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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

sexta-feira, maio 21, 2010






Republicamos o editorial de Mino Carta, na Carta Capital que chega hoje às bancas.

É uma sugestão do amigo navegante Sergio Soares Tomazzini, que disse: “se o Lafer tirou os sapatos, imagina o que o FHC tirou”.

Diz o Mino:

Os interesses dos impérios e os nossos

Ao ler os jornalões na manhã de segunda 17, dos editoriais aos textos ditos jornalísticos, sem omitir as colunas, sobretudo as de O Globo, me atrevi a perguntar aos meus perplexos botões se Lula não seria um agente, ocidental e duplo, a serviço do Irã. Limitaram-se a responder soturnamente com uma frase de Raymundo Faoro: “A elite brasileira é entreguista”.

Entendi a mensagem. A elite brasileira aceita com impávida resignação o papel reservado ao País há quase um século, de súdito do Império. Antes, foi de outros. Súdito por séculos, embora graúdo por causa de suas dimensões e infindas potencialidades, destacado dentro do quintal latino-americano. Mas subordinado, sempre e sempre, às vontades do mais forte.

Para citar eventos recentíssimos, me vem à mente a foto de Fernando Henrique Cardoso, postado dois degraus abaixo de Bill Clinton, que lhe apoia as mãos enormes sobre os ombros, em sinal de tolerante proteção e imponência inescapável. O americano sorri, condescendente. O brasileiro gargalha. O presidente que atrelou o Brasil ao mando neoliberal e o quebrou três vezes revela um misto de lisonja e encantamento servil. A alegria de ser notado. Admitido no clube dos senhores, por um escasso instante.

Não pretendo aqui celebrar o êxito da missão de Lula e Erdogan. Sei apenas que em país nenhum do mundo democrático um presidente disposto a buscar o caminho da paz não contaria, ao menos, com o respeito da mídia. Aqui não. Em perfeita sintonia, o jornalismo pátrio enxerga no presidente da República, um ex-metalúrgico que ousou demais, o surfista do exibicionismo, o devoto da autopromoção a beirar o ridículo. Falamos, porém, é do chefe do Estado e do governo do Brasil. Do nosso país. E a esperança da mídia é que se enrede em equívocos e desatinos.

Não há entidade, instituição, setor, capaz de representar de forma mais eficaz a elite brasileira do que a nossa mídia. Desta nata, creme do creme, ela é, de resto, o rosto explícito. E a elite brasileira fica a cada dia mais anacrônica, como a Igreja do papa Ratzinger. Recusa-se a entender que o tempo passa, ou melhor, galopa. Tudo muda, ainda que nem sempre a galope. No entanto, o partido da mídia nativa insiste nos vezos de antanho, e se arma, compacto, diante daquilo que considera risco comum. Agora, contra a continuidade de Lula por meio de Dilma.

Imaginemos o que teriam estampado os jornalões se na manhã da segunda 17, em lugar de Lula, o presidente FHC tivesse passado por Teerã? Ele, ou, se quiserem, uma neoudenista qualquer? Verifiquem os leitores as reações midiáticas à fala de Marta Suplicy a respeito de Fernando Gabeira, um dos sequestradores do embaixador dos Estados Unidos em 1969. Disse a ex-prefeita de São Paulo: por que só falam da “ex-guerrilheira” Dilma, e não dele, o sequestrador?

A pergunta é cabível, conquanto Gabeira tenha se bandeado para o outro lado enquanto Dilma está longe de se envergonhar do seu passado de resistência à ditadura, disposta a aderir a uma luta armada da qual, de fato, nunca participou ao vivo. Nada disso impede que a chamem de guerrilheira, quando não terrorista. Quanto a Gabeira, Marta não teria lhe atribuído o papel exato que de fato desempenhou, mas no sequestro esteve tão envolvido a ponto de alugar o apartamento onde o sequestrado ficaria aprisionado. E com os demais implicados foi desterrado pela ditadura.

