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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

sexta-feira, novembro 12, 2010

Bancos portugueses à espera do FMI desde a intervenção na Grécia



A hipótese de Portugal recorrer ao fundo de emergência europeu e ao Fundo Monetário Internacional está a ser estudada pela banca nacional desde que houve necessidade de intervir na Grécia

Bancos à espera do Fmi, nada de mais natural.

O mesmo diário pergunta: Como será viver em Portugal com o FMI a mandar?

Um leitor avançou com uma ideia recentemente (não encontro o comentário original, raios!): analisar as consequências da primeira intervenção do FMI em Portugal.

O problema é que as condições são bem diferentes.
A década era a dos anos 80 e o mundo era um lugar bem diverso: havia a Guerra Fria, a União Europeia ainda não existia na forma actual, os mercados funcionavam de forma mais "analógica", algumas das tendências não estavam tão "extremizadas", não estava em curso uma Guerra das Moedas como acontece nestes dias.

Para ter uma ideia do que seria hoje o Fundo Monetário na condução dum País temos o caso da Grécia.

E mais não digo.


Ipse dixit.
*infinc

O capitalismo terá que inventar logo um novo Keynes, antes que os pobres descubram um novo Marx.






Seul entre Keynes e Marx


Mauro Santayana

Os cenários mudam, envelhecem os tempos, a retórica ganha novos vocábulos, mas o problema real é sempre o mesmo: o do confronto entre o predador e a presa; entre a presunção de que a força faz o direito e a resistência das vítimas; entre os ricos e os pobres. O encontro de Seul anuncia o malogro: todos querem ampliar o seu mercado, seja para obter matérias primas, seja para vender os seus produtos. Retorna-se ao cínico axioma dos anos 30: “Beggar thy neighbor” – empobreça o seu vizinho. Nesse movimento, a moeda deixa de ser o que deveria ser, um instrumento de trocas justas (a convenção que torna iguais as coisas diferentes, no pensamento clássico grego), para se transformar em uma arma de guerra.

A moeda é uma construção mental, como todos os símbolos que o homem criou para fazer a sua história. Ao vê-la assim, ao lado da linguagem e da ciência, concluímos que a economia, ou seja, a organização e evolução do trabalho, foi uma astúcia da espécie. Chegou o momento em que o sistema de trocas foi substituído pela adoção da moeda. Mas o valor da moeda depende da credibilidade de quem a emite. Mais do que o peso do metal e da perfeição gráfica do papel-moeda, é essa confiança que garante o valor real do dinheiro. No passado, todas as moedas tinham lastro em bens tangíveis, fosse o ouro, fosse o trigo. A partir do encontro de Bretton Woods, em 1944, o dólar passou a ser a moeda de referência, garantida pelos estoques de ouro dos Estados Unidos. Com base nessa garantia, os norte-americanos passaram a comprar o mundo, com a moeda que emitiam sem que se comprovasse sua relação com as barras de ouro guardadas em seu cofre de Fort Knox. Vinte e sete anos depois de realizado o encontro de Bretton Woods e 25 anos depois de entrar em vigor, o presidente Nixon, dos Estados Unidos, revogou-o: o principal articulador e beneficiário da convenção de Bretton Woods não garantia mais o acordo. A razão era singela: De Gaulle havia anunciado que queria trocar os créditos franceses em dólar por ouro, ouro, mesmo. Outros países pretenderam seguir o seu exemplo: já previam o aumento dos preços do petróleo, diante da organização dos países produtores. Foi assim que, em um dia de agosto de 1971, o colunista pode assistir a uma situação insólita: nos bancos e casas de câmbio da Europa o dólar amanheceu sem cotação. Todas as moedas eram aceitas, em taxas arbitrárias e quase aleatórias – menos a moeda norte-americana. A partir de então, o dólar passou a valer o que queriam os norte-americanos. Fort Knox foi substituído pelos mísseis.

