Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista
quarta-feira, fevereiro 08, 2012
Irã é uma ameaça para os EUA
45 bases militares americanas ao redor do Irã, nenhuma base militar iraniana fora do território iraniano.
Uma das mulheres, supostamente, abusadas sexualmente pelos policiais da
Rota, durante a operação de desalojamento dos moradores do Bairro
Pinheirinho em São José dos Campos, declarou à reportagem da Folha: "Não
sei o que esses policiais tinham na cabeça"
Poderíamos inferir que eles tinham na cabeça alguma das substâncias que
foram procurar na casa invadida, se for verdade que na casa havia drogas
e traficantes.
Seria uma maneira de tranquilizar ,um pouco nossas almas, diante de um relato brutal e desumano como o narrado no vídeo.
Pensar que seres humanos, como nós, são capazes de submeter outros seres
humanos a atos brutais e degradantes como estupro, empalamentos,
humilhações físicas, morais e emocionais é de tão difícil aceitação que
seria mais reconfortante pensar que esses policiais, se praticaram esses
atos, estavam
sob efeito de alguma substância que os alienou de suas consciências.
Entretanto, não podemos deixar de inferir também, que o que esses
policiais tinham na cabeça, ou melhor têm na cabeça é uma convicção,
passada a eles por seus comandos em anos de treinamento, de que são os
defensores da lei, da ordem, dos bons costumes e que, para garantir
eficazmente a vitória do "bem" contra o "mau", podem tudo, até mesmo
passar por cima da própria lei, matando, violentando, aterrorizando,
enfim torturando seres humanos que, em suas concepções são a parte má e
podre da sociedade.
Sentem-se verdadeiros super homens, com super poderes acima da lei
divina e humana, se a declaração da mulher, supostamente, torturada
durante horas, for verídica
"Eles cutucavam a gente com o cano da 12 e diziam: Vou falar um negócio
prá você...Deus faz, a mãe cria e a Rota faz o quê? Fala o que que a
Rota faz..., a gente tinha que abaixar a cabeça e falar: A ROTA mata
senhor. Ah! isso mesmo"
"Deus faz, a mãe cria e a Rota mata." Esta é a filosofia constitutiva da Rota?
O governador declarou que tudo será apurado.
Mas, será que o governador Geraldo Alckimin e o Secretário de Segurança
Pública de São Paulo não conheciam o histórico da Rota quando nomearam
para comandá-la o tenente coronel Salvador Modesto Madia, que participou do massacre do Carandiru e que declarou no ato de posse, que daria seu toque pessoal na doutrina da corporação?
Que tudo seja rigorosamente apurado, pois vivemos num Estado de Direito
onde todos tem o direito de defesa, direito que os jovens torturados não
tiveram. Se, depois das investigações essa sórdida história for
confirmada, não podemos nos conformar com a prisão e/ou expulsão dos
policiais envolvidos nesse ato bárbaro. Devemos exigir o
responsabilização de seus superiores hierárquicos na corporação, do
Secretário de Segurança Pública de São Paulo e do governador Geraldo
Alckimin, que nomeou o comandante da Rota.
Tentando entender a questão colocada pela mulher torturada:" O que esses
policiais tinham na cabeça?" , Tudo leva a crer que "o que eles tinham
na cabeça" ao praticar essas tortura é o tal "toque pessoal" que o
comandante da Rota deu à essa corporação da polícia.
A
gente sabe que falar em estupro dentro dos estúdios da TV Globo, é
falar de corda em casa de enforcado... Mas o jornalismo do Jornal
Nacional (JN) é uma vergonha.
Até a Folha tucana (jornal Folha de São Paulo) mandou a repórter Laura
Capriglione para apurar a denúncia de estupro por Policiais Militares,
na operação de extermínio do Pinheirinho, em São José dos Campos (SP).
Eis o vídeo:
Já o JN, cuja Rede Globo conta com a equipe da TV Vanguarda, afiliada na cidade, não produziu nenhuma imagem.
William Bonner leu a denúncia do Ministério Público, rapidinho, igual lê uma bula de remédio.
Patrícia Poeta leu um trecho da nota oficial de resposta da PM, e
completou a frase padrão dita dezenas por vezes pelo governador Geraldo
Alckmin (PSDB) toda vez que se mete em escândalos de corrupção, racismo e
violência contra cidadãos paulistas: "... será apurado
rigorosamente...".
Só que ninguém sabe, ninguém viu de apuração nenhuma de escrivã da
polícia despida à força por policiais homens para revista, nem de
estudante negro agredido na USP, nem dos três policiais filmados
agredindo um cidadão sem motivo no Pinheirinho, nem de denúncias de
idosos espancados, e dezenas de outros casos varridos para baixo do
tapete.
