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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

terça-feira, janeiro 10, 2012

Agora vai! Alckmin sinaliza articulação de chapa Serra-Maluf


Na segunda-feira, o governador de São Paulo Geraldo Alckmin (PSDB/SP) levou, como convidado especial, o deputado Paulo Maluf (PP/SP) até a cidade de Campos de Jordão, para a solenidade simbólica de sanção da lei que cria a Região Metropolitana do Vale do Paraíba.

Ambos fizeram discursos solenes no palanque para uma platéia de prefeitos e vereadores candidatos à reeleição em outubro.

Maluf, embasado em seu conceito muito peculiar de "ética" na política, elogiou Alckmin como "exemplo de ética... Ética que infelizmente não vemos em outros setores desse País" (nas palavras de Maluf).

Um elogio destes é de arregalar os olhos de qualquer Procurador da República zeloso de seus afazeres.

Mas faz sentido. Maluf está respondendo processo no STF por desvio de dinheiro público da Prefeitura de São Paulo para o paraíso fiscal da Ilha de Jersey. Alckmin tem muito o que explicar sobre as propinas para tucanos paulistas, da Alstom e Siemens. Da Privataria Tucana falaremos abaixo, quando José Serra entrar em cena.

Maluf também lançou Alckmin à presidência em 2018 e lembrou que o conhece de longa data, desde quando era governador na ditadura (1979-1982), e o jovem prefeito de Pindamonhangada da época era Geraldo Alckmin, com quem mantinha relações amistosas.

Alckmin aparelhou o CDHU (Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano do Estado de São Paulo) loteando o órgão para um apadrinhado de Maluf. O órgão já virou escândalo, com a construção de novos conjuntos habitacionais em áreas de enchentes.

Alckmin já orientou a bancada tucana a manter boa relação com o PP de Maluf, agora que o principal aliado dos tucanos, o DEMos, está fragilizado, com a virada-de-casaca de Kassab, ao criar o PSD, adesísta ao governo Dilma e que já se oferece para apoiar o PT na eleição municipal paulistana.

Na terça-feira, Alckmin prestigiou outro político enrolado com escândalos, José Serra (PSDB/SP), que também tem muitas afinidades "éticas" com Maluf, como revela o livro "A Privataria Tucana".

Alckmin levou Serra para inaugurar um laboratório de oncologia em um hospital paulista.

Sem um demo-tucano viável para disputar a Prefeitura de São Paulo, Alckmin quer Serra como candidato, mesmo com a Privataria Tucana, mesmo com o risco de Serra ser enquadrado na lei da ficha-suja, e mesmo que seja para perder. Qualquer votação acima de 10% de Serra já seria melhor do que uma votação abaixo de 5% de um tucano pouco conhecido. E a derrota de Serra o queimaria de vez, deixando o caminho totalmente livre para a liderança hegemônica de Alckmin.

Nesse cenário, onde interessa a Alckmin lançar candidatos com alta rejeição para perder por menor diferença, não seria surpresa se, no bastidores do laboratório inaugurado, tenha sido lançado o balão de ensaio da chapa encabeçada por Serra tendo Maluf como vice (apesar do pesadelo que uma chapa destas representa para qualquer  marqueteiro demo-tucano).
*osamigosdopresidentelula

