Páginas

Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

sexta-feira, maio 21, 2010

“O presidente Lula é responsável final pelo sucesso brasileiro”








DILMA & TEMER LÁ
A Bloomberg noticiou relatório da consultoria de “risco político” Eurasia Group, prevendo que “Dilma Rousseff é a provável próxima presidente do Brasil”. Assinado pelo chefe de América Latina do grupo americano, Christopher Garman, diz que “o fator mais importante nesta eleição, que é muitas vezes pouco valorizado pelos formadores de opinião, é o simples desejo do eleitor por continuidade”. E que “a tentativa de José Serra de se apresentar como continuidade é difícil de vender”.
Enquanto isso, Michel Temer estava ontem no Council of the Americas, em NY, para “inaugurar a campanha pós-indicação a vice de Dilma em grande estilo”, no dizer do iG: “Anunciou a proposta de poupança complementar para crianças no Bolsa Família”.

ERDOGAN VEM AÍ
Nas agências, “os líderes dos dois membros do Conselho de Segurança que resistem às sanções, Turquia e Brasil, vão se reunir na semana que vem”. O primeiro-ministro Tayyip Erdogan chega na quarta.
Ontem na manchete on-line do “Hurriyet”, “Turquia não cede a ceticismo sobre acordo”. O jornal turco relata que Erdogan recebeu telefonemas de Barack Obama e do russo Vladimir Putin.
Este “afirmou que os esforços da Turquia trouxeram oportunidades adicionais que serão levadas em conta pela Rússia”. Em coluna, o “Hurriyet” defendeu o acordo e sublinhou que turcos e brasileiros não se sentem enganados pelo Irã, mas por Obama, que deu apoio às conversas e depois negou.

“GET USED TO IT”

ft.com


Philip Stephens, colunista do “FT”, publica hoje “Potências em ascensão não querem jogar pelas regras do Ocidente”, em defesa de Brasil e Turquia. Lembra que os EUA fizeram há pouco uma projeção de inteligência em que “o Brasil atua como mediador durante crise no Oriente Médio” e encerra: “Imaginar não é o mesmo que aceitar, mas, se quiser ordem, o Ocidente tem que se acostumar”

AS TRAVES
Roger Cohen, colunista de política externa do “New York Times”, sob o título “América muda as traves de lugar”, também critica a atitude de Washington em relação ao Brasil e à Turquia. Os dois “responderam ao chamado de Barack Obama por uma nova era de responsabilidades compartilhadas _e foram esnobados”. Avalia que os EUA não conseguem mais “impor soluções” às crises globais e que sua reação ao acordo em Teerã “não fez nenhum sentido”.

“17 DE MAIO”
Em editorial, o francês “Le Monde” destaca a tomada do palco pelo “Sul emergente”, representado por Turquia e Brasil, e afirma que, depois de atuar decisivamente nos temas ambiental e comercial, “esta semana marca uma nova etapa, um precedente capital para o poder crescente desses países”. O jornal chega a publicar que “os livros de história vão guardar esta data, segunda-feira, 17 de maio, quando o Brasil e a Turquia propuseram à ONU o acordo negociado com Teerã”.


Postado por Luis Favre
Comentários Tags: diplomacia, Internacional, Jornais Voltar para o início
21/05/2010 - 09:19h Presidente do Banco Central recebe prêmio em Nova York e afirma que o País precisa aumentar a produtividade para crescer de modo sustentável



O presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, disse ontem que o próximo desafio do País é aumentar a produtividade eliminando os gargalos da economia para que o País possa crescer de modo sustentável. “Por essa razão, é importante manter o Programa de Aceleração do Crescimento, com foco em infraestrutura, como energia e transporte, bem como no capital humano, com indispensável melhoria na educação.”

Meirelles discursou ontem após receber o prêmio “Personalidade do Ano” de 2010 em jantar de gala no hotel Waldorf Astoria, promovido pela Câmara de Comércio Brasil-EUA. É a primeira vez, nas quatro décadas da premiação, que um presidente do Banco Central é homenageado. Do lado dos EUA, a premiação foi para o CEO da General Electric, Jeffrey Robert Immelt. Meirelles chegou à premiação acompanhado de sua mulher, a psiquiatra Eva Missini.

