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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

sábado, setembro 17, 2011

Tucano tenta cassar juíza do caso ALSTOM. E a faxina na corrupção em SP?

O ex-duputado do PSDB, Robson Marinho, amigo do governador Geraldo Alckmin (PSDB/SP), está com contas na Suíça atribuídas a ele bloqueadas, porque a origem do dinheiro faz parte dos subornos da multinacional ALSTOM pagos a tucanos paulistas por contratos com o Metrô e com Estatais de Energia, segundo apurações do Ministério Público.

Marinho ingressou com ação no Tribunal de Justiça de São Paulo para afastar de seu caminho a juíza do caso Alstom, Maria Gabriela Pavlópoulos Spaolonzi. Ela decidiu pelo bloqueio das contas na Suíça, e autorizou a quebra do sigilo bancário dos acusados.

O tucano alegou parcialidade da juíza, acusando-a de estar decidindo sempre a favor do Ministério Público.

Por votação unânime, o Tribunal de Justiça negou o afastamento, não encontrando nenhum indício de parcialidade da juíza e de suas decisões.

E a faxina em São Paulo? A imprensa corrupta joga pra baixo do tapete.

Onde está a indignação da imprensa, ao fazer silêncio e não exigir o afastamento de Robson Marinho da cadeira de conselheiro do Tribunal de Contas do Estado?

Como pode alguém, que responde por acusações de um mega-escândalo de corrupção internacional - com desvio de dinheiro público para contas na Suíça - continuar julgando a prestação de contas dos governadores tucanos amigos? E sob os quais aconteceram a roubalheira nos contratos com a ALSTOM?
 E, pasmem, ele não é apenas conselheiro, é também CORREGEDOR do TCE!

Convenhamos, não é a juíza quem deve ser afastada por suspeição, é o próprio Robson Marinho quem precisa ser afastado imediatamente de seu cargo.

Imagem se Robson Marinho ocupasse qualquer cargo no governo Dilma... o estardalhaço que a imprensa estaria fazendo.

Isso só vem a provar o quanto a velha imprensa é corrupta. Protege a corrupção dos tucanos.

Não é a toa que Geraldo Alckmin comprou R$ 9 milhões em assinatura dos jornais Estadão e Folha de São Paulo, mais as assinaturas das revistas Veja, IstoÈ e Época.


A TV Globo só noticiou uma vez, quando não teve mais jeito, com a decisão judicial de bloquear as contas na Suíça. Depois disso não tocou mais no assunto. Robson Marinho continua conselheiro e corregedor do TCE/SP, julgando a aprovação das contas dos governos tucanos, amigos dele. 
*osamigosdopresidentelula

Beatles se recusaram a tocar para plateia segregada nos EUA. Já Roberto Carlos …

Beatles (BBC)
Banda mostrou posicionamento diante de política racista
Uma lista de exigências feita pelos Beatles em 1965 para realizar um show nos Estados Unidos incluiu a recusa da banda em tocar diante de uma plateia em que brancos e negros estivessem segregados.
A lista de exigências formulada pela banda deverá ir a leilão na cidade americana de Los Angeles no próximo dia 20 de setembro e a expectativa é de que o documento alcance um um valor de até US$ 5 mil (cerca de R$ 8,6 mil).
O contrato contendo as demandas do lendário grupo de Liverpool mostra que os Beatles tinham um posicionamento claro em relação à política racial discriminatória em vigor nos Estados Unidos, em um momento em que o movimento de direitos civis comandado por Martin Luther King começava a ganhar força.
No ano anterior, Luther King vencera o Prêmio Nobel da Paz por sua campanha pacífica de desobediência civil contra a política segregacionista ainda em vigor em boa parte dos Estados Unidos.
Humildade
O documento com as pré-condições para tocar no Cow Palace, em Daly City, no Estado americano da Califórnia, mostra ainda uma humildade que destoa das listas de exigências feitas por roqueiros atualmente.
O documento, assinado pelo empresário do grupo, Brian Epstein, diz que a banda não iria tocar diante de ''uma plateia segregada'' e solicita um camarim contendo ''quatro camas portáteis, espelhos, um isopor para para guardar gelo, uma TV portátil e toalhas limpas''.
O grupo faz ainda um prosaico pedido por ''eletricidade e água''.
As únicas exigências mais elaboradas foram pedidos de que ''150 policiais uniformizados forneçam proteção'' à banda e a solicitação de ''um palco especial para a bateria de Ringo (Starr)''.

