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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

segunda-feira, abril 16, 2012

Publicada lei que declara Paulo Freire patrono da educação brasileira

Christina Machado
Repórter da Agência Brasil

O Diário Oficial da União publica hoje (16) a lei que declara o educador Paulo Freire patrono da educação brasileira. O projeto de lei foi aprovado no início de março pela Comissão de Educação, Cultura e Esporte do Senado, em decisão terminativa, por unanimidade.
Paulo Reglus Neves Freire (1921-1997) foi educador e filósofo. Considerado um dos principais pensadores da história da pedagogia mundial, influenciou o movimento chamado pedagogia crítica. Sua prática didática fundamentava-se na crença de que o estudante assimilaria o objeto de análise fazendo ele próprio o caminho, e não seguindo um já previamente construído.
Freire ganhou 41 títulos de doutor honoris causa de universidades como Harvard, Cambridge e Oxford. Foi preso em 1964, exilou-se depois no Chile e percorreu diversos países, sempre levando seu modelo de alfabetização, antes de retornar ao Brasil em 1979, após a publicação da Lei da Anistia.
Edição: Talita Cavalcante

*Esquerdopata

De acordo com a imprensa corrupta brasileira, Hillary Clinton não pode se divertir. Parabéns secretária!

Após a cerveja, Hillary vem ao Brasil




Em Cartagena, Hillary aproveitou para conhecer uma boate colombiana (STR/AFP)
Em Cartagena, Hillary aproveitou para conhecer uma boate colombiana

A secretária de Estado norte-americana, Hillary Clinton, inicia a partir de hoje uma série de compromissos oficiais no Brasil. ela tinha a chegada confirmada para a madrugada. Seus compromissos incluem reuniões com entidades brasileiras da indústria e do comércio, além de um encontro bilateral com o ministro das Relações Exteriores, Antonio Patriota. Amanhã, Hillary comparece, ao lado da presidente Dilma Rousseff, da 1ª Conferência Anual de Alto Nível da Parceria para Governo Aberto, lançada há oito meses pelos dois governos para debater meios de prevenir a corrupção, promover a transparência e utilizar novas tecnologias para o empoderamento dos cidadãos.

Esta manhã, Hillary e a delegação americana participam da 3ª Reunião do Diálogo de Parceria Global Brasil-EUA. O objetivo do evento é aprofundar os acordos que os EUA e o Brasil assinaram durante a visita do presidente Barack Obama ao Brasil em 2011 e a recente visita da presidente Dilma aos EUA. Em seguida, a secretária de Estado norte-americana participa de uma cerimônia na sede da Confederação Nacional da Indústria (CNI), promovida pela entidade e pela Câmara Americana de Comércio (Amcham). A viagem também tratará dos detalhes sobre o funcionamento dos novos consulados em Belo Horizonte e Porto Alegre.

Hillary desembarca no Brasil depois de ser fotografada dançando e bebendo cerveja em um bar de Cartagena, Colômbia, com membros da delegação norte-americana durante a Cúpula das Américas. (PF)

Charge do Dia


demostenes-cachoeira

Para não investigar as ligações criminosas Demóstenes-Cachoeira, a Veja vem de "mensalão"



É mais do que sintomático o comportamento da Veja, cuja matéria capa desta semana tenta tirar os holofotes das gravíssimas denúncias em torno do esquema criminoso comandado pelo contraventor e empresário Carlos Cachoeira, com tentáculos em esquemas de governo e no qual estão envolvidos políticos de diversos partidos, muito especialmente os da oposição.
Para desviar o foco das investigações e da mobilização pela instalação de uma CPI no Congresso Nacional, a Veja vem com a tese de que o PT quer usar a CPI para investigar as ligações entre Cachoeira, o senador Demóstenes Torres (ex-DEM, hoje sem partido) e outros políticos para encobrir o chamado “escândalo do mensalão”. E para que os envolvidos não sejam julgados.
Nada mais falso. Eu sou réu neste processo e sempre disse que quero ser julgado para provar a minha inocência. O que a Veja quer fazer, secundada por outros veículos da grande mídia, é transferir ao PT o seu modus operandi de jogar poeira nos olhos dos leitores para turvar a realidade, desviar o foco e anestesiar os fatos para construir a pauta política que lhe convém. No caso, tenta, desde 2005, quando eclodiu o escândalo do uso de recursos de caixa dois para pagar dívidas de campanha de partidos da base do governo Lula, transformar o crime eleitoral em crime político de compra de votos de congressistas em matérias de interesse do governo. E segue ignorando os autos do processo.
Pressão aos juízes
O que ocorre agora é mais um movimento dessa campanha, centrada na pressão aos juízes do STF para um julgamento político do “mensalão”, no lugar de um julgamento baseado em fatos e provas. Nada de novo, com o agravante de que, ao trazer o escândalo do “mensalão” para o centro dos debates tentando atropelar o julgamento do processo, tem claramente o interesse de confundir o público e tirar os holofotes do escândalo da ligação de Cachoeira com o senador Demóstenes, e da cadeia de interesses dela decorrente.
Só para lembrar: o caso do mensalão emergiu dentro do escândalo Cachoeira-Demóstenes pelo fato de o ex-prefeito de Anápolis, Ernani José de Paula, ter denunciado que a gravação de entrega de propina nos Correios em 2005 – que deu origem à CPI dos Correios e ao mensalão – foi patrocinada pelo esquema de Cachoeira.
Na esteira dessa gravíssima denúncia de relações e contaminação da máquina pública por interesses privados e criminosos, uma triste constatação. A de que alguns órgãos de imprensa, onde se destaca a Veja, pretensa guardiã da ética e bons costumes das elites, serviram-se de informações engendradas no esquema criminoso de Cachoeira para produzir matérias denuncistas. Que fatídica aliança! Com esta matéria de capa, a Veja tenta livrar sua própria pele e escamotear seus métodos de fazer jornalismo que atentam contra a ética da profissão; em suma, contra a democracia.
José Dirceu
No Blog do Zé

Azeredo, pai do mensalão, se banhou na cachoeira


O ex-governador mineiro Eduardo Azeredo, que foi o primeiro a utilizar o esquema Marcos Valério, também fez negócios com empresas de Carlos Cachoeira; bicheiro teve concessão para fazer negócios com a Loteria Mineira e deixou prejuízo estimado em R$ 286 milhões
O ex-governador de Minas Gerais, Eduardo Azeredo, do PSDB, tem cumprido uma triste sina. Em 2005, quando o escândalo do mensalão ameaçava o mandato de Lula, descobriu-se que o esquema Marcos Valério foi gestado em sua administração (1995-1999) à frente do Palácio da Liberdade. Graças a isso, os petistas conseguiram neutralizar parte dos ataques. As agências de publicidade de Valério, DNA e SMPB, tiveram papel decisivo no financiamento de campanha de Azeredo à reeleição – numa disputa em que ele foi derrotado para Itamar Franco.
Agora, vem à tona uma nova ligação constrangedora de Azeredo. Foi também na administração Azeredo, que Carlos Cachoeira conseguiu exportar seus negócios ligados à jogatina de Goiás para outros estados do Brasil. A Jogobrás, subsidiária da Gerplan, empresa de Cachoeira, explorou em Minas uma loteria privada chamada Sorteca. A concessão também permitiu que o bicheiro explorasse caça-níqueis no estado, em parceria com a multinacional americana GTech.
Em Minas, Cachoeira já tinha o hábito de gravar encontros com autoridades. Uma de suas fitas derrubou o ex-procurador-geral Márcio Decat e toda a cúpula da Loteria Mineira. À época, o jornal Estado de Minas publicou diversas reportagens sobre os negócios de Cachoeira no estado. Graças a elas, as vídeo-loterias foram suspensas.
Neste domingo, uma reportagem do jornal Estado de Minas revela que os contratos feitos na gestão de Azeredo causaram prejuízos de mais de R$ 286 milhões ao governo mineiro.

