Médio, a busca de um protagonismo internacional leva o governo brasileiro a assumir uma negociação com o Irã que dificilmente se concretizará, ainda mais na tosca concepção de Lula de que a solução ainda não foi encontrada por que nenhum dirigente internacional sentou-se para negociar com Ahmadinejhad “olho no olho”.
Aliás, o jornalista Paulo Henrique Amorim está absolutamente certo quando afirma que os “colonistas” do PIG (Partido da Imprensa Golpista) assim se comportarão (buscar dar um golpe, derrubando o presidente eleito) sempre que um presidente no Brasil, no mundo e na Galáxia tiver origem no trabalho e, não, no capital (ver clicando aqui).
Inquestionavelmente Lula gravou seu nome na história universal e se consolidou como grande liderança mundial. Barack Obama estava certo: Lula é o cara! Um homem de boa vontade, que sempte acredita numa conversa "olho no olho".
FHC certamente está se consumindo. Além de entreguista, o ex-presidente brasileiro, integrante do PSDB, rezava a cartilha diplomática norte-americana, como um bom colonizado que se curva diante de seu senhor.
Quando nossos filhos e netos estudarem a disciplina de História, aprederão duas lições: 1) FHC foi o presidente entreguita, que privatizou quase tudo no Brasil; 2) Lula foi o presidente que fez o Brasil crescer e diminuiu as desigualdades sociais e regionais, além de contribuir para a paz mundial. FHC será motivo de vergonha; Lula, de orgulho! A História não constuma ser clemente com os impostores!
Gol do Brasil!!!!
Na madruga de hoje Brasil, Irã e Turquia conseguiram fechar o tão desacreditado acordo nuclear. Esta era a última chance dada à Lula de diálogo com Irã, caso contrário, começariam as sanções. O presidente brasileiro mais uma vez deixou todos boquiabertos e reafirmou sua posição de prestígio internacional.
Entretanto, nem tudo está garantido. Leia a seguir o texto de Flávio Aguiar para a rede Brasil Atual.
Irã: gol de placa do Brasil.
Por Flávio Aguiar
Já ninguém acreditava. Eram os 29 minutos da prorrogação. Logo viriam os pênaltis. Todos, é claro, batidos contra o mesmo gol, onde o goleiro Mahmoud ia tentar defender todas, nem que fosse no gogó. A capitã Hillary Clinton já convocava os batedores: Sarkozy, da França, Cameron, do Reino Unido, Merkel, da Alemanha, e os contrafeitos Putin, da Rússia e Jin Tao, da China.
Foi quando Amorim e Luis Inácio entraram tabelando na área, um lançou para o outro, que deu um chapéu em Hillary, retrucou para o um, que fez uma embaixada e botou na frente do gol: os centroavantes Ahmadinejad e Erdogan conseguiram evitar bater cabeça, e cabecearam juntos para as redes. Gol do Brasil!!!!, numa jogada que deixou tiririca a galera do contra que, dos camarotes da mídia conservadora, jurava que não ia dar certo e só falava em gafes do time brasileiro.
A turma da miopia congênita levantava tudo que era argumento possível contra a participação do Brasil na tentativa de abrir uma porta para que se resolva o impasse nuclear do Irã. Dizia ela que o Brasil não tinha nada a ver com isso, que a questão nuclear no Oriente Médio não interessava ao Brasil (!), que era uma questão menor (!!), que o Brasil não tem qualquer interesse no Irã, etc. e tal. Ficaram roendo as unhas até os cotovelos e mordendo pé de mesa.
Nem tudo são flores no Irã liderado pelo Conselho dos Aiatolás (que é onde está de fato o poder) e por Ahmadinejad, um político esperto de estilo populista que se posicionou no espaço vazio entre a política religiosa do país, o povão ainda assolado pela pobreza, a classe média emergente e o cenário internacional, onde pretende despontar como um líder de âmbito regional, mas de alcance internacional.
Este é o nó da questão. O Irã, com uma das maiores reservas de petróleo e gás do mundo, com reservas de urânio consideráveis, um parque industrial já significativo, 70 milhões de habitantes mais ou menos, um PIB de 336 bilhões de dólares, pode vir a se tornar uma potência emergente, desestabilizando área onde os Estados Unidos e seus aliados mantém um controle instável sobre governos – todos, não só o Irã – questionáveis do ponto de vista de uma democracia.
É claro que o campeonato não terminou. Possivelmente os governos norte-americano e israelense farão tudo para desacreditar o acordo feito entre a Turquia e o Irã, com o aval e a mediação do Brasil. É claro também que Turquia e Irã terão de se concentrar em honrá-lo. Se não fizerem, a partida será anulada. É muito possível também que os Estados Unidos queiram impor, através do Conselho de Segurança da ONU, novas sanções ao Irã. Mas já ficou mais complicado obter a carta branca pró-ativa que queriam da Rússia e da China.