Desde a primeira crise do liberalismo de 1929 (que contribuiu para a 2ª Guerra Mundial) e outras delas menores, até a mais grave, de 2008, o mundo está em busca de uma solução permanente para a guerra cambial, para o controle do mercado financeiro pelos estados nacionais, e para a moralização de um sistema que, a cada nova revelação, mais se assemelha às gangs de Chicago e Nova Iorque. A comparação entre aqueles rapazes e os bandidos de Wall Street é moralmente favorável a Al Capone, Dillinger, Lucky Luciano e outros, que arriscavam a sua vida, e de vez em quando eram abatidos. Madoff nunca andou armado, nem teve que escapar de emboscadas.

Muitos se voltam para Keynes, a grande presença teórica de Bretton Woods, que foi vencido na ideia da criação da moeda mundial (“bancor”) e de um banco internacional de compensações; e outros desejam a volta ao padrão-ouro. A decisão do Fed em colocar mais US$ 600 bilhões em circulação, sem qualquer lastro sólido que os garantam, é mais um argumento para abandonar o dólar como moeda de referência mundial.

O capitalismo terá que inventar logo um novo Keynes, antes que os pobres descubram um novo Marx.

Ação no Ministério Público: Crime de racismo






O Vereador Francisco Chagas (PT) protocolou em (04/11) no Ministério Público Federal, Procuradoria Regional da República em São Paulo, uma Representação para apuração de possível prática de Crime de Racismo cometida por usuários de redes sociais da Internet, como Twitter, Facebook, Orkut e outras. O documento foi registrado sob o número PR/SP-SPJ-009671/2010.
Na Representação constam os nomes de 94 pessoas com a identificação de seus endereços eletrônicos e perfis na rede mundial de computadores contendo, ainda, as respectivas ofensas proferidas por elas.
Foram anexadas ao documento as listas impressas das páginas das redes sociais, contendo os contatos e as ofensas aos nordestinos, negros e índios e um vídeo gravado em CD também denunciando essas informações.
As ofensas de cunho racista que foram publicadas e distribuídas pelas redes sociais na internet, começaram logo após ter sido anunciada a vitória de Dilma Roussef, na noite do dia 31 de outubro. Usuários do Twitter, mencionados no documento entregue por Francisco Chagas, passaram a fazer postagens ofensivas, de cunho racista contra os habitantes e pessoas com origem nos Estados localizados no Nordeste e Norte do País, bem como contra membros das comunidades indígena e negra, atribuindo à população ou à pessoas destes Estados ou etnias “ a culpa “ pela derrota do candidato do PSDB, José Serra.
As informações ofensivas continuaram a ser postadas na rede da Internet e replicadas nos dias seguintes, chegando aos milhares de sites e blogs cadastrados na rede mundial, atingindo milhões de pessoas no Brasil e no exterior.
Na representação entregue ao Ministério Público, o Vereador Francisco Chagas destacou os direitos do cidadão garantidos pela Constituição Federal. “A Constituição do nosso país prevê a liberdade e uma sociedade justa e solidária, incentivando a redução das desigualdades sociais. É nosso dever tratar a todos com respeito, sem preconceitos de raça, sexo, cor”, refletiu. Chagas ainda lembrou que a prática de racismo constitui crime inafiançável e imprescritível, sujeito a prisão.
A Lei 7.716 de 05/01/1989, com alterações, que define os Crimes de Racismo aponta que é também crime não somente a prática, mas a indução ou incitação à discriminação ou preconceito. E mais: se esses crimes são cometidos por intermédio dos meios de comunicação social ou publicação de qualquer natureza, além da multa, o cidadão está sujeito a prisão de 2 a 5 anos.
“Estes fatos são gravíssimos, pois anunciam uma banalização de práticas de discriminação racial e incitação ao ódio de classe ou de etnia entre parcelas da sociedade”, destaca no documento. “É preciso combater a intolerância política e ideológica, que trouxeram desgraças infindáveis ao ser humano no decorrer da história do Brasil e do mundo”, relembra Chagas.
Francisco Chagas* tem origem nordestina. Nasceu na cidade de Riachuelo, interior do Estado do Rio Grande do Norte e está em São Paulo há mais de 30 anos. É sociólogo e como Vereador em seu terceiro mandato, é autor da Lei Municipal nº 14.952 de 13/07/2009, que criou e instituiu o dia 8 de Outubro como o Dia do Nordestino na cidade de São Paulo. A data foi comemorada pela segunda vez neste ano, e faz parte do Calendário Oficial de Eventos do município.
O objetivo da Lei foi prestar uma justa homenagem e reconhecimento aos mais de 4 milhões de cidadãos de origem nordestina ou seus descendentes que moram na capital e ajudaram a construir a grandeza da metrópole”, destacou o vereador. A Lei também destaca o incentivo à integração e inserção dessa grande comunidade, que deve ser feita de modo que não haja “cidadão de segunda categoria”, ou seja, sem preconceitos.
*O Vereador Francisco Chagas é autor da Lei Municipal que criou o Dia do Nordestino (8 de outubro) na cidade de São Paulo. A data faz parte do Calendário Oficial de Eventos do município, e tem como objetivo prestar uma justa homenagem e reconhecimento aos mais de 4 milhões de cidadãos de origem nordestina ou seus descendentes que moram na capital paulista.

