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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

segunda-feira, junho 28, 2010

Se neo liberal fôsse bom não tiraria direitos adquiridos dos povos, logo é terrorismo econômico é contra a humanidade e a civilização







Sader explica por que FHC deu errado.
E por que Serra vai perder


Neoliberal “South American way”

O Conversa Afiada acata sugestão do amigo navegante João:

PHA, segue mais uma sugestão de pauta. A matéria do Emir Sader é, mais uma vez, de uma enorme lucidez.
João

Por que o governo FHC deu errado

Por Emir Sader – 26 junho 2010

FHC teve a audácia de assumir o modelo neoliberal adotado por François Mitterrand, a partir do seu segundo ano de governo, e por Felipe Gonzalez, desde o começo. Acreditou no Consenso de Washington, de que qualquer governo “sério” teria que adotar as suas recomendações, não apenas cuidando dos desequilíbrios fiscais, mas centrando seu governo na estabilidade monetária.
A passagem dos governos Thatcher e Reagan aos de Blair e Clinton dava a impressão a um observador superficial que, qualquer que fosse o governo, o ajuste fiscal seria o seu eixo. Que haveria que terminar com os direitos sociais sem contrapartidas – como tinha feito Clinton, ao dar por terminado o Estado de bem estar social, instalado por Roosevelt.
Para isso, no Brasil, seria preciso atacar o Estado herdado de Getúlio e os movimentos sociais, que certamente defenderiam os direitos sociais a serem atacados, para recompor as contas públicas. Até ali, os tucanos tinham dado passos tímidos primeiro nessa direção, com o “choque de capitalismo” do Covas em 1989, passaram a atitudes mais audazes, como a entrada de uma avançada do partido no governo Collor – entre eles, Celso Lafer, Sergio Rouanet -, preparando o desembarque oficial, de que se salvaram pelo veto do Covas e pela queda do Collor.
Chamado pelo desorientado – até hoje – Itamar, FHC assumiu, eufórico, a globalização neoliberal como “o novo Renascimento da humanidade” (sic), nas suas próprias palavras. Era um destino inexorável, que a “atrasada” esquerda brasileira não percebia e seria esmagada pela nova onda. Seu vocabulário desqualificador das divergências, sua empáfia privatizadora, sua truculência ao mudar o nome da Petrobrás para torná-la um “global player” e privatizá-la, revelavam a auto- confiança daquele que representava a voz inteligente da “terceira via” nas periferias da vida, que convivia com Blair, Clinton e companhia nos seus ágapes globais.
Confiou-se de tal maneira de que o controle monetário, a partir da caracterização tentadora de que “a inflação é um imposto aos pobres”, que embora tivesse a sua mulher encarregada de políticas sociais – no estilo mais tradicional das primeiras damas -, o peso dessas nunca passou do figurino e do marketing, sem efeito algum que se contrapusesse à desigualdade social, acelerada no seu governo, uma vez passados os efeitos imediatos do controle da inflação. Um economicismo barato dominou seu governo – que ao contar com o coro unânime da imprensa, com a maioria absoluta no Congresso e com o apoio internacional, – acreditava no seu sucesso inevitável.
Afinal, Mitterrand e Felipe Gonzalez tinham se perpetuado por mais de uma década no governo dos seus países, Clinton e Blair gozavam também de grande popularidade, a adesão de forças tradicionais ao neoliberalismo parecia dar certo na Argentina, no México, no Chile. Não haveria alternativa ao Consenso de Washington e ao Pensamento Único, como havia previsto Margareth Thatcher – parecia estar plenamente convencido FHC, ainda mais quando foi reeleito no primeiro turno em 1998 – com pressa, porque a crise já era iminente e o Malan já negociava nova Carta de Intenções com o FMI, preparando-se para levar as taxas de juros, em janeiro de 1999 aos estratosféricos 48%, sem nenhum protesto do ministro José Serra.
Os primeiros anos da estabilização monetária foram os de auge de FHC, que lhe propiciaram um segundo mandato, mas naquele momento já havia iniciado seu declínio. As Cartas de Intenções do FMI, a profunda convicção nas teses do Estado mínimo, da predominância do mercado, nas privatizações, na abertura da economia, levaram o país a uma profunda e prolongada recessão, ao mesmo tempo em que o próprio sucesso do controle da inflação começava a desandar.
Serra não era o candidato da predileção de FHC, entre os dois travou-se uma dura guerra, quando a saúde afastou Covas da parada. Mas qualquer que fosse o candidato, teria perdido para Lula naquele momento. Serra tentou não arcar com o ônus do governo FHC e FHC tentou dizer que a derrota era do Serra e dele. Mas, abraçados ou não, os dois foram a pique.
Essa derrota pesa definitivamente sobre o destino tucano. Não tiveram capacidade de conquista de bases populares mais além da estabilidade monetária, até porque não tinham plano de retomada do desenvolvimento – palavra totalmente enterrada por eles – e de distribuição de renda. Foram derrotados pelo seu sucesso efêmero e artificial, financeiro, especulativo.
Hoje, quando a depressão da derrota – agora inevitável – domina o ninho tucano, os ataques, as cotoveladas e caneladas sobram para todo lado. Certamente consciente da derrocada do Serra, FHC se apressou a dizer, antes mesmo da divulgação da pesquisa do Ibope, que via com sérias preocupações as possibilidades do candidato tucano, apesar de que ele tinha “ajudado”. Deixava o cadáver para os outros, aqueles que tentaram esconde-lo, a ele e a seu governo. Imaginem-se as palavras que Serra deve ter reservado para FHC, que na hora da débâcle, lhe dá as costas.
A escolha do vice tornou-se um calvário. Não se trata agora de escolher um vice que consiga votos, mas um que tire menos votos e, conforme a indecisão foi aumentando a lista de pré-candidatos, descontente a menor gente. Chega-se ao que a pesquisa do Datafolha os tinha livrado, aparentemente: o de chegar a uma Convenção em queda livre nas pesquisas e sem o Aécio.
O governo FHC deu errado como o neoliberalismo deu errado. Sua derrota e a crise final dos tucanos representam isso. Por isso, a vitória da Dilma tem que ser a vitória da esquerda e do campo popular, da superação do neoliberalismo, do fortalecimento do Estado, do desenvolvimento econômico e social, do Brasil soberano, da construção de uma sociedade justa, solidária e próspera.

