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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

quinta-feira, abril 12, 2012

Globo terá que indenizar família de Chico Mendes

 


Globo terá que indenizar família de Chico Mendes


Emissora de João Roberto Marinho (esq.) utilizou na minissérie Amazônia imagens do ambientalista Chico Mendes (dir.) sem autorização da família; condenação corresponde a 1% dos lucros da Globo com a produção
Fernando Porfírio _247 – A Rede Globo de Televisão foi condenada pela justiça do Acre a indenizar, por danos materiais, a família do sindicalista Chico Mendes. Os herdeiros do seringueiro, assassinado em 1988 após ser perseguido por sua luta em favor da preservação da Amazônia, serão indenizados em 1% dos lucros que a emissora teve com a minissérie “Amazônia – de Galvez a Chico Mendes”. A decisão é do último dia 4.
A Globo foi condenada por usar, sem autorização, a imagem do ativista ambiental na minissérie Amazônia – de Galvez a Chico Mendes. Pelo mesmo motivo, a empresa de comunicação já havia sido punida a indenizar à família do sindicalista Wilson Pinheiro, também pelo uso indevido de imagem na mesma minissérie.
O pagamento de 1% dos lucros auferidos com a minissérie foi determinado pela juíza Ivete Tabalipa, da 4ª vara Cível da comarca de Rio Branco e deverá ser apurado em liquidação, devidamente corrigido pelo INPC e acrescido de juros moratórios de 1% ao mês, a partir da citação.
As ações foram ajuizadas pela viúva do seringueiro, Ilzamar Gadelha Bezerra Mendes, e pelos filhos Elenira Gadelha Bezerra Mendes, Sandino Gadelha Bezerra Mendes e Angela Maria Feitosa Mendes.
A Rede Globo contestou os autores da ação, alegando que "retratou a participação da viúva e filhos por ser imprescindível para a narrativa da estória do protagonista, líder dos seringueiros" e informou que "se limitou apenas a reproduzir fatos nacionalmente conhecidos e amplamente divulgados".
No entanto, a magistrada decidiu que o dano material se configura pois, embora Chico Mendes fosse pessoa conhecida nacionalmente e os fatos retratados na produção televisiva de natureza pública, em razão de terem sido publicados em diversas revistas, a exploração de sua imagem dependia do consentimento de seus sucessores, o que não foi comprovado pela Globo.
A juíza também ressalta que a minissérie Amazônia não era um documentário, uma matéria jornalística ou produção do gênero. Por isso, a exibição da imagem da viúva e seus familiares não teve finalidade beneficente ou científica, mas sim obtenção de vantagem comercial e lucro.
*Oterrordonordeste

Charge do Dia



A Direita amiga dos Demos empurra a Península Ibérica ao suicídio ortodoxo.





Ao contrário da Islândia, como no post anterior se pode ver, os governos da Península Ibérica fizeram-se aliados do capitalismo neoliberal em benefício próprio, atirando os povos para a fogueira do genocídio ortodoxo.  Resolvi divulgar este artigo da Carta Maior no Brasil, apenas com umas pequenas alterações, para melhor se adaptarem ao que se passa por cá. Uma visão do outro lado do Mundo, verdadeira e aterradora:

 

Espanha: a "agenda positiva" dos demos


Em Portugal e na Espanha onde versões ibéricas dos demos chegaram onde queriam chegar, no poder.
Nesta 3ª feira, por exemplo, as tesouradas fiscais do governo Rajoy (PP) fizeram estremecer as bolsas da Europa e do mundo: distintas latitudes financeiras temem o efeito dominó de uma quebra da Espanha, hipótese cada vez mais presente no radar dos analistas. Em poucos mais de 100 dias sob governo do PP, 74% dos espanhóis acham que a vida vai piorar. Rajoy teima que não. Uma esfinge algo catatônica o demo espanhol resolveu escalpelar a nação para reduzir o déficit público (dos atuais 8,5% para 5,3% até dezembro) e reconquistar a confiança dos mercados.