Dilma viaja a Nova York e será a primeira mulher a abrir a Assembleia da ONU




BRASÍLIA - A presidente Dilma Rousseff participa na próxima semana da Assembleia Geral das Nações Unidas e será a primeira mulher a fazer o discurso de abertura do encontro. A extensa agenda nos Estados Unidos inclui encontros bilaterais, reunião sobre a participação das mulheres na política, prêmio e lançamento para a parceria da transparência governamental.

Dilma chega à Nova York na manhã de domingo. Na segunda-feira, participa da abertura da Reunião de Alto Nível sobre Doenças Crônicas Não-Transmissíveis, que tem foco particular nos desafios sociais e econômicos, especialmente em países em desenvolvimento. À tarde, participa de Colóquio de Alto Nível sobre participação política de mulheres que visa reforçar a atenção internacional para a necessidade de encorajar a inclusão de mulheres em sistemas de representação política.

Na terça-feira, Dilma mantém encontro bilateral com o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama. Em seguida, haverá a cerimônia de lançamento da Parceria para o Governo Aberto. No mesmo dia, receberá o prêmio "Woodrow Wilson for Public Service".

Dilma será a primeira mulher a fazer o discurso de abertura da ONU na quarta-feira, dia 21. No mesmo dia estão previstos encontros com o secretário-geral das Nações Unidas, Ban Ki-moon, com o primeiro-ministro do Reino Unido, David Cameron, e com o presidente da França, Nicolas Sarkozy.

No último dia de Dilma em Nova York, ela participa da reunião de alto nível sobre segurança nuclear e da reunião de alto nível sobre diplomacia preventiva no Conselho de Segurança das Nações Unidas.

Entre os ministros confirmados na comitiva de Dilma estão: Antonio Patriota (Relações Exteriores), Alexandre Padilha (Saúde), Fernando Pimentel (Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior), Orlando Silva (Esporte), Helena Chagas (Comunicação) e Maria do Rosário (Direitos Humanos).

*yahoo

sexta-feira, setembro 16, 2011

Jefferson, pai do “Mensalão”, nega tudo – quem vai pedir o teste de paternidade?

Por Rodrigo Vianna em seu blog

Foi pelo twitter que recebi a notícia: o @emeluis anunciava (entre irônico e estupefato) que a defesa de Bob Jefferson apresentada ao STF já estava disponível na internet, num site especializado em assuntos jurídicos. Fui olhar, e chamou-me atenção o último parágrafo: “Sobre a acusação do MP, a defesa de Jefferson seguiu o mesmo tom dos demais acusados: é incompleta e faltam provas. Trata-se, segundo a petição, de uma acusação “puramente retórica” e “sem argumentos fáticos”. Não há na acusação, segundo a defesa de Jefferson, nada que prove a existência do mensalão, ou de algum esquema de lavagem de dinheiro para a compra de votos parlamentares.” (grifo meu, RV).

Dividi com os leitores no twiter minha surpresa: ora, se Bob Jefferson (que era o principal denunciante do chamado “Mensalão”) nega que haja provas do referido esquema, então sobra o que? Claro, sobram evidências de caixa 2 na contabilidade petista, e nas estranhas relações com Marcos Valério. Caixa 2 é ilegal. E deve ser punido. Mas é muito diferente de “Mensalão” - esquema sistemático de compra de votos no Congresso, como dava a entender Bob Jefferson na tal entrevista à Folha que foi serviu como estopim do escândalo.

