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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista
quarta-feira, maio 26, 2010
Receita de golpe
Receita de golpe
Como está o clima hoje? Vai chover? Vai fazer calor? Golpe militar, para muitos, é questão de clima. "Não é possível um golpe militar, hoje, no Brasil, porque não há clima", dizem.
Como se sabe, quem depende de clima é agricultor. Golpes de Estado precisam de oportunidade, e oportunidade pode simplesmente aperecer ou, então, ser criada. A mistura certa de ingredientes, alguns previa e adredemente colocados (v.g., art. 142 da CRFB) com outros anexados na hora certa e, "voila", eis a oportunidade! Mas... como fazer para hondurar um golpe?
Hondurar significa fazer um golpe militar parecer ser legal e constitucional. Note que, em Honduras, a Suprema Corte deu total aval ao golpe. Mas como...??? Vamos à nossa receita de "Golpe à Hondurenha":
INGREDIENTES:
a) Um ou mais partidos que apresentem reclamações (no nosso caso, contra o(a) candidato(a) da preferência do povo);
b) Um ou mais procuradores do MP Eleitoral (para oferecer a denúncia que vise impedir a inscrição, diplomação, posse, ou ainda a cassassão do candidato do povo);
c) Um Judiciário (para acatar a denúncia do MPE e legitimar o golpe);
d) Uma mídia nativa, totalmente simpatizante do golpe (para dar um verniz de legitimidade ao golpe);
e) Um povo inconformado e revoltado com o golpe (terá que ir às ruas protestar. Se não for, o golpe estará consumado, porém não será o legítimo " à Hondurenha") e
f) Uma Constituição que preveja a intervenção das forças armadas para o cumprimento da lei e reposição da ordem por determinação do Judiciário (art.142 da CRFB).
JUNTANDO OS INGREDIENTES:
* O ingrediente "a" é fácil. Já está no caldeirão faz tempo (PSDB, DEM, PPS...).
* O ingrediente "b" acaba de chegar na cozinha (olá, Sra. Vice-Procuradora-Geral Eleitoral, Sandra Cureau).
* O ingrediente "c" conta com algumas especiarias que costumam agridir o paladar da maioria, mas já é de todos conhecido. Não é difícil de encontrar e há tempos está na despensa podendo algumas das especiarias serem usadas a qualquer hora, dependendo da que você escolher.
* O ingrediente "d" não é bem um ingrediente. Está mais para o nosso fogão. Sempre esteve na cozinha soltando fogo pelas ventas e é um veterano em receitas de golpes (Globo, Veja, Folha, Estadão, Época...).
Juntamos os ingredientes "a", "b", e "c", ligamos o "d" e já podemos ver um golpe formado! Ainda não é o militar/hondurenho. Até aqui, aprendemos a fazer um golpe civil (o mais simples). Para chegarmos ao militar\à hondurenha, devemos acrescentar, agora, o ingrediente "e". Este ingrediente é muito importante para essa nova etapa. Serão necessárias manifestações, greves, passeatas, acampamentos nas portas dos palácios, protestos, enfim, algo que irá reagir com o ingrediente "d" para que este, por sua vez, desencadeie uma reação junto ao ingrediente "c". Esta última reação irá fazer surgir o ingrediente "f".
O INGREDIENTE "F":
O ingrediente "f" foi colocado na despensa da nossa cozinha em 1988. Muitas pessoas (os constituintes) colocaram coisas e mais coisas que lhes pareciam oportunas e convenientes (não é Sr. Jobim?) na nossa despensa, sendo que uma delas é o Art.142, "caput" da nossa constituição. Eis a descrição do ingrediente "f":
"Art. 142. As Forças Armadas, constituídas pela Marinha, pelo Exército e pela Aeronáutica, são instituições nacionais permanentes e regulares, organizadas com base na hierarquia e na disciplina, sob a autoridade suprema do Presidente da república, e destinam-se à defesa da Pátria, à garantia dos poderes constitucionais e, POR INICIATIVA DE QUALQUER DESTES, da lei e da ordem."