Cachoeira em Minas: negócios antigos

Os tentáculos dos negócios do bicheiro Carlinhos Cachoeira em Minas Gerais mostram negócios em pelo menos seis empresas do estado. Há mais de duas décadas o contraventor atua em Uberlândia, Araxá e Belo Horizonte. Hoje, o contraventor toca apenas uma dessas seis empresas: a Bet Capital, de Araxá, no Triângulo Mineiro.
Cachoeira é investigado pelo Ministério Público estadual desde 2000. Em 2003, ele operou, sem licitação, jogos da Loteria do Estado de Minas Gerais, por meio da Jogobrás do Brasil Ltda, que pertencia a ele. Em julho de 2000, um documento da Loteria Mineira revela prejuízo de R$ 286,3 milhões durante a gestão do ex-governador Eduardo Azeredo, do PSDB.
Leia abaixo reportagem de Alessandra Mello, Alice Maciel e Maria Clara Prates publicada no jornal Estado de Minas:

Acusado de corrupção, bicheiro Carlinhos Cachoeira já comandou seis empresas em Minas

O contraventor Carlos Augusto de Almeida Ramos, o Carlinhos Cachoeira, preso durante a Operação Monte Carlo, tem em Minas Gerais um importante território para a operação dos seus negócios ilegais com o jogo. Cachoeira, assim como seu parceiro, o senador goiano Demóstenes Torres (sem partido), montou empresas no estado em diversas áreas de atuação, há mais de duas décadas, em Uberlândia, no Triângulo mineiro, e em Araxá, no Alto Paranaíba, além de Belo Horizonte. O bicheiro, acusado também de corrupção e formação de quadrilha, já esteve à frente de seis empresas no estado, mas atualmente toca apenas uma delas, a filial da Bet Capital, instalada em Araxá, onde aparece como representante legal . Essa empresa abocanhou um contrato milionário com a prefeitura, já encerrado, mas ainda sob investigação do Ministério Público Estadual por suspeita de superfaturamento na prestação dos serviços.
De acordo com relatório da Procuradoria da República em Goiás, pelo menos 4% dos negócios do contraventor, que já foi dono de, no mínimo, 59 empresas em todo o país, sendo 38 ativas, é movimentado em Minas. No entanto, interceptações telefônicas, feitas pela Polícia Federal com autorização judicial revelam que as empresas legais serviam, na verdade, para ocultar as transações com as máquinas caças-níqueis. Em um diálogo, em julho do ano passado, Lenine Araújo de Souza, sócio da empresa Capital, em Araxá, conversa com um parente de Cachoeira sobre uma comissão de 30% paga a donos de caças-niquéis e um sistema de gerenciamento dos jogos que estava sendo implantado em Uberlândia.
Em outra interceptação, Idalberto Matias, conhecido como Dadá, araponga de Cachoeira, conversa com uma pessoa identificada apenas como professor sobre o esquema de jogos na capital mineira. Na conversa, o “professor” diz a Dadá que vai viajar a Belo Horizonte para se encontrar com uns políticos, “gente forte da área lá” para resolver uma pendência. O inquérito da PF não traz detalhes sobre o negócio.
Desde 2000, Cachoeira vem sendo investigado pelo Ministério Público Estadual (MPMG). A Promotoria de Combate ao Crime Organizado do MPMG iniciou uma devassa nos negócios dele em Minas, mas decisão do Conselho de Procuradores barrou a iniciativa, por entender, que as investigações de contravenção penal, são de responsabilidade do Juizado Especial Criminal. Em 2003, o bicheiro foi protagonista de um escândalo em Minas por operar, sem licitação, jogo da Loteria do Estado de Minas Gerais por meio da Jogobrás do Brasil Ltda, empresa que pertencia a ele.
Documento elaborado pela Assessoria de Planejamento e Coordenação da Loteria Mineira, em julho de 2000, revela que o contrato firmado causou um prejuízo da ordem de R$ 286.254.760 durante a gestão do ex-governador Eduardo Azeredo (PSDB).
Os negócios e as relações políticas de Cachoeira, em Goiás e Minas, tiveram a força de atrair até Goiânia uma comissão de deputados da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG), para conhecer uma iniciativa de projeto de lei para regulamentar a jogatina naquele estado. Na ocasião, em 2002, a comissão foi recepcionada pelo secretário de Segurança Pública de Goiás, o então promotor de Justiça Demóstenes Torres, no governo de Marconi Perillo (PSDB). Hoje, o senador e Perillo (PSDB), que retornou ao governo de Goiás no ano passado, são suspeitos de beneficiar o bicheiro Carlinhos Cachoeira, conforme investigação da Procuradoria da República daquele estado. A iniciativa dos parlamentares mineiros, no entanto, não rendeu os frutos desejados. O MPMG, depois da acusação de envolvimento do então procurador-geral de Justiça de Minas Márcio Decat com a jogatina, fez uma dura investida contra os bingos, caça-níqueis e jogo de bicho, enterrando a possibilidade de legalização da contravenção.

Assim como Carlinhos Cachoeira, o senador Demóstenes Torres tem empresa em Minas

Seguindo os passos do bem-sucedido Carlos Cachoeira, ao decidir se arriscar no mundo dos negócios, o senador goiano Demóstenes Torres (sem partido), escolheu Minas para receber sua primeira empresa, uma faculdade em Contagem, na região metropolitana da capital. Em 2008, Demóstenes se associou a sua assessora no Senado, Renata Carla de Castro Costa, e ao empresário Marcelo Henrique Limírio Gonçalves para criar o Instituto de Nova Educação Ltda. A composição societária da faculdade terminou por revelar mais uma vez que os caminhos de Demóstenes e Cachoeira se cruzam com frequência. Limírio é sócio do contraventor na empresa ICF – Instituto de Ciências Famarcêuticas de Estudos e Pesquisa Ltda, em Goiânia, que teria faturado R$ 30 milhões em 2010. A ICF, na verdade, está registrada em nome da ex-mulher de Cachoeira, Andréa Aprígio de Souza e fornece testes para laboratórios.
Limírio é dono da empresa Hypermarcas, que integra o conglomerado de empresas Bionovis, e fez negócio de pai para filho com Demóstenes Torres. Ele investiu R$ 600 mil no negócio, sendo que coube ao senador a aplicação de R$ 200 mil divididos em 25 prestações de R$ 8 mil mensais, quitadas há dois anos. Registrada em 2008, a faculdade foi inaugurada no final de 2009 com um coquetel que contou com a presença de Demóstenes. A comemoração foi feita na própria sede da universidade, que oferece cursos de administração, ciências contábeis, direito, farmácia e enfermagem. A terceira sócia de Demóstenes, Renata Costa, passou a ser diretora-executiva da instituição depois de ser exonerada do cargo de chefe de gabinete do senador. Antes de se mudar para Brasília, ela ocupou um cargo comissionado na Assembleia Legislativa de Minas. Sua participação foi adquirida nas mesmas condições de Demóstenes Torres.
De acordo com o Ministério Público, manter relação com o contraventor Cachoeira não é crime. No entanto, as investigações da Procuradoria tentam esclarecer o enriquecimento rápido daqueles que transitam por sua rede de negócios. A faculdade do político em Minas é um dos alvos da apuração. Ontem, a diretora Renata Costa negou que o instituto tenha qualquer vinculação com as investigações da Procuradoria da República em Goiás. Garantiu não conhecer o contraventor, mesmo tendo sido chefe de gabinete de Demóstenes. Disse ainda que desconhecia o relacionamento de seus sócios com Carlinhos Cachoeira. “Eu os conheço apenas profissionalmente. Não tenho qualquer conhecimento da vida pessoal deles”, diz. O envolvimento de Demóstenes foi revelado no final de fevereiro, quando Cachoeira e mais 34 pessoas foram presas durante a Operação Monte Carlo, que fez devassa na organização criminosa especializada na exploração do jogo.
O senador é acusado de tráfico de influência para favorecer o contraventor depois da interceptação de telefonemas entre Demóstenes e Cachoeira, que chegaram a quase 300. Nele, o político chama Carlinhos Cachoeira de “professor” e demonstra preocupação com projetos de lei em tramitação que possam prejudicar os negócios do amigo. Em uma delas fica, ele deixa claro sua posição ao assumir o lobby pela legalização do jogo no Brasil. Além disso, Demóstenes recebeu vários mimos de presente de Cachoeira.
No Brasil 247
*Militanciaviva