De certo modo, há uma certa necessidade por parte dos “grandes” ocidentais do Conselho de Segurança, de impor sanções ao Irã. É uma demonstração de força, por parte de países cuja hegemonia, sobretudo a dos EUA, indiscutível no plano militar, vem sendo cada vez mais posta em dúvida no plano político. O que Hillary Clinton pretendia, além de conter o ímpeto do Irã, era “realinhar” o seu time, muito disperso e tomado por disputas internas, como a da França e da Alemanha em torno do euro. É verdade, ela terá razão em reclamar: a jogada do Brasil atrapalha esse esforço, não resta dúvida. Mas não custa lembrar que o assunto está na competência do Brasil, que ora tem um mandato temporário de dois anos no Conselho de Segurança da ONU.
Aos descontentes com os novos ventos na política externa brasileira, resta ainda o argumento de que tudo isso não passa de uma encenação para que Lula ganhe o prêmio Nobel da Paz. É cedo para fazer prognósticos. Mas e daí, se ganhar? Aí não haverá cotovelo nem unha que chegue.
Premiado com o Urso de Ouro em Berlim e Melhor documentário em Havana, o filme mostra de que forma a Argentina foi saqueada pela grandes corporações
(Argentina, Suiça, França, 2003 - Direção: Pino Solanas)
Premiado com o Urso de Ouro em Berlim e Melhor documentário em Havana, o filme mostra de que forma a Argentina foi saqueada pela grandes corporações, de como o governo neoliberal de Menem conseguiu levar o país a bancarrota, privatizando tudo e servindo aos interesses do FMI, Banco Mundial e OMC.
Genocídio Social, a Argentina passa da condição de país “quase de 1º Mundo” para um país em que a maioria da população se torna miserável. Mortalidade infantil, desnutrição, abandono social total, endividamento externo fizeram a marca do que seria o “exemplo de neoliberalismo para o mundo”.
Toda essa situação se tornou insuportável até finalmente explodir na revolta popular de 19 e 20 de dezembro de 2001.
O documentário argentino Memórias do Saque
VAMOS SEGUIR O MODELO ARGENTINO?
via Escreva Lola Escreva de lola aronovich em 17/05/10
O documentário argentino Memórias do Saque (que pode ser visto na íntegra no YouTube) é um programa obrigatório para antes das eleições. Ele trata do que levou a Argentina à pior crise da sua história, aquela que praticamente destruiu o país em 2002. Basicamente, o presidente Carlos Menem, sob as diretrizes do FMI, privatizou tudo. O resultado foi desastroso. Um bom exemplo foi o do sistema ferroviário: antes de ser privatizado, ele empregava 95 mil pessoas. Hoje, emprega 15 mil. Quem pensa que o importante é que uma empresa tenha lucro pode até dizer: ah, lógico que só ficaram os 15 mil mais eficientes, o resto era máquina estatal inchada. Certo. Talvez alguém possa explicar como um sistema que antes tinha 30 mil km de ferrovia, e hoje tem 8 mil, possa ter ficado mais eficiente. Porque defender corte de funcionários é fácil. Mas corte de trilhos? Engraçado que quem critica os países pobres pela falta de infraestrutura ignora esses detalhes.
Eu morei em Detroit por um ano. Lá, o sistema público de ônibus era bem ruim. Tá certo que só 10% da população local pegava ônibus, mas eram poucos ônibus, poucos horários, poucas linhas. E isso por quê? Porque três das principais montadoras de automóveis dos EUA e do mundo ficavam em Detroit (ficam ainda, mas em 2008 elas pediram água, e o governo teve que aparecer para salvá-las financeiramente). E elas faziam um grande lobby para que não houvesse investimentos no transporte público. Assim como sou contra as instituições religiosas interferirem no estado, também critico que interesses de empresas privadas interfiram no estado. Porque em boa parte das vezes o interesse de uma empresa privada (o lucro, acima de tudo) não bate com o da população.
Mas, voltando ao caso da Argentina, privatizaram todo o setor petrolífero, que dava lucro (e eu adoro como, pra justificar a privatização de uma estatal que dá prejuízo, dizem que é ineficiente. Quando dá lucro, é algo como “É verdade, dá lucro, mas o que o governo está fazendo dirigindo uma estatal de petróleo?”). Lá pelas tantas no documentário, alguém lembra que a Argentina foi um caso inédito no mundo: “Não se conhece um outro país que haja entregue seu gás e seu petróleo sem haver perdido uma guerra”. E a ironia maior: ninguém pagou pelas concessões. O governo vendeu o que era público e não viu a cor do dinheiro.