Europa e Estados Unidos: Duas potências à deriva






O eixo do mundo está mudando

Opera Mundi


Com a recente declaração da chanceler Angela Merkel sobre o fracasso do modelo multicultural na Alemanha, vai se completando o giro de cunho xenófobo na Europa. Segundo as pesquisas, se um partido xenófobo se apresentasse agora em eleições na Alemanha, obteria cerca de 15% dos votos. Além disso, países-símbolo da tolerância, como Holanda ou Suécia, são apenas os últimos casos de governos condicionados por partidos que pedem a expulsão dos estrangeiros e o retorno a uma nação pura e homogênea.

Segundo as Nações Unidas (UNFPA, 2009), a Europa deveria acolher, até 2015, pelo menos 20 milhões de imigrantes para continuar sendo competitiva no plano mundial. O envelhecimento da população europeia é tão rápido que, pela primeira vez, pessoas com mais de 50 anos superam as menores de 18. Por este motivo, o sistema de previdência social está destinado a sofrer uma crise estrutural se não houver trabalhadores suficientes para pagar as contribuições correspondentes.

É representativo das carências da classe política europeia o fato de nenhum governo ter buscado implantar uma política de educação para fazer seus cidadãos compreenderem a importância dos imigrantes para o desenvolvimento nacional e que tenha sido permitido que se estendesse o mito da perda de postos de trabalho por parte dos europeus, bem como o de que os imigrantes representam um perigo para a ordem pública. Hoje em dia, cerca de 70% das novas empresas são o resultado da iniciativa de imigrantes (OCDE, 2009) e somente 1% destes está envolvido em atividades criminosas (embora representem uma parte importante da população carcerária).

Se passarmos à imagem da Europa como potência econômica a situação é ainda pior. Não só a balança de pagamentos ficará cada vez mais desequilibrada, como também os países europeus estão perdendo progressivamente cotas do mercado mundial, com exceção da Alemanha. Segundo as projeções, se a Europa não reverter as tendências atuais, será superada pela China em 2015 com motor da economia mundial. Esses dados não chegam às pessoas comuns, mas existe a perda de credibilidade nas instituições europeias e uma crescente divergência com as instituições políticas. O Eurobarômetro de 2010 indica que apenas 52% dos cidadãos europeus estão dispostos a votar.


Nos EUA...

A mesma situação, embora de modo obviamente diferente, se apresenta nos Estados Unidos. A crise financeira, o desemprego, a perda da casa por milhões de pessoas, a impossibilidade de se aposentar e a necessidade de continuar trabalhando para sobreviver, o aumento da pobreza, que afeta um em cada dez norte-americanos, a redução dos serviços, incluindo educação e infraestruturas estatais cada vez mais endividadas, produzem um único resultado: a desconfiança com relação ao governo, que chega ao ponto de deixar o presidente Barack Obama com aprovação pública de 43% e que 49% dos entrevistados pela rede CNN declararem que preferem George W. Bush.

