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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

sexta-feira, junho 25, 2010

Bike elétrica já








A Volkswagen apresentou na feira de tecnologia "Auto China 2010" sua mais nova criação tecnológica que certamente vai, no futuro, dar uma mãozinha no caótico trânsito das grandes cidades. O projeto é ousado e inovador: uma bicicleta elétrica com várias funcionalidades e praticidades.
A gigante do automobilismo mundial pegou pesado, lançando um produto inovador e único no mercado: com bateria de autonomia de 20 km; recarregável em qualquer tomada elétrica e em automóveis; totalmente dobrável, levíssima e equipada com freio a disco nas duas rodas.
Objetivando alcançar a classe média, este projeto com certeza vai pegar, porque é um conceito novo - chamado "Think Blue" - de meio de transporte e diversão para grandes cidades que não possibilitam aos seus moradores opções de trânsito, locomoção e estacionamento adequadas.

O projeto já é uma realidade. Faltam agora as condições ideais de trafego, segurança e financiamento. Difícil é mudar conceitos, mentalidades e quebrar barreiras culturais, principalmente aqui no Brasil, onde ainda em muitas cidades, pessoas com "certas condições financeiras e posição social" não andam de transporte público e muito menos de BIKE.


As ciclovias, no futuro, serão uma realidade que farão a grande diferença no trânsito. É viver pra crer!

do Com Texto Livre

Mutantes

quinta-feira, junho 24, 2010

Ja ouvi dizer que os cães sabem falar mas, não falam para não se parecerem com os humanos, é de se pensar...





Riot dog !!!

[Vídeo] Cão ativista


Matéria do cão ativista que encontrei na net.

Riot Dog!!

O cão que não perdeu um único tumulto durante anos






Houve muitas revoltas e protestos de ambos os anarquistas e os trabalhadores em Atenas, Grécia, especialmente nos últimos anos. Uma coisa interessante é que existe um cão que está marchado com esses motins desde 2008 até os dias de hoje.

https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEivxmnDPQAD50mHW1aHro-1OO3GXUnFE_wYEWYLgL-NZz9dIaUGbJYKtIdxDTOy0Dd13M_75_TNFP36GaDpEs71hdOmjrtB5ZvWyleQeJtEeZePjzoMYpSLp6-MYMjPBZJE7lkxLix7Tk0/s1600/Greek_riot_dog_by_Latuff2.jpg

Simplesmente incrivel.

do Mídia dos Oprimidos

Dunga 10 X 0 PIG






Dunga pede desculpas à torcida. E a Globo?

O técnico da seleção brasileira, Dunga, pediu desculpas à torcida pela sua atitude na entrevista coletiva após o jogo com a Costa do Marfim e disse que o torcedor não tem nada a ver com seus problemas pessoais.

A conduta de Dunga foi correta. Reconheceu que errou ao ter xingado os jornalistas, o que realmente era reprovável, mas não recuou um milímetro na sua atitude de não privilegiar nenhuma emissora na cobertura da seleção brasileira.

Perguntado sobre seu pai, que está doente, disse que tem que seguir as lições que recebeu dele. “Homem para ser homem tem que ter virtude, tem que ter posição. Tem que ter coerência, dignidade, transparência e tem que saber pedir desculpas quando erra.”

Dunga aproveitou a oportunidade para um recado a quem só pensa em extrair lucros da Copa, sem maiores preocupações com o desempenho da seleção. “Por mais que muitos não gostem, a gente tem que ser patriota e tem que fazer o melhor para o nosso país, a nossa família, para os nossos amigos. E temos que lutar. A adversidade só vai fazer com que a gente cresça.”