Ou seja: qualquer dos poderes constituídos brasileiros (Executivo, Legislativo e JUDICIÁRIO) pode convocar as Forças Armadas para o restabelecimento da Lei e da ordem. Eis aí o segredo culinário hondurenho!
FINALIZANDO:
Seguindo nossa receita, o ingrediente "c" determina a intervenção militar baseado no ingrediente "f" e... tchan, tchan, tchan, tchannnn!!! Está pronto um legítimo "golpe à hondurenha". Os militares agem sob o manto da legalidade, colocam outra pessoa qualquer no poder (quem seria...?) e o produto final passa a se chamar " democracia". Agora é só servir com golpes de cacetete, choques na genitália, desaparecimentos ou o que você inventar. Os acompanhamentos podem ser vários. No Brasil usou-se muito o pau-de-arara. A criatividade culinária, nesses casos, não tem limites...
ADVERTÊNCIA!
Apesar de parecer simples, esta receita nem sempre funciona. Qualquer descuido e os ingredientes poderão ficar irremediavelmente imprestáveis para nova tentativa, devendo os mesmos serem jogados, imediatamente, no lixo!
A NOVA DIREITA
A NOVA DIREITA
Por Leandro Fortes, do blog Brasília, eu vi
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Três eventos distintos, separados em períodos esparsos, definiram nos últimos meses o arrazoado doutrinário e os modos da nova direita brasileira, remodelada em forma e conteúdo, mas não nas intenções, como era de se esperar. Aterrissaram em sua pista dourada intelectuais do calibre de Fernando Gabeira, Ferreira Gullar, Nelson Motta e Arnaldo Jabor, grupo ao qual se agregou, para estupefação do humor, o humorista Marcelo Madureira, do abismal Casseta & Planeta. Essa nova direita, cheia de cristãos novos e comunistas arrependidos tem no DNA um instinto de sobrevivência mais pragmático, gestado nos verdadeiros interesses em jogo, não mais na espuma do gosto popular. Não por outra razão, se ancora menos na ação parlamentar e mais na mídia, onde mantém brigadas de colunistas, e onde também atua, nas redações, de cima para baixo, de modo a estabelecer um padrão único de abordagem sobre os temas que lhe dizem respeito: dinheiro, liberdade irrestrita de negócios, dominação de classe, individualismo, acúmulo de riqueza e concentração fundiária.
Os três eventos aos quais me refiro causaram um razoável revertério na estratégia de comunicação social bolada por esse grupo neoconservador tupiniquim montado na rabeira da história dos neocons americanos. Senão, vejamos:
A surpreendente confissão de Maria Judith Brito, presidente da Associação Nacional dos Jornais (ANJ)
“A liberdade de imprensa é um bem maior que não deve ser limitado. A esse direito geral, o contraponto é sempre a questão da responsabilidade dos meios de comunicação. E, obviamente, esses meios de comunicação estão fazendo de fato a posição oposicionista deste país, já que a oposição está profundamente fragilizada. E esse papel de oposição, de investigação, sem dúvida nenhuma incomoda sobremaneira o governo.”
Judith, autora da fala acima, primeira mulher a assumir a presidência da ANJ, é diretora-superintendente do Grupo Folha da Manhã, responsável pela publicação do diário “Folha de S.Paulo”. Disse o que disse porque, como chefe da entidade, tinha como certo de que não haveria outra interpretação, senão à dos editoriais dos jornais que representa, todos favoráveis ao papel da imprensa anunciado por ela. Em suma, Judith Brito, embora não seja jornalista, representa bem um dos piores vícios da categoria, sobretudo no que diz respeito à cobertura política: falar exclusivamente para si e para os seus pares de ofício, prisioneira em um círculo de giz no qual repórteres escrevem para outros repórteres, certos de que uns irão repercutir os outros, escravos de uma fantasia jornalística alheia à realidade do mundo digital que está no cerne, por e xemplo, da decadência e no descrédito dos jornais impressos – não por acaso, fonte do poder e da autoridade de Judith Brito.