A lógica da 'purga redentora' não se mostrou eficaz: a Bolsa espanhola teve a segunda pior queda do ano nesta terça-feira; os mercados respondem às tesouradas cada vez mais ariscos: para aplicar em títulos do cambaleante Estado espanhol exigem taxas de juros entre quatro a cinco pontos acima do rendimento alemão. Hoje a Espanha já gasta mais com juros do que com funcionários públicos. O desemprego atinge mais da metade da juventude. Rajoy não recua: 24 horas depois da greve geral de 29 de março, que levou 800 mil pessoas em protesto às ruas de Madrid, Barcelona, Valencia, o presidente conservador anunciou reforma trabalhista que encoraja, barateia e acelera demissões.



 Em seguida, decretou cortes de 22% no orçamento da educação, 7% no da saúde, 25% em pesquisa e tecnologia, 15% na Cultura e 21% no fomento ao emprego. Diante das desconfianças dos mercados não se conteve: ontem fez aprovar mais 10 bilhões de euros em cortes na saúde pública e na educação.

A demencial conduta da direita ortodoxa na zona do euro já causa apreensão até no sindicato mundial dos bancos, o IFF (Instituto Internacional de Finanças). Carta assinada pelo seu diretor-geral, Charles Dallara, divulgada esta semana, figura como uma ilha de sensatez em meio ao austericídio em marcha na zona do euro. Dallara adverte que:

a) a austeridade torna-se contraproducente quando é aplicada de forma desordenada e simultânea - se todas as economias cortam gastos, empregos e salários ao mesmo tempo, a contração da demanda esmaga as importações comprometendo a meta , também de todos, de ressuscitar o crescimento pela via do comércio exterior, leia-se vendendo ao vizinho;

b)'a questão chave', admite o sóbrio Dallara, 'é se a atual fórmula de liquidez (para os bancos) e austeridade (para o setor produtivo e para os cidadãos) funciona'.

Em Portugal  Só queremos ser bons alunos no que nos convém. Jornal i 
O mais assustador é que se  considere o incêndio europeu um refresco perto da fogueira que assa a direita nativa. Eis aí um dado revelador da crise que vive o neoliberalismo.

Na Islândia o Povo é Soberano

Um programa de rádio italiano falando sobre a revolução em andamento na Islândia é um exemplo impressionante do pouco que os meios de comunicação nos dizem sobre o resto do mundo.


No início da crise financeira de 2008, a Islândia declarou-se literalmente em falência. As razões são citadas apenas superficialmente, e desde então, esse membro pouco conhecido da União Europeia voltou a cair no esquecimento. Como os países europeus vão caindo um após o outro, colocando o euro em perigo, com repercussões para todo o mundo, a última coisa que os poderes desejam é que o caso da Islândia se transforme num exemplo a seguir, eis porquê.


Cinco anos de um regime puramente neoliberal fizeram da Islândia (população de 320 mil pessoas, sem exército), um dos países mais ricos do mundo.
No ano de 2003, todos os bancos do país foram privatizados e num esforço para atrair investidores estrangeiros, ofereceram empréstimos em linha, cujos custos mínimos lhes permitiram oferecer taxas relativamente altas de rendimentos. As contas, chamadas de "icesave" atraíram muitos pequenos investidores ingleses e holandeses; mas, à medida que os investimentos cresceram, isso também aconteceu com a dívida dos bancos estrangeiros. Em 2003, a dívida da Islândia era igual a 200 vezes o seu PIB, mas em 2007 ela chegou a 900 vezes. A crise financeira mundial de 2008 foi o golpe de graça. Os três principais bancos islandeses, Landbanki, Kapthing e Glitnir, faliram e foram nacionalizados, enquanto que a coroa islandesa perdeu 85% do seu valor em relação ao euro. No final do ano, a Islândia declarou-se falida.


Contrariamente ao que se poderia esperar, a crise deu lugar à recuperação dos direitos soberanos dos islandeses, através de um processo de democracia directa participativa, que finalmente conduziu a uma nova Constituição, mas depois de muita dor.
Geir Haarde, o Primeiro-Ministro de um governo de coligação social democrata, negociou 2,1 biliões de dólares em empréstimos, aos quais os países nórdicos acrescentaram outros 2,5 biliões. Contudo, a comunidade financeira estrangeira pressionava a Islândia para impor medidas drásticas. O FMI e a União Europeia queriam assumir o controlo da sua dívida, alegando que era o único caminho para que o país pagasse seus débitos com a Holanda e a Inglaterra, que tinham prometido reembolsar os seus cidadãos.