do Conversa Fiada

Um furacão de austeridade econômica na Europa

Por Jérôme Duval, Damien Millet e Sophie Perchellet [Domingo, 27 de Junho de 2010 às 12:21hs]

A crise atual é o meio ideal para que o FMI aplique na Europa as suas receitas ultraliberais adulteradas, receitas essas que impõe aos países em desenvolvimento desde o início dos anos 80. Desautorizado durante três décadas de planos de ajustamento estrutural impostos brutalmente aos povos do sul, o FMI volta ao centro do jogo político a partir do momento em que o G20 se responsabiliza pela gestão da crise, em 2008.

O sul foi o primeiro campo de batalha. A Europa é agora a sua continuação. O FMI multiplica os empréstimos a alguns países europeus que se encontram em dificuldades para pagar uma dívida pública aumentada repentinamente devido à desaceleração econômica e aos planos de salvação de bancos, cuja desenfreada procura de lucros levou, justamente, a esta crise.

Em 2007, a Turquia era o único país de envergadura que ainda batia à porta do FMI. Muitos outros países como o Brasil, a Argentina, o Uruguai, as Filipinas etc., tinham cancelado antecipadamente a sua dívida com o FMI para se libertarem da sua incômoda tutela. O tempo das vacas magras foi ultrapassado e, em menos de um ano, o FMI já abriu uma linha de crédito para uma dezena de países europeus e intervém desde essa altura em múltiplas frentes.

Agora, a instituição vê que os seus lucros quadruplicaram durante o exercício de 2009-2010 (fechado em finais de abril), mesmo sem ter em conta a venda de parte das suas reservas de ouro. Lucros que são de 534 milhões de dólares face aos 126 milhões de dólares do exercício anterior. Confiar a gestão da crise a um organismo que tira proveito dela a este ponto não deveria deixar os cidadãos tranquilos… Por outro lado, enquanto o Fundo impõe o congelamento, ou redução, dos salários um pouco por todo o lado, o seu diretor-geral, o socialista francês Dominique Strauss-Kahn "sofreu" um aumento superior a 7% desde a sua chegada, estabilizando no meio milhão de dólares/ano.

O primeiro país atingido foi a Hungria, antes da Ucrânia, Islândia e Letónia. Depois, em 2009, foram a Bielorrússia, Roménia, Sérvia, Bósnia e, mais recentemente, a Moldávia e a Grécia. A lista de países que solicitam empréstimos à instituição continua a aumentar e todos eles são obrigados a aplicar os planos de austeridade ditados pelos mercados financeiros, pelo FMI e pela União Europeia.

O impacto social desastroso sobre as populações remete aos planos de ajuste estrutural de sinistra memória, implantados no sul depois da crise da dívida de 1982. Estes planos de austeridade têm como objetivo uma forte redução dos gastos públicos, sem atingir o grande capital, a fim de arranjar os fundos necessários para reembolsar prioritariamente os credores.

A Hungria abre a dança dos ajustamentos

Em outubro de 2008, foi aprovado um plano para a Hungria de 20 bilhões de euros: 1,3 bilhão emprestados pelo FMI, 6,5 bi emprestados pela União Europeia e 1 bi de euros emprestados pelo Banco Mundial. Além do crescimento automático do estoque da dívida e da perda líquida, devido ao pagamento de juros, implantou-se uma série de condições severas para a população: aumento de 5 pontos no IVA, atualmente nos 25%; aumento da idade legal de reforma para os 65 anos; congelamento de salários para os funcionários públicos durante dois anos; supressão do subsídio de Natal para os reformados.

A Hungria, governada pelos sociais-democratas, tinha conseguido salvaguardar um sistema social bastante protetor. O descontentamento da população em consequência da aplicação, sob a ameaça do FMI, dessas medidas de austeridade, beneficiou a direita conservadora que acusou os sociais-democratas no poder de terem transformado o país numa "colônia do FMI" (conforme escreveu o jornal conservador Magyar Nemzet). No entanto, a vitória do novo primeiro-ministro conservador Viktor Orban foi aclamada pela agência de notação financeira Fitch Ratings, que considera que o partido de Orban, o Fidesz, obteve a maioria necessária para modificar a Constituição e, por isso, "representa uma oportunidade para introduzir reformas estruturais".

Os sociais-democratas sofreram uma derrota histórica nas eleições legislativas de Março de 2010 e abriram as portas à extrema-direita, que entrou no parlamento pela primeira vez, com 16,6% dos votos.