Presidenta e presidente conversam e riem do desespero da imprensa corrupta, golpista, ultra racista e ladra brasileira

*Justiceiradeesquerda

Presidente da Câmara dos Deputados, Marco Maia, responde à veja

 

Deputado Marco Maia (PT-RS), presidente da Câmara dos Deputados
(Foto: Arquivo/PT)
Tendo em vista a publicação, na edição desta semana, de mais uma matéria opinativa por parte da revista Veja do Grupo Abril, desferindo um novo ataque desrespeitoso e grosseiro contra minha pessoa, sinto-me no dever de prestar os esclarecimentos a seguir em respeito aos cidadãos brasileiros, em especial aos leitores da referida revista e aos meus eleitores:
- a decisão de instalação de uma CPMI, reunindo Senado e Câmara Federal, resultou do entendimento quase unânime por parte do conjunto de partidos políticos com representação no Congresso Nacional sobre a necessidade de investigar as denúncias que se tornaram públicas, envolvendo as relações entre o contraventor conhecido como Carlinhos Cachoeira com integrantes dos setores público e privado, entre eles a imprensa;
- não é verdadeira, portanto, a tese que a referida matéria tenta construir (de forma arrogante e totalitária) de que esta CPMI seja um ato que vise tão somente confundir a opinião pública no momento em que o judiciário prepara-se para julgar as responsabilidades de diversos políticos citados no processo conhecido como “Mensalão”;
- também não é verdadeira a tese, que a revista Veja tenta construir (também de forma totalitária), de que esta CPMI tem como um dos objetivos realizar uma caça a jornalistas que tenham realizado denúncias contra este ou aquele partido ou pessoa. Mas posso assegurar que haverá, sim, investigações sobre as graves denúncias de que o contraventor Carlinhos Cachoeira abastecia jornalistas e veículos de imprensa com informações obtidas a partir de um esquema clandestino de arapongagem;
- vale lembrar que, há pouco tempo, um importante jornal inglês foi obrigado a fechar as portas por denúncias menos graves do que estas. Isto sem falar na defesa que a matéria da Veja faz da cartilha fascista de que os fins justificam os meios ao defender o uso de meios espúrios para alcançar seus objetivos;
- afinal, por que a revista Veja é tão crítica em relação à instalação desta CPMI? Por que a Veja ataca esta CPMI? Por que a Veja, há duas semanas, não publicou uma linha sequer sobre as denúncias que envolviam até então somente o senador Demóstenes Torres, quando todos (destaco “todos”) os demais veículos da imprensa buscavam desvendar as denúncias? Por que não investigar possíveis desvios de conduta da imprensa? Vai mal a Veja!;
- o que mais surpreende é o fato de que, em nenhum momento nas minhas declarações durante a última semana, falei especificamente sobre a revista, apontei envolvidos, ou mesmo emiti juízo de valor sobre o que é certo ou errado no comportamento da imprensa ou de qualquer envolvido no esquema. Ao contrário, apenas afirmei a necessidade de investigar tudo o que diz respeito às relações criminosas apontadas pelas Operações Monte Carlo e Vegas;
- não é a primeira vez que a revista Veja realiza matérias, aparentemente jornalísticas, mas com cunho opinativo, exagerando nos adjetivos a mim, sem sequer, como manda qualquer manual de jornalismo, ouvir as partes, o que não aconteceu em relação à minha pessoa (confesso que não entendo o porquê), demonstrando o emprego de métodos pouco jornalísticos, o que não colabora com a consolidação da democracia que tanto depende do uso responsável da liberdade de imprensa.
Dep. Marco Maia,
Presidente da Câmara dos Deputados
*comtextolivre

Marco Maia rasgou o “Cortinão”

A nota do presidente da Câmara, Marco Maia, por mais que a imprensa a esteja escondendo, acaba de reduzir praticamente a zero a possibilidade de abafarem-se as ligações entre Carlinhos Cachoeira e as campanhas de mídia que se desenvolveram (ou se desenvolvem, melhor dizendo) contra os governos Lula e Dilma.
Aliás, não é outra a razão de terem mandado sua nota pública para “a Sibéria do esquecimento”. Não a publicam.
Porque é o primeiro e mais forte gesto de oposição a uma estratégia perversa que, com um roteiro fácil de adivinhar, vinha sendo seguido pelos jornalões.
Tão fácil que foi antecipado aqui, há dias:
“Anotem aí: falta pouco, muito pouco, quase nada, nada mesmo para que se atribua a Lula e a José Dirceu o escândalo Cachoeira.”
Cabe hoje a Ricardo Noblat assumir que a CPI do Cachoeira não é uma imposição da dimensão do escândalo, mas uma conspiração perversa para encobrir o caso do “mensalão” e, pasmem, desestabilizar o Governo Dilma.
Conspiração de Lula e de José Dirceu, claro.
Folha, Estadão e O Globo, no final de semana, tiveram a mesma ideia, claro que casualmente.
Imprensar o novo presidente do STF, Carlos Ayres Brito, contra a parede, para colocar o caso do “Mensalão” sumariamente em julgamento.
Aliás, de preferência, um julgamento também sumário.
Que independa de provas, de contraditório. Afinal, o STM – Supremo Tribunal da Mídia – já condenou aquele que quer condenar: José Dirceu. Os outros 37 acusados nenhuma importância tem.
Porque a estratégia é simples: se Dirceu era o homem de confiança de Lula, condená-lo é condenar seu chefe.
Mas, aos 45 minutos do segundo tempo, apareceu a ligação entre Cachoeira e o centro da campanha de acusações contra o governo Lula. Apareceu a cumplicidade entre o bicheiro e o centro do “Comando Marrom”, a Veja.
Num movimento de manada, foram todos correr atrás de uma improvável proteção: a da presidente Dilma.
Eles, que “adoram” a Presidenta – todos recordam como provaram isso na campanha, não é? – estão preocupadíssimos com os efeitos que a CPI possa causar a seu governo… Chegam a psicografar diálogos privados entre a Presidenta e Lula, onde ela suplicaria para que o “malvado” não deixasse a CPI sair.
Só um completo pateta pode acreditar nessa história. Claro que Lula e Dilma podem ter visões diversas sobre o timing político, mas é muito mais evidente que Dilma sabe que tudo que atinge o ex-presidente a atinge e vice-versa, porque ambos são protagonistas e alicerces de um único processo de transformação da vida brasileira.
Mas o “Comando Marrom” julga o caráter das pessoas pelas suas próprias deformidades. Vive num mundo de troca de vantagens e privilégios, onde o heroi de hoje é o lixo de amanhã. Não foram a Veja e a Globo que tiraram Fernando Collor do anonimato e fizeram dele presidente da República, para depois lançarem-no à vala, acusado dos mesmos esquemas que o envolviam antes, quando era um simples oligarca local?
Marco Maia furou este balão.
A CPI sai e não esconderá  as ligações entre Cachoeira e a Veja.
Não é uma cortina de fumaça, mas o fim de uma cortina de fumaça com que se encobria objetivos políticos inconfessáveis.
Se houve ou não o “mensalão”, cabe ao Supremo, livremente, julgar. Mas à CPI cabe, agora, revelar o submundo de promiscuidade entre a Veja e um bandido.
O Brasil está na iminência de tornar-se uma República.
?
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Maia reduz a Veja a pó. E a mídia inteira silencia