Por que não catalogá-lo, como se faz com Dilma? Ocorre que o candidato ao governo do Rio de Janeiro perpetrou outra adesão. Ficou na oposição a Lula, primeiro alvo antes de sua candidata. Cabe outro pensamento: em qual país do mundo democrático a mídia se afinaria em torno de uma posição única ao atirar contra um único alvo? Só no Brasil, onde os profissionais do jornalismo chamam os patrões de colegas.

Até que ponto o fenômeno atual repete outros tantos do passado, ou, quem sabe, acrescenta uma pedra à construção do monumento? A verificar, no decorrer do período. Vale, contudo, anotar o comportamento dos jornalões em relação às pesquisas eleitorais. Os números do Vox Populi e da Sensus, a exibirem, na melhor das hipóteses para os neoudenistas, um empate técnico entre candidatos, somem das manchetes para ganhar algum modesto recanto das páginas internas.

Recôndito espaço. Ao mesmo tempo Lula, pela enésima vez, é condenado sem apelação ao praticar uma política exterior independente em relação aos interesses do Império. Recomenda-se cuidado: a apelação vitoriosa ameaça vir das urnas.

(*)Em nenhuma democracia séria do mundo, jornais conservadores, de baixa qualidade técnica e até sensacionalistas, e uma única rede de televisão têm a importância que têm no Brasil. Eles se transformaram num partido político – o PiG, Partido da Imprensa Golpista

Lula, o brasileiro




Lula, o brasileiro


O acordo tripartite Brasil-Irã-Turquia tem, para nós brasileiros, um sentido histórico inegável e apenas timidamente reconhecido por uma mídia nacional, que de tamanha má vontade com nosso presidente já abalou sua credibilidade informativa com parte significativa da mídia global.

Talvez o Irã não cumpra o acordado, como afirmam as grandes potências, talvez a guerra seja inevitável. Mas há uma dimensão da situação que é certamente inescapável, como afirmam analistas e experts entrevistados pelo portal de notícias UOL. O Brasil passará a ter outro papel na geopolítica global, independentemente até de seu presidente. Estranhamente a mídia não anunciou que passávamos a ocupar um papel relevante no globo por conta também da habilidade de nosso presidente, mas agora anuncia que não dependemos mais dele para ter tal projeção.

Fazer piada com as frases inusitadas de nosso presidente tem se tornado um estranho e muito positivo vaticínio para nós brasileiros. Brincávamos com os erros de português e com a incultura monoglota de nosso presidente —como ele poderia se relacionar com líderes mundiais tendo tamanha ignorância idiomática? Pois o Lula monoglota tratou de ser o presidente brasileiro mais ouvido pelo mundo e seus líderes em toda nossa história. “O cara” como disse Barack Obama, presidente dos EUA.

Todos nós brincamos com a forma infantil, pouco técnica e até arrogante como Lula tratou a gravíssima crise econômica global que chagava ao país. “Marolinha”, disse ele, não teria o condão de descontinuar nosso crescimento. Todos fizemos da expressão uma piada, nossa mídia inclusive. Pois é, hoje, o governo está adotando medidas para conter o “super-crescimento” que ocorre este ano. Era marola mesmo.

Muitas foram as piadas sobre a forma anti-democrática como Lula se comportaria forçando com sua popularidade um terceiro mandato, embora ele negasse veementemente que adotaria tal conduta. Pois é, estamos em eleições presidenciais. Lula não concorre e se submete tranquilamente às regras do processo democrático, sem plebiscito bolivariano aclamativo e autoritário, ou qualquer outra forma de “défict” democrático. Aliás, na normalidade democrática conquistou mais melhorias sociais e integração de excluídos ao mínimo existencial que muitas ditaduras de esquerda.

Quando Lula partiu rumo ao Irã, as críticas já se apresentaram contundentes e, com elas, as piadas dos ilustrados sobre a forma singela e supostamente ignorante como Lula se referia a postura do governo iraniano na questão nuclear. Lula dizia que era importante alguém ir lá conversar com o líder iraniano.

Nenhum douto analista de nossa mídia lembrou do óbvio em diplomacia, do seu instrumento funcional mais primário: a conversa, a negociação. O velho sindicalista, habituado às mesas e rodadas infinitas de negociação em conflitos trabalhistas foi lá e marcou o nome de nosso país na principal agenda política global. E fez isso de um jeito simples, sem rococós acadêmicos ou expressões em inglês ou alemão, mas pelo único meio que ainda nos resta como humanidade para construirmos a paz e evitarmos a guerra: a conversa.