Ucrânia sancionada pelo FMI
O FMI aprovou, em novembro de 2008, um programa de resgate de dois anos para a Ucrânia que atingiu os 16,4 bilhões de dólares. Até maio de 2010, o país só tinha recebido 10,6 bilhões de dólares da instituição. Por quê? Porque desde o aumento de 20% no salário mínimo, aprovado pelo governo anterior de Viktor Yúshenko em finais de outubro de 2009, o FMI suspendeu a entrega de fundos. A visita de uma delegação ucraniana a Washington, em dezembro de 2009, não resultou em qualquer alteração e o pagamento de uma nova fração do crédito permanece bloqueado.

O último pagamento remonta a julho de 2009, devido à falta de acordo de Kiev acerca das condições. O FMI fixou o déficit orçamentário previsto para 2010 em 6% do PIB, enquanto o governo propõe um déficit de 10% para não ter de apertar tanto o cinto. Fortemente penalizada pela crise, a Ucrânia sofreu uma queda de 15,1% do PIB em 2009, e conseguir um déficit de 6% em 2010, como exige o FMI, é uma missão impossível.

Enquanto espera, a Ucrânia teve de aprovar o aumento da idade da reforma e o aumento de 20% na tarifa do gás aos particulares, a partir de 1 de setembro de 2009. Prevê-se uma privatização e recapitalização dos bancos. A privatização da fábrica química de fertilizantes de Odessa volta a estar sobre a mesa, apesar da sua importância estratégica para a região e para o Estado, e apesar de as críticas que podem ser feitas relativamente às suas práticas ambientais. O novo governo, formalizado em março de 2010 com a eleição presidencial de Viktor Yanukóvich, propõe, entre as suas prioridades, continuar a solicitar ajudas ao FMI. Dessa forma, espera obter um plano de apoio de 19 bilhões de dólares do FMI, depois de fazer o parlamento aprovar um orçamento para 2010 que prevê reduzir o défice até 5,3% do PIB, superior às próprias exigências do Fundo. A visita do FMI, no fim de março de 2010, foi a oportunidade para se aproximar do novo governo com vista ao relançamento do crédito, acompanhado por futuras medidas de austeridade.

Grécia: berço da democracia
Enquanto a Grécia, sufocada por uma dívida recorde, batia à porta da União Europeia e do FMI (em princípio para um empréstimo de urgência de 45 bilhões de euros, dos quais 15 bilhões correspondiam ao FMI) a agência de notação financeira Standard & Poor’s diminuía (em três níveis) a nota da sua dívida, a 27 de abril de 2010. Os mercados caem e os investidores especulam em baixa, acentuando a tendência.

O primeiro-ministro Papandreu declarava a 11 de dezembro de 2009 que "os assalariados não pagarão por esta situação. Não procederemos à congelação ou à redução dos salários. Não chegámos ao poder para desmantelar o Estado social". No entanto, em 18 de março de 2010 começou a ser minuciosamente elaborado um plano comum UE - BCE – FMI com o acordo do PASOK, o partido de Papandreu no poder, cuja contrapartida seria uma cura de austeridade sem precedentes, de modo a economizar, à custa do povo grego, 4,8 bilhões de euros em março de 2010 e, depois, mais 30 bilhões em maio, de acordo com um novo plano, com o objetivo de pagar aos credores.

No menu, o congelamento de contratações e a redução dos salários dos funcionários (corte substancial nos pagamentos extraordinários, diminuição dos prêmios, apesar de uma anterior redução dos salários decidida em Janeiro de 2010); congelamento das pensões; aumento do IVA de 19% para 23% – apesar de se tratar de um imposto injusto que afeta maioritariamente os mais desfavorecidos –; aumento dos impostos sobre o álcool e o tabaco; redução drástica das despesas sociais, como a Segurança Social etc.. Os direitos sociais são sacrificados no altar dos interesses da "elite tradicional local" e das despesas militares, o orçamento mais importante da UE, relativamente ao seu PIB. A população reagiu em força e organizou greves gerais (nos dias 10 de fevereiro, 11 de março, 5 de maio e 20 de maio de 2010) que paralisaram o país muitas vezes.

Os romenos também vêm para a rua
Juntamente com a Bulgária, a Romênia é um dos países mais pobres da União. Em março de 2009, a Romênia obteve um empréstimo de cerca de 20 bilhões de euros: 12,9 bilhões correspondentes ao FMI, 5 bilhões à UE, entre 1 e 1,5 bilhão ao Banco Mundial e o restante a várias instituições, entre as quais figura o Banco Europeu para a Reconstrução e o Desenvolvimento (BERD). Em troca, Bucareste comprometeu-se a reduzir o seu déficit público de 7,9% do PIB em 2009 para 5,9%, mas ao considerar-se este objetivo não realista, fixa-se finalmente em 6,8% em 2010.

No menu, mais do mesmo: congelamento de pensões e de salários com a manutenção do salário mínimo em 600 lei brutos (145 euros), supressão de 100 mil funcionários públicos em 2010, ou seja, 7,5% dos efetivos da função pública. Ali também a população se mobilizou contra as medidas de austeridade. A 19 de maio, mais de 60 mil manifestantes concentraram-se diante da sede do governo no momento em que este reforçava o seu programa de ajustamento, ao anunciar uma redução de 25% no salário dos funcionários públicos e de 15% nos subsídios de desemprego e nas pensões, cujo mínimo é já de 85 euros.

