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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

sexta-feira, fevereiro 24, 2012

Eliana Tranchesi, 56 anos, dona da Daslu, morre em São Paulo Dona da Daslu não resistiu à luta contra o câncer.

 

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A empresária Eliana Tranchesi, 56 anos, faleceu no início da madrugada desta sexta-feira (24) em São Paulo. A informação foi confirmada pela assessoria do hospital Albert Einstein.
Eliana estava internada no Hospital Albert Einstein, em São Paulo, onde travava uma longa batalha contra um câncer, desde 2006. Ela comandou por anos a Daslu, ícone do consumo do País, fundada por sua mãe Lucia Piva, há 53 anos.
O velório da empresária acontece no hospital até às 14h desta sexta-feira. O enterro será no início da tarde, no cemitério do Morumbi, em São Paulo.
A empresária foi casada com o médico Bernardino Tranchesi, com quem teve três filhos: Bernardino, Luciana e Marcela Tranchesi.
Repercussão
No Twitter admiradores da Daslu lamentaram a morte de Eliana. Os nomes "Daslu" e "Eliana Tranchesi" já estavam entre os mais comentados na rede de microblog momentos depois do anúncio do falecimento da empresária.
Prisão
Eliana Tranchesi se envolveu em um escândalo que culminou em sua prisão após denúncias de sonegação fiscal, em julho de 2005. Ela foi liberada logo após prestar depoimento.

Três anos depois, em meados de março de 2009, ela foi presa novamente em sua casa durante uma operação da Polícia Federal, que buscava indícios de crimes por formação de quadrilha envolvendo os sócios da loja Daslu. Um dia depois da sua prisão, a defesa da empresária conseguiu um habeas corpus e Tranchesi foi libertada.

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