Os protestos e os distúrbios continuaram e, finalmente, obrigaram o governo a renunciar. A eleições foram antecipadas para Abril de 2009, resultando na vitória de uma coaligação de esquerda que condenava o sistema económico neoliberal, mas que de imediato cedeu às demandas de que a Islândia deveria pagar de 3,5 bilhões de euros. Isso requereria de cidadão islandês 100 euros por mês (perto de 130 dólares) durante 15 anos com 5.5% de juros, para pagar uma dívida contraída pelo sector privado. Foi a gota de água.


O que aconteceu depois foi extraordinário. A crença de que os cidadãos tinham que pagar pelos erros de um monopólio financeiro e que a toda uma nação deveria ser responsável pelo pagamento de dividas privadas desmanchou-se, transformormando-se a relação entre os cidadãos e suas instituições políticas e que finalmente conduziu os líderes da Islândia para o lado dos seus eleitores. O chefe de estado, Olafur Ragnar Grimsson, negou-se a ratificar a lei que fazia os cidadãos islandeses responsáveis pela sua dívida bancária, e aceitou um referendo.


Obviamente, a comunidade internacional só aumentou a pressão sobre a Islândia. A Grã-Bretanha e a Holanda ameaçaram com represálias terríveis e isolamento do país.
Como os islandeses foram votar, os banqueiros estrangeiros ameaçaram bloquear qualquer ajuda do FMI. O governo britânico ameaçou congelar as poupanças e as contas correntes islandesas.
Como disse Grimsson, "disseram-nos que se nos negássemos a aceitar as condições da comunidade internacional, nos transformariam na Cuba do Norte. Mas se tivéssemos aceitado,  teriam-nos convertido no Haiti".
Quantas vezes tenho escrito que, quando os cubanos vem o estado lamentável do seu vizinho Haiti, podem considerar-se afortunados?


No referendo de Março de 2010, 93% votou contra a devolução da dívida. O FMI imediatamente congelou seus empréstimos, mas a revolução (ainda que não tenha tido tempo de antena nos EUA) não se deixou intimidar. Com o apoio de uma cidadania furiosa, o governo iniciou investigações cíveis e criminais em relação aos responsáveis pela crise financeira. A Interpol emitiu uma ordem internacional de detenção para o ex-presidente de Kaupthing, Sigurdur Einarsson, assim como também para outros banqueiros implicados que fugiram do país.
Mas os islandeses não pararam aí: Decidiu-se redigir uma nova constituição que liberte o país do poder exagerado das finanças internacionais e do dinheiro virtual.


Para escrever a nova constituição, o povo da Islândia elegeu vinte e cinco cidadãos entre 522 adultos que não pertenciam a nenhum partido político, mas recomendados por pelo menos trinta cidadãos. Esse documento não foi obra de um punhado de políticos, mas foi escrito na Internet.
As reuniões dos constituintes foram transmitidas online, e os cidadãos podiam enviar seus comentários e sugestões vendo o documento, que ia tomando forma. A Constituição que eventualmente surgirá desse processo democrático participativo será apresentada ao Parlamento para sua aprovação depois das próximas eleições.
Hoje em dia, o país está a recuperar-se de seu colapso financeiro de formas em tudo contrárias às que eram consideradas inevitáveis, como confirmou a directora do FMI, Chistine Lagarde, a Fared Zakrie. 


Ao povo da Grécia disseram que a privatização de seu sector público é a única solução. Os povos da Itália, Espanha e Portugal enfrentam a mesma ameaça.
Deveria olhar-se para a Islândia. Ao negar submeter-se aos interesses estrangeiros, esse país indicou claramente que o povo é soberano.
É por isso que ele não aparece nos noticiários
 Deena Stryker

Islândia iniciou o julgamento  ontem, 10 de Abril, do neoliberalismo.