Será que a Globo vai ter a mesma dignidade de Dunga e se desculpar por ter excedido nas críticas ao treinador quando o que estava em jogo não era exatamente o seu comportamento e sim o fim dos privilégios da emissora? Será que vai pedir perdão pela campanha sórdida que fez por uma punição da Fifa a Dunga? Claro que não. Da Globo nada se espera além da costumeira empáfia de quem acha que manda no país e até na seleção. Mas dessa vez, se deu mal.


do Tijolaço

demotucanos barbarizam São Paulo em impostos e taxas + 1






Taxab e governo Serra criam imposto disfarçado sobre a água, de 7,5%

Quando os demo-tucanos vem com a conversa de "impostômetro", protejam suas carteiras. O prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab (DEMos), o Taxab, dando continuidade ao seu antecessor e padrinho politico, José Serra (PSDB/SP), já aumentou o IPTU bem acima da inflação, autorizou reajustes da passagem de ônibus urbano bem acima da inflação, e agora cria um novo imposto disfarçado sobre a água e esgoto, que não existia.

A empresa estatal de água e esgoto do Estado de São Paulo (SABESP), formalizou contrato de concessão por 30 anos para explorar o sistema de água e esgoto da cidade de São Paulo. A empresa já atende a capital paulista desde 1976, mas não havia um contrato de concessão formalizado.

"Com a assinatura do contrato, a prefeitura também conseguiu garantir uma nova fonte de receitas. Segundo o acordo, a cidade ficará com 7,5% das receitas líquidas da Sabesp, já abatidos os impostos". (do Jornal Valor Econômico)

Novo Imposto de 7,5%

O Prefeito "Taxab", em comum acordo com o governo estadual (também de gestão demo-tucana, de José Serra /Alberto Goldman), fez o contrato com uma cláusula capciosa, para criar um novo imposto disfarçado sob forma de tarifa.

A prefeitura ficará com 7,5% das receitas líquidas. Obviamente, é o cidadão quem pagará essa "nova fonte de receita" da prefeitura, embutida na tarifa da conta d'água.

Risco demo-tucano de privatização e mais aumento nas tarifas

A capital paulista responde por 56% do faturamento da SABESP, e um monopólio de 30 anos no fornecimento da água, garante lucros certos e sem risco à empresa. A medida é certa desde que a empresa continue estatal, com controle público nas tarifas.

Porém cidadão paulista corre um sério risco demo-tucano, pois investidores privados "lambem os beiços" vislumbrando a privatização da empresa. Concessão cartorial por 30 anos... permissão de reajustes indexados das tarifas à moda dos pedágios abusivos... nem banco é melhor negócio. Tanto é assim, que as ações subiram na Bolsa de Valores.

O risco do cidadão reside justamente nas tarifas. As privatizações demo-tucanas da telefonia, e a política dos pedágios produziu contratos leoninos contra o cidadão, com verdadeiro achaque nas tarifas.

O risco é real, caso haja um hipotético governo demo-tucano de continuidade no Palácio dos Bandeirantes, pois a CESP (estatal paulista de geração de energia elétrica), foi levada a leilão de privatização no governo José Serra (PSDB/SP), mas ninguém se interessou em comprar, justamente porque as concessões de hidrelétricas da CESP vencem em 2015, e podem ser retomadas pela União (Governo Federal).

dos amigos doPresidente Lula


É SÃO JOÃO: SERRA QUEIMA COMO BATATA-DOCE ELEITORAL

O resultado do IBOPE transformou a festa de São João do tucanato num bombardeio interno, em que não faltam fogueiras expiatórias. Nelas ardem estratégias, estrategistas, dissimulações, vaidades, aspones e marqueteiros que não entregaram o que prometiam: seis pontos de vantagem –alguns cogitaram até 12 pontos— sobre Dilma, após a propaganda intensa do candidato no mês junino, quando foi vedete nos programas de PSDB, PPS e PTB, sem falar de uma chuva de prata de inserções publicitárias. O foguetório revelou-se pó de traque na aferição do IBOPE, que trouxe Dilma na dianteira com cinco pontos de vantagem sobre o candidato do conservadorismo brasileiro. O fracasso do plano junino abriu uma temporada de vale-tudo na coalizão demotucana. Nesta 4º feira, em SP, uma reunião de emergência do tucanato discute a crise. Pelos jornais, estrategistas ressentidos com o conhecido menosprezo do candidato por idéias alheias, como o sociólogo Alberto Almeida [hoje, no Estadão], espinafram Serra e vaticinam sua derrota, sugerindo que a grande vantagem de Dilma é a soberba do tucano. Fernando Henrique 'confidencia' igual temor a colunistas, vingando-se da recusa original do amigo em assumir o figurino anti-Lula preconizado por ele. O pedágio cobrado pelos aliados para apoiar um pato manco tende a aumentar e a escolha do vice pode gerar defecções e dissidências. Em resumo, a três meses do pleito, Serra queima como batata-doce eleitoral e por ela ninguém mais bota a mão no fogo.
(Carta Maior; 24-06)

Cinema

Imperdível: "A Guerra Contra a Democracia"

O premiado jornalista John Pilger mostra a cruel realidade planejada pelos EUA para quase todos os países latino-americanos.

