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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

terça-feira, fevereiro 07, 2012

PM ataca cidadãos em Curitiba após pré-carnavalesco - vídeo

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Na noite de domingo, a polícia militar promoveu uma inexplicável repressão aos cidadãos que permaneceram  nas ruas após o desfile pré-carnavalesco de blocos, em Curitiba (PR). O motivo da agressão teria sido o fato de alguém ter lançado uma garrafa contra um carro da PM. Enfurecidos, os policiais passaram a agredir todos as pessoas que se encontravam no local. 

Os vídeos a seguir, mostrando a ação da polícia, trazem o seguinte comentário de abertura (o grifo é nosso):

Gostaria primeiramente de pedir desculpas à todas as profissionais do sexo de Curitiba, sei que os policiais não são necessariamente seus filhos. Peço desculpas pelas referências exaltadas aqui proferidas em detrimento à sua respeitável profissão. Queridas profissionais, me desculpem. 

Esse vídeo será parte de uma trilogia que será completada assim que conseguir dar upload nos dois outros vídeos que somam aproximadamente 25 minutos. Consegui registrar a entrada até a saída da polícia (militar e municipal) e no meio disso há registro de trabalhadores (que trabalhavam durante o evento) correndo da polícia, mulheres feridas e diversos veículos da imprensa cobrindo o acontecimento.

Em segundo lugar gostaria que este vídeo servisse como solidariedade à todos os movimentos antifascistas que amente por uma vida não fascistaexistem neste mundo. Sabemos que o inimigo é comum. 

Que tenhamos força e doçura para continuar com a luta diária pela defesa da simples dignidade, do simples direito, da simples alegria de ser, ver, falar, morar, ocupar, afetar, dançar, mijar, cantar, viver e deixar viver.

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*personalescritor

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