Em 2005, a velha imprensa tentou provar que o tal “Mensalão” era “o maior escândalo da história do Brasil”. Franklin Martins era comentarista da Globo. E eu era repórter da Globo em São Paulo. Na redação, era nítido que os comentários de Franklin destoavam da cobertura da emissora – claramente dirigida. A Globo, em suas “reportagens” diárias – jogando de tabelinha com ACM Neto e outros gigantes da moralidade - martelava o “Mensalão” como fato consumado. Aí Franklin entrava no ar e dizia que o “Mensalão” precisava ser “provado”. Foi um dos motivos que levaram Ali Kamel a rifar Franklin no início de 2006 – aquele tormentoso ano em que Lula conseguiria a reeleição.

Foi aquela campanha desenfreada para derrubar Lula em 2005 (e que só não foi adiante porque FHC teve a brilhante idéia de “sangrar” o presidente até a eleição, para evitar o “trauma” de um impeachment) que levou o deputado Fernando Ferro (PT-PE) a ir à tribuna e cunhar a expressão “Partido da Imprensa” para se referir à máquina que tentou derrubar Lula. Paulo Henrique Amorim aproveitou o discurso de Ferro, e acrescentou “Golpista” à expressão (uma referência histórica ao papel que a mesma imprensa cumprira em 1954, no suicídio de Vargas; em 1961, no veto à posse de Jango, só garantida após a resistência de Brizola com a Legalidade no sul; e em 1964, com o golpe largamente apoiado pela velha mídia). Assim, nasceu o PIG.

O PIG foi a mãe do “Mensalão”. E Bob Jefferson, o pai. Bob Jefferson agora nega o “Mensalão”. Quem vai pedir o teste de paternidade? A “Folha”, Kamel, ou Diogo Mainardi (o colunista fujão)?

Quando escrevi sobre essas coisas no twitter, recebi da doutora Janice Ascari um puxão de orelha; ela lembrou que todo réu, sempre, nega o crime de que é acusado. Bob, denunciante, é também réu. Por isso, não haveria nada de surpreendente na negativa de Bob. Ele poderia ter negado participação sem negar o esquema. Seria uma forma de evitar a desmoralização. Não o fez.

Juridicamente, a doutora Ascari pode ter razão. Mas politicamente, a negativa de Bob é devastadora. Qual a prova de que o “Mensalão” existiu? A entrevista de Bob a Renata Lo Prete na (sempre ela) “Folha”, em 2005. Bob agora negou o “Mensalão”. Politicamente, fica mais evidente a operação golpista que acompanhei de perto em 2005, e à qual tenho o orgulho de ter resistido nos difíceis dias finais na campanha de 2006 (manobra patrocinada pelo PIG, com ajuda do delegado Bruno - desmascarado num histórico post de Azenha, e numa histórica reportagem de Raimundo Pereira na “CartaCapital”). Tudo isso ocorreu em 2005/2006.

Em 2010, Lula estava muito mais forte. Mas a Globo e seus parceiros ainda tentaram operar no limite da irresponsabilidade: a “bolinha de papel” de Ali Kamel e Molina foi a tentativa de repetir a história e dar a eleição aos tucanos. Mas dessa segunda vez a operação soou como farsa.

Em 2005/2006, a situação foi muito mais séria. Essa história, em detalhes, ainda está por ser melhor contada. Ainda mais agora que Bob – o tenor do “Mensalão” – jogou por terra a encenação.
*observadoressociais

OS VAMPIROS COMEÇAM A DAR COM A LÍNGUA NOS DENTES

Depoimentos como os deste escroto, o ex-torturador e atual advogado de traficantes e sicários
João Lucena Leal, mostram por que o Brasil precisa, urgentemente, criar a Comissão da Verdade para estabelecer as circunstâncias das torturas e assassinatos cometidos durante a ditadura militar.