O acordo nuclear com o Irã, capitaneado por Luiz Inácio Lula da Silva e pelo primeiro-ministro da Turquia, Recep Tayyip Erdogan
O sucesso da diplomacia brasileira nesse episódio criou um paradigma de atuação profissional do Itamaraty até então considerado impossível. De forma pacífica e disciplinada, a operação que resultou no acordo foi conduzida com extrema leveza, a caminhar sobre os ovos de aves agourentas distintas que se odeiam desde as primeiras luzes. Incorporou à biografia de Lula essa aura dos que lutam pela paz, requisito fundamental para a seleção dos premiados do Prêmio Nobel da Paz. Mas, antes que isso aconteça, a mídia brasileira vai finalmente descobrir que o milionário Alfred Nobel inventou a dinamite.
O resultado concretamente político dessa ação no Oriente Médio, apesar da bem sucedida pressão da extrema-direita americana sobre Barack Obama a favor de sanções contra o Irã, foi a desconstrução do discurso conservador da diplomacia brasileira, todo ele montado sobre as teses de alinhamento automático aos Estados Unidos, reação acrítica de atos de barbárie cometidos por Estados ocidentais e a submissão pura e simples às regras financeiras ditadas pelas nações ricas. Nesse aspecto, a história do chanceler Celso Amorim será extremamente mais relevante do que a de seus antecessores, torcedores vibrantes pelo fracasso do ministro com ampla visibilidade nas matérias e programas de entrevista da velha mídia nacional. Entre eles, Celso Lafer, o ministro das Relações Exteriores de FHC que acatou a ordem de tirar os sapatos no aeroporto de Washi ngton, em 2002, para entrar nos EUA. Agora, Lafer acusa Lula de ter montado um palanque eleitoral no Itamaraty e encabeça a turma de ressentidos com a nova imagem do órgão, incomodado com a natural comparação entre tempos tão próximos. A ele se juntaram os diplomatas Sérgio Amaral, ex-porta-voz de FHC, e Rubens Barbosa, embaixador nos Estados Unidos à época em que Lafer se entregou à cerimônia do lava-pés da alfândega americana.
Também perfilado com eles está Luiz Felipe Lampreia, que odiava, com razão, ser chamado de “Lampréia”, nome de uma enguia sugadora com boca de ventosa. Isso significa que o ex-chanceler de Fernando Henrique deve estar também irritado com a reforma ortográfica, já que “lampréia” virou “lampreia” mesmo. Além de secar a gestão de Amorim, Lampreia se apresenta como “um dos 100 melhores palestrantes do Brasil” no site “palestrantes.org”. Justiça seja feita, trata-se de uma lista plural e, aparentemente, preparada a partir de parâmetros profissionais estabelecidos pelo site.
Interessante, contudo, é descobrir que Lampreia se apresenta, entre outros títulos, como membro dos conselhos consultivos de multinacionais e firmas de interesse ostensivamente americanos como Coca-Cola, Unilever, Council on Foreign Relations de Nova York, Inter-American Dialogue de Washington, e Kissinger MC Larty Associates, escritório de consultoria política montado pelo ex-secretário de Estado Henry Kissinger, primeiro chefe da comissão de investigação sobre os atentados de 11 de setembro de 2001, nomeado por George W. Bush. O outro sócio, Mack MacLarty, foi chefe-de-gabinete de Bill Clinton, na Casa Branca. A banca de Kissinger e MacLarty é filiada ao Council of the Americas, uma agremiação de defesa da livre iniciativa intimamente ligada ao movimento neoliberal e neoconservador que tanto sucesso ainda faz entre tucanos e os liberais do DEM.
Fica fácil, portanto, de entender a birra de Lampreia com a política sul-sul, independente dos EUA, encabeçada por Celso Amorim. Da mesma maneira que ficou fácil entender por que, com Amorim, passamos a nos apresentar ao mundo de cabeça erguida, apesar de manchetes em contrário.