No dia seguinte ao acordo histórico, o primeiro dessa envergadura que teve o Brasil como protagonista, o “Estadão” noticiava em manchete que o líder turco roubou a cena de Lula ao anunciar o acordo. Estranha forma de selecionar o relevante na informação para formar a manchete. Forma isenta de se expressar, não?

O Brasil não é uma potência militar, não somos uma sociedade belicosa, nunca precisamos contar com grandes poderios militares para nossa defesa. O Brasil tem crescido muito economicamente, mas ainda é um país pobre, sem presença pujante na economia global. Não é por conta de nosso potencial bélico ou nossa riqueza econômica que passamos a figurar como protagonistas de questões políticas mundiais.

Temos assumido, por obra de nossa economia em crescimento e de nossa diplomacia “lulista”, um inegável papel de liderança na América Latina que coloca o país no centro do debate global. Por diversas e diferentes razões, projetamo-nos como país protagonista no plano global. Mas uma dessas razões nossa mídia resiste imensamente em reconhecer: a indiscutível habilidade diplomática de nosso presidente monoglota. O carisma insofismável de Lula é o principal ingrediente de nosso sucesso como país nas relações globais. Passamos a existir no mundo pelo jeito simples, alegre e até meio debochado de nosso presidente.

A mídia global nada mais faz que cumprir seu papel jornalístico-profissional, reconhecendo e noticiando o fato. Os principais e mais relevantes veículos de todo o mundo, com destaque nunca antes dado a um presidente brasileiro, reconhecem o papel invulgar de Lula no momento político internacional. Nossa mídia por vezes de forma sutil, outras vezes nem tanto, parece querer a cada passo desmerecer suas conquistas e, com isso, perde a oportunidade de ganhar em qualidade ética de jornalismo e, ao mesmo tempo, de noticiar um momento histórico singular que passamos como nação em toda sua riqueza.

Setores de classe média paulistana, que integro e convivo em meu cotidiano, adquiriam uma visão de tal forma parcial e ideologicamente antipática a nosso presidente que, como é comum dizer, “se Lula andasse sobre as águas diriam que ele não sabe nadar”.

Sempre culpabilizamos nossos políticos por nossa pequenez como nação, mas talvez desta vez o mesquinho nos habita. Pela primeira vez em meu quase meio século de existência, vejo nosso país sendo admirado e querido pelo mundo. Falta ser querido um pouco mais por nós, brasileiros de classe média. Afinal, fomos nós, mais que Lula ou qualquer outro, que construímos esta nação. Nós somos os vitoriosos.

Mais que ninguém a classe média é a base de nosso sucesso como país, fomos nós, consumidores brasileiros, que fizemos o grande maremoto da crise global virar marola local. Nenhum banco, governo ou organismo internacional nos ajudou. Nós confiamos em nossa economia, em nossa criatividade, em nossa capacidade de gestar futuro e esperança. Sem enfrentamentos violentos. Nós preferimos driblar o “alemão” da crise, parafraseando Garrincha.

Lula e seu governo tiveram erros imensos. A demora em apresentar um plano de direitos humanos, fazendo-o em momento inoportuno, a ausência de ousadia em radicalizar conquistas sociais universalizando direitos fundamentais, a falta de uma crítica mais contundente ao autoritarismo cubano, uma administração medíocre de nossos problemas de infraestrutura e muitos outros.

Mas nenhum desses erros tem o condão de empecer o que resulta da mais antiga piada quanto a Lula na Presidência. Eu mesmo, por diversas vezes, fiz piada com a famosa frase de nosso presidente “nunca antes em nossa história”.

Pois é, hoje, sem piada, afirmo, no mesmo sentido do proprietário da empresa de pesquisa Ibope que, independentemente do resultado de nossa eleição presidencial, nunca antes em nossa história tivemos um presidente tão relevante como Lula. E digo mais: relevante para nossa dignidade como nação.

