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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

quinta-feira, dezembro 06, 2012

Por que defender
a Ley de medios?

“O fomento da diversidade de vozes e o pluralismo como pressupostos básicos do exercício do direito à comunicação se converteram em um desafio central frente às lógicas de globalização, integração comercial e livre comércio”


Saiu na Carta Maior:

Por que defender a Lei de Serviços de Comunicação Audiovisual?


O dia 7 de dezembro já representa uma data histórica na luta pela democratização da comunicação na América Latina. E o centro dessa batalha está situado, neste dia, na Argentina, com a Lei de Serviços de Comunicação Audiovisual. Elogiada pelo relator especial para a Liberdade de Expressão da ONU, pela relatoria especial para a Liberdade de Expressão da OEA e assumindo compromissos da Unesco, a lei enfrenta feroz oposição da mídia monopolista da Argentina e da América Latina. Saiba por que a defesa dessa lei é estratégica para o avanço da democracia no continente.

Por Damián Loreti (*), Diego de Charras (**) e Luis Lozano (***)

Buenos Aires – A sanção da lei 26.522 pôs em jogo a faculdade do Estado para regular a atividade dos meios de comunicação audiovisuais desde um paradigma de direitos humanos. Desde que começou a ser debatido o projeto até hoje, passaram mais de três anos e esta atribuição estatal ainda é questionada, tanto pelas empresas midiáticas com posições dominantes no mercado, como por parte de alguns referentes políticos.

A esse respeito, a Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH) e a Corte Interamericana afirmaram em mais de uma oportunidade que a atividade dos meios de comunicação não só pode, mas que deve ser regulada pelo Estado através de políticas públicas respeitosas dos padrões internacionais (http://bit.ly/RL0nrK). As medidas estatais devem ter como finalidade o fomento do pluralismo e a diversidade de vozes e devem tender a garantir condições de igualdade no acesso ao debate público.

Nesta linha, os Estados não só estão obrigados a abster-se de limitar o exercício do direito à comunicação por qualquer meio, mas também devem implementar políticas públicas destinadas a reverter as assimetrias existentes no acesso ao debate público. A intervenção dos Estados se torna, portanto, imprescindível para garantir uma distribuição equitativa dos meios e reconhecer a diversidade das manifestações culturais.

Neste sentido, a Lei de Serviços de Comunicação Audiovisual (LSCA) promove a participação de diferentes atores na prestação de serviços de comunicação e garante que o setor comercial continue sendo economicamente viável. Entretanto, uma arquitetura legal construída ao longo de mais de três décadas na medida de quem deviam ser regulados e controlados pelo Estado, indica que democratização não era uma variável a ter em conta na hora de pensar os meios e seu vínculo com o acesso ao debate público. Neste cenário, a mudança de paradigma que implicou a sanção da LSCA requer um diálogo permanente entre o Estado e a sociedade civil para gerar políticas públicas que impulsionem o processo democratizador.

Concentração, pluralismo e diversidade

O fomento da diversidade de vozes e o pluralismo como pressupostos básicos do exercício do direito à comunicação se converteram em um desafio central frente às lógicas de globalização, integração comercial e livre comércio. Em seus Indicadores de Desenvolvimento Midiático aprovados em 2008, a UNESCO sustenta que, para incrementar o pluralismo e a diversidade em um sistema de meios, “as autoridades responsáveis de executar as leis antimonopólios contam com as atribuições suficientes, por exemplo, para negar as solicitações de licenças e para exigir o desinvestimento nas operações midiáticas atuais quando a pluralidade esteja comprometida ou se alcancem níveis inaceitáveis na concentração da propriedade” (http://bit.ly/Qwzv09). Qualquer semelhança com a realidade argentina é pura coincidência.

A concentração da propriedade de meios de comunicação provoca homogeneização de conteúdos, marginalização de vozes dissidentes a partir de alianças comerciais e/ou políticas, subsídios cruzados que canibalizam mercados, competição desleal e incremento das barreiras de entrada para novos atores. Algo que na Argentina já vivemos.

Entretanto, os cultores da autorregulamentação encontram apenas deficiências conjunturais do mercado, cuja solução se localiza na própria matriz mercadocêntrica e, na maioria das vezes, aparece associada a uma ampliação das possibilidades tecnológicas. A experiência das últimas décadas, tanto em nosso país, como no resto do mundo tem demonstrado a escassa validade destas posturas: em nenhum caso o avanço tecnológico implicou, por sua mera aparição, em uma democratização das comunicações.