As eleições de novembro mostraram um retrocesso do Partido Democrata, o que tornará ainda mais difícil a segunda metade do governo Obama. Isto ocorre apesar de Obama ter conseguido cumprir reformas de grande importância como aquela, quase inteira, do sistema sanitário, aquela bastante reduzida do sistema educacional e aquela muito tímida do sistema financeiro.

Também aqui estamos diante de uma fuga para o futuro, outro aspecto furta-cor de uma crise profunda, que no caso norte-americano se deve, além dos fatores internos, ao reconhecimento de que a superpotência está perdendo a capacidade de cumprir seu “destino manifesto”, segundo o qual os Estados Unidos seriam um país diverso dos demais e, por ser universal seu sistema de valores, que está destinado a governar o mundo.

O Tea Party, movimento conservador em crescimento nos Estados Unidos, é formado por duas grandes vertentes: uma quer reduzir o governo à mínima expressão e considera Obama um perigoso socialista que deseja converter os Estados Unidos em uma segunda Europa, e que, portanto, é preciso reduzir ao máximo os impostos e dar liberdade total ao cidadão. O segundo filão acredita que a decadência norte-americana se deve a uma conspiração internacional e que é hora de vestir as calças e tirar de cena os ineficientes intelectuais como Obama.

Esta marcha à deriva de Europa e Estados Unidos ocorre enquanto não apenas China, Índia e Brasil, mas também diversos países emergentes, da Indonésia à Malásia, da Coreia à Argentina, marcham a um ritmo de crescimento econômico muito superior. Uma das características da crise é que os protagonistas não têm a capacidade de ver além de seu próprio mundo. Segundo as projeções das Nações Unidas (Unctad, 2010), a China superará os Estados Unidos dentro de dez anos. Poderá o Norte do mundo deixar de buscar bodes expiatórios e de fugir do real problema e, por outro lado, começar a cumprir, antes que seja tarde, políticas que resistam aos desafios destes tempos? Quem escreve este artigo não está nada convencido de que assim será. Envolverde/IPS

* Roberto Sávio é fundador e presidente emérito da agência de notícias Inter Press Service (IPS). Artigo publicado pela Agência Envolverde.
*cappacete

Análise detalhada mostra que Serra teve vitória tímida em SP



A comemorada vitória de José Serra (PSDB) no segundo turno da disputa presidencial em São Paulo mostra-se pouco retumbante quando analisada a votação por município. Ainda que o tucano tenha vencido em dois terços das cidades paulistas, na esmagadora maioria delas a diferença entre Serra e Dilma foi menor que dez pontos, como mostra o mapa abaixo.

http://www.pt-sp.org.br/imag/noticia/8112010170048.jpg



Com quase 46% dos votos do eleitorado paulista, a presidente eleita no último dia 31, Dilma Rousseff, foi vitoriosa em 205 dos 645 municípios do estado. Desses, vários apresentam população expressiva, como São Bernardo do Campo, Osasco, Diadema, Mauá, Carapicuíba, São Vicente, Guarujá, Itaquaquecetuba, Barueri e Taboão da Serra. Destaque para as macrorregiões ABC e Osasco, nas quais a petista foi eleita com 54% e 57,3% dos votos, respectivamente. Na macro Presidente Prudente, apesar da vitória de José Serra (PSDB) com 55,9%, Dilma vence em 18 das 31 cidades, 58,1% da região.

Dos 22,8 milhões de eleitores de São Paulo que compareceram às urnas no segundo turno das eleições, 12,3 milhões (54,1%) votaram em Serra e 10,5 milhões (45,9%) em Dilma. A diferença exata soma 1.846.036 votos a mais para Serra.

A cidade em que Dilma obteve maior vantagem sobre o tucano foi Itapura (macro Araçatuba), localizada no extremo da divisa com o estado do Mato Grosso do Sul. O pequeno município que é governado pelo DEM – partido aliado ao PSDB – deu vitória à petista com 74,6%, contra 25,4% de Serra.

Já em Saltinho (macro Campinas), a 180 km da capital, foi registrada a maior adesão à candidatura tucana. A cidade governada pelo PTB, que também integra a base adversária, deu 76,12% dos votos para Serra e 23,9% para Dilma.