A adequação do Bolsa Família ao discurso da oposição e o refortalecimento do Estado
O PSDB apelidou o Bolsa Família de “bolsa esmola” por duas razões. A primeira, por vingança, porque “bolsa esmola” era justamente o apelido dado pelo PT ao programa “Bolsa Escola”, do governo Fernando Henrique Cardoso, que dava 15 reais por filho matriculado na escola, no limite de três por família. Atingiu, entre 2001 e 2003, cerca de cinco milhões de famílias. Era, de fato, uma merreca. A partir de 2003, o Bolsa Escola foi incorporado ao Bolsa Família, assim como outros programa assistenciais da confusa burocracia tucano-pefelista. Desde então, virou um programa de transferência de renda centralizado no Ministério do Desenvolvimento Social, condicionado à freqüência escolar e ao cuidado com a vacinação de crianças e adolescentes. Os pagamentos variam de 22 reais a 200 reais e beneficiam perto de 13 milhões de família, ou um quart o de todas as famílias brasileiras. Daí, a segunda razão do apelido: despeito.
O potencial eleitoral do Bolsa Família está intrinsecamente ligado ao poder de transferência do prestígio e da popularidade de Lula à candidata do PT, Dilma Rousseff. A oposição percebeu isso muito cedo, mas nada pôde fazer. Simplesmente, não combina com a doutrina neoliberal a intervenção do Estado de forma tão ostensiva no combate à pobreza e à miséria. Além disso, o movimento tectônico de classes sociais provocado pelas intervenções estatais na economia incomoda em demasia o establishment, trazendo para a classe média uma população até então tratada como escória pela mesmíssima classe média. Sem falar nessa história de pobre andar de avião e comprar geladeira.
De uma hora para outra, as críticas ao Bolsa Família sumiram. O emblema dessa nova postura da oposição foi a reação nervosa do candidato tucano José Serra à pergunta, feita por um repórter da TV Brasil, sobre o futuro do Bolsa Família em um eventual governo do PSDB. Desconfortável, Serra não consegue responder a essa pergunta de forma direta e convincente. Jamais vai conseguir. Confrontado, apela para o despiste, assume um comportamento rude com os repórteres e passa a responder fazendo perguntas, um expediente tão primário quanto constrangedor. Infelizmente, às vezes dá resultado: a presidente da Empresa Brasileira de Comunicação, Teresa Cruvinel, pediu desculpas (!) a Serra pela pergunta e prometeu um manual para cobertura das eleições. Eu pergunto, então, duas coisas:
1) Será vedado aos repórteres da EBC (TV Brasil, Agência Brasil e Rádio Nacional) perguntar ao candidatos sobre o Bolsa Família? Sob que argumento?
2) O que fazer com o Manual de Jornalismo da Radiobrás (atual EBC) lançado, em 12 de julho de 2006, pelo então presidente da empresa, Eugênio Bucci? Trata-se de um livro de 245 páginas construído em dois anos de trabalho com a participação de dezenas de grupos temáticos compostos por todos os funcionários da estatal. Esse manual perdeu a validade? E o protocolo de conduta da Radiobrás para eleições que ficava disponível na página da empresa na internet? Onde está?
E eu, ingênuo, pensei que José Serra é que devia desculpas ao repórter da EBC.
Vitória à vista, mas toda cautela é pouca
Vitória à vista, mas toda cautela é pouca
quarta-feira, 26 de maio de 2010
O deputado João Paulo Cunha (PT-SP) disse hoje, em discurso na Câmara, que as condições objetivas atuais do país apontam para a vitória da continuação do governo Lula, quer dizer, para a vitória de Dilma Rousseff.
As pesquisas Vox Populi, Sensus, Ibope e Datafolha, em seu conjunto, segundo João Paulo Cunha, indicam o crescimento de Dilma e o estacionamento do ex-governador José Serra. Mas o que vale mesmo nas pesquisas, diz o deputado, não é o visível, mas o que elas conseguem captar da população. Ou seja, o que descobrem sobre a avaliação que o cidadão faz da sua própria condição de vida, a partir da qual vai decidir o seu voto.
"O emprego está em alta, a economia está estabilizada, as perspectivas indicam melhora no salário e na economia; e a história recente de eleições nas grandes democracias comprova que a economia tem sido tema prioritário para a definição do voto", cita João Paulo.
A distribuição de renda é pequena, mas é efetiva. O bolo não está crescendo para ser distribuído depois, está sendo distribuído agora. O programa social do Governo é amplo, atinge de norte a sul, de leste a oeste. E esse conjunto combina com um presidente bem avaliado, com uma relação muito forte, quase epidérmica, com a população, porque conhece sua vida, seus modos, sua situação.