Além disso, o governo prevê a redução por decreto dos subsídios às famílias, bem como das ajudas dadas aos deficientes. É novamente à custa dos mais pobres que se quer pagar a crise, evitando-se cuidadosamente onerar o capital: o imposto de sociedades caiu 9 pontos, passando de 25% em 2000 para 16% em 2009.

Os islandeses recusam-se a pagar
Antes da famosa nuvem de cinzas vulcânicas que paralisou o espaço aéreo europeu, em 2010, durante vários dias, a Islândia já tinha sido notícia de grande actualidade devido a uma grave crise em 2008. O desemprego tinha passado de 2%, em outubro de 2008, para 8,2%, em Dezembro de 2009. O Estado salvou da falência os três principais bancos do país, endividando-se enormemente e não podendo, mais tarde, garantir o reembolso aos detentores britânicos e holandeses dos seus títulos.

O povo islandês viu-se obrigado a pagar essa dívida mediante a lei Icesave, apoiada pelo FMI, e adoptada com enorme irresponsabilidade e deslealdade no último dia do ano de 2009, uma dívida que tinha servido para trazer novamente à tona os banqueiros culpados.

Depois de uma grande mobilização popular, a lei foi rejeitada por mais de 73% da população no referendo de março de 2010. Um relatório da SIC (Special Investigative Commission) apresentado em Abril perante o parlamento, questionou a responsabilidade de alguns dirigentes dos grandes bancos e de membros do governo cessante, em particular a do anterior primeiro-ministro, na crise bancária de 2008. David Oddsson, que dirigia o Banco Central em 2008, fugiu justamente antes da publicação desse relatório e escapou assim à Justiça do seu país.

Quatro antigos dirigentes do Banco Kaupthing, entre eles o anterior presidente-diretor-geral Hreider Mar Sigurdsson, foram detidos à sua chegada a Luxemburgo, onde residiam. Sigurdur Einarsson, presidente do conselho de administração, refugiado em Londres, tem também uma ordem de detenção, emitida pela Interpol.

Em conluio com o FMI, a União Europeia dita as suas vontades aos governos e impõe medidas bastante impopulares. Em novembro de 2009, o parlamento europeu emprestou à Sérvia 200 milhões de euros; à Bósnia-Herzegovina, 100 milhões de euros; à Arménia, 65 milhões de euros de empréstimo e 35 milhões de euros de subvenção; e à Geórgia, uma subvenção de 46 milhões de euros.

Esmagados pela especulação sobre a dívida, antes mesmo da intervenção do FMI, os estados tomam a iniciativa e prevêem reformas anti-sociais em Espanha, Portugal, Irlanda, Itália… Por toda a parte estes tratamentos de austeridade espremem os salários e preservam o grande capital, responsável por este beco sem saída capitalista. Por toda a parte os povos se mobilizam e a única esperança reside precisamente nessa mobilização. É urgente, para todos os que querem resistir eficazmente à lógica capitalista, trabalhar pela unificação destas lutas.

da Revista Forum

O discurso cínico e perigoso da austeridade

Predomina na Europa a idéia da austeridade como solução para os desequilíbrios econômicos. Esta política está baseada na concepção de que o déficit fiscal é a causa da crise. Assim se oculta que esses saldos negativos nas contas públicas têm sua origem em governos que aportaram pacotes volumosos de resgate do sistema financeiro para evitar sua quebra. Com uma elevada cota de cinismo, os principais beneficiários desses planos bilionários de auxílios são agora os maiores críticos do que denominam políticas irresponsáveis e de esbanjamento dos governos. A Alemanha é hoje uma das principais defensoras dessa via. O artigo é de Alfredo Zaiat, do Página 12.

Várias palavras identificam os militantes das políticas de ajuste sobre os grupos vulneráveis da sociedade, mas uma os delata sem possibilidade de dissimulação nestes tempos de crise internacional: “austeridade”. Diante da sucessão de descalabros sociais nas últimas décadas, mencionar o termo ajuste começou a provocar certa prevenção, embora não poucos economistas mantenham sua atitude fundamentalista de não ocultá-lo.

Outros preferiram evadir-se com habilidade desse selo de identidade do fracasso buscando uma via de escape no vocábulo “austeridade”, que encerra ainda um significado positivo para a maioria, embora tenha o mesmo conteúdo que o do ajuste. Esse conceito de austeridade socialmente aceito se vincula a essa concepção familiar que diz que “a poupança é a base da fortuna”. Mas para um Estado essa máxima implica restrições, visto que seu orçamento e influência no funcionamento da economia não tem nada a ver com a organização do orçamento familiar.

Esta última confusão é alimentada no espaço público local por essa aliança legislativa que unifica conservadores com setores da centro-esquerda preocupados com a volta de investimentos públicos, com a magnitude de subsídios e o manejo global de recursos por parte do Estado. São inquietudes interessantes em situações de normalidade da economia internacional, mas que na atual situação requerem precisão conceitual para não restarem absorvidas pelas mensagens tradicionais dos militantes do ajuste. Diferenciação complexa de se obter, visto que não se deve ignorar o que já se estudou bastante a respeito da influência na sociedade do vínculo entre meios de comunicação e hegemonia cultural.

O debate sobre o gasto público, sua origem e destino não é um a mais nestes momentos de descalabro econômico global. A histórica defesa da intervenção estatal na economia é tão importante como evitar alinhar-se na rota do questionamento global à administração dos recursos públicos.