Há, até agora, um silêncio completo dos sites dos grandes jornais sobre a nota emitida ontem, às 19 horas, pelo presidente da Câmara dos Deputados – a terceira posição na hierarquia de poder deste país – sobre o comportamento da revista Veja, que lhe imputa atitudes conspiratórias (?) ao defender a instalação de uma CPI sobre o caso do bicheiro Carlinhos Cachoeira.
A nota não podia ser mais clara e lúcida, a partir de seu título: “Por que a Veja é contra a CPMI do Cachoeira?”.
Nela, Maia diz o óvio, que toda a grande imprensa nega-se a admitir: que a CPI sairá por agordo quase unânime de todas as forças políticas.
- a decisão de instalação de uma CPMI, reunindo Senado e Câmara Federal, resultou do entendimento quase unânime por parte do conjunto de partidos políticos com representação no Congresso Nacional sobre a necessidade de investigar as denúncias que se tornaram públicas, envolvendo as relações entre o contraventor conhecido como Carlinhos Cachoeira com integrantes dos setores público e privado, entre eles a imprensa;
Qual é o problema, é chamar Cachoeira de contraventou e não de “empresário do ramo de jogos”, como faz a Veja? Ou é dizer que suas ligações com a imprensa devam ser também investigadas? A imprensa (ou a Veja, claro) está acima da lei?
O presidente da Câmara dá um basta a essa indignidade de dizer que apurar notórias irregularidade seria “cortina de fumaça”:
- não é verdadeira, portanto, a tese que a referida matéria tenta construir (de forma arrogante e totalitária) de que esta CPMI seja um ato que vise tão somente confundir a opinião pública no momento em que o judiciário prepara-se para julgar as responsabilidades de diversos políticos citados no processo conhecido como “Mensalão”;
E não tergiversa, como é comum acontecer no mundo da política, nem entra na conversa fiada de que conhecer a verdade é ameaçar a imprensa. Ora, isso só seria ameaça se a imprensa mente, não é verdade?
- também não é verdadeira a tese, que a revista Veja tenta construir (também de forma totalitária), de que esta CPMI tem como um dos objetivos realizar uma caça a jornalistas que tenham realizado denúncias contra este ou aquele partido ou pessoa. Mas posso assegurar que haverá, sim, investigações sobre as graves denúncias de que o contraventor Carlinhos Cachoeira abastecia jornalistas e veículos de imprensa com informações obtidas a partir de um esquema clandestino de arapongagem;
Maia manda o recado: ínvestigar isso é próprio de países civilizados e das democracias. E vai onde dói:
- vale lembrar que, há pouco tempo, um importante jornal inglês foi obrigado a fechar as portas por denúncias menos graves do que estas. Isto sem falar na defesa que a matéria da Veja faz da cartilha fascista de que os fins justificam os meios ao defender o uso de meios espúrios para alcançar seus objetivos;
O presidente da Câmara porta-se com uma altivez cada vez mais rara de encontrar-se nos homens públicos e brinda o país com um raríssimo momento em que se vê um deles indignar-se e reagir contra o abuso sistemático de uma publicação que se arvora em dona do país:
- afinal, por que a revista Veja é tão crítica em relação à instalação desta CPMI? Por que a Veja ataca esta CPMI? Por que a Veja, há duas semanas, não publicou uma linha sequer sobre as denúncias que envolviam até então somente o senador Demóstenes Torres, quando todos (destaco “todos”) os demais veículos da imprensa buscavam desvendar as denúncias? Por que não investigar possíveis desvios de conduta da imprensa? Vai mal a Veja!;
- o que mais surpreende é o fato de que, em nenhum momento nas minhas declarações durante a última semana, falei especificamente sobre a revista, apontei envolvidos, ou mesmo emiti juízo de valor sobre o que é certo ou errado no comportamento da imprensa ou de qualquer envolvido no esquema. Ao contrário, apenas afirmei a necessidade de investigar tudo o que diz respeito às relações criminosas apontadas pelas Operações Monte Carlo e Vegas;
- não é a primeira vez que a revista Veja realiza matérias, aparentemente jornalísticas, mas com cunho opinativo, exagerando nos adjetivos a mim, sem sequer, como manda qualquer manual de jornalismo, ouvir as partes, o que não aconteceu em relação à minha pessoa (confesso que não entendo o porquê), demonstrando o emprego de métodos pouco jornalísticos, o que não colabora com a consolidação da democracia que tanto depende do uso responsável da liberdade de imprensa.
O deputado Marco Maia vai ser jurado de morte por essa organização, como diz ele, autoritária e totalitária.  Mas abre, à custa de seu próprio pescoço, uma gigantesca esperança de que a verdade possa surgir e que este país seja, de verdade, libertado das máquinas de poder político que, derrotadas sucessivamente nas eleições, continuam a impingir, pela via da manipulação, a decisão sobre que é ou não é honesto.
E que não se acanha em fazer, sobre as instituições políticas e judiciais, o lobby do terror, do medo, da intimidação.
É escandaloso que o restante da imprensa mantenha este silêncio. Gostem ou não do que disse Marco Maia isso é notícia e notícia das mais importantes.
Se esse silêncio orquestrado não é golpismo, o que é?
*Tijolaço

Marco Maia manda a Veja parar de espernear contra a CPI do Cachoeira

O Presidente da Câmara dos Deputados, Marco Maia (PT/RS), emitiu nota em resposta à revista Veja. Eis a íntegra (os grifos e negritos são nossos):

Por que a Veja é contra a CPMI do Cachoeira?

Tendo em vista a publicação, na edição desta semana, de mais uma matéria opinativa por parte da revista Veja do Grupo Abril, desferindo um novo ataque desrespeitoso e grosseiro contra minha pessoa, sinto-me no dever de prestar os esclarecimentos a seguir em respeito aos cidadãos brasileiros, em especial aos leitores da referida revista e aos meus eleitores:

- a decisão de instalação de uma CPMI, reunindo Senado e Câmara Federal, resultou do entendimento quase unânime por parte do conjunto de partidos políticos com representação no Congresso Nacional sobre a necessidade de investigar as denúncias que se tornaram públicas, envolvendo as relações entre o contraventor conhecido como Carlinhos Cachoeira com integrantes dos setores público e privado, entre eles a imprensa;

- não é verdadeira, portanto, a tese que a referida matéria tenta construir (de forma arrogante e totalitária) de que esta CPMI seja um ato que vise tão somente confundir a opinião pública no momento em que o judiciário prepara-se para julgar as responsabilidades de diversos políticos citados no processo conhecido como "Mensalão";

- também não é verdadeira a tese, que a revista Veja tenta construir (também de forma totalitária), de que esta CPMI tem como um dos objetivos realizar uma caça a jornalistas que tenham realizado denúncias contra este ou aquele partido ou pessoa. Mas posso assegurar que haverá, sim, investigações sobre as graves denúncias de que o contraventor Carlinhos Cachoeira abastecia jornalistas e veículos de imprensa com informações obtidas a partir de um esquema clandestino de arapongagem;

