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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

quarta-feira, março 14, 2012

Sistema educacional é um importante instrumento a perpetuar a desigualdade

 

Otaviano Helene  no CORREIO DA CIDADANIA 

O Brasil chegou a ser, há não muito tempo atrás, o país com a pior distribuição de renda em todo o mundo. Embora essa situação tenha melhorado nos últimos anos, continuamos em uma posição muito ruim – o nono pior índice de Gini (1) entre 107 países relacionados pelo Banco Mundial – e estamos evoluindo muito lentamente. Em apenas cinco países os 10% mais pobres têm uma participação na renda nacional menor do que os 10% mais pobres no Brasil e em apenas dois países os 10% mais ricos abocanham uma fração da renda nacional maior do que no Brasil.

A renda não se concentra por um processo natural, como se nos quintais de alguns nascessem, por natureza, frondosas árvores de dinheiro e nos quintais de outros, raquíticos arbustos de moedinhas. A renda se concentra como conseqüência de políticas explícitas que incluem o próprio sistema econômico, a ausência ou não de reformas agrária e urbana democráticas, a repressão dos ou o diálogo com os movimentos sociais organizados, as alíquotas de impostos diretos e o combate ou não à sonegação, a existência ou não de impostos sobre o patrimônio, entre várias outras.

Há dois processos relacionados à educação que contribuem fortemente para a perenização da concentração de renda: a renda das pessoas depende fortemente da educação formal que receberam e a educação das crianças e jovens depende, também fortemente, de suas rendas familiares. A combinação desses dois fatores faz com que nossa política educacional seja um dos principais fatores de concentração de renda e de reprodução das desigualdades.

Um dos principais fatores responsáveis pela exclusão escolar é a renda. Por exemplo, a participação dos estudantes provenientes dos segmentos mais pobres da população cai significativamente ao longo das séries escolares e praticamente a totalidade das cerca de 30% das crianças que abandonam a escola antes do final do ensino fundamental tem origem nos segmentos mais desfavorecidos da população. Como a enorme maioria dessas crianças que deixam a escola prematuramente não freqüentou as classes de educação infantil, a educação formal oferecida a elas restringe-se aos poucos anos de escolaridade no ensino fundamental, em geral em escolas precárias, com uma permanência diária abaixo das quatro horas e com muitas “aulas vagas”. Resultado: os investimentos educacionais feitos em favor dessa terça parte das crianças, cujos valores anuais são próximos ao piso do Fundeb (2), não excederão, ao longo de toda a vida, alguns poucos milhares de reais.

No outro extremo, entre os mais ricos, a educação começa nos primeiros anos de vida e dura pelo menos duas décadas, com valores mensais de investimento que superam os mil reais, ou muito mais do que isso se forem incluídos investimentos com educação extra-escolar (cursos de línguas, atividades esportivas, aulas particulares etc.). Ao longo de toda a vida esses investimentos podem superar centenas de milhares de reais.

Portanto, as desigualdades na educação formal são enormes. E esses contingentes com enormes diferenças educacionais, ao deixarem a escola, conviverão em uma mesma sociedade. Ninguém pode ter dúvida do que acontecerá.

Em resumo, nossas terríveis desigualdades econômicas e sociais entram nas escolas pela porta da frente, com a conivência, apoio e subvenção explícita por parte das autoridades municipais, estaduais e federais, fazendo com que nosso sistema escolar trate de forma extremamente diferente os pobres e os ricos. E, evidentemente, com o apoio total das elites econômicas, para as quais as desigualdades não devem ser enfrentadas e superadas, mas, sim, os desiguais devem ser combatidos quando ameaçam incomodar.

O círculo vicioso renda‑educação‑renda se fecha uma vez que a renda de uma pessoa depende fortemente de sua educação formal, tanto em termos quantitativos quanto qualitativos, coisa que salta aos olhos (3). Cada ano adicional de escolaridade de um trabalhador implica em um aumento de renda da ordem de 15%, em média. Além dessa dependência da renda com relação ao número de anos de estudo, há também uma dependência em face da qualidade da educação recebida e, novamente, esta também depende fortemente da renda familiar dos estudantes.

Portanto, nosso sistema educacional é um importante instrumento a perpetuar a desigualdade, garantindo que ainda permaneceremos por longo tempo entre os países mais desiguais do mundo.

Outro aspecto perverso da desigualdade do nosso sistema educacional é o “desperdício” de pessoas. Como a desigualdade exclui das escolas enormes contingentes populacionais e grande parte dos não excluídos apresenta graves deficiências, nossas possibilidades de desenvolvimento social, cultural e do sistema de produção de bens e serviços são gravemente comprometidas, uma vez que não podemos contar com a contribuição produtiva da maioria dos nossos jovens, por mais dedicados, brilhantes e interessados que pudessem vir a ser: eles já foram descartados.