Este aspecto é muito relevante porque em nível internacional se está travando uma forte batalha sobre a questão fiscal, com epicentro na desengonçada eurozona e onde os Estados Unidos jogam de contrapeso, alentando a continuidade dos planos de estímulo fiscal em defesa de seus próprios interesses. Sabe-se que as tendências conservadoras depois se irradiam para a periferia, como o provam as experiências do reaganomics dos oitenta e o Consenso de Washington dos noventa. Usinas do pensamento neoliberal domésticas já assumiram silenciosamente a tarefa de força avançada com o tema da previdência, defendendo a necessidade de aumento da idade de aposentadoria com o argumento da sustentabilidade do sistema no longo prazo, espelhando as medidas dispostas por países europeus em crise.

Na fase atual de descalabro das finanças globais está predominando na Europa a idéia da austeridade como solução para os profundos desequilíbrios econômicos. Essa receita é defendida pela Alemanha, levantando essa bandeira com um plano exemplar de corte orçamentário de 80 bilhões de euros até 2014. Esta política está baseada na concepção de que o vultuoso déficit fiscal é a causa da débâcle. Assim se oculta que esses saldos negativos elevados nas contas públicas têm sua origem em governos bondosos que aportaram pacotes volumosos de resgate do sistema financeiro para evitar sua quebra nos últimos anos. Com uma elevada cota de cinismo, os principais beneficiários desses planos bilionários de auxílios fiscais são agora os maiores críticos do que denominam políticas irresponsáveis e de esbanjamento dos governos, exigindo o caminho da austeridade.

Afirmam sem se ruborizar que querem a menor intervenção pública nos assuntos econômicos, obviamente a menos que os beneficie diretamente. Aqui é onde se expressa com mais nitidez a presença dessa hegemônica cultura da ortodoxia econômica através da mídia, expondo economistas do establishment e classe política conservadora em arremetida sobre o gasto público, o que exige dos representantes do pensamento crítico certa habilidade para não terminar confuso entre eles. Marshall Auerback, analista econômico norte-americano e pesquisador do Roosevelt Institute, explica-o do seguinte modo: “as elites que se escandalizam contra este gasto público vêm a ser como alguém que dá a outro cinco pacotes de cigarro por dia para depois indignar-se com o fato de que seu beneficiário contraiu irresponsavelmente um câncer de pulmão”.

Este é o principal tema em disputa no G-20, que se reúne neste fim de semana em Toronto, Canadá, e não o imposto sobre as transações financeiras que a Alemanha e outros países impulsionam com escassa convicção. Os representantes políticos das finanças globais impõem o corte do que qualificam de esbanjamento do gasto público, o que implica reduzir ainda mais a demanda privada. Também definem rebaixamento dos salários. Esses líderes tomam decisões adotando a linha conceitual do FMI, segundo a qual os multiplicadores fiscais são relativamente baixos. Isto implica que um fortíssimo ajuste, como estão anunciando em ordem unida os europeus, não aguçaria o ciclo recessivo. Estão convencidos de que a economia reagirá com estabilizadores automáticos a partir de uma política de austeridade. Auerback explica que “há provas empíricas irredutíveis de que essa hipótese é falsa e de que pôr em prática políticas fundadas nessa hipótese causa danos – que afetam gerações inteiras – em termos de queda no volume da produção, da receita, dos investimentos, do emprego e das bancarrotas empresariais.

O Prêmio Nobel de Economia Paul Krugman se põe duramente contra essa política de austeridade, ao considerá-la um “erro terrível”. Assinala que essa estratégia defendida pela Alemanha “é uma má idéia”. Entre outras medidas, a chanceler Angela Merkel disse que baixarão os salários dos funcionários públicos, eliminarão milhares de postos de trabalho no Estado, cortarão benefícios sociais a setores desprotegidos e congelarão as obras públicas. Krugman explica que “a cultura da estabilidade” orçamentária alemã vale para tempos normais, não para os atuais, quando os países com superávit comercial devem contribuir para o crescimento do investimento público e para a dinamização do consumo interno, para atuar assim como motor de impulso do resto das economias. A austeridade alemã impactará negativamente outros países europeus vulneráveis, aprofundando a recessão e debilitando o euro ainda mais.

Esse retrocesso da moeda comum européia termina favorecendo às exportações européias, em especial o complexo industrial alemão. Este movimento é o que inquieta os Estados Unidos e por esse motivo Obama propôs ao G-20 manter os estímulos fiscais para sair da crise, na linha oposta à política de austeridade. A estratégia de Merkel, combinada com uma desvalorização do euro e uma redução do consumo interno, culminará exportando os efeitos da austeridade alemã para o resto do mundo, afetando a economia dos Estados Unidos, mas também instalando o risco de estar dando um empurrão para um segundo turno da crise global.

Tradução: Katarina Peixoto

Os que querem o fim do mundo vão atacar de novo.

Irã a bola da vez....

EUA e Israel e caminho do Irã
Barcos de guerra americanos e israelenses, incluindo porta aviões, atravessaram na sexta feira o Canal de Suez a caminho do Irã.


O governo egípcio teve a gentileza de proibir a navegação civil para não causar transtornos à frota da morte.


Por sua vez, a Arábia Saudita, em nome de Allah, convidou americanos e israelenses a utilizarem o seu espaço aéreo para atacar o Irã, um país muçulmano.