- vale lembrar que, há pouco tempo, um importante jornal inglês foi obrigado a fechar as portas por denúncias menos graves do que estas. Isto sem falar na defesa que a matéria da Veja faz da cartilha fascista de que os fins justificam os meios ao defender o uso de meios espúrios para alcançar seus objetivos;

- afinal, por que a revista Veja é tão crítica em relação à instalação desta CPMI? Por que a Veja ataca esta CPMI? Por que a Veja, há duas semanas, não publicou uma linha sequer sobre as denúncias que envolviam até então somente o senador Demóstenes Torres, quando todos (destaco "todos") os demais veículos da imprensa buscavam desvendar as denúncias? Por que não investigar possíveis desvios de conduta da imprensa? Vai mal a Veja!;

- o que mais surpreende é o fato de que, em nenhum momento nas minhas declarações durante a última semana, falei especificamente sobre a revista, apontei envolvidos, ou mesmo emiti juízo de valor sobre o que é certo ou errado no comportamento da imprensa ou de qualquer envolvido no esquema. Ao contrário, apenas afirmei a necessidade de investigar tudo o que diz respeito às relações criminosas apontadas pelas Operações Monte Carlo e Vegas;

- não é a primeira vez que a revista Veja realiza matérias, aparentemente jornalísticas, mas com cunho opinativo, exagerando nos adjetivos a mim, sem sequer, como manda qualquer manual de jornalismo, ouvir as partes, o que não aconteceu em relação à minha pessoa (confesso que não entendo o porquê), demonstrando o emprego de métodos pouco jornalísticos, o que não colabora com a consolidação da democracia que tanto depende do uso responsável da liberdade de imprensa.

Dep. Marco Maia,
Presidente da Câmara dos Deputados
Em 15 de abril de 2012
*osamigosdopresidentelula

Espanha & rei foram caçar e caíram do cavalo

 

Não poderia haver uma metáfora melhor para esclarecer a situação atual da Espanha. Com os euros derramados pelos bancos europeus, os espanhóis foram às compras e o rei Juan foi à caça, literalmente. Anacrônica como a existência da famiglia real, a caça aos búfalos ou elefantes continua sendo um “esporte” para o real boquirroto. O mequetrefe caiu do cavalo e fraturou uma perna. A Espanha está mal das pernas. Eles se merecem.
Editorial:
‘Percance real’
Los viajes privados del Jefe del Estado deberían ser también comunicados de manera oficial
El Rey ya camina con muletas y descansa sin calmantesLos médicos resaltan que el Monarca puede mover ya la cadera operada hasta 90 grados
El Rey ha podido descansar sin necesidad de calmantes esta noche y ya camina con muletas. El hospital San José de Madrid, donde se encuentra ingresado, ha difundido este mediodía el segundo parte médico del estado del Jefe del Estado tras ser operado de una fractura de cadera con artrosis. "Su evolución ha sido muy positiva", reza el comunicado, "a primera hora de la mañana se le ha practicado la primera cura posoperatoria y ha continuado con las sesiones de protocolo de recuperación intensiva. Consisten en masaje de drenaje y movilizaciones activas y pasivas". El documento, firmado por el cirujano Ángel Villamor y el jefe del Servicio Médico de la Casa del Rey dice: "Esta mañana ha llegado con facilidad y sin dolor a una flexión [de la cadera operada] de 90 grados y ha caminado con total autonomía ayudándose de dos muletas"

Ell presidente del Gobierno, Mariano Rajoy, ha sido la primera autoridad en visitar a don Juan Carlos. Ayer la Casa del Rey pidió que se evitara molestar al Rey. Solo el príncipe y la infanta Elena con su hija Victoria pudieron verle. Fuentes oficiales señalan que don Juan Carlos está con muy buen ánimo y deseando acelerar la recuperación.

Esta tarde está previsto con los príncipes de Asturias visiten al Rey acompañados de sus hijas las infantas Leonor y Sofía. También acudirá a la clínica la infanta Elena quien tiene que atender a su hijo Felipe, ingresado desde el lunes por un disparo de escope en el pie.

La reina llegará mañana por la mañana a Madrid en vuelo regular desde Grecia y se dirigirá directamente al hospital para conocer el estado de salud de don Juan Carlos. Ayer la infanta Elena aseguró que tanto la reina como la infanta Cristina está permanentemente en contacto para seguir la evolución del monarca.

Los médicos que han atendido a Don Juan Carlos tras el accidente que sufrió en la madrugada del jueves al viernes mientras participaba en una cacería de elefantes en Botsuana creen que en "uno o dos meses" el monarca ya estará haciendo su vida normal. Mientras, será su hijo, el Príncipe Felipe, quien asuma su agenda.

El Príncipe acudió a la clínica ayer a última hora y pudo ver al Rey: “Está muy bien, muy animado, con hambre y deseando enseguida levantarse y volver a la actividad”, explicó. Por la tarde también había recibido la visita de la infanta Elena, acompañada de su hija Victoria, tras presidir un acto por la mañana.

En la operación, que duró dos horas y cuarto, los cirujanos le colocaron al Rey una prótesis en la cadera. Para explicar la intervención, los médicos se ayudaron ayer de varios gráficos y de un modelo de la prótesis. La cirugía, dijo el doctor Ángel Villamor, ha servido tanto para resolver la fractura producida por la caída como para solucionar una artrosis en esa misma cadera que le provocaba molestias. "De ahí que la operación se haya alargado y hayamos aplicado una cirugía válida para solucionar ambos problemas", añadió.

"Con esa prótesis", continuó, "pretendemos no tener le que operar nunca más de esa cadera. La fractura tenía varios trazos, y suponía un estallido de la zona más alta del fémur. Hemos conseguido sustituir la articulación desgastada por una prótesis aprovechando que teníamos que sintetizar la fractura que se había producido. El resultado ha sido satisfactorio y tras la intervención Su Majestad ha pasado a la UCI. A las ocho horas ya ha subido a la habitación. Está sin dolores y prevemos que esta tarde haga la primera sesión de fisioterapia".

Respecto a los plazos de recuperación, Villamor calificó el caso de "especial" por asociarse las dos lesiones y las dos cirugías en una. "Esperamos que esté ingresado cuatro o cinco días. Normalmente, en uno o dos meses el paciente está haciendo actividad física normal, pero creemos que ya en una semana o 10 días podría estar haciendo labores de despacho". Preguntado si esa "actividad física normal" incluía sus aficiones, por ejemplo la caza, el doctor respondió: "Tenemos pacientes operados de cadera, un cuñado mío, que hace alta montaña con dos operaciones. Lo normal es que se olvide de sus caderas y pueda hacer su actividad normal. Además, las molestias que sufría las hemos subsanado. No debe tener ninguna limitación".

Los médicos han desvelado que el viaje de vuelta a Madrid se hizo con celeridad y sin problema alguno. De hecho, enfatizaron, "el Rey vino sentado normalmente en el avión, que no estaba medicalizado". "Teníamos un médico intensivista con su Majestad, peor no hubo que hacer nada especial", explicó Avelino Barros, jefe de los servicios médicos de la Casa del Rey.

El accidente fue en la madrugada del jueves al viernes, en la residencia en la que se encontraba en Botsuana, cuando se dirigía al cuarto de baño. En ese momento, el rey Juan Carlos sufrió un tropezón en un escalón que le provocó la caída y la fractura. Concretamente sufrió "una torsión de cadera derecha, que causó una rotura en la parte superiór del fémur". Este es el diagnóstico que ayer hizo público el doctor Villamor sobre el percance sufrido por el Rey cuando se encontraba participando en una cacería de elefantes.