Acho até que Lula não é apenas o mais importante presidente de nossa história, mas talvez seja um dos mais relevantes brasileiros de nossa história. Parafraseando a Obama, Lula é “o” brasileiro.

Pedro Estevam Serrano

“O presidente Lula é responsável final pelo sucesso brasileiro”








DILMA & TEMER LÁ
A Bloomberg noticiou relatório da consultoria de “risco político” Eurasia Group, prevendo que “Dilma Rousseff é a provável próxima presidente do Brasil”. Assinado pelo chefe de América Latina do grupo americano, Christopher Garman, diz que “o fator mais importante nesta eleição, que é muitas vezes pouco valorizado pelos formadores de opinião, é o simples desejo do eleitor por continuidade”. E que “a tentativa de José Serra de se apresentar como continuidade é difícil de vender”.
Enquanto isso, Michel Temer estava ontem no Council of the Americas, em NY, para “inaugurar a campanha pós-indicação a vice de Dilma em grande estilo”, no dizer do iG: “Anunciou a proposta de poupança complementar para crianças no Bolsa Família”.

ERDOGAN VEM AÍ
Nas agências, “os líderes dos dois membros do Conselho de Segurança que resistem às sanções, Turquia e Brasil, vão se reunir na semana que vem”. O primeiro-ministro Tayyip Erdogan chega na quarta.
Ontem na manchete on-line do “Hurriyet”, “Turquia não cede a ceticismo sobre acordo”. O jornal turco relata que Erdogan recebeu telefonemas de Barack Obama e do russo Vladimir Putin.
Este “afirmou que os esforços da Turquia trouxeram oportunidades adicionais que serão levadas em conta pela Rússia”. Em coluna, o “Hurriyet” defendeu o acordo e sublinhou que turcos e brasileiros não se sentem enganados pelo Irã, mas por Obama, que deu apoio às conversas e depois negou.

“GET USED TO IT”

ft.com


Philip Stephens, colunista do “FT”, publica hoje “Potências em ascensão não querem jogar pelas regras do Ocidente”, em defesa de Brasil e Turquia. Lembra que os EUA fizeram há pouco uma projeção de inteligência em que “o Brasil atua como mediador durante crise no Oriente Médio” e encerra: “Imaginar não é o mesmo que aceitar, mas, se quiser ordem, o Ocidente tem que se acostumar”

AS TRAVES
Roger Cohen, colunista de política externa do “New York Times”, sob o título “América muda as traves de lugar”, também critica a atitude de Washington em relação ao Brasil e à Turquia. Os dois “responderam ao chamado de Barack Obama por uma nova era de responsabilidades compartilhadas _e foram esnobados”. Avalia que os EUA não conseguem mais “impor soluções” às crises globais e que sua reação ao acordo em Teerã “não fez nenhum sentido”.

“17 DE MAIO”
Em editorial, o francês “Le Monde” destaca a tomada do palco pelo “Sul emergente”, representado por Turquia e Brasil, e afirma que, depois de atuar decisivamente nos temas ambiental e comercial, “esta semana marca uma nova etapa, um precedente capital para o poder crescente desses países”. O jornal chega a publicar que “os livros de história vão guardar esta data, segunda-feira, 17 de maio, quando o Brasil e a Turquia propuseram à ONU o acordo negociado com Teerã”.


Postado por Luis Favre
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21/05/2010 - 09:19h Presidente do Banco Central recebe prêmio em Nova York e afirma que o País precisa aumentar a produtividade para crescer de modo sustentável



O presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, disse ontem que o próximo desafio do País é aumentar a produtividade eliminando os gargalos da economia para que o País possa crescer de modo sustentável. “Por essa razão, é importante manter o Programa de Aceleração do Crescimento, com foco em infraestrutura, como energia e transporte, bem como no capital humano, com indispensável melhoria na educação.”

Meirelles discursou ontem após receber o prêmio “Personalidade do Ano” de 2010 em jantar de gala no hotel Waldorf Astoria, promovido pela Câmara de Comércio Brasil-EUA. É a primeira vez, nas quatro décadas da premiação, que um presidente do Banco Central é homenageado. Do lado dos EUA, a premiação foi para o CEO da General Electric, Jeffrey Robert Immelt. Meirelles chegou à premiação acompanhado de sua mulher, a psiquiatra Eva Missini.