Tudo isso acontece sem qualquer repercussão na mídia que tem sua atenção voltada exclusivamente para a Copa do Mundo.


Quem conhece História sabe que nessas ocasiões é que os ratos saem do esgoto em busca de vitimas.


E quem imagina que a próxima vitima é o Irã engana-se redondamente.


A próxima vítima somos nós, que sempre pagamos a conta.


Sempre foi assim e assim continuará enquanto esse sistema putrefato permanecer respirando.

do Blog do Turquinho

Genérico

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israelattack

Teherán declara estado de alerta en su frontera occidental

americansoldier

Irán, la guerra de Obama

imperialismoeua


Mercadante irá rever todos os valores de pedágios no Estado de S.Paulo

São Paulo ganha um pedágio a cada 40 dias

Desde 1998, quando começaram as concessões, 112 praças de cobrança foram inauguradas no Estado – no resto do país, existem 113.


http://blogs.estadao.com.br/jt/files/2010/05/Capagrande28.jpg

Felipe Grandin – Jornal da Tarde

A cada 40 dias, uma nova praça de pedágio é inaugurada nas estradas de São Paulo. O número equivale aos 112 postos de cobrança instalados nas rodovias desde o início da privatização das estradas paulistas, em 1998. O Estado concentra mais da metade dos pedágios do Brasil. São, ao todo, 160 pontos de cobrança em vias estaduais e federais, ante 113 no resto do País, segundo a Associação Brasileira de Concessionárias de Rodovias (ABCR).

A segurança e a qualidade das rodovias melhoraram nos últimos 12 anos, mas os altos preços cobrados se tornaram alvo frequente de críticas dos motoristas. E vai subir mais a partir de quinta-feira, 01. Para se ter uma ideia, ficou mais barato viajar a outro estado do que internamente. Cruzar de carro os 404 quilômetros entre a capital paulista e Curitiba, no Paraná, custa R$ 9 em tarifas. Já para cobrir distância semelhante até Catanduva, por exemplo, é preciso desembolsar R$ 46,70.

Isso se explica, em parte, pelo modelo adotado no programa de concessões paulista. As licitações, em 1998 e 2009, levaram em conta o montante que as empresas ofereciam ao estado para ter a concessão, a chamada outorga onerosa. A vantagem é que esse dinheiro pode ser aplicado em novas estradas. Por outro lado, o valor é repassado aos motoristas.

Já o modelo adotado pelo governo federal dá a concessão àquele que oferecer a menor tarifa. O benefício é o preço mais baixo. A desvantagem, a falta de verba para investir. As rodovias Fernão Dias e Régis Bittencourt, privatizadas em 2008 por esse sistema, continuam em estado precário.

As rodovias estaduais não têm esse problema: ocupam as dez primeiras posições entre as melhores do País, segundo pesquisa da Confederação Nacional dos Transportes. E são aprovadas por 93,6% dos usuários, de acordo com a Agência Reguladora de Serviços Públicos Delegados de Transporte do Estado de São Paulo (Artesp).

Mas isso tem um preço, que incomoda muitos paulistas. Segundo estudo feito pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) em 2007, o pedágio estadual é um dos mais caros do mundo, superando autoestradas da Europa e dos EUA. Hoje, a média é de R$ 0,14 por quilômetro.

A Artesp alega que as outorgas permitiram o investimento de R$ 12 bilhões na ampliação e modernização de 5,2 mil quilômetros de rodovias. Ações que contribuíram para reduzir em 40,9% as mortes nas rodovias.

Protesto. No interior, moradores descontentes criaram o Movimento Estadual Contra os Pedágios Abusivos de São Paulo, que defende, entre outros pontos, a revisão das contratos


Os preços serão válidos para carros a partir de quinta-feira, 1º de julho:
CASTELO BRANCO
Itapevi: R$ 5,80
Itu: R$ 7,90
Osasco (marginal): R$ 2,90
Barueri (marginal):R$ 2,90
Boituva: R$ 6,55
Boituva (bloqueio): R$ 6,55
Itatinga: R$ 8,95
Iaras: R$ 6,00
Quadra: R$ 8,95

ANCHIETA-IMIGRANTES
Cônego Domênico Rangoni: R$ 8,50
Padre Manoel da Nóbrega: R$ 5,00
Anchieta: R$ 18,50
Imigrantes (Diadema): R$ 1,25
Imigrantes (Eldorado): R$ 2,50
Imigrantes (Batistini): R$ 4,15
Imigr. (Piratininga): R$ 18,50

BANDEIRANTES
Campo Limpo: R$ 6,35
Caieiras: R$ 6,35
Itupeva: R$ 6,35
Sumaré: R$ 5,60
Limeira: R$ 4,25

AYRTON SENNA – CARVALHO PINTO
A. Senna (Itaquá): R$ 2,40
A. Senna (Guararema): R$ 2,30
C. Pinto (S.J. dos Campos): R$ 2,30
Carvalho Pinto (Caçapava): R$ 1,75

RODOANEL MÁRIO COVAS
Todas as praças: R$ 1,35








O coração é a razão

Lula, sobre Vargas


Da coluna Painel, da Folha de S. Paulo, hoje:

“Em entrevista para o documentário “Os Herdeiros de Vargas, Memórias do Brasil”, Lula, que tinha oito anos quando Getúlio se matou, disse que só foi entendê-lo “muito tempo depois, quando virei político”. “No começo da vida sindical, eu não gostava dele. Depois, verifiquei que o povo gostava de Vargas. Foi ele quem criou tudo o que existe aí, como a Petrobras.”
Segundo Lula, a culpa pelo golpe de 1964 “não foi dos americanos”, mas “da UDN, que se aliou às elites e aos militares para derrubar Jango”, assim como, prosseguiu o presidente, havia derrubado Getúlio. “A diferença dos meus dois governos para os de Vargas, JK e Jango é que no tempo deles os militares estavam na oposição, eu sou respeitado por eles e vice-versa.”
Na entrevista a Yacy Nunes e Daniel Zarvos, diretores do documentário, Lula opinou que o “peso udenista” ainda existe no país, mas está acabando. O filme será lançado no primeiro semestre de 2011.
O presidente disse ainda que, assim como Getúlio, JK e Jango, ele governa “com o coração”. “É melhor do que com a cabeça.”

do Tijolaço


Sem dúvida que o trabalhismo é a direção,
a humanidade só avança assim, podemos claramente perceber nestes governos a luta avançar, as conquistas atingirem um maior numero de pessoas, e o povo se beneficiar.
Os que querem manter os privilégios a ostentação e opulência, na base do entreguismo que se cuidem.
Vivemos em outra era, ou racionalizamos a vida pela Paz entre os povos, e a sustentabilidade preservando a natureza e reduzindo drasticamente o consumismo. Oferecendo consumo mais necessário e durável. É preciso que haja mudança também na publicidade e na mídia para que cooperem nesta mudança. Ou não terá para ninguém, os UDnistas resistem mas são cada vez mais ilhas de suas próprias fantasias. O patamar que o país atingiu com o governo Lula os torna "os Udnistas" verdadeiros terroristas quando se fala em privatizar Petrobras ou tirar direitos adquiridos., como a nossa soberania em não mais depender do FMI. Os militares sendo aliados do Lula e tendo hoje papel de parceiros como no Haiti, ou na catástrofe em Alagoas, só nos orgulham deste novo tempo. E Viva a renovação que se renovem os que ainda estão olhando para o próprio umbigo. Grande deputado Brizola Neto, como Graças a Deus podemos hoje ter uma vida mais fácil para nos expressar coisa que nem Getúlio nem seu avô tiveram em tempos idos. É bom ver que sempre teremos lutas mas que gradativamente com inteligência e Paz no coração como ensina Lula estamos todos juntos vencendo

Eu

domingo, junho 27, 2010

As religiões causam guerras é de se pensar, porque não coexistir pacíficamente?

Os ateus são ‘mais pacíficos’


OS ATEUS são mais pacíficos?

É uma questão que emerge de uma das listagens mais interessantes que existem. É o GPI, Global Peace Index, fruto de um centro de estudos baseado em Londres.

“No caso do GPI, todos estes países escandinavos estão no topo”

Think tank, como são comumente chamados tais centros no mundo globalizado.

Tratei já do GPI neste espaço. Especialistas trabalham com mais de 20 indicadores econômicos e sociais de 144 países e montam uma lista da paz e riqueza mundiais.

Uma das coisas que impressionam, e têm despertado uma discussão vibrante, é a alta colocação dos países “ateus”, aqueles em que a maior parte das pessoas não acredita em Deus. A Suécia, com 85% de ateus, cintila no GPI e em todas as análises comparativas de desenvolvimento econômico, humano e social. Bem como a Dinamarca, a Noruega , a Islândia e a Finlândia.

No caso do GPI, todos estes países escandinavos estão no topo. O ateísmo é elevado em cada um deles. Do lado oposto, as piores colocações são de países com religiosidade alta, seja muçulmana ou cristã. O Brasil, como em todo estudo de avanço sexual, tem uma posição brutalmente medíocre. Ninguém corre o risco de ver Lula brandi-la na campanha, triunfal.

“Ophra pergunta se acreditam em Deus, elas respondem prontamente que não”

O GPI faz pensar. (Aqui, um vídeo organizou os números.)

Desde os primórdios da civilização, uma das razões mais comuns de conflitos é a religião. A Índia, para ficar num caso, foi golpeada duramente em seu progresso por conta da guerra sangrenta entre hindus e muçulmanos. Um pedaço da Índia de dominação muçulmana acabou se tornando um país independente, o Paquistão, hoje no meio do caminho entre os jihadistas islâmicos e os mísseis americanos.

É revelador um vídeo que mostra Ophra, a apresentadora americana, indo a Copenhague para tentar descobrir por que a Dinamarca é o país mais feliz do mundo, segundo um outro estudo. (Estive lá também, pelo mesmo motivo.) Ophra junta um grupo típico de mulheres dinamarquesas e bate um papo.

São saudáveis, bonitas, articuladas, orgulhosas de seu país. Não são massacradas por plásticas, maquiagens, griffes.

Quando Ophra pergunta se acreditam em Deus, elas respondem prontamente que não. Uma diz que acredita na “humanidade”. Não há na resposta delas a arrogância vaidosa e agressiva de Juca Kfouri ao replicar uma observação de Kaká, aquele sentimento, oriundo sobretudo de quem militou em centros acadêmicos em que se decoram orelhas de Marx, de que “somos melhores que os crédulos”.

“Mas muita gente pensa e age diferente de papai e de Greene”

NÃO.