Golpes, assassinatos, grupos de extermínio, torturas, genocídios - financiados e treinados pela CIA, acompanhados por uma cobertura quase sempre desonesta da mídia local - transformaram esses países no que eles são hoje: desigualdade, miséria, desinformação e fornecedor de produtos primários.

Certos documentos apresentados pelo filme revelam a realidade que a mídia esconde até os dias de hoje.

Mas o documentário não é só amargura e mostra numa mensagem de otimismo de que o povo pode sair às ruas e conseguir o que lhe é de direito. Isso é bem ilustrado em dois ótimos exemplos na América do Sul: Venezuela e Bolívia, que – ao contrário do que diz quase todos os nossos meios televisivos e impressos - se transformaram em símbolos da luta popular pela democracia.

Esse documentário é essencial para quem quer saber da recente história latino-americana e para se situar no tempo atual.

The War on Democracy 2007 legendado from olho.cósmico on Vimeo.

do Tudo em Cima

O `PIG ´chora






Estadão deprimido com situação eleitoral






Mauricio Dias: mídia tenta valorizar Marina só para ajudar Serra

A imprensa tenta oxigenar a candidatura de Marina Silva (PV), que patina em torno de 10% em todas as pesquisas mais recentes de intenção de voto. Cresce a convicção, no meio político, de que, sem ela no páreo, Dilma Rousseff (PT) poderia ganhar a eleição presidencial de José Serra (PSDB) ainda no primeiro turno.

do Oni Presente


Serra afunda. E o “Celso Furtado” navega…

Estive agora de manhã no Estaleiro Mauá, no lançamento do “Celso Furtado”, o primeiro navio construído no estado do Rio para o programa de expansão da frota da Petrobra e o único de grande porte a ser produzido aqui – pasmem- desde 1997! Conversei com Sergio Machado, presidente da Transpetro e ele me confirmou que outras 15 embarcações serão construídas aqui, e as encomendas já contratadas estão gerando hoje emprego para quase 25 mil trabalhadores. Para vocês terem uma ideia, toda a indústria brasileira de construção naval empregava cerca de 2 mil trabalhadores em todo o País, antes das encomendas da petrobras, que já elevou este número para 46 mil.

É uma enorme alegria ver centenas de trabalhadores felizes e realizados com a descida ao mar do navio, ainda por cima uma merecida homenagem a um grande brasileiro, Celso Furtado, um economista que se preocupava com desenvolvimento brasileiro e, especialmente, com o povo do seu Nordeste. Fiquei pensando: como seria possível que o nosso país pudesse retroceder ao tempo do desmonte de nossa indústria, às encomendas de tudo no exterior, ao desemprego de nossos operários, técnicos e engenheiros navais, uma tradição carioca e brasileira, pois já fomos a 2a maior indústria naval do mundo?

Felizmente, foi só um pensamento ruim. Porque os fatos mostram que estes tristes tempos se foram para sempre.

do Tijolaço



Serra não entende nada de mulher, deveria ficar calado

Como fala trololó esse Serra hein?!

Segundo o candidato tucano, a legalização do aborto “Dificultaria o trabalho de prevenção... Vai (ter) gravidez para todo o lado porque (a mulher) vai para o SUS e faz o aborto”, “seria uma carnificina”, disse o candidato, demonstrando retumbante ignorância dos números que acompanham a tragédia dos abortos inseguros no país, bem como da subjetividade feminina.