Mas o deputado advertiu: os trabalhadores precisam estar atentos. Hoje, dois próceres da oposição deram declarações fortes. Um disse: "será uma batalha campal". E o outro que "será uma guerra sangrenta".
Este último foi o Bornhausen, o qual, lembrou João Paulo, "já tem um contencioso com a democracia, quando disse querer acabar com a raça do PT; agora, ele volta dizendo que a guerra será sangrenta; o que será que ele quer dizer?" - indagou João Paulo Cunha.
É preciso, alertou João Paulo, que os cidadãos que gostam da democracia estejam atentos para o que pode vir. "Porque não se trata nem de batalha campal nem de guerra sangrenta, trata-se de uma disputa democrática, da consolidação de uma das maiores democracia do mundo, com mais de 130 milhões de brasileiros aptos a votar, trata-se de uma disputa de programas, de discutir o futuro do Brasil".
João Paulo recomendou manter a humildade, a cautela, a prudência. "É preciso aprender muito com o presidente Lula, com a eleição de 2002, com as eleições pretéritas: Lula não só promoveu uma disputa de ideias, também mobilizou a sociedade, ganhou as eleições e reinstalou no País a esperança de um Brasil melhor".
Em aparte, o deputado Carlos Zarattini (PT-SP)destacou que há mais de duas décadas o Brasil vive um momento democrático, com eleições tranquilas. "E agora estamos assistindo quererem transformar a eleição numa briga de rua, o que não podemos aceitar", protestou Zarattini, reafirmando que o PT quer fazer o debate político democrático.
Zarattini estranhou a declaração da procuradora Sandra Curau, que lançou a possibilidade de cancelar o registro de Dilma Rousseff, ou cancelar a sua posse, caso ela seja vencedora, alegando crime eleitoral.
"Certos setores da oposição não se conformam com a discussão política, não querem ouvir a voz do povo", criticou Zarattini.
Escrito por Luiz Cláudio de Moraes Pinheiro
NUNCA ANTES NESSE PAÍS SE VIU UMA IMPRENSA TÃO CORRUPTA
Ou a paz ou a velha conhecida guerra. De que lado você está?
A impostura de um canalha
Ou a paz ou a velha conhecida guerra. De que lado você está?
G1 - Netanyahu chama acordo nuclear promovido por Brasil de 'impostura' - notícias em Mundo
Em discurso no Knesset, Netanyahu disse que "o acordo é uma impostura que não impedirá o Irã de obter urânio enriquecido". "O objetivo desta impostura é evitar que o Irã seja submetido a sanções internacionais", afirmou o líder do Estado judeu.
Netanyahu cumpre bem o papel da vilania. Massacra e persegue os palestinos, invade os vizinhos e é o foco constante de instabilidade na região. O governo de Israel, não confunda com o povo judeu, são ases na política internacional com manobras diversionistas, meias palavras e intrigas gerais. Caracterizar um acordo que pacifica as relações internacionais como uma impostura é apenas mais uma canalhice do estado judeu contra a humanidade. Preferiria Netanyahu que o Brasil apoiasse a guerra? Preferiria que o Brasil fomentasse outro Iraque, outro Paquistão? Mais morte e sangue? Já não basta?
Netanyahu fala em urânio enriquecido ao Irã, como se isto bastasse para produzir armas atômicas. Não é verdade! A Turquia receberá o minério iraniano e o enriquecerá apenas à 20%, suficiente para operar as usinas geradoras de eletricidade e uso médico, é isto que diz o acordo. Para produzir armas nucleares é preciso muito mais que isto, muito dinheiro e muita tecnologia. Netanyahu usa meias verdades para contar grandes mentiras, artifício comum entre canalhas.
Impostura é Israel NÃO ter assinado o tratado de não proliferação de armas atômicas e segundo David Albright, Frans Berkhout e William Walker, autores do livro Plutonium and Highly Enriched Uranium 1996: World Inventories, Capabilities and Policies, em fins de 1995 Israel possuía 460 kg de plutônio altamente enriquecido. Esses estoques estão fora do controle internacional e admite-se que sejam parte de programa nuclear de Israel. Para quem não sabe, o Irã assinou o tratado, assim como o Brasil e outros 185 países do mundo. Israel se acha especial e acima dos demais e não se sujeita à inspeção internacional.