Para construirmos um país realmente republicano, precisaríamos romper com essa situação e criar um sistema educacional onde todos, independentemente da origem social e econômica, sejam tratados de forma igualitária. Escolas com infra-estruturas adequadas, professores e educadores que sejam remunerados adequadamente e instrumentos de gratuidade ativa (4) que compensem os custos induzidos pela freqüência à escola são fundamentais.

E não há nenhuma limitação real e objetiva que nos impeça de construir uma escola igualitária e democrática: se excluímos crianças e jovens prematuramente das escolas e as condenamos a uma vida adulta com más remunerações, é uma opção política ditada pelas elites, que não abrirão mão, por bem, de nenhum de seus privilégios, por mais que eles possam ser danosos para a sociedade.

(1) O índice de Gini é um dos indicadores mais amplamente adotados para quantificar a distribuição de renda.
(2) O Fundeb, Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação, corresponde a um valor mínimo de investimento educacional da ordem de R$ 200 reais por mês e por estudante (valores de 2012). Estados cujos investimentos estão abaixo desse valor recebem uma complementação da União.
(3) Há exceções, obviamente, e algumas pessoas com pouca escolarização têm sucesso profissional e mesmo altas rendas. Entretanto, a regra seguida de forma majoritária é que a renda aumenta com o grau de escolarização. Por causa das poucas exceções, muitos, desatentamente, pensam que a regra inexiste ou é muito frágil; outros, às vezes por má fé, reproduzem e dão força a esse engano.
(4) Devemos lembrar que a renda per capita familiar de quase metade das crianças e adolescentes entre 0 e 17 anos, segundo dados de vários PNADs, é inferior a meio salário mínimo. Se considerarmos que grande parte da renda familiar é gasta com moradia, alimentação, energia elétrica e outras despesas inescapáveis, o que resta para as outras despesas é extremamente baixo. Assim, uma simples passagem de ônibus adicional por dia, um pequeno lanche ou qualquer outra despesa associada à freqüência à escola podem estar totalmente fora do alcance familiar. Nos segmentos mais favorecidos, muitas dessas despesas podem passar despercebidas, mas, para os segmentos mais desfavorecidos, elas são insuportavelmente altas.
*Turquinho

Pinheirinho: violência policial é atestada; dois mil abusos

 

Relatório parcial divulgado neste final de semana pelo Conselho Estadual dos Direitos da Pessoa Humana de São Paulo (Condepe) atesta a violência da Polícia Militar de São Paulo e da Guarda Municipal de São José dos Campos durante a reintegração de posse do Pinheirinho, em São José dos Campos, tanto na área da ocupação quanto nos bairros vizinhos. São mais de 1,8 denúncias de violações de direitos humanos ocorridas durante a desocupação.


 O documento, que deve ser publicado ainda este mês, contém 634 depoimentos de pessoas que testemunharam ou foram vítimas da violência policial na operação, no dia 22 de janeiro.

O presidente do Condepe, Ivan Seixas, em entrevista ao Portal Linha Direta, classificou o episódio de Pinheirinho como invasão. “Foi um verdadeiro show de horrores que assustou a todos”, disse, denunciando que a polícia atacou e expulsou a população.

Conforme o relatório, a ocupação do Pinheirinho era “eminentemente familiar”, com forte presença de crianças e adolescentes – 677 na faixa etária até 11 anos. Neste caso, diz o documento, um dos efeitos foi quebra do vínculo das crianças e adolescentes com a escola e a creche, o que gerou confusão nos primeiros dias nos alojamentos para onde foram levadas as famílias. Nos quatro abrigos temporários, o Condepe registrou a presença de 1.069 crianças e adolescentes e de 50 idosos.

O conselheiro Renato Simões, relator do caso no Condepe, disse que o objetivo do trabalho é “dar voz às vítimas e cobrar do Ministério Público, da Defensoria Pública e de outros órgãos do estado às providências”. O documento será entregue à Procuradoria-Geral de Justiça de São Paulo, à Defensoria Pública, a órgãos do governo do estado e do município de São José dos Campos e ao Congresso Nacional.