O candidato tucano à presidência, José Serra, posicionou-se nesta segunda-feira (21/6) contra a descriminalização do aborto em sabatina promovida pelo jornal Folha de S. Paulo e pelo portal UOL, na capital paulista. A legislação atual no Brasil só permite o aborto em casos de estupro ou de risco de morte para a mãe e é uma das mais restritivas do mundo.
Estima-se que, ainda assim, mais de 1 milhão de abortos clandestinos sejam realizados no país, resultando em mais 250 mil internações no SUS e na quarta causa de mortalidade materna no Brasil. Contradizendo o raciocínio de Serra, os países onde o aborto é legalizado apresentam as menores taxas de abortamento do mundo, bem como de mortalidade materna (na Holanda, por exemplo, encontra-se abaixo de 1%). Isto porque a legalização do aborto veio acompanhada de uma política de planejamento familiar, com educação sexual e acesso fácil à contracepção. Tal como defendido historicamente pelo movimento feminista.
Disto se conclui que não é a proibição, mas o acesso à contracepção e à educação sexual que evitam abortamentos. Corrobora com esta tese o dado de que os maiores índices de abortos estão nos países onde sua prática é considerada crime, em geral países pobres e/ou sob forte influência religiosa no Estado. Nestes sim ocorrem verdadeiras carnificinas, mas de mulheres que se submetem aos procedimentos mais grotescos para interromper uma gravidez indesejada, muitas vezes resultando em infecções uterinas que podem esterilizar e até matar. Realizado de forma legal e segura, o aborto é um procedimento cirúrgico ou medicamentoso simples.
Ou seja, o argumento utilizado por Serra, baseia-se na idéia de que realizar um aborto para uma mulher é um piquenique, um passeio dominical, algo banal e corriqueiro. Nada mais distante da subjetividade feminina que tal impropério.
Já está claro que o candidato não possui um projeto de nação para o Brasil, então ele se lança a “achologias” - neste caso, bastante machistas - sobre temas relativamente acessórios, mas que revelam sua concepção de mundo (de direita, patriarcal, racista e homofóbica), além de bastante desinformação e despreparo, e que são repercutidas pela mídia hegemônica como opiniões das mais sábias e consubstanciadas.
Ser mãe é um direito, não uma obrigação
A decisão acerca da realização do aborto ou não é de foro íntimo e não cabe ao Estado, que se supõe laico. E o candidato tucano deveria saber disso. Contudo, não se pode acusá-lo de incoerência: criminalizar as mulheres que abortam é bastante condizente com quem se recusou, durante 11 meses, enquanto governador do estado, a assinar o Pacto Nacional Pelo Fim da Violência Contra a Mulher, proposto pelo Governo Federal. Coerente também com quem, para desqualificar a candidata da situação ao pleito presidencial, acusa de “não ser líder”, aquela que é “a mãe do PAC”. Baixaria machista pura e aplicada.
Apesar da posição conservadora a respeito do aborto, o candidato se disse favorável à união civil de homossexuais e à adoção de crianças por casais do mesmo sexo. Entretanto, cometeu um ato falho: "Tem tanto problema grave de crianças abandonadas no Brasil que, para elas, é uma salvação", disse. Ou seja, a adoção de crianças por homossexuais só seria aceitável porque sem isso elas estariam em situação muito pior, e não porque o Estado brasileiro deve encarar as novas formas de organização familiar sem preconceitos e respeitar os direitos das famílias homoafetivas.
Completando a onda de preconceitos, Serra se colocou também contra as cotas raciais.
O verdadeiro atraso
Serra admitiu ter um "problema com o relógio". Ele chegou à sabatina com 44 minutos de atraso e disse ter perdido a hora ao analisar notícias do dia. "Eu detesto me atrasar. Isso posso dizer em minha defesa. Eu sofro também, como aqueles que esperam", disse. A ele digo o seguinte: não se aflija, candidato, esses 44 minutos não significam nada perto do atraso de 5 séculos que você e sua camarilha neoliberal irão impor ao povo brasileiro caso retornem ao governo. O que, no que depender do movimento de mulheres e das forças progressistas, não irá acontecer jamais. Estamos todos com Dilma para avançar, avançar e avançar!
Mariana de Rossi Venturini membro da União Brasileira de Mulheres e da Direção Nacional da União da Juventude Socialista.