Impostura é Israel ter oferecido armas atômicas ao regime do aparteheid da África do Sul como publicado nos jornais recentemente. Um regime racista de segregação racial que envergonhou a história recente da humanidade. O que levou Israel a oferecer armas nucleares à Africa do Sul? O que os dois regimes têm em comum?
Brasil e Turquia, no caso do acordo com o Irã, fizeram mais do que o mundo esperava deles. Buscaram o entendimento, mesmo quando isto parece impossível, buscaram a alternativa pacífica, sem morte e destruição. Como isto pode ser errado? Mesmo que não dê certo? Como pode um gesto destes ser desprezado? Só os cegos pelo ódio ficam ao lado da intolerância e da violência.
do Agente 65
Lançado veículo movido a hidrogênio que não polui, nem faz barulho
O ônibus do futuro
Lançado veículo movido a hidrogênio que não polui, nem faz barulho
Renato Grandelle –
http://rotaimpopular.files.wordpress.com/2008/11/1298.jpgO futuro do transporte coletivo chega quase sem fazer barulho.
No lugar do motor à combustão, entra um silencioso conjunto de baterias, carregado na tomada.
Em vez de fumaça, o cano de descarga elimina vapor d’água que, se condensado, poderia ser bebido normalmente.
Assim funciona o ônibus a hidrogênio, que será apresentado hoje pela Coppe/UFRJ no Aterro do Flamengo — o primeiro a rodar no país. O invento ganha as ruas no próximo semestre. E, embora tenha custo maior do que os tradicionais veículos a diesel, espera-se que sua presença cresça exponencialmente até a Copa do Mundo de 2014 e as Olimpíadas, dois anos depois.
O preço do ônibus a hidrogênio é cinco vezes maior do que o dos movidos a diesel, mas o investimento na nova frota prova-se mais barato em cerca de três anos, segundo seus idealizadores. Ao contrário do transporte já disponível, o novo modelo, com tecnologia 100% nacional, tem aparato mecânico menor e custo irrisório de abastecimento.
O veículo, que não emite poluentes — um ganho e tanto em tempos de aquecimento global e necessidade de redução de emissões de gases-estufa — também gera uma economia significativa para o sistema de saúde pública. Se toda a frota paulistana fosse substituída por ônibus a hidrogênio, a cidade deixaria de desembolsar R$ 600 milhões com o tratamento de doenças respiratórias.
Três fontes de energia disponíveis
O veículo, que tem autonomia para percorrer 300 quilômetros, usa três fontes de eletricidade: conexão prévia à rede (feita por baterias carregadas na tomada), pilha a combustível (alimentada com hidrogênio) e energia produzida a bordo.
— Um ônibus a diesel desperdiça energia cinética produzida quando o motorista freia ou não pisa no acelerador.
No veículo a hidrogênio, ela transformase em energia elétrica, armazenada em ultracapacitores — explica Paulo Emílio de Miranda, coordenador do Laboratório de Hidrogênio da Coppe.
Um condutor reúne essas fontes aos diferentes equipamentos do veículo — ar condicionado, sistema de tração, acionamento de portas. A divisão do espaço interno foi idealizada para que houvesse o menor gasto de energia possível. Ainda assim, foi possível dar ao ônibus um aspecto semelhante ao de seus antepassados a diesel. Dentro dele cabem 68 pessoas, sendo 27 sentadas.
Há, também, rampa e uma área reservada para deficientes físicos.
O ônibus começará, no mês que vem, a transportar alunos e professores pela Cidade Universitária, onde foi construído.
A Petrobras vai instalar um posto de abastecimento na região, com cilindros que armazenem hidrogênio gasoso.
Até o fim do ano, o veículo será incorporado à frota de uma empresa de ônibus comercial, provavelmente cumprindo o trajeto entre os aeroportos do Galeão e Santos Dumont.