Do blog do Luís Nassif:

Por Nilva de Souza


Do Pragmatismo Político



Ex-torturador espanta o Brasil com relato sobre mortes e torturas na ditadura



Advogado choca o Brasil com depoimento sobre torturas e mortes das quais ele próprio participou. Ele revelou ter presenciado de 10 a 15 execuções e participado de operações que resultaram na prisão de Dilma Rousseff


O advogado João Lucena Leal, radicado em Rondônia há 30 anos, chocou o Brasil, em rede nacional de televisão, com um depoimento frio sobre mortes e torturas durante o regime militar. Ele também revelou detalhes das operações de que participou para prender a hoje presidente da República, Dilma Rousseff, e o então estudante José Genoíno, que viria a ser presidente nacional do Partido dos Trabalhadores e atualmente é assessor do Ministério da Defesa. Segundo Lucena, Genoíno não precisou ser torturado. “Fez um acordo com o Exército e entregou, delatou todos os seus companheiros”, disse.


Lucena falou ao jornalista Roberto Cabrini, do programa Conexão Repórter, do SBT. Cabrini veio a Porto Velho para entrevistar aquele que é considerado um dos maiores torturadores ainda vivos do tempo da repressão no Brasil . Agente da repressão a serviço dos militares que tomaram o poder no País com o golpe de março de 1964, João Lucena Leal foi descrito como o típico homem dos porões da ditadura. Na entrevista, Lucena descreveu, com tranqüilidade e frieza, o que viu e o que fez com os adversários políticos do regime. "O sujetio amarrado, algemado e o executor puxava o gatilho e matava", disse ele ao narrar uma das cenas entre as inúmeras das quais presenciou e participou.

Tortura justificada Para Lucena, a tortura se justifica "para extrair uma informação ardente". Fazia parte de seu trabalho extrair tais informações dos ativistas políticos. "Eu executava com nobreza", acrescentou. Ex-delegado da Polícia Federal, Lucena também é descrito como um torturador profissional. A Ronberto Cabrini, ele relatou torturas, prisões e mortes das quais diz ter participado. Mesmo acusado de cometer atrocidades, Lucena disse estar orgulhosode tudo o que fez.

Com a saúde severamente abalada após um ataque cardíaco, e acusado de ser um torturador impiedoso, mesmo assim o homem da repressão diz ter a consciência e um sono tranquilos. Na entrevista, informou ter apenas um remorso. Foi quando viu o corpo de uma moça de 17 anos morta pelos militares. "Peguei no corpo dela e ainda estava quente. A moça não tinha ideologia nenhuma".


Em Rondônia, Lucena ficou rico como advogado de traficantes e de notórios assassinos, como o fazendeiro Darli Alves, que matou a tiros, no Acre, o líder seringueiro Chico Mendes. Ao falar sobre o que considera tortura, Lucena disse que "é um ato de violência contra o próprio irmão", e acrescentou: ”a tortura é praticada em larga escala nas polícias militar e civil do País”.



Retrato do torturador quando mais jovem
Mostrando profundo conhecimento no assunto, o advogado disse que, na sua época, o método mais utilizado era o pau de arara, nas suas palavras, "um instrumento cruel, devastador, que deixa seqüelas. Tem muita gente que não resiste meia hora e conta tudo. Às vezes, é só mostrar o instrumento e ele (a vítima) abre".


As sete vítimas vivas de Lucena

Lucena Leal estava lotado na Superintendência da Polícia Federal do Ceará quando era agente da repressão. Lá, entre suas incontáveis vítimas, o SBT localizou sete pessoas que dizem ter sido torturadas pelo advogado.



O hoje professor José Auri Pinheiro, professor na época, foi torturado barbaramente por dois dias. Ele reconheceu Lucena durante a entrevista a Roberto Cabrini, que lhe mostrou uma foto do advogado quando ainda era mais novo. "O Lucena é um torturador conhecido aqui no Ceará. Em 1973 fui torturado por ele, que é um sujetio explosivo, impulsivo e malvado, que só falava em matar, em destruir as pessoas", contou Auri. Segundo ele, Lucena torturava as vítimas ” com sadismo, com convicção”. O hoje arquiteto José Tarcísio Prata foi outro que também relatou sua experiência dolorosa nas mãos de João Lucena Leal. “É um torturador profissional, perverso”, disse.