A Globo não respeita os mortos nem a verdade

Fiquei indignado com uma chamadinha de capa de O Globo hoje, sobre o lançamento do navio “Celso Furtado”, ao qual estive presente, ontem, no Ri. Não é apenas infeliz e desrespeitoso com um dos brasileiros mais respeitados, tanto pela sua qualidade como economista quanto por sua paixão pelo desenvolvimento brasileiro, mas nada tem a ver com a história que, muito corretamente, a repórter Danielle Nogueira conta lá dentro, na página 31 do jornal.

O que ocorre é o seguinte: a única fabricante de chapas de aço na espessura exigida em petroleiros no Brasil é a Usiminas, empresa privatizada no Governo Collor – e com apoio de O Globo - que aumentou e parece que pretende aumentar mais o seu preço. Não há outra empresa nacional que fabrique este material, enquanto não entrar em operação a Siderurgica do Atlântico, aqui no Rio, que terá uma unidade de chapas pesadas.

A Petrobras supervisiona as compras de aço pelos estaleiros, para que o preço do material não torne demasiadamente cara a produção das embarcações e assim se inviabilizar a sua construção no Brasil.

Não temos outras usinas capazes de produzir estes aços pesados porque quem poderia investir nisso, que é a Vale, não apenas compra navios lá fora como se recusa a investir mais na siderurgia. Mas, pelo menos, estamos fazendo aqui os navios, que os tucanos compravam todos no exterior.

O Celso Furtado é um navio brasileiro, feito por brasileiros e batizado com o nome de um grande brasileiro. E se parte – só parte - do seu aço vem da China, feito talvez com o minério brasileiro é porque gente que não ama este país, mas é adorada pelo O Globo, tem privatizado e atrasado a siderurgia brasileira.