E aqui no Brasil? Tivemos várias privatizações durante o governo passado. Pesquisas mostram que a única aceita pela população é a da telefonia ― e isso se a gente fechar os olhos pro fato que temos uma das piores e mais caras conexões de internet no mundo. E, lógico, vale a pena perguntar como o país teria sobrevivido à crise mundial iniciada em 2008 se houvesse seguido com as privatizações.
Privatizar faz parte de um projeto político maior, e por isso é fundamental conhecer o programa de cada candidato. E, na falta desse programa, pois há partidos políticos que escondem suas obras, é bom vasculhar o passado. Quem fez o quê, e por que. Não se trata de bonzinhos e malvados, embora, no caso da Argentina, os maus sejam mais do que evidentes. Quem é bom e quem é mau depende do que você defende. Se você acha que o governo tem que ser mínimo, que as empresas privadas não precisam de regulamentação porque querem o bem-estar de seus clientes (já que pro modelo privado não existem cidadãos, apenas consumidores), que o estado serve pra emperrar, e que o livre mercado é eficiente e não merece ser “atrapalhado” pelo governo, bom, assuma-se: este é o pensamento da direita. Sabe aquela direita que dizem que não existe mais depois que o Muro de Berlim caiu? Pois é, essa mesma. Você não está sozinho, muita gente pensa assim. E tudo bem, desde que você defenda o pacote completo: Estado mínimo significa quase nada de investimento em educação e saúde, por exemplo. Você deve ter plano de saúde, mas mesmo assim quer vaga numa universidade federal pra você ou seus filhos, certo? Porque universidade pública é superior à particular. E por isso você fica tão revoltado com as cotas, que estão reservando as vagas nas universidades públicas para quem vem de escolas públicas. Anyway, mesmo que você esteja bem servido na vida (não é sorte, eu sei, é que você trabalhou um monte), talvez dê pra eleger um governo que favoreça os menos sortudos?
Pra quem acha que PT e PSDB são iguais, convém refletir um pouquinho. A principal diferença é em como cada um enxerga o tamanho do Estado. O governo Lula é acusado pela mídia de “inchar” a máquina pública. Mas esse inchaço é causado por pessoas como eu, uma entre os oito mil professores contratados pra trabalhar numa universidade federal. É causado pelo Bolsa-Família, que custa uma migalha pros cofres públicos, mas possibilitou que 14 milhões de pessoas saíssem da linha da miséria. Dilma defende esse inchaço abertamente. Pra ela, o Estado deve ser forte e atuante. Já o PSDB, o que quer? Eles não dizem exatamente, porque pega mal, às vésperas de uma eleição, mencionar cortes em algumas áreas. No máximo usam uma palavra bonita, choque de gestão ― que equivale exatamente a cortar gastos públicos, ou seja, adeus novas universidades com novos professores, ou novos hospitais com novos médicos, ou sequer algum resquício de reajuste salarial para professores e médicos antigos, ou aumento real do salário mínimo. É só ver o que fez o governo FHC em seus dois mandatos, e o que fez Serra no governo de SP. Não é difícil comparar. Veja o valor do salário mínimo em 2002 e hoje. Veja quanto ganha um professor de uma escola estatal em SP, estado mais rico do país. Ou um policial militar. Ou uma enfermeira.
Mas claro, podemos continuar insistindo que não há diferença entre os candidatos e que vamos votar no Serra porque não gostamos da plástica da Dilma. Enfim, centrar-se nos indivíduos, que nunca governarão sozinhos, e não no projeto político de cada um. Essa fórmula funcionou na Argentina, né?
A imprensa em geral é leiga e não busca entender os casos mais complexos, o resultado é uma cobertura confusa que mais desinforma e mistifica
Irã continuará a enriquecer urânio a 20% mesmo com acordo, diz governo - internacional - Estadao.com.br
"Claro que o enriquecimento a 20% irá continuar em nosso próprio país", disse o porta-voz Ramin Mehmanparast. O Irã recebeu muitas críticas internacionais em fevereiro, após começar a enriquecer urânio a 20%, necessário como combustível em seu reator de pesquisas.
A imprensa em geral é leiga e não busca entender os casos mais complexos, o resultado é uma cobertura confusa que mais desinforma e mistifica do que esclarece. O caso do Irã é típico, em geral reproduzem os jornalões americanos que reproduzem a opinião da Casa Branca. A situação lembra muito a brincadeira de criança chamada telefone sem fio, onde uma mensagem é passada no ouvido de um a um e acaba chegando toda distorcida.