Cuatro operaciones en menos de dos años, tres de ellas de traumatología, permiten calificar al Rey como reincidente en este tipo de daños. Villamor utilizó este hecho para enfatizar la fortaleza anímica de don Juan Carlos: "Desde el primer momento nos llamó la atención el espíritu de sacrificio con que toma las lesiones. Es similar a la fortaleza con la que los deportistas asumen esos problemas. Sí es casualidad que hayamos tenido tres cirugías seguidas en dos años, pero a nosotros casi nos preocupa más que le pudiera haber afectado al ánimo. Pero ha sido al revés. Él nos ha acabado animando a nosotros"
~ o ~

O ódio a Hugo Chávez deixou a mídia brasileira cega. Quando o boquirroto e anacrônico rei espanhol mandou Chávez calar a boca, os a$$oCIAdos do Instituto Millenium entraram e êxtase, como se a má educação de um chefe de Estado fosse uma forma de vida a ser compartilhada. Em plena crise espanhola, quando o número de desempregados é maior da história, o rei viaja a Bostuana para, vejam só, caçar elefantes. E o que faz a mídia nacional que o tornou herói? Esconde o fato como se não fosse informação. São os esmos que escondem o papel da Zara na exploração de trabalhadores e que se conluiam com Carlinhos Cachoeira para atacar Lula e Dilma, como fez Policarpo Junior e a Veja.

¿Y si no se hubiera caído?

El rey Juan Carlos ha perdido el contacto con la realidad. O al menos, eso parece. Solo una profunda desorientación y desconexión con la sociedad a la que debe servir, explicaría – y mal - que le parezca bien ir a cazar elefantes. El viaje es totalmente inadecuado, impropio e injustificado.
Inadecuado, porque España está en uno de los momentos más críticos de su reputación internacional. El viaje del monarca, para darse un capricho inoportuno, no contribuye a la imagen de moderación, esfuerzo y sacrificio que debemos dar en nuestra pelea reputacional con los mercados y las instituciones comunitarias.
Impropio, porque el monarca no puede, ni debe, ignorar que cazar elefantes por placer es obsceno y hiere, profundamente, millones de sensibilidades. Tiene todos los componentes para resultar despreciable. Además, la puesta en escena de una cacería preparada para el goce, alimenta todas las imágenes perversas de la opulencia y el poder.
Injustificado, porque no hay ninguna razón para hacer este viaje, a su edad, con sus condiciones físicas, para practicar la caza, y de elefantes. Ninguna explicación hace incomprensible tal cúmulo de errores imprudentes e innecesarios.
Pero la pregunta clave es: ¿Y si no se hubiera caído? Pues no lo sabríamos ya que la Casa Real no informa de las actividades privadas del rey. Es muy discutible que, en pleno siglo XXI, podamos considerar como privado un viaje de estas características, pero lo realmente alarmante es descubrir que nadie se lo impidió.
¿Cómo es posible que nadie viera el peligro físico, estético y ético de esta aventurilla? La Casa Real no está para satisfacer los caprichos de su inquilino, sino para servir al Jefe del Estado. Y actuar, siempre, en consecuencia con esta alta responsabilidad. Y ¿quién más lo sabía? ¿El Príncipe? ¿Nadie le desaconsejó tal despropósito? ¿En qué mundo viven?
La acumulación de errores de la monarquía en los últimos años es propia de una institución que ya no entiende su misión en la sociedad. Es difícil servir a una comunidad con la que ya no te identificas, no comprendes y no atiendes. La insensibilidad es el primer paso para la ruptura. No es que la sociedad española se aleje de la monarquía, es al revés. Además, cuando se pierde el pudor, como es el caso de esta cacería impúdica, ya no es posible la dignidad. Y el rubor no la restaura.
No Ficha Corrida
*comtextolivre

Presidenta argentina abandona la Cumbre de las Américas

La presidenta de Argentina, Cristina Fernández, se retiró el domingo de la VI Cumbre de las Américas antes de la lectura y suscripción de la declaración final del encuentro, luego de que no encontrará apoyo al reclamo de su país sobre la soberanía de las Malvinas.
Según medios colombianos, la mandataria argentina abandonó la sala antes de la clausura de la Cumbre porque en la declaración final no estaba incluido el caso argentino sobre las Islas Malvinas.
Mientras que fuentes de la oficina de prensa de Fernández, aseguraron que la presidenta se vio obligada a retirarse de la Cumbre debido a sus compromisos ineludibles en Argentina.
El gobierno argentino esperaba que la Cumbre de las Américas se pronunciara sobre el diferendo que mantiene con el Reino Unido sobre el archipiélago de las Malvinas, asunto que cuenta con el respaldo de todos los países del bloque, salvo EE.UU. y Canadá.
El pasado viernes, el canciller argentino, Héctor Timerman, manifestó su esperanza de que en el encuentro de Cartagena se emita una resolución de respaldo a Argentina sobre el tema de las Malvinas.
La VI Cumbre de las Américas, celebrada en la ciudad colombiana de Cartagena de Indias, durante el 14 y 15 de abril, reunió a 31 jefes de Estado que no pudieron alcanzar un consenso sobre la soberanía de las Malvinas y la presencia de Cuba en las próximas cumbres por las posiciones de Estados Unidos y Canadá. 