do Tijolaço


FMI bom pra burro sem ofender o mundo animal









Crise econômica e a cobiça neoliberal

dividaneoliberal



O significado de "austeridade"
por James Corbett
http://iconoclasistas.com.ar
É um velho truque exprimir uma realidade penosa como uma platitude floreada. Ouvimos isto o tempo todo nas nossas vidas diárias e a maior parte das vezes sabemos como ler nas entrelinhas quando alguém tenta fazer isto connosco.
Quando o médico lhe diz que "Isto só vai doer um pouco", você sabe bem que será um procedimento penoso. Quando o seu patrão lhe diz que tem um novo projecto excitante para si, você sabe que está prestes a ficar atado à tarefa que mais ninguém quis fazer. Quando um vendedor lhe conta que um carro usado precisa algumas reparações, você sabe que está na frente de um chaço.
Analogamente, quando o FMI diz a um país que tem de implementar "austeridade" a fim de se livrar de uma crise financeira , também aqui há um fosso abissal entre a linguagem e a realidade.
"Austeridade" é daqueles termos orwellianos que foram injectados no nosso discurso político precisamente porque é uma palavra que soa bonito para uma realidade muito penosa. "Austeridade" implica disciplina, auto-controle, mesmo nobreza. A "austeridade" é prudente. A "austeridade" é modesta. A "austeridade" é uma virtude. Ela é um fim em si mesmo.
Se o FMI ou o Banco Central Europeu se dirigirem ao povo de um país europeu em colapso e lhes disserem para sacrificar as suas pensões, as suas poupanças e o seu próprio padrão de vida por uma dívida que o seu governo fraudulentamente acumulou em seu nome, ninguém deveria acreditar nisso – e com muita razão.
Mas conte a este mesmo povo que ele precisa por em prática "medidas de austeridade" a fim de economicamente "voltar a ficar de pé" e muito aceitarão viver nas mais duras condições, satisfeitos em suportar o desmantelamento do seu próprio país na vã esperança de que ao dar mais poder às instituições financeiras internacionais possam de algum modo evitar o colapso económico.
O truque, naturalmente, é que a realidade é completamente oposta. Como o médico ao dar suas falsas garantias de que isto só doerá um pouco, a amputação económica que os banqueiros têm no armazém para os outrora orgulhosos países do mundo industrializado será excruciante.
Simplesmente pergunte a qualquer um no terceiro mundo. Eles deveriam saber. Têm estado a atravessar estes planos de "austeridade" durante décadas.
Pergunto ao povo da Etiópia se a "terapia económica" do FMI/Banco Mundial da década de 1980 funcionou em favor do seu país. Pergunte-lhes acerca da liquidação de activos do estado, de empresas públicas, de unidades agrícolas e fábricas vendidas por centavos de dólar a corporações multinacionais. Pergunte-lhe como a USAID ajudou a despejar excedentes de colheitas geneticamente modificadas que não podiam ser vendidas na Europa sobre países africanos pobres como ajuda alimentar caridosa.
A extensão dos horrores infligidos à Etiópia pelos financeiros internacionais quase ultrapassa a descrição.
Os banksters não ficaram contentes em retalhar o país em bocados e vender as partes aos seus cúmplices do big business. Eles então tiveram a audácia de roubar a própria comida das mesas dos agricultores pobres e substituí-la por alimentos frankenstein geneticamente modificados que o resto do mundo nem mesmo tocaria.
Esta é a face real da "austeridade". É nada menos do que escravização económica a um grupo de elite de banksters que criaram a sua própria riqueza por decreto a partir do nada.
Nem a Etiópia é o único exemplo deste procedimento. Exactamente ao contrário. Um processo semelhante foi efectuado em quase todo país em que os oligarcas das finanças internacionais tentaram "por direito" com os seus procedimentos que "só doerão um pouco".
No Brasil , as reformas do FMI realmente alteraram a natureza da constituição brasileira, travando transferências de fundos federais para governos estaduais de modo a que estes fundos pudessem ser utilizados para pagar aos banqueiros o que exigiam.
O programa de ajustamento estrutural no Peru devastou a economia agrícola local e tornou ilegal a produção de coca, o único meio viável para muitos agricultores ganharem a vida. Desde o primeiro pacote de "reforma económica" patrocinado pelo FMI em 1978 ao segundo round da reforma do FMI no princípio da década de 1990, a produção de coca aumentou mais de 400%.
Um empréstimo de 4,8 mil milhões de dólares do FMI à Rússia no fim da década de 1990 nunca sequer chegou a entrar nos cofres russos, com milhares de milhões sendo depositados directamente em contas bancárias offshore ligadas a gangsters, políticos e banksters. Apesar do facto de o povo russo não ter visto um único rublo deste dinheiro sifonado, ainda assim ficou responsável por pagá-lo de volta aos banqueiros internacionais que foram gentis em emprestá-lo, a juros.
Vezes sem conta, país após país, em todo canto do globo, os empréstimos do FMI resultam em desastre para o povo que tem de aguentar as consequências.
O ponto crucial de toda a questão é que nada disto é inesperado. De facto, faz parte da concepção dos próprios programas de austeridade do FMI.
Como foi revelado por Joseph Stiglitz, o antigo economista chefe do Banco Mundial, o modus operandi do FMI é efectuar ataques económicos a países devedores, desmantelando e liquidando infraestrutura em benefício de corporações estrangeiras e assegurando que todo dinheiro público seja utilizado para pagar os banqueiros.
Ele tem mesmo um nome para o que acontece após o plano de "austeridade" inevitavelmente resultar na dissolução de uma sociedade: os tumultos FMI .
Os bolivianos fizeram tumultos por causa dos preços da água, os indonésios por causa dos subsídios a alimentos e combustível, os equatorianos por causa dos preços do gás de cozinha, os argentinos por causa do total colapso de um país que outrora fora rico. O denominador comum em todos os casos foram "medidas de austeridade" e o FMI.
Agora, os princípios de tumultos FMI estão a tomar forma na Europa. O povo está a tomar as ruas para protestar contra as medidas que estão prestes a serem tomadas a fim de reembolsa aos banqueiros o que governos corruptos roubaram do povo. Do outro lado posta-se a polícia, cada vez mais militarizada e de prontidão ao serviço dos banksters e de políticos. As linhas de batalha estão a formar-se. liderislandesa