Avaliando apenas os municípios em que a população ultrapassa os 100 mil habitantes e excluindo a capital, o melhor resultado de Dilma Rousseff foi em Diadema (macro ABC), importante centro industrial do estado, governado pelo PT. Lá, 66,5% dos eleitores quiseram Dilma para presidente e 33,5% votaram em Serra.

Em São Carlos (macro Ribeirão Preto), com prefeitura também sob a gestão petista, o eleitorado preferiu Serra. Localizada a 231 km da capital e conhecida como pólo universitário e tecnológico, a cidade deu vitória de 65,8% para o tucano, contra 39% de votos em Dilma.

Nas macros

No ABC, além de Diadema, a presidente eleita venceu em Mauá (PT), Rio Grande da Serra (PSDB) e São Bernardo do Campo (PT). Neste último, Dilma registra vitória com a quantidade mais significativa de votos: 241.547. Se considerar toda a região, Dilma ganhou com 54% contra 46% de Serra.

A macro Osasco foi a que Dilma obteve o melhor resultado: 57,3% a 42,7%. Dos 19 municípios que compõe a região, a petista saiu vitoriosa em 15, sendo que em Francisco Morato, Itapevi, Franco da Rocha e Carapicuíba ficou com mais 60% de votos em cada. Desses, apenas Franco da Rocha não é governado pelo PT, sendo a prefeitura atualmente administrada pelo PSDB.

Na região sudoeste do estado está localizada a macro Mogiana, onde José Serra registrou seu melhor desempenho. Entre os 21 municípios, dois deram vitória para Dilma, com resultados bem apertados. Estiva Gerbi, governada pelo DEM, elegeu a petista com 50,07%, oito votos à frente de Serra; Itobi (PSDB) deu vitória com 51,88%, 170 votos de vantagem sobre tucano. Das cidades que integram a região, apenas Porto Ferreira é governada pelo PT. As demais estão sob gestão de partidos aliados ao governo estadual do PSDB ou de oposição ao governo federal do PT.

Pau a pau

Mas foi em Pradópolis, a 36 km de Ribeirão Preto, em que a população se demonstrou mais dividida entre os então candidatos à sucessão de Lula. A cidade governada pelo DEM reúne quase 13 mil habitantes e destaca-se como uma das principais produtoras de cana-de-açúcar e derivados. Seu eleitorado, formado por 50,8% de homens e 49,2% de mulheres, deu à Dilma vantagem de apenas 6 votos na vitória: 50,03% a 49,96%.

Fonte: PT-SP

Desempenho dos candidatos no estado de São Paulo

Votos de Serra: 12.308.483 (54,1%)
Votos de Dilma: 10.462.447 (45,9%)
Total de votos: 22.770.930
Dos 645 municípios paulistas, Serra vence em 440 e Dilma em 205


Vitória de Dilma nas Macrorregiões

Macrorregião do ABC
54% (796.993) votaram em Dilma
46% (677.566) votaram em Serra
Total de votos: 1.474.559
Dilma vence em 4 dos 7 municípios (57,1% da região)
Melhor desempenho: Diadema – 66,5% X 33,5%
Pior desempenho: São Caetano do Sul – 31% X 69%

Macrorregião Osasco
57,3% (995.291) votaram em Dilma
42,7% (742.488) votaram em Serra
Total de votos: 1.737.779
Dilma vence em 15 dos 19 municípios (78,9% da região)
Melhor desempenho: Francisco Morato – 68,2% X 31,8%
Pior desempenho: Juquitiba – 45,6% X 54,4%


Melhor desempenho de Serra nas Macrorregiões

Macrorregião Mogiana
63,8% (277.778) votaram em Serra
36,2% (157.922) votaram em Dilma
Total de votos: 435.700
Dilma vence em 2 dos 21 municípios (9,5% da região)
Melhor desempenho: Itobi – 51,9% X 48,1%
Pior desempenho: Mococa – 25,5% X 74,5%


Vitórias com vantagens mais expressivas

Itapura (Macrorregião Araçatuba)
74,6% (1.692) votaram em Dilma
25,4% (575) votaram em Serra
Total de votos: 2.267

