Presidenta argentina considera vergonhosa a existência de enclaves coloniais em 16 países
A presidenta da Argentina, Cristina Fernández, lamentou
que no mundo ainda existissem “16 enclaves coloniais” e um deles está situado
no Atlântico Sul, nas Ilhas Malvinas, cuja soberania reivindica esse governo
sul-americano.
Durante um ato de comemoração do bicentenário da
Bandeira da Argentina, realizado na cidade de Rosario (centro-oeste), a
Presidenta expos que “há 200 anos aquele ato histórico que hoje estamos
comemorando (…) subsiste ainda – para vergonha do mundo – enclaves coloniais em
16 países do mundo”.
Enfatizou que a causa das Malvinas já não apenas é
um problema de Estado, mas regional e global, por também, se trata da “defesa
de nossos recursos naturais, aos quais têm direito os cidadãos”.
No entanto, ressaltou que não só a ocupação militar
é uma forma de colonialismo, pois, atualmente, “existem outras formas de colônia”
quanto à “subordinação física, intelectual e econômica”.
Neste sentido, relembrou que o ex-presidente –
falecido – Néstor Kirchner (2003-2007) adiantou uma “tarefa titânica” para a independenizar
a Argentina desse tipo de colonialismo, mediante o pagamento da divida externa,
e rechaçando as iniciativas da Área de Livre Comércio das América (ALCA).
Fernández sustentou que Kirchner “chegou também a
uma pátria colonizada, dominada por agentes e setores econômicos, que do
exterior e também do interior, a tinha devastado”, mas, “iniciou o trabalho de
gerar emprego, recuperar a indústria e reivindicar os direitos do povo”.
Igualmente, a mandataria reconheceu que nesta matéria,
todavia, ficou muito por fazer, porém, justificou que “o que não se tem feito é
por faltada de recursos”.
Sublinhou que parte dos recursos econômicos do país
– 10 bilhões de dólares – se dilui na importação de combustível, montante que
poderia ser investido em outras áreas se contasse com campos e plataformas próprias
de petróleo.
Apesar disso, “temos conseguido ter balança
comercial” estável graças ao crescimento das exportações e do mercado interno.
“Estou decidida a seguir avançando no processo de
transformação da pátria”, enfatizou a Presidente.
“Defender o Estado é também defender a bandeira (…).
Estou farta dos que me falam apenas de slogans e palavras de ordem, unicamente,
quero que colaborem ativamente, que se cuidem vocês mesmos (…) porque vocês são
a pátria, a pátria não é um termo vazio, a pátria é o território com os 40
milhões de pessoas no seu interior”, disse.
Cristina Fernández, também, se referiu ao incidente
ferroviário da Estação Onze, em Buenos Aires (capital), ao advertir que tomará “as
decisões que sejam necessárias, uma vez que a justiça decida”.
Estima que no espaço de 15 dias se concluam os
processos de investigação e se determine “os responsáveis direto e indireto” da
tragédia.
“Peço algo, encarecidamente, a esta justiça, que as
pericias para determinar os responsáveis direto e indireto, não podem durar
mais de 15 dias”, expressou a Presidente e sublinhou que “os 40 milhões (de
argentinos) e as vitimas necessitam saber o que se passou e quem é responsável”.
Além disso, recomendou que ninguém esperasse dela “jamais,
ante a dor da morte e diante a tragédia, a especulação de foto ou discurso fácil”
e disse não tolerar aos “que querem aproveitar-se de tanta tragédia e tanta dor”.
A chefa de Estado chegou à cidade “santafesina” acompanhada
pelo vice-presidente Amado Boudou e membro do governo nacional para encabeçar o
ato de Bicentenário da criação da bandeira.
O evento se desenrolou em frente ao Monumento
Nacional a Bandeira, as margens do Rio Paraná, onde se desfraldou a bandeira, “Alta
no Céu”, a mais longa do mundo, costurada durante mais de 10 anos com retalho de
tecido de todo o país.
Fonte:
Tradução de Luis Carlos (Redação do blog o povo na
luta faz história)
*Históriaepovo
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