Mas haverá uma outra saída?
Poderão os povos da Europa aprender com os exemplos da Islândia? Aquele minúsculo país insular no Atlântico Norte também se encontrou a enfrentar a bancarrota completa quando a bolha alimentada por derivativos do sector financeiro islandês explodiu na sequência do Lehman Bros. O povo era mais uma vez deixado para aguentar as consequências dos milhares de milhões de dólares em dívidas para com bancos estrangeiros e as ruas tranquilas da sonolenta Reykjavik explodiam em violência.
Mas na Islândia, o povo não combateu o governo. Ele tornou-se o governo. Um movimento popular forçou o colapso antecipado do governo da Islândia e políticos foram varridos do poder .Eles efectuaram um referendo no qual o povo esmagadoramente rejeitou a ideia de que iriam pagar milhares de milhões de dólares a banksters estrangeiros por uma dívida que não era sua. Ela era fraudulenta. Eles não a pagarão.
Está para ser visto se os países do G20 serão capazes de seguir o exemplo islandês quando o apodrecimento começar a corroer as economias dos países industrializados "ricos". O primeiro teste quanto a isto pode acontecer no princípio desta semana na cimeira G8/G20 em Toronto, onde fantoches políticos do governo canadiano endividaram o povo do país nuns estarrecedores mil milhões de dólares para pagar por uma polícia de estado totalitário que inevitavelmente provocará tal insensibilidade, reacções violentas.
Estamos numa encruzilhada, onde o povo pode levantar-se em massa contra os oligarcas financeiros que estão a manipular esta queda e livrar-se dos fantoches políticos em fileira cerrada com os abutres da Wall Street não importa quem se sente na Casa Branca... ou, não entendendo o que está a acontecer ou quem realmente está por trás disto, o povo pode ser levado a actos de violência sem sentido contra polícias vestidos de negro em batalhas que não tratarão da raiz do problema mas levarão à dor e ao sofrimento.
O primeiro passo é promover o entendimento de que a "austeridade" oferecida pelos banksters não é solução para os nossos problemas, mas o princípio deles. Então saberemos o que significa o FMI contar-nos que "isto só doerá um pouco".

do Crônicas e Críticas da AmericaLatina

Reflexões do Juremir...

A França em greve geral


Juremir Machado da Silva no correio do povo

Estou chegando de Paris.
A França está em greve geral hoje.
Nada de anormal.
Francês faz greve mesmo. Até na Copa do Mundo.
Mais de dois milhões de pessoas pararam contra o projeto do governo de mudança nas leis de aposentadoria.
O governo quer passar a idade mínima de 60 para 62 anos.
O tempo de contribuição passaria de 37 para 39 anos.
Sentei num bar com quatro sociólogos franceses.
Revisei meus conhecimentos da legislação francesa.
Confirmei tudo o que sabia.
Um francês oficialmente carente pode receber o RMI (o bolsa-família deles) durante a vida inteira.
O valor anda em torno dos 250 euros.
O francês carente vive mal, muito mal, mas tem cobertura de saúde universal, não paga eletricidade e recebe ajuda moradia. E outras mais. Sobrevive. Mas um francês não quer apenas sobreviver.
Os demais franceses têm educação gratuita em todos os níveis para os filhos.
O Estado dá ajudas para quem tem mais de um filho.
Dá até mesmo um cheque férias para ajudar os mais necessitados a sair de casa.
A partir do francês médio, todo mundo tem uma assistência saúde completar, que reembolsa todos os gastos, inclusive os medicamentos.
Aqui é que começa a confusão.
Nem todos os medicamentos existentes podem ser reeembolsados.
Mas todos aqueles que são prescritos pelos médicos são reembolsáveis.
Em outras palavras, saúde e educação por conta do Estado com uma participação dos trabalhadores.
A coisa já foi melhor.
Alguns direitos se perderam.
Para os franceses, o Estado é condomínio formado por todos os cidadãos. Todas as despesas devem ser compartilhadas para que o edifício funcione.
Quem ganha mais, paga mais.
Quem nada ganha, é coberto pelos outros.
Quem perder o emprego depois de 12 meses, recebe um salário-desemprego por, segundo as situações, até 18 meses, em torno de 75% do salário recebido no emprego.
Mesmo quando a direita está no poder, a França é de esquerda, republicana, social-democrata.
É por isso que eu gosto de lá.
E por isso que Luiz Inácio faz sucesso por lá.
O nosso bolsa-família é uma mera e boa cópia do que é praticado em todos os países civilizados da Europa.
Quem critica, o faz por conservadorismo radical ou por má fé.

