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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

sábado, fevereiro 25, 2012

Coices fotograficos

Afghan refugee Nazeeha Taj, 5, plays with a drum in a slum on the outskirts of Islamabad, Pakistan, Jan. 11, 2012. (Muhammed Muheisen/Associated Press)

An Afghan refugee girl stands in a muddy alley, following a rainy night, Jan. 16, 2012. (Muhammed Muheisen/Associated Press)

Police walk past a barrier set on fire by residents of the Pinheirinho slum, who are resisting police arrival to evict them by court order. (Roosevelt Cassio/Reuters)

Water from a leaky fire hose rains down on neighborhood residents as they attempt to put out a fire that had already burned dozens of homes, in the New Building slum neighborhood in central Malabo, Equatorial Guinea, Monday, Jan. 23, 2012. As firefighters struggled to get enough water pressure to make their firehoses work, residents fought the fire with buckets of waste water and used mallets to tear down homes in the fire's path. Equatorial Guinea and Gabon are currently co-hosting the African Cup of Nations soccer tournament. (AP Photo/Rebecca Blackwell)

Sisters Benedicta Macole and Susana Ritope Macole, survey twisted scraps of metal roofing, all that remains of the house where they grew up, after a fire ravaged part the New Building slum neighborhood, Jan. 24, 2012. Residents say scores of homes in the tightly-packed neighborhood were destroyed, leaving several hundred people displaced. (Rebecca Blackwell/Associated Press)

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