Elas falam com a alma leve. Dizem também não acreditar tanto assim no casamento formal, o que não quer dizer que não possam ser boas mães e boas companheiras.

Não tenho a pretensão de esgotar uma discussão tão complexa aqui. Como o pastor de Updike que no meio de um sermão perde a fé, em algum momento deixei de crer. Não fiquei nem melhor e nem pior do que já era.

Também não tenho posição formada sobre a relação entre ateísmo e paz. O homem que mais admirei na vida, meu pai, era profundamente religioso. Mas jamais imaginou que sua fé fosse melhor que a de outros e nem tentou impô-la a quem quer que fosse. Meu romancista predileto, Graham Greene, era católico.

Mas muita gente pensa e age diferente de papai e de Greene.

São pessoas que consideram sua religião melhor, e estão dispostas a matar e morrer por isso.

do Bule Voador

Cinema e uma Análise política no conflito do oriente médio

O fetiche poético de "Le Ballon Rouge"





Esse filme de cerca de 30 minutos ganhou a Palma de Ouro no Festival de Cannes, em 1956. O diretor é Albert Lamorisse, que conta a história de um menino que "liberta" e cativa afetivamente um balão vermelho nas ruas de Paris. Cinema puro, quase sem palavras. O filme é referência. Muito "citado" e sempre homenageado em outros filmes por tantos outros roteiristas e diretores.

Na publicidade é copiado todos os dias, quem já não viu filminho de venda de porcaria "referindo", para não dizer plagiando, o conto poético de Albert Lamorisse?

Uma curiosidade: observem que na parte final do filme, aparecem cartazes de cinema nas paredes, um deles anuncia o filme do diretor guasca Alberto Ruschel, O Cangaceiro (1953), um dos maiores sucessos internacionais do cinema brasileiro. Mas está grafado Congaceiro.

Os mitos midiáticos sobre Israel




Ouça o que tem a dizer o escritor e jornalista belga Michel Collon neste vídeo de 13 minutos.

Collon é autor de um livro recente chamado "Israel, parlons-en!". Ele é um reconhecido analista das estratégias de guerra e de desinformação midiática, que varrem o mundo - do Brasil ao Oriente Médio.

Nesta conjuntura, em que a guerra contra o Irã é uma ameaça concreta, entender o que representa o Estado de Israel no contexto geopolítico internacional é de importância capital.

O ano de 1979 foi trágico para o imperialismo dos EUA no Irã. A revolução dos aiatolás arranca o Irã da hegemonia estadunidense, que fica somente com Israel no tabuleiro geopolítico da região. Pois, é a partir de Israel que o Império tenta alastrar o seu colonialismo.

do Diário Gauche

Presidente Lula com as mãos dadas com os mais necessitados



Durante encontro com o presidente Lula, em Maceió (AL), a prefeita de Branquinha (AL), Renata Moraes, fez um desabafo emocionado. Um dos municípios devastados pela enchente, Branquinha deve ser reconstruído. Em pé, observada por outros prefeitos, Renata conta o sofrimento do povo e a surpresa causada com o transbordamento do rio Mundaú que corta a cidade.

“O Brasil inteiro deseja que as coisas continuem indo bem”, diz Alencar

sábado, junho 26, 2010

São Paulo merece sair do fosso criado por 16 anos de ss Erra e sua gangue




Professor da USP especialista em transporte será vice de Mercadante

A chapa do PT para a disputa ao governo do estado de São Paulo está formada. O professor da USP São Carlos e especialista em transporte, Antonio Clóvis Pinto Ferraz (PDT), foi oficializado, na tarde desta sexta-feira (25/06), como vice de Aloizio Mercadante. O senador, que também é professor, explicou que a indicação de Coca Ferraz mostra a importância de duas de suas principais propostas: prioridade absoluta da educação e desenvolvimento do interior.

“Nós queremos interiorizar o desenvolvimento do estado. São Paulo precisa olhar para o interior de outra forma. Nós não podemos aceitar que 440 cidades representem apenas 5% do PIB do estado. Isso vai ter que mudar”, defendeu Mercadante. Segundo o senador Mercadante, Coca Ferraz será essencial nesse projeto, que inclui diversos desafios no setor de transportes.

Coca Ferraz explicou algumas de suas propostas: subsídio ao transporte coletivo, combate à violência no trânsito e nas estradas e luta contra a expansão dos pedágios. “Os pedágios estão muito caros no estado de São Paulo. Eles têm aumentado o custo dos produtos e têm impedido as pessoas de viajar. Dependendo da viagem, o pedágio custa mais que o combustível”, afirmou.

A homologação da candidatura da chapa de Aloizio Mercadante e Coca Ferraz acontecerá neste sábado (26/06) na Convenção Estadual do PT-SP. O evento começa às 09h no Expo Center Norte, na capital paulista.

Perfil - Coca Ferraz é de uma família do município de Rincão, região de Araraquara. Além de professor titular da USP, é consultor de transportes do Banco Mundial. Nessa função, auxiliou a implementação de políticas de tráfego em várias cidades do mundo, como na Cidade do México.


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A Pefeição, José Saramago


"Há momentos assim na vida: descobre-se inesperadamente que

a perfeição existe, que é também ela uma pequena esfera que

viaja no tempo, vazia, transparente, luminosa, e que

às vezes (raras vezes) vem na nossa direcção, rodeia-nos

por breves instantes e continua para outras paragens e outras gentes."


(José Saramago)

do Pensamentos e Fragmentos