Lucena afirmou ter visto de dez a 15 execuções de guerrilheiros do PC do B no Araguaia, entre elas, a morte de uma jovem identificada por ele como Sônia, que foi assassinada pelo hoje major reformado do Exército Sebastião Curió. No meio da entrevista, João Lucena disse que, no Araguaia, foi preso o então estudante José Genoíno, que viria a ser presidente do Partido dos Trabalhadores e atualmente é assessor do Ministério da Defesa.



Segundo Lucena, Genoíno não foi torturado e fez um acordo para delatar os companheiros de guerrilha. O major Sebastião Curió confirma a afirmação de Lucena sobre o ex-dirigente petista. "O Genoíno não foi torturado e entregou todo mundo".



A prisão de Dilma Tanto Curió quanto Lucena participaram das investigações e prisão da hoje presidente Dilma Rousseff, então militante política. "Ela (Dilma) era uma menina de 17 ou 18 anos de idade que foi presa e levada para a Operação Bandeirantes e entregue ao delegado Fleury (Sérgio Paranhos Fleury, notório torturador".









*militânciaviva



Manifesto contra a corrupção da mídia

Duas manifestações, em São Paulo e no Rio de Janeiro, marcarão, sábado (17), a luta dos movimentos pela democratização da comunicação. Intitulada Ato Contra Corrupção da Mídia, a mobilização é organizada pelo Movimento Sem-Mídia (MSM).
Em São Paulo, foi convocado via Facebook e ocorrerá no vão livre do Museu de Arte de São Paulo (Masp), na Avenida Paulista, às 14 horas. Até ontem, 1.150 pessoas haviam confirmado presença.
No Rio, a atividade será na Cinelândia (entorno da Praça Floriano), região central da cidade, a partir das 17h. Mais de 150 confirmaram participação.
Segundo o empresário Eduardo Guimarães, criador do MSM e autor do Blog da Cidadania, o objetivo é protestar contra a corrupção da mídia, sobretudo depois das manifestações contra a corrupção ocorridas no dia 7 de setembro, instigada pela própria grande imprensa conservadora, que está entre os maiores responsáveis pela corrupção no Brasil.
Munidos de faixas e carro de som, os manifestantes prometem levar a todos presentes a bandeira por um marco regulatório da comunicação, além de denunciar a grande mídia, que só vem noticiando corrupção dos políticos do PT e aliados, ignora a dos governos de outros partidos. “A mesma mídia que denúncia corrupção só no governo do Partido dos Trabalhadores e entre seus aliados, omite-se, criminosamente, em denunciar a corrupção em governos estaduais e municipais do PSDB”, disse Eduardo Guimarães.
O MSM surgiu, em 2007, nesse contexto de combate à hegemonia imposta pelos grandes veículos de comunicação no país. Dois anos depois, organizou o Ato contra a Ditabranda da Folha de S. Paulo, em 15 de março de 2009. “No ano passado, enviamos representação ao Ministério Público Eleitoral contra os institutos de pesquisa que se acusavam de fraude em sondagens sobre a disputa para presidente. O MPE determinou à PF que abrisse inquérito e logo depois as pesquisas começaram a convergir”, lembrou Eduardo.
Marco regulatório não é censura
O marco regulatório da comunicação pode impedir, por exemplo, o monopólio que, apesar de ser inconstitucional, se configura no mercado nacional. Também pode inibir a propriedade cruzada, quando se vê proprietários de jornais comandando também rádios e TVs. Além disso, os pequenos ficam de fora, como as rádios comunitárias, que precisam ter seus espaços garantidos. Também é importante consolidar um sistema público, que tenha capacidade de gerar conhecimento e democratizando o acesso à informação, fazendo-o chegar aos mais diversos municípios do Brasil.
Para o jornalista Altamiro Borges, do Centro de Estudos da Mídia Alternativa Barão de Itararé, é preciso agir e jogar luz na discussão. Ele admite que a imprensa alternativa, que vem se fortalecendo nos últimos anos a partir do sites, portais e blogs na Internet, não tem a força dos grandes veículos tradicionais e conservadores. Mas, deixar de fazer algo para mudar o contexto atual é a pior saída.
“É uma briga de David e Golias. Temos pouca munição. Vai ter que jogar pedrinhas. Enquanto eles lutam com a força hegemônica de um canhão, nós temos que usar da inteligência para nos esquivar e atingir o objetivo. É como em uma guerrilha. A outra forma seria não fazer nada, e essa seria a pior coisa”, afirmou Altamiro, que também mantém um blog de notícias.