Antidepressivo que acalma a mulher: o semen


Por Eugênia
CorreioMedico
El semen, un antidepresivo natural

Foto: elpais.com
Estudios científicos muestran que el semen actúa como una droga psicoactiva en el cuerpo de las mujeres, mejorando su estado de ánimo y sus habilidades cognitivas; las bondades del semen parecen estar relacionadas con ventajas evolutivas
Pijamasurf.com ha publicado que "La vida parece ser dueña de una inteligencia secreta que despliega sutilmente para asegurar su existencia y evolución hacia una mayor complejidad. Una forma de hacer esto en los seres humanos es haciendo del semen una especie de droga psicoactiva, cuyos efectos benéficos hacen que las mujeres sientan la necesidad de recibir esta semilla de luz líquida (en cierta forma hacerlas adictas a la vida, a generar vida, a través de esta sustancia y del estrecho vínculo que provoca). Aunque a primera vista esto podría parecer como un hiperbólico canto falocrático a las virtudes del semen, la realidad científica es que el semen actúa como una droga psicoactiva en el cuerpo de las mujeres.
El descubrimiento de que el semen actúa como un antidepresivo natural se debe al Dr. Gordon Gallup y a la Dra. Rebecca Burch de la Universidad Estatal de Nueva York. Gallup se topó en los años 90 con el intrigante dato de que a diferencia de las mujeres heterosexuales sexualmente activas viviendo juntas, lesbianas sexualmente involucradas no exhibían el famoso "efecto McClintok", en el que se sincronizan los ciclos menstruales de mujeres que cohabitan el mismo espacio (al igual que hembras de otras especies). Ya que se sabe que las señales olfatorias o feromonas median la sincronía menstrual.
Ante este fenómeno, Gallup y su colega se preguntaron: "Ya que se espera que las lesbianas estén en una relación más cerca e íntima cotidianamente que otras mujeres que viven juntas, ¿qué es lo que ocurre en las mujeres heterosexuales que promueve la sincronía menstrual o qué es lo que ocurre en las lesbianas que impide la sincronía menstrual? Se nos ocurrió que una característica que distingue a las mujeres heterosexuales de las lesbianas es la presencia de semen en las vías reproductivas femeninas. Las lesbianas tienen sexo libre de semen".
Gallup y Burch dedujeron entonces que ciertos químicos en el semen humano afectan la biología femenina a través de la absorción vaginal, de forma tal que las mujeres que tienen sexo sin condón literalmente huelen diferente que las mujeres que no tienen sexo sin condón, o al menos sus cuerpos emiten feromonas que empalman los ciclos menstruales de mujeres cohabitantes.
Como apunta Jesse Bering en el sitio de la revista Scientific America, los médicos saben desde hace mucho que la vagina es una ruta ideal para la administración de drogas. Esto debido a que la vagina está rodeada de una red vascular: arterias, vasos sanguíneos, vasos linfáticos y, a diferencia de otras rutas de administración de drogas o medicamentos, los químicos que se absorben vía vaginal tienen una línea casi directa con el sistema circulatorio periférico.
Ya que el semen contiene más de 50 sustancias químicas, hace sentido que al ser insertado en la vagina haga efecto en la biología femenina. El complicado perfil químico del semen incluye una serie de hormonas, neurotransmisores, endorfinas e inmunosupresores, cada uno con una función específica y ocurriendo en diferentes concentraciones dentro del plasma seminal. Dentro del cóctel químico (o alquímico, según se vea) del semen se encuentran varios compuestos que afectan el estado de ánimo, incluyendo, cortisol (incrementa el afecto), estrona (eleva el estado de ánimo), prolacitina (funciona como un antidepresivo natural), oxitocina (eleva el estado de ánimo y genera un sentimiento de apego; se le conoce como "la hormona del amor"), hormona liberadora de tirotropina (también un antidepresivo natural), melatonina (hormona que regula el sueño), y hasta serotonina (el neurotransmisor antidepresivo más conocido)". Esto según lo publicado por  más...
Leia matéria no NewScientist
Luisnassif