Dono do terreno

Oficialmente, o terreno onde ficava o Pinheirinho pertence ao megaespeculador Naji Nahas. Em entrevista à Folha de São Paulo neste fim de semana, ele admite que é o detentor do terreno onde viviam cerca de 9 mil pessoas e declara: "eu faço o que eu quiser do terreno. É problema meu. É engraçado me censurarem por eu ser o único beneficiário dessa reintegração de posse. Sou, sim, mas sou o dono. Paguei pelo terreno e fiquei oito anos sem poder usá-lo."

A reintegração de posse foi organizada e, em grande medida, custeada pela empresa RS Administração e Construção. Os dois mil PMs mobilizados na ação detiveram 32 pessoas, das quais nove ficaram presas. Os feridos foram dez, segundo informações oficiais - um deles a bala.

Desocupado o terreno, destruídas as casas, Nahas disse à Folha que agora sonha em erguer ali "um bairro lindo". Nome? "Esperança", ele cogita - e logo explica: "Esperança de o governo resolver o problema desses coitados".

"Esperança" já está cotada em pelo menos "R$ 500 milhões, fora gastos com infraestrutura e moradias". Esse é o valor da terra, nas contas de Rodrigo Capez, juiz assessor da presidência do Tribunal de Justiça de São Paulo. O valor venal do terreno está na casa dos R$ 80 milhões. Mas já se falou que valia R$ 300 milhões.

Comprado em 1981 de Benedito Bento Filho, conhecido operador imobiliário de São José dos Campos, por Cr$120 milhões (hoje, equivalentes a R$ 6,2 milhões) o terreno era um grande pomar, com 32 mil árvores frutíferas

Pedido de explicações

O senador Eduardo Suplicy (PT-SP), que acompanha o caso, considera os dados, reunidos no relatório, muito importantes porque deixam claro que algo muito grave aconteceu que suplantou a decisão de se tentar uma saída pacífica para o impasse. Em fevereiro, Suplicy tornou público denúncias de abuso sexual cometidos contra duas mulheres e um jovem, por policiais militares.

Sobre a questão do direito à propriedade, que justificou a invasão, o senador estranha o fato de o direito à propriedade de pessoas mais humildes não ter sido respeitado. “Em dois dias, o patrimônio daquelas famílias foi colocado abaixo e eles perderam móveis, eletrodomésticos, documentos, fotografias e tudo o que reuniram durante a vida”, lembrou.

Para Suplicy, é importante que o relatório seja analisado pelo Ministério Público, pela Procuradoria de Justiça do Estado de São Paulo e pelo Conselho Nacional de Justiça. “Precisamos de explicações”, disse ele.

De Brasília
Com agências

Pressionado pela rede social, tucano autor do 'Sopa brasileiro' retira projeto no Congresso


Convergência Digital


 
Assim como a repercussão negativa levou o Congresso dos Estados Unidos a adiar indefinidamente a votação do projeto anti-pirataria na Internet, o deputado brasileiro Walter Feldman (PSDB-SP) também se rendeu às críticas e apresentou nesta terça-feira, 13/3, um requerimento retirando o projeto 3336/2012, já batizado de Sopa brasileira.

Cobrado também pelo twitter, Feldman justificou, em inglês, o recuo: “Estou respeitando a opinião mundial. Estou retirando o projeto da agenda do Congresso”. Ou ainda, em português, emendou que “já retirei e manifestei meu equívoco”.

O requerimento em si não revela a mudança de opinião, mas como explica a assessoria do parlamentar, uma semana de críticas, desde que a proposta foi apresentada em 6 de março, levou Feldman a abortar o projeto. Oficialmente, “não ficou específico que se tratava de um projeto contra a pirataria e não de censura”.

Pela proposta, sites alvos de denúncias de violação de direitos autorais ou de propriedade poderiam ser bloqueados por uma determinação administrativa, de ofício, do administrador brasileiro de endereços na rede – provavelmente o Ponto.BR, ligado ao Comitê Gestor da Internet.
*Oterrordonordeste

Mackenzie adere ao ENEM e a direita esperneia

Mackenzie afirma que Enem é ‘tendência irreversível’
Edital é voltado para 'público cada vez mais representativo', diz reitoria em nota