O presidente do BC voltou a citar como o Brasil conseguiu passar no teste da mais recente crise global, o que mostrou o novo poder econômico do País, ao contrário do que ocorria em outras crises. Segundo ele, o crescimento do País está hoje baseado em emprego e renda, expansão do crédito e aumento da produção. “Todos esses avanços são resultado dos esforços feitos para atacar as principais vulnerabilidades da nossa economia”.

Meirelles falou da “continuidade” das políticas econômicas, embora sem falar diretamente do próximo governo. “Hoje no Brasil há apoio popular e político à estabilidade econômica e, em particular, à inflação baixa e estável”, discursou.

Meirelles disse que, nos últimos anos, em viagens internacionais, sempre ouvia a frase de que o Brasil era “o país do futuro”. “Estou muito feliz em estar diante de vocês hoje e dizer que, de um país do futuro, o Brasil se tornou um país futurista, mostrando a saída da pobreza para um modelo de crescimento sustentável com justiça social e liberdade política”, afirmou a uma plateia lotada de personalidades.

Entre elas, a pré-candidata do PT à Presidência da República, Dilma Rousseff, o presidente do Senado, José Sarney, o presidente da Câmara, Michel Temer, e o presidente da Petrobrás, Sérgio Gabrielli, que recebeu a premiação no ano passado, além do ex-ministro da Fazenda e atualmente deputado federal Antonio Palocci (PT-SP) e da ex-prefeita de São Paulo Marta Suplicy.

O presidente do BC disse que o País adotou uma rigorosa reforma fiscal e monetária que trouxe benefícios ao País e, “como resultado, os prêmios de risco foram reduzidos, levando a taxas de juros reais mais baixas”. Na base do sucesso econômico, segundo ele, estão uma política fiscal de superávit primário consistente com câmbio flutuante e maior acúmulo de reservas que resultaram em juros reais mais baixos e possibilitaram a redução da relação da dívida/PIB do País.

Apoio pessoal. Aos 65 anos, Meirelles fez carreira no BankBoston, do qual se tornou presidente mundial. Em 2002, foi eleito deputado pelo PSDB de Goiás, deixando o cargo em 2003 para assumir o Banco Central. Meirelles disse que o prêmio é o reconhecimento pelo trabalho do Banco Central e do forte desempenho da economia brasileira.

Em seu discurso, citou Dilma Rousseff: “Tenho de agradecer a meus colegas no governo, particularmente à ex-ministra Dilma Rousseff por seu apoio pessoal e funcional durante os últimos anos. Sua liderança no gabinete foi um fator-chave para o desempenho do País”.

Também agradeceu ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva “não apenas pela tão discutida autonomia do Banco Central, que deu condições plenas para que o BC pudesse cumprir sua missão, como pelo apoio inabalável nos momentos de dificuldade”, além do seu voto pessoal de confiança. “O presidente Lula é o responsável final pelo sucesso brasileiro”, completou.

Lula, por sua vez, enviou uma carta que foi lida pelo embaixador brasileiro Mauro Vieira, elogiando a atuação de Meirelles no comando do BC. “Durante sua gestão no Banco Central, o País vem estruturando um dos maiores patrimônios construídos pela sociedade brasileira nos últimos anos: a estabilidade econômica, condição necessária para o crescimento sustentado, a criação de empregos e a justiça social”, disse Lula na mensagem.

Agradecimentos

HENRIQUE MEIRELLES
PRESIDENTE DO BC
“Tenho de agradecer a meus colegas no governo, particularmente a ex-ministra Dilma Rousseff, por seu apoio pessoal e funcional durante os últimos anos”

“O presidente Lula é responsável final pelo sucesso brasileiro”

Michel Temer e Dilma Rousseff em Nova York. Foto: Cristina Indio do Brasil

Nenhum comentário:

Postar um comentário