Com Portal Vermelho

Mentiras da guerra ao terror não se instalaram na América Latina

Tem que ser muito tapado para cair nesse caô da guerra ao terror


Vermelho


Os ataques terroristas de 11 de setembro de 2001 marcaram uma espécie de reação bipolar da América Latina. A princípio, o continente viveu a ilusão da retomada do alinhamento com os Estados Unidos, mas, depois, resistiu às pressões norte-americanas e consolidou na região uma política de defesa própria. Esta é a opinião de Monica Hirst, da Universidade Torcuato Di Tella, que participou nesta quinta (15) do seminário “11 de setembro – o mundo depois de uma década de guerra contra o terror”.


No evento, promovido pela PUC-SP em parceria com o Ipea, Monica analisou as relações entre Estados Unidos e América Latina pós-atentados. Segundo ela, o impacto do 11 de setembro na região não se deu em um só momento, mas foi um processo marcado por quatro etapas.

De acordo com a professora, logo após os atentados, surgiu na região a ideia de invocar o Tratado Interamericano de Assistência Recíproca (Tiar) e alinhar-se aos Estados Unidos, o que não durou muito tempo.

Outra reação, concentrou-se na Colômbia, que utilizou o momento em que começa a surgir um novo conceito de ameaça no mundo para caracterizar o seu conflito interno como parte da guerra ao terror. Com o objetivo de angariar maior apoio dos Estados Unidos, “o governo colombiano passa a vincular o inimigo interno àquele que seria o inimigo global”, associando as Farc ao terror, relata a professora. 

“Isso teve implicações importantes na Colômbia e também para a região, porque fica muito mais claro aquilo que nós não queremos e como devemos nos posicionar frente a esse novo conceito de ameaça”, diz Monica, em referência à postura de distanciamento que o continente passa em seguida a adotar em relação à “guerra ao terror”.

De acordo com ela, surge então uma tensão entre a “macrossecuritização” defendida pelos norte-americanos e as construções regionais que já estavam em marcha na América Latina. “Isso leva a uma tensão entre o que é a agenda dos EUA e a nossa resposta específica frente à insistência dos norte-americanos de que essa ameaça (o terrorismo) exista na nossa região, em particular na tríplice fronteira”, coloca.

De acordo com Monica, a ”bagagem” do Mercosul – de interação econômica, comercial e política – e a ideia de construir na região uma zona de paz ajudaram a enfrentar de maneira coordenada essa pressão dos Estados Unidos, que se tornou sistemática. 

Ela explica que surgiram alguns atritos no bloco, uma vez que o Paraguai chegou a buscar uma aliança com os Estados Unidos. Mas, aos poucos, foi construída uma resposta regional, com uma agenda de cooperação na área de inteligência e controle de fronteira, “tudo que era necessário para se ter a informação de que essa ameaça não existia na região”, completa.

“A gente sabe hoje o quanto essa guerra foi capaz de construir a mentira como um instrumento de mobilização da ação. O Iraque está aí para mostrar. E o nosso esforço (regional) foi de não deixar que essa mentira se instalasse aqui como uma nova verdade”, avalia Monica.

De acordo com ela, outro impacto produzido pelo 11 de setembro, foi o fim do conceito que estava vigente de segurança cooperativa. “Ficou claro que é preciso começar a construir uma realidade em que políticas de defesa nacionais não sejam uma ameaça interestatal, mas que possam se desenvolver a partir da identificação de interesses nacionais, que não podem ser pasteurizados a partir de um conceito de segurança cooperativa”, diz.

Nesse sentido, a América Latina começa a levar adiante um processo de fortalecimento de suas políticas de defesa, dentro de novos padrões e sob nova configuração, dissociada dos Estados Unidos. “Isso é o que alimenta o Conselho de Defesa da Unasul”. 