Cedê Silva - Especial para o Estadão.edu

Em resposta à polêmica provocada pela adoção do Enem 2011 para preencher parte das vagas do próximo vestibular, a reitoria do Mackenzie disse nesta terça-feira tratar-se de "uma tendência irreversível". O edital, diz nota, é "voltado para um público cada vez mais representativo de estudantes que prestam Enem e querem aproveitá-lo para ingresso nas maiores e melhores universidades, inclusive as públicas". O texto ressalta que parte das vagas (cerca de metade) ainda será oferecida pelo vestibular tradicional.
Ontem, o Centro Acadêmico do curso de direita Direito publicou carta informando ter solicitado reunião com a decana da universidade para esclarecer aos alunos o motivo da decisão. Segundo Rodrigo Rangel, estudante de 23 anos e presidente do C.A.,  a dúvida é se a nova medida vai trazer benefício para os estudantes ou é "apenas uma decisão de mercado". Rodrigo contou nesta terça que a decana disse não ter disponibilidade para a reunião; por isso, ele vai agora pedir um encontro com o reitor.
Um dos pontos polêmicos da decisão é que o edital, divulgado em 5 de março, prevê o aproveitamento de uma prova aplicada em outubro do ano passado. Muitos potenciais candidatos ao vestibular do Mackenzie não fizeram o Enem, e agora vão concorrer a apenas metade das vagas. No dia 9 de março, vestibulandos enviaram um abaixo-assinado à reitoria, solicitando revisão da decisão. A iniciativa foi de um cursinho pré-vestibular.
O Mackenzie já usou o Enem como vestibular, quando a prova ainda não tinha o formato atual, de dois dias e 180 questões. Em 2009, 20% das vagas de cada curso estavam reservadas a candidatos do Enem isentos do pagamento da taxa de inscrição e que tivessem obtido média de 50 pontos ou mais (quase 80%) nas provas de 2006, 2007 ou 2008. 
Leia a nota da reitoria na íntegra:
“A Universidade Presbiteriana Mackenzie goza de autonomia para definir os critérios e formatos do seu Processo Seletivo, desde que atendam ao princípio da universalidade de oportunidades.

O Edital recentemente publicado pelo Mackenzie diz respeito a um primeiro edital do Processo Seletivo, voltado para um público cada vez mais representativo de estudantes que prestam Enem e querem aproveitá-lo para ingresso nas maiores e melhores universidades, inclusive as públicas (federais e estaduais). Essa é uma tendência irreversível.

Contudo, para estudantes que não fizeram o último Enem, a Universidade Presbiteriana Mackenzie abrirá um segundo Edital, ainda neste semestre, divulgando nova oferta de vagas em todos os cursos que constam do primeiro Edital.

Assim, os candidatos ao ingresso no Mackenzie terão duas distintas e excelentes oportunidades de participar do processo seletivo 2012/2.”

*esquerdopata

A caravana dos entreguistas vai a Venezuela

 


Os fantasmas do passado visitam a Venezuela 

A América Latina foi a região do mundo que teve mais governos neoliberais e nas suas modalidades mais radicais. Praticamente nenhum país foi poupado desses governos – com exceção de Cuba – que devastaram os direitos sociais, o potencial de desenvolvimento econômico, a soberania nacional, os Estados latino-americanos.
O neoliberalismo começou pela extrema direita – com Pinochet e sua ditadura -, mas depois se alastrou para correntes originariamente nacionalistas – como o PRI mexicano e o peronismo de Carlos Menem. Para posteriormente ser incorporado por partidos social democratas – como o Partido Socialista do Chile, a Ação Democrática da Venezuela, o PSDB do Brasil.
Todos foram ao governo e colocaram em prática políticas neoliberais muito similares: privatização do patrimônio publico, abertura das economias ao mercado externo, desarticulação dos Estados em favor da centralidade dos mercados, alienação das soberanias nacionais, expropriação dos direitos sociais, precarização das relações de trabalho. Todos tem em comum outro traço: todos fracassaram estrepitosamente, saíram do governo expulsos pelo povo, não puderam eleger seus sucessores e vários deles foram processados, condenados e presos; alguns outros fugiram dos seus países.
Entre tantas consequências negativas, promoveram a degeneração das democracias, mediante o poder do dinheiro, que corrompeu os sistemas políticos. São uma geração de políticos fracassados, que buscaram seu exemplo nos socialistas espanhóis.
A direita latino-americana, tendo fracassado, não tem hoje o que propor. Fizeram o que se haviam proposto e levaram nossos países à ruina. À falta de propostas, a direita retoma bandeiras da guerra fria, se articula em torno dos monopólios privados da mídia, lança mão de personagens fracassados como os únicos apoios que lhes restam.
Convidados por um banco privado, três desses personagens foram a Venezuela, não se sabe bem fazer o quê. Quem sabe, sentindo falta do seu amigo Carlos Andres Perez, vão transmitir as experiências frustradas que tiveram e que os levaram à derrota e à debacle dos seus países. Basta que Felipe Gonzalez conte como na Espanha eles aplicaram brutal pacote econômico antipopular e entregaram o governo à direita, com uma economia desfeita, desemprego juvenil de 49%, com um retrocesso recorde da economia. Gonzalez pode recordar como, há 10 anos, apoiou o golpe militar contra Hugo Chavez.
Ricardo Lagos pode contar como os governos socialistas chilenos não saíram do modelo herdado de Pinochet e finalmente foram derrotados e entregaram a presidência a um mandatário neo-pinochetista.
FHC teria que convencer o candidato da direita venezuelana, que deveria reivindicar sua figura e não a de Lula. Deveria explicar por que Lula é o presidente mais popular da história do Brasil, enquanto que ele é o político com maior rejeição. Deveria explicar ao candidato da direita de lá que seu partido e seu governo são os parentes mais próximos deles e que Lula certamente apoia a Hugo Chavez.
Grotesca a imagem dessa caravana dos derrotados, de um passado que não volta mais, viajando para levar uma palavra de desesperança ao candidato da direita venezuelana. Não é um bom augúrio para a oposição a Hugo Chavez.
*Blogbriguilino

