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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

quarta-feira, fevereiro 29, 2012


Calmon quer ampliar
poder do CNJ. Tomara !

A heroína no Senado: o povo se apropriou do CNJ !
Saiu no Valor:

Eliana Calmon quer aprovação da PEC que amplia competência do CNJ


A corregedora nacional de Justiça, ministra Eliana Calmon, defendeu a aprovação da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que explicita e amplia a competência do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e de sua corregedoria para investigar, processar e punir magistrados acusados de irregularidades. A ministra particip(ou) de audiência pública na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado para discutir a PEC 97/2011.


Segundo a ministra, embora o Supremo Tribunal Federal (STF) tenha reconhecido, em decisão recente, o papel do CNJ de atuar nesses casos, o resultado é frágil e poderia ser revertido. “Trata-se de uma decisão liminar, por maioria bastante reduzida”, disse.


Para Eliana, a competência do CNJ também poderia voltar a ser questionada “em um instrumento de iniciativa do próprio STF”, a Lei Orgânica da Magistratura, atualmente em processo de revisão. Por isso, de acordo com ela, seria importante esclarecer as funções do CNJ através de uma mudança constitucional, proposta na PEC 97, de autoria do senador Demóstenes Torres (DEM-GO).


Eliana ressaltou que a discussão é bem-vinda num momento que o Judiciário e a sociedade brasileira passam por um “esgarçamento ético bastante acentuado”. Ela defendeu a necessidade de uma atuação independente da corregedoria nacional em relação aos tribunais locais, tendo em vista “a dificuldade que temos de punir nossos iguais”.


A ministra também elogiou a participação da sociedade brasileira nas discussões sobre o papel do CNJ. “O povo brasileiro parece que se apropriou do CNJ como se fosse uma sociedade privada e marchou para as redes sociais, a imprensa, os Facebooks da vida, mostrando o que estava pensando sobre o CNJ. E esse órgãozinho criado em 2004 passou a ser questionado por um porteiro do prédio, um faxineiro de edifício… Foi uma das coisas mais lindas que eu, como cidadã brasileira, presenciei.”


(Maíra Magro | Valor)

Navalha
A versão online do Valor omite trecho que está na versão impressa:
Disse Calmon, a heroína da Bahia (graças ao Ministro Peluso):
“… Faço isso em prol da magistratura correta, decente, que não pode ser misturada com meia dúzia de vagabundos que estão infiltrados na magistratura”.
Este ansioso blogueiro, que se enobrece com mais de 40 ações judiciais – clique aqui para ler “Diz-me quem te processa e dir-te-ei quem és” – dá um testemunho: há uma Magistratura no Brasil !
O ansioso blogueiro gostaria, publicamente, de ressaltar o papel profissional, isento, conciliador, de um homem que se preocupa com a Lei e o respeito aos litigantes: o Juiz Daniel Felipe Machado, da 12ª Vara Cível da Circunscrição Judiciária de Brasilia-DF.
Apesar de todos os obstáculos e, ao fim de quatro horas e meia de febril negociação, Daniel Felipe Machado conseguiu persuadir este ansioso blogueiro e Heraldo Pereira de Carvalho a chegar a um acordo que respeita os legítimos interesses dos dois – clique aqui para ler “A verdadeira conciliação entre Heraldo Perreira de Carvalho e Paulo Henrique Amorim”.
É essa Magistratura que a heroína da Bahia, mais do que ninguém, pretende defender.
Essa Calmon …




Paulo Henrique Amorim

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