O beabá do golpe e da ditadura militar no Brasil

do QTMD?
Rodrigo Guerón*, especial para o QTMD?
O dia 1º de abril, como sabemos, é popularmente comemorado como o dia da mentira no Brasil, e não sei se mais em algum lugar do mundo. Mas o fato é que foi no dia 1º de abril de 1964, quando esta data era apenas um dia de piadas e pegadinhas, que aconteceu um golpe militar que deu início a uma ditadura de 21 anos no Brasil. O golpe, pois, já começava com uma mentira, qual seja, temendo a ironia e o deboche popular que poderia advir do fato deste triste evento ter sido exatamente no dia da mentira, os militares golpistas decretaram que ele deveria ser celebrado na véspera, dia 31 de março. A idéia deste pequeno texto é desfazer as mentiras, os mal entendidos e a porção de má fé das versões que circulam sobre a ditadura militar. Falas que vêm de gente que, com vergonha ou sem vergonha, explícita ou implicitamente, defende o regime, ou não quer falar muito sobre ele porque defendeu, participou e/ou foi cúmplice.
1) O golpe militar de 1º de abril de 1964 se deu contra um governo constitucional, legal, do Presidente João Goulart, que fora eleito vice- presidente em 1960, e que teve que assumir a presidência porque o presidente eleito, Janio Quadros, renunciou em 1961. A propósito, no momento desta renúncia, Jango já teve que enfrentar uma tentativa de golpe de militares que queriam impedi-lo de assumir o poder. Nesta oportunidade, como efeito desta tentativa (contra a qual bravamente se montou uma resistência popular através da “campanha da legalidade”), houve alguma concessão aos golpistas e Jango assumiu com seus poderes reduzidos através de um parlamentarismo feito às pressas. Em 1963 houve um plebiscito que perguntou ao povo se ele era a favor de devolver a João Goulart os poderes constitucionais de presidente que lhe haviam sido tirados. Dizendo “não” ao parlamentarismo de ocasião, por imensa maioria, a população escolheu a volta do presidencialismo, legitimando democraticamente ainda mais o governo João Goulart. Quanto aos militares que tentaram o golpe em 1961, alguns tinham tentado antes dois golpes, poucos anos antes, contra o governo JK, e portanto contra um governo eleito e democrático, e não um “terrorista comunista”.
2) Nos primeiros anos de ditadura, não houve um “guerrilheiro” sequer preso, ou mesmo nenhum “terrorista”, simplesmente porque guerrilheiros ainda não havia (“tecnicamente” não houve “terrorista” hora alguma, como veremos adiante). O presidente João Goulart pertencia ao PTB, um partido de esquerda reformista que desde que fora fundado jamais tentara algum golpe, se limitando a disputar eleições e a organizar movimentos operários que iam, no limite da radicalidade, até a greve. Presos, perseguidos, com direitos políticos cassados, e os primeiros casos de tortura e prisão, aconteceram contra políticos eleitos democraticamente, lideranças sindicais operárias e camponesas, militantes de partidos de esquerda, entre eles o Partido Comunista Brasileiro, e militares que digna e corajosamente se opuseram ao golpe militar (sim senhores, eles existiram e existem, e são mais do que se imagina). Entre os políticos eleitos, por exemplo, destaca-se o governador Miguel Arraes de Pernambuco, preso e posteriormente expulso do Brasil. Perseguidos de diversas formas foram também deputados de partidos mais à esquerda, professores universitários e cientistas. Neste caso é exemplar a bárbara expulsão do Instituto Oswaldo Cruz de uma lista de cientistas, em geral médicos, biólogos e sanitaristas, alguns dos mais notáveis do Brasil, que além de responderem inquéritos policiais, ficaram proibidos de dar aulas, pesquisar e exercer seus direitos políticos. Ou então a expulsão da Universidade Nacional de Brasília (UNB) de mais da metade de seu quadro de professores. Presos e expulsos do Brasil foram figuras como Paulo Freire, que havia cometido o “crime” de organizar um bem sucedido programa que alfabetizou em pouco tempo mais de 400 mil pobres no Nordeste do país. Para ser preciso com a história, houve uma tentativa de montar uma reação armada contra a ditadura recém instaurada, iniciativa mais ou menos quixotescas, por militares fiéis a Jango e que queriam trazê-lo de volta. Foi a chamada “guerrilha do Caparaó”, na fronteira do Espírito Santo com Minas Gerais. O levante foi desbaratado antes de começar. Neste caso, legalistas foram os que planejaram a “guerrilha” que nunca houve, e ilegais foram os golpistas que a impediram. Terrorista, logo de cara, foi o próprio golpe, com cenas de horror como as do líder comunista Gregório Bezerra amarrado ao pára-choque de um Jeep do exército e arrastado pelas ruas do Recife.
3) Entre 1964 e 1968 a resistência foi quase que absolutamente pacífica. A não ser que alguém considere “terrorismo” jogar pedra na polícia depois que esta inicia uma violenta repressão contra uma manifestação. Destacam-se aí as grandes manifestações estudantis de 1968, e as greves operárias de Osasco e da região de Belo Horizonte e Contagem. Manifestações que não foram apenas a passeata dos cem mil (como alguns intelectuais-celebridades que gostam de se apresentar como donos da oposição à ditadura insinuam), mas que aconteceram quase semanalmente no primeiro semestre de 68, que eram violentamente reprimidas pela polícia até o ponto em que foi assassinado o estudante Édson Luís. O próprio enterro de Édson foi uma gigantesca manifestação, que atravessou o Rio do centro à Zona Sul, terminando com violentos conflitos na saída do cemitério São João Batista. Houveram também, só para ficar em alguns exemplos, os conflitos da rua Maria Antônia em São Paulo, o famoso 1º de maio, também na capital paulista, onde colunas de operários e estudantes invadiram uma manifestação oficial e colocaram milicos e políticos pró ditadura para correr, o assassinato de um estudante em Goiânia durante uma passeata, a violenta invasão da UNB por tropas do exército (pedida em editorial escrito por Roberto Marinho e publicado na primeira página do Globo), e a famosa “sexta-feira sangrenta” quando 12 pessoas morreram em confrontos de rua no Centro do Rio. Nesse dia a ditadura teve a sua primeira “baixa”, um soldado que passava na boléia de um caminhão militar foi atingido por uma pesada máquina de escrever Remington lançada do alto de um prédio. Os outros 11 mortos eram estudantes e populares que enfrentaram a polícia durante um dia inteiro. Quanto a já citada greve operária de Contagem e BH, esta levou a uma crise tão grande que o governo decretou estado do sítio na região e o então ministro do trabalho, Coronel Jarbas Passarinho, foi à televisão fazer ameaças em cadeia nacional.
4) A luta armada, portanto, só ganha força depois da decretação do AI-5 (“o golpe dentro do golpe”), em dezembro de 1968, com a suspensão completa do que restava de garantias constitucionais, dando a impressão a muita gente que qualquer forma de resistência pacífica parecia impossível. Aí sim predomina a “guerrilha urbana” e, mais adiante, a tentativa de guerrilha no campo feita no Araguaia, Sul do Pará. Insisto nisso, ou seja, os “terroristas” “comunistas” que são usados como pretexto dos defensores da ditadura hoje, só entram em cena mais de quatro anos depois do golpe. Só que não são “terroristas” pelo simples fato que estavam organizando uma resistência contra um regime que havia nos levado ao mais absoluto estado de exceção. No mais, ainda que do ponto de vista político a luta armada tenha sido um desastre e acabou caindo num total isolamento, ações como o seqüestro do embaixador americano, e depois do suíço, entre outras, salvaram da cadeia e da tortura (e até da morte) mais de uma centena de presos políticos. Aliás, o próprio embaixador americano, uma vez libertado do seqüestro, se pronunciou contra as torturas no Brasil. Mas comunistas muitos opositores ao regime eram mesmo, ou se tornaram ao longo da radicalização do processo. Outros eram socialistas, nacionalistas de esquerda, trabalhistas, católicos de esquerda, e assim por diante. Mas cabe a pergunta: por que a oposição à ditadura, nos primeiros dez anos, era quase toda ela de esquerda e articulava essa oposição com alguma forma de luta pelo socialismo (em vários modelos possíveis)? É simples: o golpe militar não foi dado simplesmente porque deu na telha dos militares assumir o poder. O golpe é o desdobramento de uma mobilização do Poder que passou pelos grandes grupos econômicos nacionais e estrangeiros, uma mistura de oligarquias com grandes donos dos meios de produção capitalista (uma distinção difícil de fazer no Brasil)e, é claro, a onde de medo e terror que tomou boa parte da classe média diante das mobilizações sociais que aconteciam no país. Simplificando um pouco as coisas, e sem desprezar os fatores micropolíticos que mobilizam uma espécie de ódio social: a ditadura no Brasil, assim como nos países vizinhos da AL, foi um projeto do Capital, nacional e internacional. As “modelares” democracias do norte do planeta, ou apoiaram frontalmente os golpes no nosso continente, ou no mínimo se calaram e cuidaram de fazer lucrativos negócios com os milicos. Este era um dos motivos porque a esquerda latino americana não acreditava que haveria democracia numa forma de organização capitalista da produção. Além disso, mesmo as mobilizações sociais dentro da lei, como greves operárias, a luta por reforma agrária, as reformas de base propostas por Jango, eram vistas pelas elites como uma ameaça que deveria ser exterminada à força. Para dar um exemplo clássico: o simples fato de João Goulart, quando ainda era ministro do trabalho no início dos anos 1950, ter proposto um aumento do salário mínimo acima da inflação, gerou contra ele uma revolta de comandantes militares.