Saltinho (Macrorregião Campinas)
76,12% (3.400) votaram em Serra
23,9% (1.066) votaram em Dilma
Total de votos: 4.466


Cidades com população acima de 100 mil

Diadema (Macrorregião do ABC)
66,5% (160.238) votaram em Dilma
33,5% (80.874) votaram em Serra
Total de votos: 241.112

São Carlos (Macrorregião Ribeirão Preto)
65,8% (78.937) votaram em Serra
39% (41.101) votaram em Dilma
Total de votos: 120.038


Vitórias com quantidades de votos mais expressivas
(com exceção da capital)

Dilma
São Bernardo do Campo (Macrorregião do ABC)
241.547 (56,2%) votaram em Dilma
188.188 (43,8%) votaram em Serra
Total de votos: 429.735

Serra
Guarulhos (Macrorregião Guarulhos)
311.328 (50,9%) votaram em Serra
299.757 (49,1%) votaram em Dilma
Total de votos: 611.085 votos


Votações com menor diferença entre os candidatos

Pradópolis (Macrorregião Ribeirão Preto)
50,03% (4.756) votaram em Dilma
49,96% (4.750) votaram em Serra
Total de votos: 9.506

Estiva Gerbi (Macrorregião Mogiana)
50,1% (2.979) votaram em Dilma
49,9% (2.971) votaram em Serra
Total de votos: 5.950

Colômbia (Macrorregião Ribeirão Preto)
50,1% (1.829) votaram em Dilma
49,9% (1.821) votaram em Serra
Total de votos: 3.650

Nipoã (Macrorregião São José do Rio Preto)
50,1% (1.323) votaram em Serra
49,9% (1.318) votaram em Dilma
Total de votos: 2.641

Floreal (Macrorregião Noroeste Paulista)
50,1% (961) votaram em Dilma
49,9% (959) votaram em Serra
Total de votos: 3.650

Santa Salete (Macrorregião Noroeste Paulista)
50,1% (550) votaram em Dilma
49,9% (548) votaram em Serra
Total de votos: 1.098


Resultados nas demais Macrorregiões

Macrorregião Alta Paulista
57,2% (122.591) votaram em Serra
42,8% (91.622) votaram em Dilma
Total de votos: 214.213
Dilma vence em 11 dos 30 municípios (36,7% da região)
Melhor desempenho: Monte Castelo – 66,3% X 33,7%
Pior desempenho: Bastos – 31,9% X 68,1%

Macrorregião Araçatuba
55,9% (273.105) votaram em Serra
44,1% (215.256) votaram em Dilma
Total de votos: 488.361
Dilma vence em 21 dos 48 municípios (43,8% da região)
Melhor desempenho: Itapura – 74,6% X 25,4%
Pior desempenho: Gabriel Monteiro – 26,2% X 73,8%

Macrorregião Assis
60,8% (288.295) votaram em Serra
39,2% (185.632) votaram em Dilma
Total de votos: 473.927
Dilma vence em 11 dos 45 municípios (25% da região)
Melhor desempenho: Júlio Mesquita – 59,3% X 40,7%
Pior desempenho: Santa Cruz do Rio Pardo – 26,2% X 73,8%

Macrorregião Baixada Santista
51,1% (464.792) votaram em Serra
48,9% (445.247) votaram em Dilma
Total de votos: 910.039
Dilma vence em 3 dos 9 municípios (33,3% da região)
Melhor desempenho: Cubatão – 61,8% X 38,2%
Pior desempenho: Santos – 39,2% X 60,8%

Macrorregião Bauru
61,2% (435.174) votaram em Serra
38,8% (276.360) votaram em Dilma
Total de votos: 711.534
Dilma vence em 5 dos 52 municípios (9,6% da região)
Melhor desempenho: Iaras – 57,7% X 42,3%
Pior desempenho: Rio das Pedras – 25,9% X 74,1%

Macrorregião Campinas
56,1% (1.677.465) votaram em Serra
43,9% (1.312.434) votaram em Dilma
Total de votos: 2.989.899
Dilma vence em 10 dos 69 municípios (14,5% da região)
Melhor desempenho: Hortolândia – 67,6% X 32,4%
Pior desempenho: Saltinho – 23,9% X 76,1%