O presidente do BC voltou a citar como o Brasil conseguiu passar no teste da mais recente crise global, o que mostrou o novo poder econômico do País, ao contrário do que ocorria em outras crises. Segundo ele, o crescimento do País está hoje baseado em emprego e renda, expansão do crédito e aumento da produção. “Todos esses avanços são resultado dos esforços feitos para atacar as principais vulnerabilidades da nossa economia”.

Meirelles falou da “continuidade” das políticas econômicas, embora sem falar diretamente do próximo governo. “Hoje no Brasil há apoio popular e político à estabilidade econômica e, em particular, à inflação baixa e estável”, discursou.

Meirelles disse que, nos últimos anos, em viagens internacionais, sempre ouvia a frase de que o Brasil era “o país do futuro”. “Estou muito feliz em estar diante de vocês hoje e dizer que, de um país do futuro, o Brasil se tornou um país futurista, mostrando a saída da pobreza para um modelo de crescimento sustentável com justiça social e liberdade política”, afirmou a uma plateia lotada de personalidades.

Entre elas, a pré-candidata do PT à Presidência da República, Dilma Rousseff, o presidente do Senado, José Sarney, o presidente da Câmara, Michel Temer, e o presidente da Petrobrás, Sérgio Gabrielli, que recebeu a premiação no ano passado, além do ex-ministro da Fazenda e atualmente deputado federal Antonio Palocci (PT-SP) e da ex-prefeita de São Paulo Marta Suplicy.

O presidente do BC disse que o País adotou uma rigorosa reforma fiscal e monetária que trouxe benefícios ao País e, “como resultado, os prêmios de risco foram reduzidos, levando a taxas de juros reais mais baixas”. Na base do sucesso econômico, segundo ele, estão uma política fiscal de superávit primário consistente com câmbio flutuante e maior acúmulo de reservas que resultaram em juros reais mais baixos e possibilitaram a redução da relação da dívida/PIB do País.

Apoio pessoal. Aos 65 anos, Meirelles fez carreira no BankBoston, do qual se tornou presidente mundial. Em 2002, foi eleito deputado pelo PSDB de Goiás, deixando o cargo em 2003 para assumir o Banco Central. Meirelles disse que o prêmio é o reconhecimento pelo trabalho do Banco Central e do forte desempenho da economia brasileira.

Em seu discurso, citou Dilma Rousseff: “Tenho de agradecer a meus colegas no governo, particularmente à ex-ministra Dilma Rousseff por seu apoio pessoal e funcional durante os últimos anos. Sua liderança no gabinete foi um fator-chave para o desempenho do País”.

Também agradeceu ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva “não apenas pela tão discutida autonomia do Banco Central, que deu condições plenas para que o BC pudesse cumprir sua missão, como pelo apoio inabalável nos momentos de dificuldade”, além do seu voto pessoal de confiança. “O presidente Lula é o responsável final pelo sucesso brasileiro”, completou.

Lula, por sua vez, enviou uma carta que foi lida pelo embaixador brasileiro Mauro Vieira, elogiando a atuação de Meirelles no comando do BC. “Durante sua gestão no Banco Central, o País vem estruturando um dos maiores patrimônios construídos pela sociedade brasileira nos últimos anos: a estabilidade econômica, condição necessária para o crescimento sustentado, a criação de empregos e a justiça social”, disse Lula na mensagem.

Agradecimentos

HENRIQUE MEIRELLES
PRESIDENTE DO BC
“Tenho de agradecer a meus colegas no governo, particularmente a ex-ministra Dilma Rousseff, por seu apoio pessoal e funcional durante os últimos anos”

“O presidente Lula é responsável final pelo sucesso brasileiro”