Na Islândia o Povo  é Soberano e no resto dos Países da UE? 
*Guerrasilenciosa

Dilma e as conversações na Casa Branca

Por Mauro Santayana, em seu blog:

A primeira referência séria de um líder norte-americano sobre o Brasil foi de Thomas Jefferson. Em maio de 1787 – quando era embaixador em Paris, dois anos antes da reunião dos Estados Gerais e da descoberta da conspiração de Vila Rica – Jefferson se encontrou, em Nimes, no sul da França, com José Joaquim da Maia, que lhe falou sobre a possível independência do Brasil e das relações que poderiam estabelecer-se entre as duas nações, que ocupavam posição predominante no sul e no norte do hemisfério ocidental.

A mídia nativa e o golpe na Venezuela

Por Altamiro Borges

“O que ocorreu na Venezuela não foi um simples golpe de Estado que tirou do poder o coronel Hugo Chávez Frias. Foi – assim como ocorreu no Brasil em 1964 – uma reação cívica a um governo que, eleito em pleito livre, se esmerou, uma vez no poder, em eliminar progressivamente todo e qualquer vestígio daquilo que se poderia chamar de institucionalidade democrática”. Editorial do jornal O Estado de S.Paulo de 13 de abril de 2002.

A praia Girón da mídia golpista

Por Emir Sader, no sítio Carta Maior:

A mídia latino-americana sempre foi golpista. Representante das oligarquias do continente, dirigida por um punhado de famílias (todo país tem seus Frias, Mesquitas, Marinhos, Civitas), sempre esteve envolvida nos golpes militares contra a democracia no continente, do lado dos EUA.

Se a OEA foi chamada por Fidel de Ministério das Colônias dos EUA, a SIP (Sociedade Interamericana de Imprensa) é seu Ministério de Comunicação para as Colônias. Sempre coordenou a ação da mídia nos golpes militares e nas campanhas contra os governos democráticos do continente.

Antes mesmo da campanha que levou Getúlio ao suicídio, em 1954, e derrubou Perón em 1955, a mídia já tinha sido participante fundamental no sangrento golpe na Guatemala, em 1954, que levou esse país a se tornar, nas décadas seguintes, naquele que sofreu os maiores massacres em um continente cheio de massacres.

Há exatamente 10 anos atrás a mídia venezuelana mobilizou e convocou um golpe militar contra Hugo Chávez. O movimento chegou a ter sucesso imediato, uma TV escandinava pode produzir "A revolução não será televisionada”, documentário já tornado um clássico do cinema de documentário sobre a América Latina. O presidente da Fiesp de lá foi nomeado presidente da ditadura que pretendia se instalar e era saudado, no Palácio Presidencial, pelos chefes da Igreja católica, pelos donos das empresas de comunicação, pelos dirigentes dos partidos de direita, enquanto Hugo Chavez era levado por militares para uma ilha e pressionado para assinar sua renúncia.

Assim que soube do golpe, o povo desceu maciçamente às ruas, dirigiu-se ao Palácio, derrubou as grades e entrou no prédio. Assiste-se nesse momento, no documentário, os chefes do golpe fugirem rapidamente pelas portas laterais do Palácio, enquanto o povo penetra nele.

As TVs e rádios golpistas simplesmente deixaram de dar notícias e passaram a projetar desenhos animados. O fugaz presidente golpista tentou enganar a CNN dando entrevista como se estivesse ainda no Palácio Presidencial, mas o próprio entrevistador lhe disse que sabia que ele já estava num quartel, fugindo. A nem veja, nem leia, eufórica, deu mais um “furo”: sua edição da semana saiu, no sábado cedo, com a notícia do golpe que teria derrubado Hugo Chavez como a grande matéria de capa. (Nenhum meio tradicional de comunicação brasileiro, todos com DNA de golpistas, recordou os 10 anos do golpe fracassado na Venezuela.)

Embora houvesse já ma doutrina e um acordo dos governos do continente de se oporem aos golpes militares, sentiu-se o silêcio ou a cumplicidade, e salvo Cuba, nã houve protestos contra a derrubada de um presidente legalmente eleito no continente. O povo venezuelano fez justiça com suas próprias mãos e recolocou Hugo Chávez na presidêcia do pais, para a qual tinha sido eleito por seu voto.