Falta muito, mas estamos caminhando

Ontem, escrevi para o blog Projeto Nacional um post mostrando como, apesar de toda a histeria da mídia, os níveis de inflação no Brasil eram muitissimo inferiores aos dos demais países da América do Sul. E como a evoluçlão do nosso salário-mínimo, apesar de ser ainda absolutamente insuficiente para que se possa dizer que ele chegou a níveis adequados, começa a nos trazer para um pouco menos distantes de outros países, daqui e da Europa.
Uma observação necessária, porque é tolice a posição ufanista de dizer que somos o máximo, como é tolice a posição de apenas ficar repetindo que ainda estamos muito mal – como estamos, é inegável – em matéria de elevar a renda do trabalhador para patamares dignos e capazes de fazer com que o Brasil desenvolva todo o seu potencial de produção, consumo e elevação da qualidade de vida.
E hoje, o jornal Brasil Econômico publica uma matéria exatamente neste sentido.
Porque a evolução econômica brasileira tem de ser considerada dentro do quadro de dificuldades. É fácil prosperar na abundância; difícil é continuarmos a  fazerr isso num mundo que há quase quatro anos – em graus diversos – convive com a crise e a estagnação.
Diz a reportagem que há 10 anos, os  americanos ganhavam 12 vezes mais que os brasileiros e que  hoje a diferença é de quatro vezes.
O texto de Gustavo Machado, deve ser lido exatamente assim: ainda é muito, era muito mais.
A crise internacional que atingiu as principais economias do mundo, em especial a dos Estados Unidos, está reduzindo a diferença entre o rendimento de brasileiros e americanos.
Levantamento feito pelo Brasil Econômico mostra que em 2002, por exemplo, a renda dos americanos era 13 vezes maior que a dos brasileiros.
No ano passado, essa diferença caiu para quatro vezes.
Claro que a desvalorização do dólar nos últimos anos tem um peso importante nessa base de comparação, mas ela sozinha não justifica a mudança. Entre os motivos – além do câmbio – estão a desvalorização patrimonial (com os preços dos imóveis e das ações em queda), o desemprego elevado e a inflação ascendente nos Estados Unidos.
No Brasil, acontece efeito inverso. A renda está em expansão, o desemprego é um dos menores da história e a inflação, apesar de ter fechado 2011 no teto da meta do governo (6,5%), ainda é baixa se comparada como histórico recente do país.
Segundo o Fundo Monetário Internacional (FMI), a renda brasileira por habitante em 2002 era de US$ 5.797. Em 2011, ela deverá avançar US$ 12.916, alta de 122,8%. E isso acontece apesar da carga tributária elevada, que no Brasil corrói o ganho dos trabalhadores em peso muito maior que o de outras nações.
Já a renda dos americanos subiu 37,6%  -  três vezes menos que a do brasileiro – e passou de US$ 34.995 em 2002 a US$ 48.147 no ano passado.”
Portanto, cuidado com a críticas – e muitas dleas justíssimas – feitas à política econômica brasileira. Temos, ainda, o imenso desafio – talvez o mais difícil de todos – de baixar os juros, que nos consomem  quinze vezes mais recursos que o Bolsa-Família. São 5% do nosso PIB, valor comparável à Educação ou à Saúde.
2012 pode ser o ano em que começaremos a reverter esta situação monstuosa. E não esperemos que o “mercado” e seus porta-vozes assistirão silenciosos à redução desta imensa transferência de recursos da população de que são beneficiários. Tudo, rigorosamente tudo, será motivo para evitá-lo. E, frequentemente, dourarão esta pílula amarga com os argumentos da mais generosa doçura.

Novo Nordeste inverte fluxo migratório

*r7

''Rumo ao abismo''

Laerte Braga
Quando se olha a História ao longo dos tempos é possível, até nos mais simples livros escolares, independente da convicção de um ou outro, identificar líderes que foram capazes de provocar mudanças extraordinárias na caminhada do ser humano.
É claro, que na perspectiva do processo histórico e suas condições objetivas, até porque Trotsky disse com propriedade que “as massas estão sempre à frente dos dirigentes”. A frase veio antes dos dirigentes descobrirem a mídia como fator de alienação, como anestesia. Basta olhar a chamada Primavera Árabe. Deu em que? Sem direção, sem caminhos definidos, em nenhum dos dois países onde os governantes foram derrubados por protestos populares, Tunísia e Egito, houve qualquer mudança.
A afirmação de Fidel Castro em seu primeiro pronunciamento no ano de 2012 fala em um robô para governar os EUA e numa marcha, que segundo o líder cubano, poderia ser chamada de inexorável para o abismo. Guerras insanas e degradação ambiental.
Afirmar que o capitalismo esgotou-se não significa estar afirmando que o capitalismo vai dar lugar a um modelo político e econômico diverso. O momento mostra a insânia capitalista, a voracidade capitalista num ataque de terra arrasada numa tentativa tanto de sobrevivência, como de “depois de mim o caos”.
Toynbee escreveu sobre esse caos. Segundo o notável historiador inglês o gasto excessivo e inacreditável com armas e o poder cada vez mais destruidor dessas armas, por si só indicava o caminho de uma guerra de destruição total. Foi mais além. Destruição seguida de uma retomada do puritanismo mais agudo que se possa imaginar.
Quem olha Obama, ou qualquer governante recente dos EUA, enxerga apenas uma figura minúscula aos olhos da História, um blefe, uma farsa, produto do marketing que permeia o mundo contemporâneo, do espetáculo que dá o norte de nossos dias.
Fidel é o último dos grandes líderes da História a sobreviver à mediocridade. Por essa razão capaz de enxergar para além do noticiário de todos os dias que a mídia despeja sobre o ser humano em forma de verdade, vendendo as mentiras do capitalismo.
As escavações feitas por arqueólogos em várias partes do mundo mostram uma riqueza transformadora – sem análise de mérito ou modelo – impressionante. Daqui a mil anos os arqueólogos do futuro irão se espantar apenas com as suntuosas sedes dos bancos e das grandes corporações.
É nessa fase do processo que se esvai o conceito de nação e nações. São substituídas por complexos formados pelo sistema financeiro, pelas grandes corporações e em países como o Brasil, também pelo latifúndio (o latifundiário é um sobrevivente da pré-história, bestial, animalesco e predador).

