Israel:uma sociedade estruturada no fanatismo e no racismo
A
partir da recente tragédia, onde 10 crianças palestinas foram mortas em
um acidente de carro, enorme quantidade de comentários racistas e de
ódio, proveniente de Israel, inundaram redes sociais, jornais e mídia,
celebrando a morte das crianças palestinas. Para as pessoas comuns
civilizadas, comemorar a morte de crianças (ou qualquer ser humano),
seria uma aberração grosseira. No entanto, para a sociedade israelense,
isso é algo habitual, comum. Não é um fato isolado, tão pouco se trata
de uma minoria de fanáticos, jovens desajustados ou algo semelhante.
Este é o fiel retrato de uma sociedade, cuja base está estruturada no
fanatismo, na psicose, na paranóia e no ódio aos "gentios"(não judeus).
Simplesmente este é o resultado do discurso e das políticas do estado ,
das autoridade políticas, sociais e morais de Israel.
2012-02-20 06:11:58 / Fonte: Comitê democrático palestino - Chile
Um
ônibus de transporte de crianças palestinas de um jardim de infância,
colidiu com um caminhão israelense próximo de um ponto de controle
militar israelense - checkpoint - na parte norte de Jerusalém, o
vazamento de óleo provocou imediatamente um grande incendio.
(16/02/2012)
Dez crianças foram mortas
imediatamente e, pelo menos, 20 foram gravemente feridas, oito dos quais
estão em estado crítico, de acordo com fontes médicas palestinas.
Até
aqui, essa informação não é mais do que uma lamentável e muito triste
notícia policial, nem mais nem menos. No entanto, frente a esta
tragédia, uma enorme quantidade de israelenses, através das redes
sociais, jornais, periódicos, comentários na mídia, etc., celebraram a
morte de crianças palestinas.
Muitos
defensores de Israel minimizaram os comentários apontando que estes
correspondiam a uma minoria. Infelizmente, isso não é verdade, a reação à
desgraça das crianças e suas famílias corresponde a uma importante
maioria significativa e o mais triste, é o resultado de uma permanente e
sistemática campanha de racismo e ódio dos distintos governos,
autoridades políticas, militares, "morais" e até religiosas do estado de
Israel.
Para as pessoas comuns e civilizadas,
celebrar a morte de crianças (ou qualquer ser humano), seria uma
grosseira aberração. No entanto, para a sociedade israelense isso é
comum, é algo habitual. Este fato não é um evento isolado, tão pouco se
trata de uma minoria de fanáticos, ou juvens desajustados, ou algo
semelhante. É o reflexo fiel de uma sociedade baseada e estruturada no
fanatismo, na psicose, na paranóia e no ódio dos "gentios", os não
judeus. Simplesmente, é o resultado do discurso e da atuação das
autoridades políticas, sociais e morais de Israel.
Exemplos
como estes podem ser vistos todos os dias. Bastaria ler a imprensa
israelense, ou ouvir os comentários e discursos dos diversos atores da
política israelense, para verificar esta triste realidade.
Apenas
a título de exemplo, as mensagens de ódio e racismo sobre a tragédia
que aconteceu com os meninos e meninas palestinos, também apareceu no
Facebook oficial de Premier israelense Netanyahu, com frases tão odiosas
como "são apenas crianças palestinas," ou "morte aos árabes", "temos de
enviar vários caminhões para concluir a tarefa," entre muitas outras.
(Haaretz 17/02/2012).
Um ex ministro do Governo
israelita, Rechavam Zeevy, sugeriu que fosse exigido dos palestinos,
que vivem em Israel e que têm nacionalidade israelense, "a obrigação de
levar sinais, cartões ou marcas de cor amarela em suas roupas, para que
possam ser distinguidos dos israelitas.” Proposta já implementada,
historicamente, pelos nazistas na Alemanha. Este mesmo Ministro
declarou, sem constrangimento, que a solução da Palestina " é expulsar
os palestinos dela e, assim, desta forma, através da limpeza, será
preservado o sangue judeu.”
O Grão Rabino
Ovadia Yosef, líder espiritual do partido Shas, um dos mais importantes
partidos de Israel da coalisão do actual governo, qualificou os árabes
como "macacos". E, posteriormente, acrescentou: "os árabes são serpentes
que Deus se arrependeu de te-las criado". Em outra ocasião,afirmou:
“Devemos exterminar os árabes" e exigiu que o estado "ataque os árabes
com todos os tipos de armas, para que não sobre nenhum árabe."
Não
houve ninguém, nenhuma declaração de repulsa e desagravo por estas
declarações racistas. Ao contrário, o estado israelita colocou em
prática as exigências de Ovadia Yosef: atacou os árabes com mísseis,
utilizando contra eles todos os tipos de armas, incluindo urânio
empobrecido, fósforo branco e F-16.
Um soldado
israelense em declaração a rádio militar , referindo-se aos palestinos
mortos: "Ataco-os e os mato - como se estivesse dançando Rock and Roll".