O papel dos meios e os processos de concentração da propriedade, assim como a análise das alianças políticas e econômicas e seu impacto sobre os conteúdos definem um cenário no qual, uma vez mais, a intervenção do Estado se torna imprescindível para garantir o exercício do direito à comunicação, entendido como um direito humano fundamental.

Uma visão desde o paradigma dos direitos humanos

A LSCA pôs de manifesto a necessidade de construir um consenso social amplo que garanta o reconhecimento da comunicação e da cultura como elementos centrais no marco de um Estado de direito, que de nenhuma maneira podem ficar condicionados às lógicas da exploração comercial em prejuízo do bem-estar comum. Assim o entenderam os principais atores dos sistemas regionais e internacionais de direitos humanos, que opinaram sobre a lei desde uma perspectiva de defesa da liberdade de expressão. A esse respeito aparecem duas referências chave.

Para o Relator Especial para a Liberdade de Expressão das Nações Unidas, Frank La Rue, “a Argentina está assentando um precedente muito importante. Não só no conteúdo da lei, porque o projeto original que vi é o mais avançado que existe no mundo em lei de telecomunicações, mas também no procedimento que se seguiu, o processo de consulta popular. Parece-me que esta é uma lei realmente consultada com seu povo”.

Quanto ao texto da lei, La Rue reconheceu que “garante o pluralismo, que todas as vozes tenham acesso. Reconhece que tem que haver três tipos de meios: comerciais, comunitários e públicos. E os converte em lei. Ante uma progressiva concentração monopólica e oligopólica de meios, não só na América Latina, acho que esta lei é um grande avanço” (http://bit.ly/Xytv9V).

Por sua parte, a Relatoria Especial para a Liberdade de Expressão da OEA, em seu relatório do ano 2009 sustentou que “esta reforma legislativa representa um importante avanço com respeito à situação preexistente na Argentina. Em efeito, sob o marco normativo prévio, a autoridade de aplicação era completamente dependente do Poder Executivo, não se estabeleciam regras claras, transparentes e equitativas para a outorga das frequências, nem se geravam condições suficientes para a existência de uma radiodifusão verdadeiramente livre de pressões políticas” (http://bit.ly/h3IEah).

Em que pese os insistentes argumentos a respeito do suposto controle que a lei imporia sobre os conteúdos dos meios audiovisuais, diferente de outras legislações ou projetos da região, não aparece em toda a norma nenhum artigo que possa resultar incompatível com as disposições do Sistema Interamericano de Direitos Humanos sobre este ponto. Tampouco contempla, dentro dos diferentes tipos de serviços de comunicação, restrições quanto à potência, cobertura territorial ou acesso a fontes de financiamento nem estabelece um prazo de tempo de duração das permissões excessivamente breve que impeça a realização dos projetos comunicacionais apresentados no momento de concursar a licença ou que dificulte, no caso dos meios comerciais, o desenvolvimento de um negócio rentável. Ou seja, que em sintonia com os padrões internacionais em matéria de liberdade de expressão, a lei assegura previsibilidade e certeza jurídica para quem possui ou adquire uma licença.

Os direitos e obrigações estabelecidos na norma são claros e precisos; são contemplados procedimentos transparentes e respeitosos do devido processo — que permitem, entre outras coisas, revisar judicialmente qualquer decisão adotada no âmbito administrativo — e garante que enquanto for usada a frequência não serão exigidos mais requerimentos que os estabelecidos na lei.

A LSCA incorpora um enfático reconhecimento acerca da importância do pluralismo e da diversidade. Além dos compromissos resgatados pela ratificação da Convenção sobre a Proteção e Promoção da Diversidade das Expressões Culturais da UNESCO (http://bit.ly/S8hlDl), a lei recolhe o dito pelos Relatores de Liberdade de Expressão da ONU, OEA, Europa e África que, no ano de 2001, em sua Declaração Conjunta (http://bit.ly/T34ui2) recomendaram: “A promoção da diversidade deve ser o objetivo primordial da regulamentação da radiodifusão; a diversidade implica igualdade de gênero na radiodifusão e igualdade de oportunidades para o acesso de todos os segmentos da sociedade às ondas de radiodifusão”.

Em relação à universalidade do acesso aos meios de comunicação como um suporte fundamental para o exercício do direito humano à liberdade de expressão, que a lei estabelece nos artículos 2, 3, 72 e 153, afirma a Corte Interamericana de Direitos Humanos em sua Opinião Consultiva 5/85: “São os meios de comunicação social os que servem para materializar o exercício da liberdade de expressão, de tal modo que suas condições de funcionamento devem se adequar aos requerimentos dessa liberdade.