Vamos dar uma clareada na questão. O Irã possui usinas nucleares para a produção de energia elétrica. As usina nucleares existem no mundo todo, na europa representam parcela considerável da sua produção de eletricidade, existem usinas idênticas nos EUA e aqui no Brasil. As tecnologias envolvidas são o segredo do negócio, no Brasil utiliza-se tecnologia alemã da GE que só funcionou perfeitamente em laboratório e o Brasil é único país a utilizá-la (chamada de centrifugação). É coisa do Geisel e que enriqueceu muita gente mas isto é outra coisa.
O urânio não é abundante no planeta, mas não chega a ser raro. O minério para ser usado em uma usina necessita ser enriquecido. O urânio na natureza possui 99,284% do isótropo U-238 e apenas 0,711% do U-235 necessário para fabricar uma bomba. Gerar material com 20 % de U-235 é relativamente simples e barato de modo que o Brasil e o Irã e muitos outros países o produzem e o utilizam para combustível de suas usina de eletricidade. Há algumas décadas só os americanos vendiam combustível nuclear.
Enriquecer o urânio para além de 20% é muito caro e complexo. Chegar a 90% exige muito investimento e tempo para acontecer, mas uma vez que se consiga, por menor quantidade que seja, fica muito fácil produzir uma bomba atômica. A ONU então resolveu fazer visitas às instalações nucleares mundo afora com o intuito de acalmar a comunidade internacional e garantir a limitação do acesso ao armamento nuclear no mundo.
O Irã se nega a receber estas visitas. Os inspetores internacionais foram barrados várias vezes no Irã, sob suspeita de serem espiões ocidentais. Fato bastante plausível, pois como disse, a tecnologia é o fundamental aqui, e cada país enriquece seu urânio a sua maneira. Não permitir a entrada de inspetores é um problema sério? Se fosse o Brasil também teria de sofrer sanções, pois igualmente não permitiu visitação a suas instalações.
Outro detalhe importante. Israel tem armamento nuclear em seu território, tem usinas nucleares, enriquece urânio e não assinou o tratado de não proliferação de armas nucleares como o Brasi le o Irã. É o famoso dois casos, duas medidas.
Revista Fórum
LULA , "O ESTADISTA"
LULA , "O ESTADISTA"
Lula colaborou em libertação de francesa
Sarkozy agradece a líder brasileiro; visita ao Irã teria criado condições para professora ser solta
Roberto Simon, ENVIADO ESPECIAL / TEERÃ - O Estado de S.Paulo
O presidente francês, Nicolas Sarkozy, agradeceu ontem a contribuição do Brasil para a libertação de Clotilde Reiss, acadêmica francesa de 24 anos que estava presa no Irã desde julho. Sarkozy também elogiou a intermediação do Senegal e da Síria no caso. Segundo o líder francês, o Brasil e esses dois países tiveram um "papel ativo" na libertação de Clotilde.
A presença do presidente Luiz Inácio Lula da Silva em Teerã teria criado condições para que o regime iraniano decidisse substituir a pena de 10 anos de prisão à qual foi condenada a francesa por uma multa de 350 mil. Clotilde desembarcou ontem em Paris, num avião oficial francês, e se encontrou com o chanceler Bernard Kouchner e com Sarkozy.
"Clotilde Reiss estava presa injustamente no Irã desde 2009", ressaltou em nota o Palácio do Eliseu, antes de prestar homenagem à professora por ter mostrado, durante sua detenção, "coragem e dignidade exemplares".
França e EUA apostavam na mediação brasileira para libertar seus cidadãos presos no Irã. Antes da visita de Lula, a secretária de Estado dos EUA, Hillary Clinton, solicitou formalmente ao chanceler brasileiro, Celso Amorim, que pedisse a libertação de três alpinistas americanos detidos em 2009. "Traga os nossos garotos de lá", afirmou Hillary.
Clotilde, que estava trabalhando como professora na Universidade de Isfahan, foi presa durante uma onda de manifestações há dez meses, após a suposta fraude eleitoral que reelegeu o presidente Mahmoud Ahmadinejad. Ela foi condenada por espionagem por ter enviado informações sobre os protestos por e-mail para a embaixada francesa e para sua família.
Sua sentença inicial foi comunicada em um julgamento em massa feito pelo Judiciário iraniano contra manifestantes presos. Em seguida, Clotilde foi levada à prisão de Evin, reservada a acusados de crimes de consciência. "Estou muito feliz por retornar ao meu país e rever pessoas que amo", afirmou ontem.
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