Antes de produzir veículos semelhantes, a Coppe vai se dedicar à fabricação de outros dois protótipos: um ônibus elétrico híbrido a álcool e outro exclusivamente elétrico. Segundo Miranda, cada modelo tem as suas vantagens.
— O veículo 100% elétrico não produz resíduo algum. Sequer tem cano de descarga. Mas sua autonomia é a menor entre os três, e, por isso, ele é apropriado para trajetos mais curtos — compara. — O híbrido a álcool conta com uma infraestrutura instalada, que são os atuais postos de abastecimento.
Mas o ônibus de hidrogênio, que inauguramos agora, me parece o mais sustentável, o que vai perdurar.
O projeto da Coppe junta-se a um seleto grupo, composto por cerca de dez iniciativas no mundo (a maioria ainda em fase de protótipos), visando ao desenvolvimento de ônibus movidos a hidrogênio.
Estima-se que tenham sido produzidos cerca de 50 veículos semelhantes ao que será usado no Rio.
O ônibus contou com financiamento de empresas privadas, Petrobras e Finep. Agora, a Coppe negocia investimentos para a construção de pequenas frotas com a Federação das Empresas de Transportes de Passageiros (Fetranspor), a prefeitura e o governo estadual.
— É uma grande demonstração de capacidade tecnológica e preocupação ambiental do país — elogia Miranda.
— A mudança da frota de ônibus começará timidamente, mas, na Copa do Mundo, podemos ter um transporte limpo, ao menos em alguns corredores urbanos.
Postado por Luis Favre
Oeste baiano já supera os EUA em produtividade
Oeste baiano já supera os EUA em produtividade
Safra rende 52 sacas de soja e 270 arrobas de algodão por hectare; americanos colhem 48,5 e 160, respectivamente
Norte-americanos ainda colhem mais milho: 170 sacas ante 145; mas isso vai durar pouco tempo, diz produtor brasileiro
MAURO ZAFALON –
DE SÃO PAULO
Há 26 anos, sem novas opções de terras no Paraná, Walter Horita trocou a região pelo oeste baiano. Uma atitude considerada ousada pelos vizinhos. Longe de tudo e sem estradas adequadas, os desafios da nova região começaram logo cedo.
Acostumado às terras férteis do Paraná, Horita amargou uma produção de apenas 14 sacas de soja por hectare na primeira safra plantada. Um desastre para o bolso.
Hoje, Horita cultiva 42 mil hectares com soja, milho e algodão. Quando as máquinas encerraram a colheita neste ano, ele constatou a produção de 62 sacas de soja e 196 de milho por hectare.
A colheita de algodão está começando e ele espera 330 arrobas por hectare. “Estamos com uma produtividade bem acima da dos Estados Unidos”, diz Horita.
A produção de Horita não está muito distante da média do oeste baiano, mas está acima dos padrões da região. Motivo: ele não mede esforços na utilização de novas tecnologias à disposição.
O oeste baiano produz 52 sacas de soja, 145 de milho e 270 arrobas de algodão por hectare. Os norte-americanos colhem 48,5 sacas de soja e 160 arrobas de algodão.
No milho, ao produzirem 170 sacas por hectare, ainda superam os baianos. “Mas isso [o ganho no milho dos norte-americanos] vai durar pouco tempo”, diz Horita.
NOVAS PRÁTICAS
O segredo para uma produção elevada passa pelo uso intensivo de novas práticas na lavoura e utilização de insumos e de equipamentos de última geração.
Além disso, o produtor deve estar à frente dos livros e da literatura agrícola, diz ele.
Para Horita, o produtor deve fazer experimentos em sua terra, buscar coisas novas e estar apto a, se necessário, fazer mudanças rápidas na cultura para garantir maior produtividade.
Ele destaca, no entanto, a necessidade da presença de um bom agrônomo nesse processo produtivo.
O acesso à tecnologia exige recursos, o que poderia tirar os produtores de pequeno porte desse processo.
Horita diz que a inovação tecnológica estará à disposição dos produtores de pequeno e médio portes se eles se reunirem em grupos para comprar insumos e máquinas e para a comercialização.
“A agricultura moderna exige a utilização de agroquímicos, melhoramento genético e equipamentos eficientes”, afirma Horita.