Comentarista da Band ataca blogueiro

 

Por Eduardo Guimarães, no Blog da Cidadania:

O comentarista de política da TV Bandeirantes Fabio Pannunzio, sobrinho do deputado federal Antonio Carlos Pannunzio (PSDB-SP), enervou-se com cobrança que lhe fiz por ele ter escrito em seu blog que o seu desafeto Paulo Henrique Amorim, que o processa por calúnia e difamação, seria “chefe da claque governista na internet”.

Relações perigosas entre o público e o privado

 

Por Cléber Sérgio de Seixas

Como já era do conhecimento de todos aqueles que acompanham a blogosfera progressista, o jornal Folha de São Paulo, pertencente a um grupo privado, estava prestes a estreiar um programa jornalístico na TV Cultura, uma emissora pública do governo paulista pertencente à Fundação Padre Anchieta. O programa TV Folha estreiou com baixa audiência, contrariando as expectativas daqueles que viam nele uma inovação em termos jornalísticos.

Coincidência ou não, o governo de São Paulo está há mais de 16 anos nas mãos do PSDB, um partido que defende ardorosamente as privatizações e as parcerias com o setor privado. A propósito, é bom lembrar o livro A Privataria Tucana - obra que retrata o submundo das privatizações sob o governo FHC quando o ministro do planejamento e mecenas das privatizações era José Serra - um dos mais vendidos nos últimos meses e, apesar disso, o mais escondido e ignorado pela mídia nos últimos anos.

As relações perigosas entre o público e o privado no âmbito da TV Cultura são mostradas nessa reportagem exibida ontem pelo Jornal da Record. Confira abaixo:
*observadoressociais

Brasil não pertece mais aos brasileiros? - Índios vendem direitos sobre terras na Amazônia por R$ 200 milhões

MOTOSSERA - UMA ARMA LETAL CONTRA A HUMANIDADE DEVERIA TER SUA VENDA CONTROLADA

http://www.portalorm.com.br/recursos/BancoImagens/%7BD91CCC4A-B168-4BEF-A932-73DCCE220F16%7D_00.jpg
CAMPANHA MILITANCIAVIVA PELO CONTROLE DA MOTOSERRA. PARTICIPE, ESCREVENDO PARA O SEU PARLAMENTAR.                                                                             Amaldita motosserra é um instrumento tão letal á fauna e flora que, caso os nossos congressistas fossem mais atentos,  deveriam cuidar para que sua fabricação e comercialização fosse controlada e registrada, como ocorre atualmente com as armas de fogo, passando-se a exigir do operador 'porte de arma' expedido pela polícia federal ou IBAMA; sendo obrigatório também, a instalação de um dispositivo de localização, para que podessem ser monitoradas nas localidades e áreas em que declaradas fossem suas operações e seus fins. (Eduardo Bueres)

Crime ambiental na Amazônia é praga que não acaba - operação combate a exploração de castanheiras centenárias

http://www.sinait.org.br/arquivos/not876bbfac21585ef48e67774db3ee3594.gif
A impunidade e a falta de firmeza e a brandura do código florestal incentiva os éco-criminosos
Uma operação conjunta do Ibama e Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) fiscalizou no início deste mês explorações ilegais de madeira em áreas de floresta amazônica no entorno da Reserva Biológica Tapirapé, na Serra dos Carajás, a 200 km de Marabá, no sudeste do Pará. 