O golpe de 11 de abril de 2002 foi, para a mídia golpista latino-americana, o que a também fracassada invasão de Praia Giron foi para o imperialismo norteamericano: sua primeira grande derrota, que demonstrou que o povo do continente não a aceitar mais que ela pusesse e tirasse governantes no continente. Que agora é o povo quem decide seu destino na América Latina.
*Miro

Banqueiros não querem abrir mão da agiotagem

 

A presidenta Dilma acertou na mosca ao criticar os juros extorsivos cobrados pelo sistema bancário nacional, que são os mais altos do mundo. Apesar da redução da taxa básica (Selic) promovida pelo Banco Central, o chamado spread bancário, que significa a diferença entre o que as instituições pagam para captar dinheiro e a taxa de juros que cobram nos empréstimos a empresas e consumidores, permanece nas alturas.


bancos-agiotasOs juros médios incidentes sobre cheque especial e nas linhas de crédito pessoal subiram no mês passado em comparação com fevereiro, segundo pesquisa divulgada nesta quarta-feira (11) pela Associação Nacional dos Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade (Anefac). Na média, a taxa cobrada às pessoas físicas ficou em 6,33% ao mês ou 108,87% ao ano, quase 11 vezes superior à Selic, que foi reduzida a 9,75% pelo Comitê de Política Monetária do BC no dia 7 de março.
Tecnicamente, como denunciou a presidente, não há justificativa para esta conduta dos bancos, que traduz uma espécie de agiotagem institucionalizada. O governo não ficou nas palavras. Determinou aos bancos públicos (Banco do Brasil e Caixa Econômica Federal) a redução das taxas para quebrar o oligopólio constituído no ramo em torno das taxas exorbitantes e forçar a concorrência.
A oligarquia da agiotagem não gostou. Chorando de barriga cheia, os bancos privados alegam que não têm condições de reduzir o spread sem uma contrapartida do governo e apresentaram ao Ministério da Fazenda uma lista de 20 reivindicações, entre elas a desoneração tributária da intermediação financeira (IOF e Confins) e a redução gradativa dos depósitos compulsórios.
Ora, quem precisa de contrapartida nas medidas adotadas pelo governo em benefício dos empresários é a classe trabalhadora, sobre quem os capitalistas descarregam praticamente todo o ônus da crise, com demissões, redução de direitos e de salários e alongamento das jornadas. O mínimo que se deve fazer para minorar o sofrimento das famílias trabalhadoras, em tais ocasiões, é garantir o emprego, compromisso que o empresariado não quer assumir.
A verdade é que os banqueiros, embriagados pela ganância, não querem abrir mão sequer de um centavo dos lucros colossais que auferem e mal disfarçam o desejo de abocanhar um pouco mais forçando novas renúncias fiscais da União. Conforme levantamento da consultoria Economática, divulgado nesta quarta (11), o lucro do setor bancário brasileiro, que reúne 25 instituições financeiras, bateu novo recorde em 2011: foi de R$ 49,4 bilhões, com alta de 14% na comparação com 2010.
Conforme a Economática, tal desempenho, num ano em que a indústria de transformação praticamente estagnou (com crescimento pífio de 0,3%), corresponde ao maior lucro acumulado entre as empresas de capital aberto do país. No conjunto, as empresas analisadas registraram uma queda de 2,64% no lucro. Ou seja, graças aos juros extorsivos, os bancos engordaram os ganhos num ano crítico para a economia. É muito mais rentável investir no sistema financeiro que na produção.
A iniciativa dos bancos públicos, que já anunciaram a redução das taxas para várias modalidades de crédito, mostra que o chororô dos bancos privados não procede. O pronunciamento da presidenta contra a ganância excessiva da nossa oligarquia financeira merece todo apoio da nossa classe trabalhadora. A CTB continuará lutando, ao lado das outras centrais e amplas parcelas da nossa sociedade, para a redução da taxa básica dos juros, dos spreads abusivos e dos lucros auferidos pelo sistema financeiro em detrimento do consumo e da produção.