A presidenta Dilma Rousseff acredita que ela e o governo “exageraram” no
rigor com movimentos sociais no ano passado e quer remediar a situação
em 2012. Menos afeita do que o antecessor a conversar diretamente com os
movimentos, Dilma está disposta a tentar abrir-se mais daqui para
frente. E não pretende mais colaborar com a demonização deles pelo
governo, como aconteceu em 2011 a partir de escândalos a envolver
organizações não-governamentais (ONGs).
Na foto, o ditador Assad faz o gesto de pegar as joias da coroa inglesa.
E pensando bem, essas jóias foram roubadas de algum povo que os ingleses subjugaram.
A manipulação da Der Spiegel me fez lembrar de uma visita que fiz há muitos anos ao museu de História, em Londres, .
Havia uma exposição especial sobre a Índia.
Fiquei extasiada com a riqueza cultural de um povo tão humilhado por tanto tempo.
Mas a cada pedaço de arte que eu admirava, eu pensava: mais uma peça roubada dos indianos, mais uma, mais um...
Além
de serem um dos maiores ladrões de arte do mundo, os ingleses têm o
privilégio de terem tido como rainha a maior traficante de drogas da
história: rainha Vitória.
Claro,
amigo navegante: nenhuma vencedora tem a musculatura do UOL e da Folha,
que, como se sabe, são blue-chips da Bolsa da Valores de Nova York.
O jornal nacional do Ali Kamel deu ao leilão o tratamento de uma batida de trânsito na rua Lopes Quintas.
Reportagenzinha
fuleira, em que a metade do tempo foi gasta com um “transportista”,
especialista em “transportismo” que provou, por “a” mais “b” que foi um
desastre.
“… como a privatização dos tucanos, foi estatizada demais.”
(Ela não menciona pequena diferença entre uma e outra
– a dos tucanos foi a maior roubalheira numa privataria
latino-americana, como demonstrou em cem paginas de documentos públicos,
o Amaury Ribeiro Junior.)
E aí é que está o busílis da questão.
Na
Privataria tucana, o Cerra e o Farol de Alexandria vendiam a preço de
banana – como fizeram com a Vale, debaixo de furiosa pressão do Cerra, segundo depoimento envergonhado do FHC – e iam embora para casa.
Ou para Miami.
Vendiam as telefônicas a preço de banana, entregavam ao Daniel Dantas – que não entrava com um tusta – e iam embora para casa.
Ou para Paris.
Se
as telefônicas não cumpriam o combinado com os consumidores, se
mandavam com todo o lucro para fora e não reinvestiam, se eram as
campeãs de reclamação no Procon, problema da Anatel.
Anatel ?
O que faz a Anatel ?
A privatização da Dilma é um pouquinho diferente.
Primeiro, ela não levou a leilão patrimônio nacional não renovável, como as jazidas minerais da Vale do Rio Doce.
Ou as jazidas do pré-sal da Petrobrax.
Ela leiloou a gestão de serviços.
O controle do que interessa, do que é vital, a gestão do espaço aéreo, isso continua no Brasil.
Não foi para a Espanha.
Em segundo lugar, a Infraero é sócia dos consórcios vencedores, com participação forte – 49% em Guarulhos.
E a Dilma tem direito a veto na administração dos aeroportos.
Ou seja, a Presidenta Dilma tem o pé na porta.
Não cumpriu o que prometeu, ela entra na sala.
E 49% da geração de lucro de Guarulhos não é de se jogar fora, não é isso, amigo navegante ?
É dinheiro para a Infraero aplicar em outros aeroportos essenciais à interiorização do progresso.
O que o Brasil ganhou com a concessão da Brasil Telecom ao Daniel Dantas ?
Quem ganhou mais ?
Ele ou o Brasil ?
O
modelo que se pode chamar de híbrido da Dilma é manter sob controle do
Estado uma formidável “golden share”, como fazia a D. Thatcher, a mãe de
todos os privatizadores.
(Aqui, o Cerra jogou a “golden share” num piscinão do rio Tietê.)
A “golden share” da Dilma é o direito a veto.
Para
fazer uma analogia, que talvez ajude a conter o disfarçado entusiasmo
dos neolibelês (**), a distância que separa a Dilma da Elena Landau não é
a que vai do Carandiru à Daslu.
É a diferença entre “concessão” e “partilha”, na Petrobrás.
O Farol “concedia” as reservas de petróleo do Brasil às empresas exploradoras.
A Dilma e o Lula, na companhia do Gabrielli, montaram o sistema da “partilha”.
E quem fica com a parte do leão (Infraero e o direito a veto) é a Petrobrás.
A Urubóloga tem razão.
A privatização da Dilma é estatizada demais.
Sem Ricardo Sergio de Oliveira.
O que é uma grande diferença !
Paulo Henrique Amorim
terça-feira, fevereiro 07, 2012
Para entender o que é estratégico
O Jurong Aracruz, no Espírito Santo: o navio sonda nasce junto com o estaleiro
O mercado de exploração de petróleo não é igual a uma feira livre,
onde você pode ficar rodando e escolhendo, na hora em que quiser, a
melhor oferta de preço.