Operação combate a exploração de castanheiras  (Foto: Leonardo Tomaz/ Ibama)
As autoridades não possuem estruturas nem planejamentos adequados para fazer frente ao tamanho do desafio imposto pelos  poderosos criminosos de colarinho branco e bolso verde que exploram e exportam as florestam para a UE e USA.
Na ação, os agentes ambientais aplicaram cerca de R$ 195 mil em multas, apreenderam um caminhão, um trator e 55 m3 de castanheiras-do-Pará já serradas (o equivalente a dois caminhões cheios), além de identificar mais de 30 hectares de florestas danificadas pela derrubada ilegal da espécie, que é ameaçada de extinção e protegida por lei contra o corte.

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A exploração criminosa de madeira na Amazônia é facilitada pela frouxidão das leis brasileiras, onde dificilmente os quadrilheiros ambientais vão parar na cadeia.

http://envolverde.com.br/portal/wp-content/uploads/2011/10/1286.jpg
As castanheiras da Amazônia que demoram séculos para crescer e dar frutos, são derrubadas em dez minutos
 Denúncias de moradores da região levaram os fiscais ao Projeto de Assentamento Cupu, a cerca de 10 Km da Rebio Tapirapé, onde foi confirmada a exploração de castanheiras em cinco lotes. Um caminhão carregado com 13 m³ de madeira já serrada da espécie protegida e um trator-esteira foram apreendidos no local. A madeira e os veículos foram doados à Secretaria Municipal de Meio Ambiente de Marabá e à Prefeitura de Itupiranga.

Os assentados envolvidos nas derrubadas de castanheiras foram autuados em R$ 5 mil por cada hectare de floresta danificado e tiveram as áreas de exploração ilegal embargadas. Uma serraria e uma carvoaria na Vila São Pedro, envolvidas na receptação da madeira extraída do assentamento, também foram multadas. No pátio das empresas, o Ibama apreendeu 42 m3 de castanheira serrada, 40 m3 de resíduos da espécie (galhos e sobras de serraria) e 36 mdc de carvão vegetal. Os produtos florestais foram doados à Escola Municipal de Itupiranga.
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“A perda de maquinário, madeira, as autuações e os embargos atingiram o crime ambiental na fonte onde as castanheiras eram exploradas e na serraria que comercializava a madeira roubada; cercamos toda a cadeia da atividade ilegal”, disse o coordenador da operação, Leonardo Tomaz, da Divisão de Fiscalização do Ibama em Marabá.
http://www.greenpeace.org.br/colaboradores/boletim/2007/imagens/1023_dtq.jpg
A operação Soberania contou com a participação de homens da Polícia Militar do Pará e guardas da Floresta Nacional de Carajás. 
(UOL/Ascom Ibama)
 A SÓRDIDA AGRE$$ÃO PERMANENTE AO  DELICADO EQUILÍBRIO DA NOSSA PÁTRIA VERDE

 

Castanheira-do-Brasil: Espécie ameaçada de extinção

Ao longo das minhas postagens vou está apresentando algumas das espécies ameaçadas de serem extintas. A primeira escolhida faz parte da lista de espécies da flora ameaçadas de extinção do Ministério do Meio Ambiente,  que é a Castanheira-do-Brasil,  conhecida também, como castanheira-do-pará, que produz as apreciadas castanhas do pará, podendo possuir outros nomes dependendo da região.

A extinção
O processo de extinção está relacionado ao desaparecimento de espécies ou grupos de espécies em um determinado ambiente ou ecossistema.
O nome científico da castanheira é Bertholletia excelsa,  é uma árvore alta e bela, nativa da Amazônia. Ela pode ser encontrada em florestas às margens de grandes rios, como o Amazonas, o Negro entre outros.

A principal causa para o risco de sua extinção é o desmatamento. No Brasil, castanhais são derrubados para a construção de estradas e barragens, para assentamentos de reforma agrária e para a criação de gado.
Como são as castanheiras
http://aprendiz.uol.com.br/resources/colunas/asayad/_0810/estudantes_tem_contato_com_castanheira_de_mais_de_500_anos.jpg
As castanheiras-do-Brasil normalmente atingem entre 30m e 50m de altura e de 1m a 2m de diâmetro. É uma das espécies mais altas da Amazônia. Há registros de castanheiras que alcançaram 50m de altura e mais de 5m de diâmetro.
Seu tronco é reto e os galhos se concentram na parte mais alta da árvore. A casca é acinzentada, e as folhas, que ficam acima da copa das outras árvores, têm de 20cm a 35cm de comprimento.
As castanheiras dependem de um ambiente intocado para sua reprodução. Suas flores só são polinizadas por alguns tipos de insetos, que são atraídos por orquídeas que vivem perto das árvores de castanha. Se as orquídeas ou os insetos são mortos, as castanheiras não dão frutos.
O fruto da castanha leva mais de um ano para amadurecer, é mais ou menos do tamanho de um coco e pode pesar 2kg. A casca é muito dura e abriga entre 8 e 24 sementes, que são as apreciadas castanhas.
Caso não sejam devoradas por roedores, micos ou humanos, as sementes demoram de 12 a 18 meses para germinar. Muitas delas são plantadas por cutias, que roem os frutos até abrir a dura casca, comem algumas das sementes e enterram as outras para comer mais tarde. As sementes esquecidas pelas cutias brotarão da terra no ano seguinte para começar os 500 anos de vida de uma nova castanheira-do-Brasil.