Macrorregião Capital
53,6% (2.961.897) votaram em Serra
46,4% (3.427.671) votaram em Dilma
Total de votos: 6.389.568

Macrorregião Guarulhos
50,5% (711.633) votaram em Serra
49,5% (696.937) votaram em Dilma
Total de votos: 1.408.570
Dilma vence em 3 dos 12 municípios (25% da região)
Melhor desempenho: Ferraz de Vasconcelos – 63,8% X 36,2%
Pior desempenho: Biritiba Mirim – 36,6% X 63,4%

Macrorregião Itapeva
55,7% (155.729) votaram em Serra
44,3% (124.000) votaram em Dilma
Total de votos: 279.729
Dilma vence em 15 dos 28 municípios (53,6% da região)
Melhor desempenho: Barra do Chapéu – 67,8% X 32,2%
Pior desempenho: Itapeva – 34,7% X 65,3%

Macrorregião Noroeste Paulista
53,5% (139.238) votaram em Serra
46,5% (120.802) votaram em Dilma
Total de votos: 260.040
Dilma vence em 31 dos 52 municípios (59,6% da região)
Melhor desempenho: Dolcinópolis – 63,4% X 36,6%
Pior desempenho: Américo de Campos – 28,2% X 71,8%

Macrorregião Presidente Prudente
55,9% (183.100) votaram em Serra
44,1% (144.438) votaram em Dilma
Total de votos: 327.538
Dilma vence em 18 dos 31 municípios (58,1% da região)
Melhor desempenho: Rosana – 65,3% X 34,5%
Pior desempenho: Américo de Campos – 31,7% X 68,3%

Macrorregião Ribeirão Preto
57,8% (973.872) votaram em Serra
42,2% (710.361) votaram em Dilma
Total de votos: 1.684.233
Dilma vence em 23 dos 84 municípios (27,4% da região)
Melhor desempenho: Barrinha – 66,1% X 33,9%
Pior desempenho: Descalvado – 27,1% X 72,9%

Macrorregião São José do Rio Preto
58,8% (365.834) votaram em Serra
41,2% (255.815) votaram em Dilma
Total de votos: 621.649
Dilma vence em 15 dos 54 municípios (27,8% da região)
Melhor desempenho: Ubarana – 60,9% X 39,1%
Pior desempenho: Borborema – 30,8% X 69,2%

Macrorregião Sorocaba
58,3% (573.390) votaram em Serra
41,7% (409.786) votaram em Dilma
Total de votos: 983.176
Dilma vence em 6 dos 29 municípios (20,7% da região)
Melhor desempenho: Alumínio – 57,2% X 42,8%
Pior desempenho: Américo de Campos – 26,7% X 73,3%

Macrorregião Vale do Paraíba
59,9% (740.339) votaram em Serra
40,1% (494.717) votaram em Dilma
Total de votos: 1.235.056
Dilma vence em 6 dos 39 municípios (15,4% da região)
Melhor desempenho: Cunha – 57% X 43%
Pior desempenho: Campos do Jordão – 25,4% X 74,3%

Macrorregião Vale do Ribeira
54% (78.423) votaram em Serra
46% (66.937) votaram em Dilma
Total de votos: 145.360
Dilma vence em 6 dos 15 municípios (40% da região)
Melhor desempenho: Iporanga – 69,7% X 30,3%
Pior desempenho: Jacupiranga – 37,7% X 62,3%

Adeus a Serra e a seus tucaninhos



Tiririca provou que sabe ler e escrever. Já José Serra, não provou que tem diploma

O ENEM vale. O Golpe caiu PHA:




A Dilma venceu o "terceiro turno" criado pelo PiG

Saiu no site do MEC:

TRF suspende decisão da Justiça Federal do Ceará e dá continuidade ao exame


O presidente do Tribunal Regional Federal (TRF) da 5ª Região, desembargador Luiz Alberto Gurgel de Faria, acolheu recurso do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep), autarquia do Ministério da Educação, e sustou, na manhã desta sexta-feira, 12, liminar que impedia o instituto de dar prosseguimento ao Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) de 2010. A interrupção do exame fora determinada pela juíza federal Karla de Almeida Miranda Maia, da 7ª Vara do Ceará.