A vantagem é que a concorrência entre os fornecedores de insumos é grande e a cada safra eles desenvolvem produtos cada vez mais eficientes, acrescenta.
Isso leva, no entanto, a uma perda de rusticidade e ao aumento da fragilidade das plantas, o que exige custos fitossanitários maiores. Essa elevação de custos será compensada pelo aumento da produtividade, diz ele.
A região distante, e de pouca atração há três décadas, hoje está na mira até de investidores estrangeiros.
Com o valor de um hectare vendido no Paraná, Horita comprava 50 no oeste baiano na década de 1980. Hoje, compra apenas dois.
Tecnologia impõe custos, mas alta na produção compensa
DE SÃO PAULO
Buscar produtividade custa caro, mas o volume produzido compensa. É com essa visão que os produtores do oeste baiano desembolsam R$ 4.000 por hectare na produção de algodão.
Se o clima ajudar e os preços estiverem favoráveis, a renda virá. Esses dois fatores ocorreram neste ano e os produtores que usaram alta tecnologia na produção podem obter uma renda de até R$ 1.400 por hectare.
Isso não ocorreu no ano passado, quando o excesso de chuva prejudicou a safra.
O algodão é a commodity que pode gerar mais renda para o produtor, mas também é a de maior risco devido aos investimentos elevados. No caso do milho, o produtor desembolsa R$ 2.000 por hectare cultivado, quando usa tecnologias avançadas.
Essa tecnologia vai desde plantadeiras com monitoramento de adubo e de sementes, que devem ter melhoramento genético, até colheitadeiras que eliminem as perdas durante a colheita.
O investimento no milho é menor, mas a renda final também. Neste ano, o hectare deve gerar receita de R$ 550 na região.
A soja, principal produto da região, é a que exige menos investimentos: R$ 1.300 por hectare. A renda do produtor, no entanto, também é menor, com previsão de R$ 500 por hectare neste ano.
do L Favre
Reza a sabedoria convencional que os EUA são país de centro-direita. Pois recente pesquisa conduzida pelo Pew Institute lança dúvidas sobre essa ideia
Reza a sabedoria convencional que os EUA são país de centro-direita. Pois recente pesquisa conduzida pelo Pew Institute lança dúvidas sobre essa ideia. Alastram-se nos EUA muitas dúvidas e muito ceticismo sobre o capitalismo; e o apoio a alternativas socialistas emerge como força majoritária na nova geração de norte-americanos.
Realizada no final de abril e com resultados divulgados dia 4/5/2010, a pesquisa do Pew – provavelmente a mais respeitada instituição de pesquisas sociais no mundo – entrevistou mais de 1.500 norte-americanos escolhidos ao acaso e anotou as reações a expressões como “capitalismo”, “socialismo”, “movimentos progressistas”, “movimentos de cidadãos” e “milícias”.
As descobertas mais surpreendentes têm a ver com as reações a “capitalismo” e “socialismo”. Não se pode saber com certeza o que as pessoas pressupõem ao usar essas palavras; os resultados, portanto, têm de ser interpretados com cautela e no contexto de outras atitudes mais específicas em questões práticas da vida diária, como adiante se discute.
O Instituto Pew resume os resultados já no título da pesquisa: “Nem o socialismo é tão ruim, nem o capitalismo é tão bom.” De fato, o drama subjacente a alguns dos dados é bem mais complexo que isso.
Sim, o “capitalismo” ainda é visto positivamente pela maioria dos norte-americanos. Mas por uma pequena maioria. 52% dos norte-americanos reagiram positivamente àquela palavra. 37% mostraram reação de recusa; o restante disse que “não tem certeza”.
Há um ano, pesquisa do grupo Rasmussen chegou a resultados bem semelhantes. Naquela época, apenas 53% dos norte-americanos descreveram o capitalismo como “superior” ao socialismo.
Pela pesquisa Pew, agora, 29% dos norte-americanos reagiram positivamente à palavra “socialismo”. A quantidade dos positivos aumenta muito, quando se consideram alguns subgrupos-chave. Pesquisa do Gallup, em 2010, descobriu que 37% do total dos norte-americanos consideram o socialismo “superior” ao capitalismo.
do viomundo
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