Não há um único país capitalista que seja governado segundo a vontade popular. Governos eleitos pelo voto, naquilo que conhecemos e chamamos de democracia, governam para clubes de amigos e inimigos cordiais (às vezes nem tanto).
O que é a junta militar que governa o Egito? Ou o governo da Grécia? Os índices de rejeição de Nicolas Sarkozy na França são os mais altos desde que assumiu o governo, mas a perspectiva de reeleição de Sarlozy ainda existe, é real.
O capitalismo vende crises porque necessita de crises para sobreviver. Guerreia, porque necessita das guerras para sobreviver. E cada vez mais.
O primado da boçalidade instala-se com todo o vigor possível, com todo os seus requintes tecnológicos de uma nova Idade Média. A Idade Média da Tecnologia.
Marchamos para um abismo sim. O diagnóstico de Fidel Castro é o diagnóstico preciso de um líder que foi capaz de numa minúscula ilha (território) desfechar um processo revolucionário que por mais que possa parecer inacreditável, atemoriza os senhores do mundo.
De quem enxerga a História e sabe entender e situar o seu processo. De quem os encontrou em Marx.
Um robô governaria os EUA sem os atropelos de um farsante como Barack Obama. Ou um louco como George Bush. A máquina de guerra, na contradição de 40 milhões de indigentes, é como uma besta fera alimentando-se do mundo em seu apetite insaciável de império que vive a decadência.
O que é a Europa Ocidental hoje? Um amontoado de bases militares dos EUA. Países colonizados pelo modelo e submetidos a governos minúsculos a partir de Washington. O que é a Rússia hoje? Um país devastado pelo capitalismo e todos os seus efeitos colaterais, submetido a uma ditadura disfarçada de um líder menor, Vladimir Putin. E atrás da Rússia todos os países da antiga União Soviética. E assim a África e a Ásia, sem falar no “milagre” capitalista da China.
O líder cubano Fidel Castro sugeriu nesta segunda-feira que um robô seria a melhor solução para substituir o presidente Barack Obama na Casa Branca, diante da ausência de ‘um candidato capaz de evitar uma guerra que acabe com a espécie humana’.
"Não é por acaso óbvio que o pior de tudo é a ausência na Casa Branca de um robô capaz de governar os Estados Unidos e impedir uma guerra que ponha fim à vida de nossa espécie?”
"Estou certo de que 90% dos americanos inscritos (para as eleições de novembro), especialmente os hispânicos, e o crescente número da classe média empobrecida, votariam no robô’.
Fidel Castro destacou que, para Obama, um bom articulador de palavras, imerso em sua busca desesperada pela reeleição, os sonhos de Martin Luther King distam mais anos-luz do que a Terra do planeta habitável mais próximo’.
"Pior ainda: qualquer dos congressistas republicanos presidenciáveis, ou um líder do (movimento republicano conservador) Tea Party carrega mais armas nucleares em suas costas do que idéias de paz em sua cabeça’.
“Os povos gostam do espetáculo. Através dele dominamos seu espírito e seu coração” – Luís XIV –
É o que faz o capitalismo nos dias de hoje. Um show de pirotecnia de bombas inteligentes matando centenas de milhares de líbios, afegãos, iraquianos, colombianos, assassinando mundo afora “inimigos de Estado”, enquanto milhões de postam em filas quilométricas pela última invenção do “gênio” morto precocemente, nos vários magazines desse espetáculo.
“Escolhido o papel, falta montar o espetáculo. Buscando inspiração nas técnicas teatrais ou cinematográficas, para melhor confundir a arte política e o artifício. Ajustando-se à mediapolítica, à política tal como a degradaram os mass media, a grande imprensa, o rádio e a televisão. Entregando-se à indústria do espetáculo político animado pelos compaign managers (Roger Gérard Schwartzenberg, O ESTADO ESPETÁCULO, 1978, DIFEL, RJ).
Se no Brasil tivemos FHC e seu espelho mágico, nos EUA existe Obama, como existiram Bush, Clinton, Reagan e outros, a perguntar se existe alguém maior que eles.
Existe. Fidel Castro. E não foram poucas as vezes que tentaram envenená-lo.
*gisonsampaio