5) Justificar a ditadura apenas por causa da “Guerra Fria” é, portanto, uma meia verdade que se transforma numa grande mentira. Sim, a Guerra Fria estava lá, forte, presente, mas também estavam lá as lutas sociais que aconteciam no mundo inteiro e, no caso do Brasil, lutas que se erguiam em um país de passado recente escravagista e que experimentava, no período entre 1946 e 1964, uma relativa, mas inédita democracia para os nossos padrões. Operários e camponeses puderam então se manifestar, se falar de toda uma criatividade que surgia de vários setores da sociedade. As questões sociais, as imagens do povo, as artes, puderam ser expostas e debatidas. Foi aí que saídas, soluções, sonhos, linhas de fuga, delírios e utopias se construíram. Entre eles, é claro, o socialismo imaginado como uma forma de liberdade, isto é, a superação de uma situação desigualdade social que democracia liberal nenhuma parecia ser capaz de superar, posto que a impossibilidade de produzir (produzir a própria vida…) e de se expressar era a realidade de milhões que tinham as suas vidas reduzidas a uma luta desesperada pela mera sobrevivência, por mais que a liberdade estivesse “formalmente” na constituição.
6) É absolutamente verdade que os regimes oficialmente chamados de “comunistas” se tornaram ditaduras, algumas delas terrivelmente sanguinárias. Mas é uma grande mentira dizer que toda a experiência de poder das esquerdas foi autoritária. Ao contrário, uma a uma das tentativas de construção de democracias que tentavam superar o modo de produção capitalista foi destruída pelo Capital, seus Estados e seus respectivos aparatos de guerra. Aliás, em geral isso aconteceu exatamente por estas experiências de esquerda serem democráticas e não ligadas ao Capital, ou seja, não tinham um aparato militar necessário para enfrentar seus opositores. Quando este aparato se construiu, por outro lado, foi para o espaço a democracia e mesmo a liberdade produtiva que se esperava do socialismo, constituindo-se burocracias estatais ricas, controladoras da produção e violentas. Uma emblemática experiência democrática de esquerda foi a República Espanhola, destruída por um exército fascista com forte apoio da Alemanha de Hitler e da Itália de Mussolini, além da omissão “aliviada” das “democracias liberais” da Europa. A partir de então os exemplos são variados. Poderíamos citar o governo do “Front Popular” na França, destruído de forma menos violenta, isto é, sabotado pelo Capital que parou a produção, mandou o dinheiro para a Suíça e provocou desemprego em massa quando a esquerda venceu as eleições. Ou então os outros casos violentos como o golpe militar na Grécia (ver “Z” de Costas Gravas, nos dias que antecedem ao golpe), o golpe contra o governo socialista de Allende no Chile e a sanguinária ditadura de Pinochet, o cerco ao governo sandinista da Nicarágua, que organizou eleições livres, e assim por diante… Esses exemplos levaram boa parte da esquerda a crer que a única forma de transformação social possível seria a armada. Mas mesmo onde o capitalismo se viabilizou pela democracia, ele só foi possível com um grande pacto entre Capital e Trabalho, cujo o New Deal norte americano é exemplar: uma notável promoção social das classes trabalhadoras, fruto de suas lutas, e que, por mais paradoxal que possa parecer, salvou e viabilizou o capitalismo criando novos mercados e relativa satisfação social. Os notáveis Estados de Bem Estar Social da Europa do pós guerra também vão por este caminho, embora não possamos esquecer o cinismo, quando não a violência explícita, destes Estados em relação aos países do então chamado de “Terceiro Mundo”.
7) A chamada “lei de anistia” não foi nenhuma reconciliação entre os “dois lados” da sociedade brasileira. A libertação dos presos políticos, a reintegração dos cassados e a volta dos exilados foi de fato uma conquista, arrancada à ditadura. Mas a anistia foi uma lei feita pela própria ditadura, que estava sob forte pressão interna e externa, seja pela mobilização contra a violência de Estado, seja pelas denúncias internacionais, seja ainda pela crise econômica e o crescimento da inflação que desmontava o “milagre econômico” e esvaziava a estabilidade social do regime. Até mesmo certos setores das elites, que antes apoiaram o golpe, começaram a se distanciar dos militares, tanto porque certo controle nacionalista da economia já não os interessava mais, quanto porque muitas vezes foram seus filhos, irmãos e amigos, que sofreram as piores violências nos porões da ditadura. Assim, aproveitando a anistia para a oposição, os militares anistiaram a si mesmos, ou seja, anistiaram os crimes que eles mesmos cometeram. Mas continuaram cerca de cinco anos mais no poder, quando houve, inclusive, alguns presos e processos políticos, como os contra Lula e as lideranças das grandes greves do ABC do final do anos 70, início dos 80. Quanto à argumentação recorrente de que é “preciso ver os crimes do outro lado”, além do absurdo de atribuir um crime a quem estava resistindo a um estado de exceção, é ainda mais perverso porque parece querer punir de novo quem já foi preso e torturado. Ou seja, “puniu-se” quem resistiu à ditadura, e não houve qualquer tipo de punição a quem torturou e matou sistematicamente, em nome do Estado e da “pátria”, sobretudo entre 1968 e 1977, os anos mais sanguinários do regime. E no mais, mesmo se “terroristas” tivessem existido (e já vimos que não houve), nenhum agente do Estado, uma vez tendo prendido alguém, poderia submetê-lo à tortura, ou simplesmente assassiná-lo.
8) Finalmente, quanto à questão sobre a corrupção hoje ou na época da ditadura, há quem fale, por ingenuidade ou má fé, que os militares seriam contra os políticos corruptos, como se os homens fardados constituíssem um poder de senhores limpos que nos livrariam desse terrível mau. Se já não bastasse o quão torta é esta lógica, qual seja, crer (ou fingir que se crê) que um poder absoluto nos livraria daquilo que se caracteriza exatamente por ser um abuso de poder: a corrupção; a história da ditadura, por si só, já é a prova contrária disso. Os militares só perseguiram os políticos que lhes faziam oposição, e não por algum critério de combate à corrupção. Ao contrário, eles mantiveram e sustentaram uma classe política de aliados, nomearam governadores de estado, senadores e prefeitos civis que se tornaram pequenos sub ditadores locais com a ajuda da censura e dos aparatos de repressão, montando fortes esquemas de poder, alguns até hoje difíceis de combater. Na verdade os militares só saíram do poder sob forte pressão popular, mas ainda conseguira derrotar as eleições diretas com Brasília em estado de sítio, e negociar uma saída “por cima”, garantindo que uma parte da classe política que os apoiava continuasse no governo. Montou-se então governo Tancredo/Sarney, que na prática foi apenas o governo Sarney. O ex-governador do Maranhão nomeado pelos militares, quando viu que o barco afundava, passou para o PMDB de oposição, levou alguns dos seus, e montou uma aliança com o PFL (atual DEM), partido herdeiro da ditadura. Mas sobre a relação entre ditadura militar e corrupção, eu prefiro mesmo é perguntar: alguém tem alguma dúvida que quem assaltou o Estado, tomou o poder à força, prendeu, torturou e matou, teria algum pudor em roubar?
*Rodrigo Guéron é professor do Instituto de Artes da UERJ.

*GilsonSampaio

domingo, abril 15, 2012

Soldados israelenses atacam brutalmente palestinos e ativistas ISM em passeio ciclístico

Ciclistas palestinos e internacionais foram brutalmente atacados pelas forças de ocupação israelenses neste sábado (14), quando eles tentaram pedalar na Route 90 - principal rodovia Norte-Sul que atravessa o Vale do Jordão. Os ciclistas foram protestar contra as políticas de apartheid de Israel naquele Vale, que limitam o acesso palestino à estradas, como parte de uma campanha permanente de limpeza étnica contra as comunidades beduínas nativas do Vale do Jordão.
Para mais informações visite "International Solidarity Movement" (Movimento Internacional de Solidariedade).
 
*comtextolivre