Michel Temer e Dilma Rousseff em Nova York. Foto: Cristina Indio do Brasil

Agora é uma questão de sobrevivência planetária






Se o mundo não se converter ao socialismo não sobreviverá.
Agora é uma questão de sobrevivência planetária, os EUA não podem mais consumir como consumiram, e nenhum outro país poderá. A verdade é que o mundo encolheu, não há recursos suficientes. Estão se esgotando.
O lixo estará fazendo o nosso planetinha inabitável a passos largos. Não poderemos mais ser consumistas. Teremos de ser socialistas, os bens duráveis terão de durar a vida tôda mesmo. Se quisermos como humanidade, tentar prolongar a nossaexistência neste planetinha.
Não é muita novidade?
Então tentemos explicar a quem nos cerca. É de Vital importância que compreendamos,só a solidariedade faz história efaz omundo avançar e evoluir, a competição como querem fazer crer NÃO é naturale só leva a destruição.
Fico pasmo de ver emum programa de TV chamado "Aprendiz" o seu apresentador dizer que é natural a competição que os atletas nas competições só 1 chega ao pódio.
E a destruição física que leva muitas vezes este mesmo atleta até a morte. Igual ao Coliseu aonde o que esperam seus espectadores e o grande circo político e economico armado é afirmar que a competição é normal mesmo que custe a vida.
Na verdade o que importa realmente é a solidariedade, exemplos como de Ghandi, Luther King, Lula, Einsten,Jesus Cristo. Demonstram claramente que valores humanitários, pacíficos e solidarios é aonde avança a humanidade.
Se o imperialismo não vê, paciência pois não sobrará para ninguém.

do Chebola João Evangelista

A verdadeira face da Rede Globo








A verdadeira face da Rede Globo

Este vídeo produzido pelo excelente blog PTrem das Treze, mostra a verdadeira face da Rede Globo. Eles cantam a paz e a esperança em suas comemorações, mas na realidade são a favor das guerras promovidas pelos EUA e seus aliados; da miséria, das atrocidades e das injustiças. Ainda bem que o Brasil está aprendendo a vê-la sem máscaras.

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A União Europeia e o mito chamado democracia






A União Europeia e o mito chamado democracia
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A União Europeia não é uma democracia e os seus cidadãos não vivem num espaço democrático. É nada mais, nada menos do que um lacaio dos Estados Unidos, sua política controlada por Washington. É por isso uma pura fantochada. E nossos queridos políticos eleitos por nós estão a gozar connosco, ou quê?


Timothy BANCROFT-HINCHEY


Quantos incontáveis milhões de europeus vivem num mundo róseo que eles rotulam de “democracia”, iludindo-se quando se levantam todas as manhãs que vivem numa sociedade democrática, convencidos de que as autoridades por eles eleitas controlem cada aspecto das suas vidas e que, finalmente, são os cidadãos que decidem tudo na altura das eleições. Este cenário não poderia estar mais longe da verdade.

Era uma vez, havia uma promessa maravilhosa chamada a Comunidade Económica Europeia onde os povos iriam viver num mundinho de comércio liberalizado, com liberdade de movimento, vivendo juntos, sorrindo, com braços dados, cada um mantendo a sua própria cultura neste projeto comum. Até os franceses e alemães viveriam lado a lado em paz. Mas um dia acordamos e percebemos que o sonho se transformara em pesadelo.

A bruxa má de Maastricht, o demoníaco dragão de Nice, e o duende maléfico de Lisboa juntaram-se e criaram o monstro que vemos hoje: A União Europeia, Destruidor da Democracia. Vamos ver quão democrático se tornou o sistema.

Ora bem, a política económica de um país controla, financiando, suas políticas internas, tais como o fornecimento de cuidados de saúde, o financiamento do sistema educativo, os serviços de emergência e, finalmente, ditam as regras para o funcionamento do geralmente desconhecido e despercebido departamento chamado ordenamento do território.

Em teoria, o ordenamento do território é, ou deveria ser, o coração do processo para a tomada de decisões acerca da política interna. É o departamento que decide se um hospital deve ser construído, e onde, e quais os serviços que irá prestar, o departamento que decide onde os clusters da indústria devem ser estabelecidos. As cordas são puxadas pelo Ministério das Finanças / Economia, que gere as receitas fiscais e outros rendimentos para financiar serviços públicos.