Um chefe de governo israelense, dirigindo-se aos soldados, disse: "não
queremos que penses, mas que atueis!”
O atual
Ministro de relações exteriores, que é o verdadeiro governante de
Israel, Avigdor Lieberman, exigiu lançar bombas nuclear em Gaza. (4 De
fevereiro no "Jerusalem Post"). Em 2002, ele defendeu o bombardeio de
Teerã , da barragem egípcia de Aswan, de Beirute, propos assassinar
Arafat e esmagar a Cisjordânia. "Não deixar pedra sobre... destruir
tudo," afirmou, incluindo alvos civis, como os centros comerciais,
bancos ou estações de gás.
Essas mensagens são
ouvidas diariamente por crianças e jovens israelenses. Desde tenra
idade, esses meninos são doutrinados e educado sob estes valores, o
resultado é o que se observa. Não é estranho ver as crianças israelenses
escrevendo mensagens na cabeça dos mísseis que são lançados por seu
poder militar, desejando-lhes sucessos (aos mísseis) e o número máximo
de vítimas. Nem é raro, nem tao pouco estranho ver como colonos,
paramilitares e os próprios militares israelenses se gabam e demonstram
orgulho por torturarem e matarem palestinos.
Camisetas
com frases como "uma bala dois mortos", referindo-se as mulheres
palestinas grávidas, ou como matar crianças palestinas, são tomadas com
orgulho pelos militares. Os alunos de escola de Herzliya Hayovel,
participantes de um campeonado de tiros, em um base militar, cobriam
seus objetivos com o kuffiyeh Palestina, (diário israelense Haaretz 3 de
abril de 2011), etc., estes são alguns exemplos das práticas comuns e
rotineiras da ocupação.
Uma
pesquisa, de Março de 2010, realizada pela Universidade de Tel Aviv,
demostra que: 49,5% dos estudantes judeus israelenses secundaristas
acreditam que cidadãos palestinos que vivem em Israel não devem ter os
mesmos direitos que os judeus; 56% acham que não devem ser elegíveis
para o Knesset (parlamento israelense). De acordo com um relatório de
Janeiro de 2011, publicado no jornal israelense Yediot Aharonot,
professores judeus em Israel indicam que o racismo anti-árabe entre
alunos judeus atingiu níveis alarmantes, a ponto de proporem a matança
dos palestinos. Os professores informaram a existência grafites nas
paredes das escolas e até mesmo escritos nas folhas das provas
escolares, onde a juventude expressa seu racismo violento: "morte aos
árabes". De acordo com o relatório, um estudante de uma escola em Tel
Aviv disse a seu professor em sala de aula que seu sonho era tornar-se
um soldado para ser capaz de exterminar todos os árabes; os outros
alunos da classe aplaudiram, em seu apoio. Em grande parte´, esta reação
da juventude é, também consequência direta do Projeto Educacional
racista das escolas israelenses, onde as criianças judias são
regularmente doutrinadas
A grande maioria da
sociedade israelense é imigrante de países longínquos, de regiões tais
como Rússia, Índia, Etiópia, América Latina, Europa, etc. E, por isso,
todos eles sabem que se encontram vivendo em terras e casas de um outro
povo, verdadeiros e históricos proprietários que estão sendo
sistematicamente expulsos de suas terras e passam a viver como
refugiados. Contudo, o fanatismo não permite aos colonos judeus ver esta
injustiça, fecham os olhos para as atrocidades que seus militare levam a
cabo contra os palestinos.
Tudo se passa ao
contrário, eles se sentem (ou foram convencidos) como se fossem vítimas
dos "terroristas" que pretendem sua destruição ou eliminação. Esta
psicose, verdadeira indústria de paranóia, é o pilar fundamental da
política sionista que tem conseguido manter uma férrea e implacável
união entre imigrantes de diferentes origens, raças, etnias,
idiossincrasias e nacionalidades que hoje formam esta sociedade.
Esta
sociedade ou o estado de Israel, não puni as ações criminosas contra os
palestinos, muito pelo contrário, há uma espécie de "Prêmio social"
para tais atitudes. De fato, milhares de palestinos foram e continuam
sendo assassinados , dezenas de milhares feridos, enormes danos a
propriedades e aos bens palestinos, no entanto, nem um único israelita
foi criminalizado. Entretanto, dezenas de milhares de palestinos
passaram pelos cárceres israelitas, sob diversas acusações.
Curiosamente, as vítimas são os palestinos e os punidos, também!
Esta
estranha mistura de fanatismo, psicose e paranóia tampouco lhes permite
ver ou ouvir as críticas de setores e organismos humanitários e de
defesa dos direitos humano. As críticas são simplesmente
desclassificadas por expressões como "anti-semita" ou "antijudíos". Isso
é suficiente para desqualificar as críticas, as denúncias e as opinioes
contrária à atuação do estado de Israel.
19 De fevereiro de 2012
tradução do Blog
*GilsonSampaio
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