Imagem chocante de um ato obsceno.

Ato obsceno é definido como crime no Art. 233 do Código Penal brasileiro. 

Consiste na prática de obscenidade em lugar público, ou aberto ou exposto ao público. A pena é de detenção, de 3 (três) meses a 1 (um) ano, ou multa. A definição do termo obscenidade pode variar mais ou menos, e em certos casos de fato varia grandemente, de comunidade a comunidade, de cultura a cultura, de país a país, de época em época.
*tireotubo

Deleite Pelé


*tecedora

Irã e Venezuela juram amizade eterna e desafiam imperialismo


Os presidentes da Venezuela, Hugo Chávez, e do Irã, Mahmoud Ahmadinejad, juraram nesta segunda-feira amizade eterna, e reafirmaram sua aliança para "frear a loucura imperialista", durante a viagem do líder do país asiático pela América Latina, que também incluirá Nicarágua, Cuba e Equador. Recebido com honras militares, Ahmadinejad foi efusivamente abraçado por Chávez, que o chamou de "verdadeiro irmão". O líder iraniano afirmou que apesar dos "arrogantes", seguirá ao lado de seu colega venezuelano "para sempre". Chávez, por sua vez, exaltou o papel que os dois países têm na luta contra o imperialismo.
A proximidade de Caracas com Teerã irrita os Estados Unidos e seus aliados, que buscam isolar a República Islâmica por causa da sua recusa em abrir mão de atividades nucleares estratégicas. O Irã anunciou nesta segunda-feira que começou a enriquecer urânio num espaço subterrâneo, contrariando a pressão internacional, e no mesmo dia o governo local anunciou a condenação à morte de um americano-iraniano acusado de espionar para a Agência Central de Inteligência (CIA), numa notícia que deve causar ainda mais tensões entre Washington e Teerã.
"Essa é uma de nossas tarefas. Não queríamos que fosse assim, mas precisamos frear, frear, frear a loucura imperialista, que está maior do que nunca", afirmou o presidente da Venezuela em sua mensagem de boas vindas. A quinta visita de Ahmadinejad ao país sul-americano desde que Chávez assumiu o poder, em 2005, começou num momento em que a comunidade internacional pressiona o Irã em função de seu programa nuclear.
Os EUA pediram há alguns dias que os países que irão receber o presidente iraniano não aprofundem seus laços com o país. "Este não é o momento de aumentar os laços, tanto de segurança como econômicos, com o Irã", advertiu na sexta-feira passada a porta-voz do Departamento de Estado de EUA, Victoria Nalud.
Irônico, Hugo Chávez disse que "segundo os lacaios do imperialismo", Ahmadinejad está na Venezuela para lançar mísseis em Washington. "Nos acusam de belicistas. Mas não somos. O Irã não invadiu ninguém, a revolução islâmica não invadiu ninguém, e nem a revolução bolivariana invadiu ninguém", afirmou. "Seguiremos trabalhando juntos com a ajuda de Deus e o apoio de nossos povos e da maior parte dos povos do mundo, porque o mundo não quer mais guerra, não quer mais invasões e nem imperialismo", acrescentou Chávez.
O governante iraniano, por sua vez, chamou o presidente da Venezuela de "irmão" e de "símbolo da revolução da América Latina". "Hoje, o povo venezuelano e o povo iraniano, juntos, estão num caminho de luta contra toda a avareza dos arrogantes do imperialismo. O sistema hegemônico e dominante está em sua decadência. Eles estão muito mais agressivos e pisotearam todos os valores humanos", disse Ahmadinejad.
O líder afirmou ainda que a América Latina está desperta para lutar por seus direitos, e que a região "carrega a ferida e a cicatriz de tudo o que sofreu ao longo da história e dos séculos". Segundo o presidente do Irã, graças às relações entre os dois países, foram construídas cerca de 14 mil casas na Venezuela, e mais sete mil serão erguidas. Além disso, destacou a instalação de 26 fábricas no setor agrário.
Enquanto isso, a "comunidade internacional" segue preocupada com o anúncio de que as instalações nucleares subterrâneas de Fordo, no Irã, iniciaram a fabricação de urânio enriquecido a 20%. O Irã afirma que necessita do elemento a esse nível de pureza para fabricar combustível para um reator científico que produz isótopos usados no combate ao câncer. A Comissão Europeia anunciou nesta segunda-feira que está estudando fontes alternativas de abastecimento de petróleo caso o embargo às importações iranianas for confirmado.
Conhecido por suas declarações irônicas, o anfitrião disse que tem razão quem o acusa de ter bombas e canhões apontados para os EUA. "É para rirmos, mas para estarmos alertas também, nós certamente vamos trabalhar muito para umas bombas, para uns mísseis, para continuar fazendo uma guerra. A nossa guerra é contra a miséria, a pobreza ... essa é a nossa guerra", disse Chávez, dirigindo um olhar de camaradagem ao colega iraniano.
O presidente iraniano continuou a piada, afirmando que suas bombas estão cheias de amor pelos povos e pela liberdade. "Nós amamos todos os povos, inclusive o povo norte-americano, que sofre sob o domínio dos arrogantes", disse.
Portal Terra, com informações de agências internacionais