Fonte: WWF Brasil
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TALIBAN AFEGÃO AMEAÇA DECAPITAR SOLDADOS DO IMPÉRIO

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O massacre da população civil  atiçou o  ódio e provocou a união nacional afegã contra os USA.

Supostos insurgentes afegãos alvejaram nesta terça-feira uma delegação governamental que investiga o massacre de 16 civis por um soldado dos Estados Unidos, disseram autoridades, horas depois de o Taliban ameaçar decapitar militares norte-americanos para vingar a chacina.

http://gdb.rferl.org/48E70349-3408-47E2-ABD7-080753B39A83_mw800.jpg
Os apavorados: os irmãos do clã Karzai, estão encurralado entre o povo e as forças do impéri
No momento do ataque insurgente, dois irmãos do presidente Hamid Karzai -Shah Wali e Addul Qayum- acompanhavam os funcionários de alto escalão dos ministérios de Defesa, Inteligência e Interior que viajavam até o local do massacre, nas aldeias de Najiban e Alekozai, na província de Kandahar, sul do país.
http://www.deccanchronicle.com/sites/default/files/imagecache/article_horizontal/article-images/afg_2.jpg.crop_display.jpg
Em Najiban e Alekozai, na província de Kandahar, aldeões choram seus mortos
http://images.salon.com/news/feature/2005/08/23/iraq_gallery/image2l.jpg
Afegão lava o corpo de uma das vitimas inocentes massacradas
Os irmãos do presidente escaparam ilesos do breve tiroteio ocorrido durante reuniões na mesquita de uma das aldeias, que fica numa rota de suprimento e reduto do Taliban. Um soldado e um civil ficaram feridos.
https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhECmv8AtBdDXywB3wYIrXCZUXOynI6ydtZD-bCO9gh_xJlEGxgoustjU5LOsdsZFzdaKG-KqJZNzvc_yCNWuj3ZVHyGniAD20fx-yOVBrjOusdgjXnc4LLh567BCHz2iK0d4hZP2uZVRE/s1600/AS.jpg
Os frequentes abusos de violência por parte das forças de ocupação contra civis no Afeganistão, não tem limites.
"O Emirado Islâmico mais uma vez alerta os animais americanos que os mujahideen vão vingá-los, e com a ajuda de Alá vamos matar e decapitar seus sádicos soldados assassinos", disse em nota um porta-voz do Taliban, Zabihullah Mujahid, usando o termo que o grupo islâmico usa para se descrever.
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Zabihullah Mujahid - porta voz do taliban

A cidade de Jalalabad registrou o primeiro protesto pelo incidente de domingo, envolvendo cerca de 2.000 estudantes, e o Taliban disse que a hostilidade civil contra as tropas ocidentais não será atenuada pelas exigências do governo afegão para que o sargento responsável pelo massacre seja julgado abertamente.
http://thedefeatists.typepad.com/.a/6a00d8341c5adc53ef014e605b6f6a970c-800wi
População afegã expressa cada vez mais ódio contra as forças de ocupação estrangeiras lideradas pelos USA e Grã-Bretanha
O militar envolvido não foi identificado e se sabe apenas que ele teria chegado recentemente ao país. Ele é acusado de sair no meio da noite do seu quartel na província de Kandahar e matar 16 aldeões, principalmente mulheres e crianças.
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A besta assassina no Afeganistão teve a identidade protegida pelo pentagono
O caso, ocorrido semanas depois de a queima de exemplares do Alcorão em um quartel da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) causar indignação nacional, pode complicar os esforços dos Estados Unidos para negociar uma continuidade da sua presença militar no Afeganistão depois da retirada das tropas de combate, no fim de 2014.
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Falando após conversa telefônica com Karzai, que se disse furioso com as novas mortes, o presidente norte-americano, Barack Obama, disse que a chacina só reforça a sua disposição em retirar as tropas do Afeganistão.   
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Mas Obama alertou que não deve haver uma "corrida para a saída", e que é preciso encerrar de forma responsável a ocupação iniciada no final de 2001.
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O suposto autor do massacre, pertencente a uma unidade militar convencional, trabalhava em um quartel conjunto dos Estados Unidos e do Afeganistão, usado por tropas de elite dos EUA sob um programa dito de "apoio às aldeias".
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O programa já foi saudado pela Otan como possível modelo para o envolvimento norte-americano no país depois da retirada das tropas de combate em 2014.
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Essas bases prestam apoio a unidades afegãs de segurança e oferecem assessoria de segurança, treinamento e ajuda em atividades de inteligência e combate à insurgência.