Gurgel de Faria atendeu o pedido formulado pelo Inep, responsável pelo Enem, na suspensão de antecipação de tutela nº 4208-CE. O magistrado ressaltou que a suspensão de um exame que envolve mais de três milhões de estudantes traria grandes transtornos aos organizadores e candidatos de todo o Brasil e que a alteração do cronograma do Enem repercutiria na realização dos vestibulares promovidos pelas instituições de educação superior que pretendem usar as notas do exame em seus processo seletivos. Portanto, havia risco de grave lesão à ordem administrativa.


O desembargador destacou, ainda, a possibilidade de um elevadíssimo prejuízo ao erário — aproximadamente R$ 180 milhões —, decorrente da contratação da logística necessária à realização de novo exame. Segundo ele, a decisão da juíza Karla Maia, baseada “em eventual irregularidade nas provas de menos de 0,05% dos candidatos, equivalente a dois mil estudantes”, prejudicaria todos os demais, o que afrontaria o princípio da proporcionalidade.


Assessoria de Comunicação Social, com informações da Assessoria de Imprensa do TRF da 5ª Região




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quinta-feira, novembro 11, 2010

Mais do que desvalorizar o real, é preciso valorizar o dólar


Presidente Lula e a presidente eleita, Dilma Rousseff, com o presidente da Coreia do Sul, Lee Myung-bak, na sede do governo coreano, em Seul. Foto: Ricardo Stuckert/PR

Viagens internacionaisNo momento atual de crise cambial que o mundo enfrenta, o Brasil está menos preocupado com medidas a serem tomadas para desvalorizar o real do que com as medidas que os americanos tem que tomar para valorizar o dólar, revelou o presidente Lula nesta quinta-feira (11/11) em entrevista coletiva realizada para jornalistas brasileiros e coreanos em Seul, Coreia do Sul, onde se encontra para participar da reunião de cúpula do G20. Após a entrevista, o presidente seguiu para o Museu Nacional da capital coreana, onde está sendo realizado o jantar de trabalho dos Chefes de Estado e de Governo do G20, sob o tema Economia Global e Parâmetros.

Para Lula, é importante encontrar um equilíbrio entre os interesses de cada país para que as decisões tomadas no G20 não representem apenas os anseios das nações mais ricas do mundo, sem levar em conta as necessidades e interesses dos demais países, que têm economias menores e mais frágeis. “Tem que ter um mínimo de conforto e isso só é possível se houver equilíbrio. Não pode ficar cada um tentando resolver só o seu problema, sem levar em conta os reflexos na política de outros países”, disse o presidente brasileiro, que antes da entrevista se encontrou com o presidente da Coreia do Sul, Lee Myung-bak, na sede do governo coreano, acompanhado da presidente eleita Dilma Rousseff, os ministros Guido Mantega (Fazenda) e Sérgio Rezende (Ciência e Tecnologia), o assessor da Presidência para assuntos internacionais, Marco Aurélio Garcia, o governador Cid Gomes (Ceará) e o embaixador brasileiro em Seul, Edmundo Fujita.

Veja o vídeo do encontro de Lula e Dilma com o presidente coreano:

Cada divergência que a gente descobrir (na reunião), nós temos que colocá-la na mesa e negociar, para descobrir o ponto de equilíbrio que precisamos ter, para que o presidente Obama se sinta confortável com a política americana, que o presidente Lula se sinta confortável com a política brasileira, e assim por diante. (…) Nós não podemos, enquanto maiores economia do mundo, tomar uma decisão apenas pensando em nós no G20 sem levar em conta os reflexos que isso pode trazer em outros países que não estão aqui, que são menores, de economias mais frágeis. O G20 não é para cada um se salvar, cada um pra si, e Deus por todos. Não. É todos por todos, e Deus por todos. Somente assim é que vai dar certo.

Ouça aqui a íntegra da declaração do presidente Lula na entrevista coletiva:

sátiro