Por Wagner Gomes, na página da CTB – Via Vermelho
*Ocarcará

Cachoeira pode afogar a Editora Abril: Deputado quer Civita interrogado pela CPI

Rodrigo Vianna em seu Blog do Escrevinhador

Saiu no R 7: o deputado Fernando Ferro (PT/PE) vai pedir que Roberto Civita (dono da Abril) seja convocado para depor na CPI do Cachoeira.

A CPI deve mesmo ser instalada. Houve acordo entre os presidentes da Câmara e do Senado, para que seja criada Comissão Mista – com representantes das duas casas.

Importante: a CPI tem força legal para pedir ao Supremo todos os autos do processo. O STF decretou sigilo do caso. Correm em Brasília boatos de que, além do diretor da Veja, haveria outros jornalistas da chamada grande imprensa citados nos autos. Ou seja: mais gente se banhou na cachoeira. Estranhamente, a Globo tinha solicitado acesso aos autos. Interesse jornalístico? Ou medo? No mesmo dia, o site Carta Maior também pediu acesso à íntegra do processo. O que fez o Supremo? Fechou tudo.
Agora, a CPI pode lançar luz sobre tudo que está lá. A situação mais complicada, não resta dúvida, é a da editora Abril. Há oito anos, a Veja abre espaço para todo tipo de “operação” jornalística. Colunistas fanfarrões e irresponsáveis (um deles até fugiu do Brasil) chafurdam na lama, repórteres são “obrigados” (!) a provar teses malucas (como a de que o PT trouxe dinheiro de Cuba em caixas de uísque, para ajudar na campanha de Lula), e a revista abre espaço para capas lamentáveis – como aquela em que Lula levava um chute no traseiro, ou aquela outra (“barriga” monumental) em que a Veja comemorava a queda de Chavez em 2002, no momento exato em que o presidente da Venezuela debelava o golpe e voltava ao poder nos braços do povo.
Essa foi a “obra” dos comandados de Bob Civita. A cereja no bolo é a relação promíscua com Cachoeira. Bob Civita corre o risco de virar um Murdoch. A Veja se banhou na Cachoeira, com mais de 200 telefonemas. A Veja também teria-se abastecido com arapongas de Cachoeira para criar o “mensalão”? Foi o que disse o ex-prefeito de Anápolis a PH Amorim, na Record.
Hoje [10/4], Hildegard Angel lembra o que Bob Jefferson disse, em sua defesa ao STF: o “mensalão” não era bem um mensalão. Era o quê? “Força de expressão”?
E agora?
Eu diria que, dos dois Bobs, Jefferson está em melhor situação. Bob Civita é quem corre risco de se afogar na cachoeira de lama para onde a Veja tentou arrastar o Brasil.
Confiram abaixo a notícia do R7.
Filippo Cecilio, do R7
O deputado federal Fernando Ferro (PT/PE) defendeu nesta terça-feira (10) que o empresário Roberto Civita, proprietário da Editora Abril, seja convocado para depor na CPMI (Comissão Parlamentar Mista de Inquérito) que será instalada no Congresso para investigar as ligações entre parlamentares, integrantes do judiciário e o bicheiro Carlinhos Cachoeira, preso em fevereiro pela operação Monte Carlo da Polícia Federal.
– A revista [Veja] teria de ser ouvida para prestar esclarecimentos sobre essa ligação estreita entre ela e esse elemento. Pretendo ser um dos membros dessa CPMI, e essa é a minha manifestação. É natural que se coloque para falar alguém representando uma revista que teve 200 ligações com esse elemento para que se explique.
Nos grampos efetuados pela PF, aparecem telefonemas de Cachoeira para o diretor da revista em Brasília, Policarpo Jr. As gravações levantam suspeitas de que o bicheiro encomendava matérias de seu interesse para lhe favorecer os negócios ou então prejudicar seus inimigos.

Ferro afirmou que a convocação atenderia a um sentimento de diversos parlamentares:

– Várias pessoas de empresas, órgãos do governo e membros do judiciário deverão ser chamadas pra esclarecer esse tipo de convivência com esse elemento.