Desemprego mundial alcança recorde histórico


Desemprego mundial alcança recorde histórico

Informe da Organização das Nações Unidas (ONU) afirma que há 211 milhões de desempregados hoje no mundo, o maior índice registrado na história. Segundo a ONU, será preciso criar globalmente 470 milhões de novos postos de trabalho nos próximos 10 anos só para manter o nível do crescimento. “As condições do mercado de trabalho seguiram se deteriorando em muitos países e é provável que afetem negativamente a grande parte do progresso obtido durante a década passada na meta de conseguir trabalhos decentes", diz ainda o informe. O artigo é do La Jornada.

O número de desempregados no mundo alcançou um nível histórico, chegando a 211 milhões, enquanto a geração de postos de trabalho estancou há mais de uma década, revelou um informe da Organização das Nações Unidas (ONU). "Hoje, o desemprego no mundo é o maior registrado na história”, expressou nesta quarta o secretário-geral da ONU, Ban Ki-Moon, na apresentação do informe sobre os Objetivos de Desenvolvimento do Milênio 2010.

“Existem 211 milhões de pessoas sem trabalho e é necessário criar globalmente 470 milhões de novos postos de trabalho nos próximos 10 anos só para manter o passo do crescimento”, acrescentou.

Os objetivos das Metas do Milênio são oito parâmetros de desenvolvimento social que devem ser melhorados de maneira substancial, dos níveis de 1990 a 2015 e cujos progressos serão revisados numa reunião que ocorrerá em setembro próximo na ONU.

O informe comparou que no mundo em desenvolvimento existiam 63 empregos para cada 100 pessoas em 1998, enquanto que, em 2008, se reduziu a 62 e se manteve esse nível durante 2009.

“As condições do mercado de trabalho seguiram se deteriorando em muitos países e é provável que afetem negativamente a grande parte do progresso obtido durante a década passada na meta de conseguir trabalhos decentes”, indicou.

No informe se explicou que a deterioração da economia provocou “uma forte queda na relação emprego/população” e que a produtividade laboral declinou em 2009 em relação ao ano anterior.

Na América Latina a relação entre emprego e população era de 58% em 1998; avançou apenas a 61% em 2008 e voltou a cair a 60% em 2009.

A ONU observou que o emprego vulnerável voltou a subir no último ano, depois de ter registrado um declive na década mais recente. Em 2009, era de 60%, enquanto que um ano anos era de 59% no mundo em desenvolvimento.

Na América Latina o percentual de pessoas auto-empregadas ou que administra negócios familiares aumentou de 31 a 32% entre 2008 e 2009, depois de registrar 35% em 1998. Mesmo assim aumentou na região o que a ONU chama de “trabalhadores pobres”, aqueles que têm um emprego, mas ganham menos de 1,25 dólares por dia. O índice subiu a 8% em 2009, depois de registrar 13% em 1998.

“A tendência positiva de redução do emprego vulnerável foi interrompida pela deterioração das condições do mercado de trabalho causada pela crise financeira”, assentou o informe. No entanto, a ONU destacou alguns avanços na América Latina, como o percentual da população que vive em “situação de miséria”, que foi reduzido de 34% em 1990 para 24% em 2010.

No informe sobressaíram as reduções das taxas de mortalidade materno-infantil e os avanços na igualdade de gênero feitos na América Latina.

Em geral o informe ressaltou que se tem registrado notáveis avanços na redução da pobreza no mundo, embora estes se devam aos progressos realizados na China e na Índia, em especial.

O número de pessoas que subsiste com menos de 1,25 dólares por dia diminuiu de 46% em 1990 a 27% em 2005, e se espera que se reduzam a 15% para o ano de 2015.

Tradução: Katarina Peixoto