 Por Rob Taylor e Mirwais Harooni CABUL, 13 Mar (Reuters)
 (Reportagem adicional de Jack Kimball) 
*Militânciaviva

Mauricio Dias: “Tropa” do PMDB é mais perigosa do que os generais de pijama

 


por Mauricio Dias, em CartaCapital via Viomundo
O manifesto subscrito pela maioria da bancada do PMDB na Câmara dos Deputados deve preocupar mais o governo do que a manifestação dos oficiais da reserva que receberam resposta do governo absolutamente desnecessária.
É simples explicar essa afirmação.
Militares, os generais especialmente, quando se retiram para a reserva, o capim cresce imediatamente na porta da casa deles. Aqueles que se aglutinam no Clube Militar, no Rio, formam um contingente de oficiais de pijama. Não têm canhões tampouco comando. Os bons militares, no fim da carreira, serão lembrados com saudade e com o respeito da caserna. E só.
A “tropa” peemedebista, no entanto, é mais perigosa. Embora também não controle canhões, tem posição importante na Câmara: 77 votos. Em tese, sob o controle de Michel Temer, vice-presidente da República, presidente licenciado do PMDB e a maior expressão política do partido.
O PMDB é o mais expressivo aliado na numerosa base do governo petista na Câmara. É, também, o mais problemático pela força que acumula e pela competição eleitoral com o PT com a maior bancada: 88 integrantes.
Em 2012, o mundo político gira em torno das eleições nos municípios.
Na prática, o tamanho expressivo da base do governo – 336 deputados aliados de um total de 531 – depende, de fato, do humor político desses parlamentares. Esse tipo de sentimento é indicado pela escala de interesses pessoais. Ela se sustenta, por exemplo, no fluxo da liberação de emendas no Orçamento que, contingenciadas, dependem do governo. As emendas são a mais importante ponte de ligação entre o político e a base eleitoral dele.
Há dias esse humor – mau humor, no caso – materializou-se em manifesto assinado pela maioria da bancada do PMDB. Posteriormente, no dia 6, integrantes desse grupo foram recebidos por Michel Temer no Palácio.
Michel Temer teria dado carta-branca para que o PMDB faça as alianças partidárias nas eleições municipais mais convenientes para o partido. Essa autorização, se houve, era desnecessária. Como ele poderia impor sacrifícios suicidas nos municípios que sempre foram a seiva de sustentação dos peemedebistas?
Uma forte estrutura municipal formada por prefeitos e vereadores ( tabela) sustenta as eleições municipais, que, por sua vez, oferecem suporte para a construção de grande número de deputados estaduais, os quais, em dobradinha, são a principal base de apoio para a formação da bancada na Câmara dos Deputados. Em 2010, após 20 anos, o PMDB deixou de ter a bancada majoritária. Superado exatamente pelo PT.
O foco da reação peemedebista, refletida em votações antigovernistas na Câmara, é a preeminência do PT em posições-chave no primeiro e segundo escalões da administração federal. O pano de fundo é a eleição.
Na presidência interina do partido, o senador Valdir Raupp não ocultou o problema ao anunciar, após a reunião com Temer: “O PMDB não cederá, em lugar nenhum, aos apelos do PT”. Reforçou a posição ao dizer que o partido só não terá candidato onde for impossível ter candidato.
Em razão de sua natureza, a disputa municipal é uma questão de vida ou morte para o partido. Até agora, o PMDB é o partido com mais pré-candidatos nas capitais, com 22, seguido pelo PT, com 20.

A força do PMDB e PT pelo País
Como o governo é petista, Dilma e, em certas ocasiões, a própria direção do partido, têm imposto sacrifícios ao PT. Há muita indignação interna no Partido dos Trabalhadores quanto a isso. Mas a política – a maioria petista aprendeu após tomar o poder – é feita muito mais de compreensão do que de indignação. Mesmo que, eventualmente, seja preciso levar o lenço ao nariz, para não desistir do combate.
*Amoralnato