Os contratos de concessão, que vigem na maior parte do mundo, têm
datas, prazos que, se não cumpridos, acarretam a perda dos direitos
exploratórios.
E os equipamentos são altamente especializados e caríssimos.
O aluguel de uma sonda da águas ultra profundas, no mercado
“varejista” – contratos bem negociados ficam um pouco abaixo disso –
anda na faixa de US$ 500 mil por dia (por dia, é isso mesmo).
Em 2007 e 2008 a Petrobras teve de fazer malabarismo para colocar
sondas em todas as áreas que detinha e por pouco não perde os direitos
exploratórios de uma das áreas do pré-sal, o campo de Carioca.
A opção, corretíssima, da empresa foi estimular a fabricação aqui
destas sondas. Mas enfrentamos o problema de operação plena dos
estaleiros e do ineditismo desta produção.
A solução foi a própria Petrobras coordenar a formação de uma empresa
com este fim, a Sete Brasil, reunindo bancos e fundos de investimento.
Foi ela a contratada para fazer as sete primeiras sondas de um lote
total de 28 unidades, e concorreu às demais 21, no finalzinho do ano
passado, numa licitação que a Petrobras suspendeu à espera de uma baixa
de preços.
Mas as sondas têm de sair e vão sair.
Mesmo sem a garantia firmada do contrato, a Sete Brasil contratou uma
sonda ao estaleiro Jurong Aracruz, que está sendo construído no
Espírito Santo, ainda em fase inicial.
Baseado num desenho inédito, o navio-sonda poderá operar em lâmina
d´água de mais de 3,3 mil metros e tem capacidade para perfurar mais
outros 9 mil metros no subsolo.O índice de nacionalização deverá ser
superior a 60%.
Se a Petrobras não tivesse o peso que tem na empresa, ela firmaria um
contrato assim, de quase US$ 800 milhões? E se a sonda não começasse a
ser projetada agora, se as encomendas de partes e equipamentos não
pudesse começar a ser feita, se os problemas de um primeiro produto não
começassem a ser enfrentados já, haveira prazo para que a sonda entrasse
em operação no calendário-limite que tem a Petrobras?
Um empresa de petróleo com as perspectivas que tem a Petrobras
precisa deste poder, porque é dele que se origina a pressão que ela
precisa fazer sobre seus fornecedores. Se a Sete Brasil bancou os
riscos, é porque sabe que há mercado.
A Petrobras tinha apenas duas sondas de águas ultraprofundas em 2007,
hoje tem 25, terá 34 dentro de dois anos, quando- aí, sim – entrarão em
operação as sondas feitas no Brasil. Em 202o, quando o contrato estiver
concluído, serão 65, um terço delas fabricado aqui.
Sem o novo modelo de partilha, sem a garantia de operar todos os
nossos poços do pré-sal pela petroleira brasileira, alguém ia meter o
peito na correnteza e produzir este bilionário equipamento aqui,
turbinando a economia, a indústria, a tecnologia e o emprego?
Imprudência? Imprudência é um gigante que aceita rastejar.
*Tijolaço
PM ataca cidadãos em Curitiba após pré-carnavalesco - vídeo
Na noite de domingo, a polícia militar
promoveu uma inexplicável repressão aos cidadãos que permaneceram nas
ruas após o desfile pré-carnavalesco de blocos, em Curitiba (PR). O
motivo da agressão teria sido o fato de alguém ter lançado uma garrafa
contra um carro da PM. Enfurecidos, os policiais passaram a agredir
todos as pessoas que se encontravam no local.
Os vídeos a seguir, mostrando a ação da polícia, trazem o seguinte comentário de abertura (o grifo é nosso):
Gostaria
primeiramente de pedir desculpas à todas as profissionais do sexo de
Curitiba, sei que os policiais não são necessariamente seus filhos. Peço
desculpas pelas referências exaltadas aqui proferidas em detrimento à
sua respeitável profissão. Queridas profissionais, me desculpem.
Esse
vídeo será parte de uma trilogia que será completada assim que
conseguir dar upload nos dois outros vídeos que somam aproximadamente 25
minutos. Consegui registrar a entrada até a saída da polícia (militar e
municipal) e no meio disso há registro de trabalhadores (que
trabalhavam durante o evento) correndo da polícia, mulheres feridas e
diversos veículos da imprensa cobrindo o acontecimento.
Em
segundo lugar gostaria que este vídeo servisse como solidariedade à
todos os movimentos antifascistas que amente por uma vida não fascistaexistem neste mundo. Sabemos que o
inimigo é comum.
Que
tenhamos força e doçura para continuar com a luta diária pela defesa da
simples dignidade, do simples direito, da simples alegria de ser, ver,
falar, morar, ocupar, afetar, dançar, mijar, cantar, viver e deixar
viver.
Todo meu apoio à todas as pessoas que lutam diariamente por uma vida não fascista.