A VOLTA DA NOVILÍNGUA

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A Folha chamava o general Pinochet de "presidente"... 
Informa o site Carta Maior que, ao apagar das luzes de 2011, o governo direitista de Sebastián Piñera introduziu sorrateiramente uma mudança nos livros de história do Chile em relação à designação dos “anos de chumbo”, período dominado pelo general Augusto Pinochet. Nos últimos 20 anos, ao menos duas gerações de estudantes chilenos aprenderam que o governo de Pinochet foi uma ditadura, mas, no final de 2010, o governo Piñera decidiu mudar esse conceito pelo de “regime militar”, tido como mais “técnico”. Parece uma mera mudança semântica, mas não é. 
http://1.bp.blogspot.com/-KzpdDswWYWI/Tvys9udbHoI/AAAAAAAAILE/CJ3uG8wmUbI/s1600/mascarapinera1.jpg
É uma tentativa ideológica de “higienizar” a sangrenta ditadura militar chilena, emoldurando-a num conceito mais “equilibrado”, segundo os arautos da direita.

O episódio me remete à Folha de S. Paulo, que há tempos cunhou aqui o neologismo “ditabranda” para diferenciar a “nossa” ditadura militar, instalada em 1964, das demais que martirizaram a América Latina nos anos 1960/1980. A justificativa do jornal era que no Brasil o regime dos generais não foi tão extremista quanto o da Argentina, que massacrou cerca de 30 mil cidadãos, ou mesmo o do Chile, que eliminou três mil opositores. No Brasil, “apenas” cerca de 500 pessoas foram assassinadas pela ditadura – isso sem contar os que foram torturados e sobreviveram às sevícias. Como se o caráter discricionário de um regime fosse dado pelo número de vítimas fatais e não pela montagem de uma estrutura de repressão política violenta. O Brasil, aliás, era tão bom na prática de tortura que “exportava” know how para o Chile e Argentina, como mostrou o filme Estado de Sítio, de Costa-Gravas. Mas nada disso interessava à Folha; afinal, ela emprestara veículos para agentes da repressão e, pior, praticamente cedera a Folha da Tarde a “jornalistas” do DOPS, que publicavam “notícias” sobre morte de “terroristas” em confronto com a polícia quando estes ainda estavam sendo barbaramente torturados. Não por acaso, a Folha jamais sofreu censura prévia.