“Do ponto de vista das relações com os Estados Unidos, o 11 de setembro amplia a nossa marginalidade estratégica. Nós não aparecemos como uma zona de ameaça e temos outro tipo de resposta”, avalia a professora.

Para ela, a guerra ao terror gerou um forte sentimento antiamericano no mundo, mas, na região, esse sentimento não está associado a isso, e sim ao trauma deixado pelo neoliberalismo da década de 1990. 

“É a resposta que vamos dar ao receituário neoliberal que nos afasta dos EUA e leva à nossa descaracterização como área de influência desse país. Na última década, construímos uma identidade política, econômica e em área de segurança desvinculada dos EUA”, encerrou Monica, afimando que hoje, nada está mais longe de uma consenso sul-americamo que a ideia de que o Tiar poderia ser útil à região. 

Além da professora, também participaram dos debates desta manhã Luis Moita, da Universidade Autônoma de Lisboa, e Rodrigo de Moraes e André de Mello Souza, do Ipea. 

Crime contra a humanidade

Moita defendeu que o 11 de setembro deveria ter sido classificado como crime contra a humanidade, não pelo número de vítimas, mas pelo fato de que “pela primeira vez seres humanos foram usados como projéteis vivos para causar a morte, num evento de tamanha escala,” avaliou. Para ele, a repercussão disso seria uma resposta mais policial e menos militar aos atentados.

O professor português analisou que os ataques explicitaram que mesmo países sobrearmados não são invulneráveis e levaram a questionar o uso da violência nas relações internacionais. Para ele, essa forma de atuar perdeu força. “É possível que a guerra tenha se tornado inútil”, diz. De acordo com ele, a efervescência no mundo árabe, que não usou de fanatismos ou violências, altera o quadro mundial nesse sentido.

Coalizões

Em suas intervenções, os pesquisadores do Ipea fizeram uma crítica à ideia de um suposto unilateralismo dos Estados Unidos no combate ao terrorismo. "Falar em unilateralismo é, no mínimo, uma imprecisão", avaliou Rodrigo. Segundo os dois palestrantes, os norte-americanos não foram à guerra sozinhos, mas, sim, apoiados por dezenas de países.

A opção dos Estados Unidos pela luta dentro de uma coalizão, contudo, não teve o objetivo de reduzir custos e aumentar o poderio militar, agregando a força de outros países. De acordo com os pesquisadores, do ponto de vista militar e financeiro, os Estados Unidos tinham condição de atuar sozinhos nessa empreitada. A coalizão, nesse caso, teve, então, o papel de dar maior legitimidade às ações do “combate ao terrorismo”.

Segundo Rodrigo e André, oito países da coalizão sequer contribuíram com tropas e alguns nem possuíam forças armadas, mas o apoio dessas nações foi útil em outras frentes. “Os Estados Unidos conseguiram ativar uma rede de colaboradores e construíram um certo consenso entre eles de que o combate ao terrorismo era prioritário. E cerca de 50 países chegaram a contribuir diretamente nas guerras do Afeganistão e do Iraque”, disse Rodrigo. 




Convite

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Globo e Band são as únicas a perder audiência neste ano

Globo e Band não têm muito o que comemorar.

As duas foram as únicas emissoras que perderam share (participação no total de televisores ligados) em 2011 até agora.

Segundo dados do Ibope, do Painel Nacional de Televisão (medição nacional de audiência), de janeiro a agosto deste ano menos televisores estiveram ligados na Globo e na Band.

A média da Globo nos seis meses é de 42,6% de share, uma queda de 5% em relação ao mesmo período em 2010, quando a rede alcançou 44, 6% de share.

A Band viu seu share cair de 5,6% (2010) para 5,2%.

SBT e Record aumentaram a participação no número de ligados no país. A emissora de Silvio Santos passou de 13,2% de share para 13,4% de share no período.

Record, que registrou 16,8% de share nos primeiros seis meses do ano passado, marcou 17% este ano.

Rede TV! manteve a média de 2,6% de share.Blog Outro Canal 
*osamigosdopresidentelula