Agora, aqueles que vivem neste mundo perfeitinho “Democracia Europeia” acreditam, com certeza, que suas autoridades eleitas controlem esta política desde o início até ao fim e, portanto, conseguem satisfazer as suas promessas feitas nos manifestos eleitorais.

Errado!

Para os países na zona euro, tal noção não poderia estar mais longe da verdade, porque os seus Estados-Membros têm de fazer um esforço tremendo para satisfazerem as exigências da UE-2020 sobre a convergência das suas economias; fazendo parte da maravilhosa eurolândia significa que qualquer autonomia que já tiveram na gestão do valor da sua moeda para compensar panoramas macro-económicas foi vendido pelo rio abaixo no momento de adesão. E quem pediu ao povo da zona euro se eles queriam o Euro? Quão democrático é isso?

Independentemente do grau de controle que as nações exercem sobre suas políticas fiscais e de renda, há um outro fator que determina diretamente ou não, se você receberá um bônus de férias no próximo Verão, se você receberá uma pensão e quanto você vai receber no final do mês. O grau de controle é maior sobre os trabalhadores do sector público, mas em última análise, afeta a todos.

O nome deste fator é: as agências de rating, os mais influente dos quais são Standard and Poor's, Moody's e Fitch, que residem nos Estados Unidos da América e que foram diretamente envolvidos nos desastres económicos de 1929 e na crise asiática em 1997/ 8. O modo de funcionamento é de congregar grupos de países para criar zonas virtuais, de modo que as reações efeito dominó peguem muito mais eficazmente e contágio se espalha mais rapidamente. Então começam a trabalhar, unindo-se e atacando o elo mais fraco.

Observe a maneira como eles formaram a sigla PIGS (porcos) - Portugal, Irlanda (Itália também para alguns), Grécia e Espanha. Eles começaram com a Grécia.

Agora, o rating de crédito que estes organismos anônimos (e não-eleitos) atribuem a um país afeta diretamente o cupão ou a taxa de juros da dívida nacional emitida, chamado obrigações, que na data de vencimento (quando o seu período de tempo expirou) têm de ser reembolsadas, tanto o custo do capital inicial, mais a taxa de juros. Se essas agências aumentam o risco, diminuindo o rating de crédito, então o país em questão tem que pagar mais juros sobre os títulos que emitiu, enquanto compradores, naturalmente, irão comprar menos das suas obrigações no presente e no futuro.

Este desequilíbrio entre as despesas excessivas e menor renda é o que cria essas crises de crédito. E onde nesta cadeia de eventos houve a presença de um único corpo que havia sido democraticamente eleito pelo povo?

Em conclusão, as políticas internas dos países da UE são inteiramente controladas por forças não-eleitas, e ainda por cima estas residem fora da UE - e quanto mais perto você chegar ao epicentro da zona euro, pior fica.

Quanto à política externa, esta é controlada pela OTAN, outro organismo não-eleito que de forma subserviente serve os interesses do lobby das armas que gravita em torno da Casa Branca, que se propõe a ser um clube simplesmente para criar a falsa impressão de que é uma parceria e não Washington que manda. A OTAN aplica pressões e intimidações até que consegue o que quer. E, novamente, quem elegeu a OTAN? Ninguém!
Um belo exemplo deste controle é o caso do reconhecimento de Kosovo por Portugal, apesar do seu Presidente e maior parte do Governo terem fortes questões de foro jurídico sobre esse assunto. Mas Washington disse “salte”, e Portugal respondeu “Sim, senhor!”

Portanto, aqueles que acreditam que vivemos numa democracia, de facto vivem nas nuvens. Seria mais fácil acreditar em fadas no fundo do quintal. As políticas internas e externas dos Estados Membros da União Europeia são totalmente controladas pelas forças que nunca foram eleitas e nunca seriam no caso de uma eleição livre e justa, simplesmente porque eles residem fora da União Europeia.

A União Europeia não é, portanto, uma democracia e os seus cidadãos não vivem num espaço democrático. É nada mais, nada menos do que um lacaio dos Estados Unidos, sua política controlada por Washington. É por isso uma pura fantochada. E nossos queridos políticos eleitos por nós estão a gozar connosco, ou quê?

Timothy BANCROFT-HINCHEY
PRAVDA.Ru