Nesta terça, os presidentes da Câmara, Marco Maia (PT/SP), e do Senado, José Sarney (PMDB/AP), selaram um acordo para a instalação da CPMI. De acordo com Marco Maia, os dois presidentes vão conversar com os líderes das duas casas para chegar a uma redação única para o requerimento de criação da CPMI. As assinaturas devem ser coletadas até o final desta semana.

Para que a comissão seja instaurada, são necessárias as assinaturas de 171 deputados e 27 senadores. Para evitar que os trabalhos da CPMI sejam interrompidos durante o período eleitoral, Maia já afirmou que terão prioridade na composição da comissão os parlamentares que não sejam candidatos a prefeito ou vereador nas eleições do segundo semestre.

A assessoria de imprensa do Grupo Abril foi procurada, mas a reportagem não conseguiu o contato.
*Limpinhoecheiroso

Após fim de greve conturbado, professores municipais querem mudar o sindicato

Os professores de SP não se submetem ao banditismo tukkkano



O que ocorreu ontem na Praça do Patriarca foi um GOLPE despudorado, a direita paulistana perdeu a vergonha na cara, essa escória fará de tudo para se manter parasitando o povo dessa cidade. Claudio Fonseca é apenas mais um membro da quadrilha que manda na nossa cidade, e membro dos menores, visto a demora de seus superiores em lhe enviar ajuda. O protesto dos professores que espezinharam a vida da cúpula canalha do SINPEEM por mais de duas horas marca a posição de uma categoria que está disposta a lutar até o fim por seus direitos.


Os professores da rede pública de ensino da capital paulista retornaram às atividades hoje (11), após nove dias de paralisação. Segundo professores ouvidos pela reportagem, o retorno expôs “a situação vexatória” da categoria e o “lamentável desfecho” do movimento, que chegou a atingir 90% das escolas. Nos próximos dias, lideranças contrárias à ação do sindicato, que encerrou a greve de forma conturbada, vão consultar os trabalhadores e debater a forma de adequar a atuação sindical às necessidades da categoria. A pedido dos entrevistados, os nomes foram alterados.
Segundo a professora Patrícia, o clima nas escolas é de “indignação geral”, mesmo entre os professores municipais que não entraram em greve. A situação se deve ao desfecho do movimento na noite de ontem (10), quando o presidente do Sindicato dos Profissionais em Educação no Ensino Municipal em São Paulo (Sinpeem), Claudio Fonseca, também vereador do PPS, base aliada do prefeito Gilberto Kassab (PSD), encerrou a reunião depois de avaliar que a votação da assembleia teria indicado o retorno às aulas.
Durante a votação, os trabalhadores ficaram divididos e Fonseca não aceitou a indicação dos grevistas de realizar nova consulta, para que não houvesse dúvidas. O sindicalista não acatou a sugestão da assembleia e tentou sair do local após decretar o fim da paralisação. O caminhão de som onde Fonseca estava, na praça do Patriarca, centro da capital, foi cercado por trabalhadores que impediram sua saída por duas horas, enquanto pediam nova votação. O presidente do sindicato só conseguiu deixar o local por volta das 18 horas, escoltado pela Polícia Militar.
“Ele potencializou o tumulto porque, depois de mais de 20 anos no sindicato, está ciente da indignação dos professores com as condições de trabalho, com o alto índice de adoecimento. A ação dele instigou uma massa tensionada no seu limite”, disse Patrícia.
Para o professor Alexandre, a reação da direção do sindicato foi de “tirania”. “Não se termina uma greve de grandes proporções dessa forma, com tirania e contra a opinião da assembleia”, disse. “O clima é de repúdio nas escolas. Mesmo de quem não foi à assembleia.”


Enfrentamento

Lideranças de diversos “agrupamentos” contrários à atuação da diretoria do Sinpeem estão organizando fóruns de discussões nas regiões para definir os próximos passos da categoria. No sábado (14), os grupos reúnem-se para organizar um “comitê de enfrentamento”.
Na segunda-feira (16), o sindicato realiza eleição para representantes do Conselho Geral, a segunda instância deliberativa da entidade, mas as lideranças temem que o pleito seja direcionado. “Temos desconfiança sobre a organização das eleições. Ninguém teve acesso à comissão eleitoral. Nem o estatuto da entidade é publicado no site”, disse a docente.
*Cappacete