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...mas Fidel Castro de "ditador"

A prática da Novilíngua (*) na Folha é antiga. Quando eu trabalhava lá como redator de internacional, nos anos 1980, havia uma determinação do Manual de Redação para designar ditadores pelos seus títulos oficiais. Pinochet sempre era tratado como “o presidente Pinochet”, assim como Alfredo Stroessner, do Paraguai, ou “o ex-presidente Médici”, quando se referia ao chefe do governo mais torcionário da ditadura brasileira. Nunca me esqueço o dia em que uma então editora do JB, que fora fazer uma palestra na Folha, saiu-se com uma provocação: “no meu (sic) jornal, ninguém chama Pinochet de ‘presidente’; é ditador mesmo”. Mas o jornalão da Barão de Limeira tinha dois pesos e duas medidas: líderes de países comunistas não eram “presidentes”, mas “dirigentes” – jamais líderes, mesmo que o fossem. E, na medida em que os ditadores de direita deixavam a cena política, a Folha se esqueceu de seu próprio manual e passou a chamar os líderes comunistas, como Fidel Castro, de ditadores.

Definitivamente, as palavras não são inocentes.


(*) Expressão inventada por George Orwell no romance distópico 1984 para designar o idioma fictício criado pelo governo totalitário do Grande Irmão. A Novilíngua se caracteriza não pela criação de novas palavras, mas pela condensação das existentes e/ou pela remoção de alguns de seus sentidos, com o objetivo de restringir o escopo do pensamento.






velha nova direita


Quando Sebastián Piñera ganhou a Presidência chilena, não foram poucos os que saudaram a sua vitória como a prova maior da vitalidade da democracia no país andino.
Empresário de sucesso, com imagem de homem eficaz e sem grande envolvimento visível com a ditadura de Pinochet, Piñera parecia uma reversão da onda esquerdista que domina a América Latina desde o início do século. Ele era o homem indicado para mostrar, à política latino-americana, a via da modernização conservadora.
No entanto nada deu certo. Depois de dois anos de governo, Piñera protagoniza a maior catástrofe da história da política chilena recente. Com níveis recordes de baixa popularidade, o presidente parece ter servido para mostrar como a direita latino-americana perdeu sua hora.
Desde o movimento dos estudantes chilenos que pediam educação pública de qualidade para todos -revolta esta apoiada por mais de 70% da população-, ficou visível como havia um grande descompasso entre o que o povo queria e o que o governo estava disposto a oferecer.
O povo pediu claramente serviços públicos de qualidade e disponíveis a todos. O governo, com seu ideário neoliberal envelhecido e ineficaz, continuou recusando-se a desenvolver as condições econômicas para o fortalecimento da função pública e para a liberação de largas parcelas da população pobre das garras dos financiamentos bancários contraídos para pagar a educação dos filhos.
Depois, diante da firmeza da revolta estudantil, só passou pela cabeça de Piñera reforçar o aparato de segurança e repressão, isso na esperança de quebrar as demandas sociais.
Discursos contra "nossos jovens que não foram bem-educados pelos pais e que agora querem tudo na boca" ou "os estudantes arruaceiros" e outras pérolas da mentalidade pré-histórica foram ouvidos. Prova maior da incapacidade de responder de forma política a problemas políticos.
Agora, como se não bastasse, seu governo teve de voltar atrás em uma tentativa bisonha de retraduzir a "ditadura militar" chilena em uma novilíngua onde ela se chama "regime militar". Prova indelével de que a direita latino-americana nunca conseguiu fazer a crítica e se desvencilhar de vez de seu apoio às ditaduras.
Quando o assunto volta à baila, eles agem com um estranho espírito de solidariedade, como vimos na votação feita pela Câmara Municipal de Porto Alegre para a modificação do nome de uma avenida que se chamava "Castello Branco". O pedido de modificação, feito bravamente pelo PSOL, foi arquivado.
Nesse vínculo ao passado e nessa inabilidade diante do presente, evidencia-se claramente como a nova direita latino-americana não conseguiu renovar seu guarda-roupa.

*esquerdopata