Para isso é indispensável a pluralidade de meios e a proibição de todo monopólio com respeito a eles, qualquer que fosse a forma que pretenda adotar” (http://bit.ly/hvuZ5w).

A Corte Suprema de Justiça da Nação, no dia 22 de maio passado, ao resolver o repercutido expediente pela vigência da medida cautelar pelo artigo 161 para o Grupo Clarín, entendeu que “não existem argumentos que relacionem diretamente a norma de desinvestimento com a liberdade de expressão. Isso resulta necessário porque em todo o direito comparado existem normas de organização do mercado no campo dos meios de comunicação, sem que sua constitucionalidade tenha sido questionada de modo genérico. Deve existir uma afetação concreta da liberdade de expressão para invalidar uma norma de regulação da competência, o que no caso não ficou demonstrado” (http://bit.ly/KJRX4y).

O espaço público construído pelos meios de comunicação assume hoje uma centralidade primordial para conformar nossa percepção da realidade social e política, para determinar a agenda pública de necessidades a serem atendidas e desde onde a cidadania obtém boa parte das ferramentas que a ajudam a apreender o universo da cotidianidade. Esse deve ser o lugar da democracia, o pluralismo e a diversidade. Os negócios são outra coisa.

(*) Docente de Ciências da Comunicação (UBA), Secretário da Comissão Diretiva do Centro de Estudos Legais e Sociais (CELS).

(**) Docente de Ciências da Comunicação (UBA-UNLP), Diretor da área de Comunicação do CELS.

(***) Docente de Ciências da Comunicação (UBA).
PHA

Zé de Abreu resume a Veja


 

Quando um babaca precisa atrair a atenção

Reinaldo Azevedo e Algumas de Suas Manchetes Canalhas

Isto é jornalismo???
Quem não sabe argumentar, agride!
No Cachete

Reinaldo Azevedo é metade idiota e metade canalha

No Esquerdopata

Oscar Niemeyer é homenageado pelo mundo, mas chamado de ‘idiota’ pela Veja


O mundo se rende a genialidade de Oscar Niemeyer enquanto o blogueiro e jornalista da revista Veja, Reinaldo Azevedo, publica que ele era “meio idiota”
“O universo curvo de um revolucionário”, publicou o diário Gramna, de Cuba. No espanhol El País, “Morre Niemeyer, o poeta das curvas”. O britânico The Guardian expôs a trajetória do arquiteto brasileiro em reportagem especial, destacando que sua exploração das formas livres foi maior até que a de seu mestre, o suíço Le Corbusier.
O francês “Le Monde” descreve Oscar Niemeyer como um dos pais da arquitetura moderna, que construiu, entre tantas grandes obras, a sede do Partido Comunista francês, na place du Colonel Fabien, em Paris.
oscar niemeyer veja idiota reinaldo
Insulto de jornalista da Veja a Oscar Niemeyer gerou revolta na web,
até mesmo entre os seus próprios leitores.
O obituário do “New York Times” afirma que Niemeyer capturou a atenção de gerações de arquitetos. ‘Suas formas curváceas, líricas, hedonistas ajudaram a dar forma a uma arquitetura nacional distinta e a uma moderna identidade para o Brasil, que quebrou com seu passado colonial e barroco’, diz o texto.
O jornal argentino “Clarín” afirma que Niemeyer foi ‘um homem que sempre se deixou levar por suas ideias e suas convicções, um criador que havia tempo já tinha assegurado seu lugar no mítico panteão dos maiores arquitetos da história da humanidade.
Outros veículos de comunicação de notoriedade global como a Rede CNN, a BBC e a Al Jazeera renderam homenagens ao homem que desenhou brasília.
A única grosseria contra Niemeyer partiu de um órgão de imprensa do Brasil. O saudoso arquiteto foi chamado de ‘meio idiota’ por Reinaldo Azevedo, jornalista de Veja, em razão de seus posicionamentos políticos. O blogueiro de Veja não conseguiu controlar sua paixão mesquinha nem mesmo no momento da perda de uma figura singular na história do Brasil, revelando intransigência e, por conseguinte, ele sim, ser o verdadeiro idiota.
No Pragmatismo Político
*comtextolivre

Exemplo de democracia: CPI cancela outra reunião, enquanto novo incêndio atinge favela de São Paulo

Via Rede Brasil Atual
Somente em 2012, já são 39 as ocorrências de fogo em comunidades pobres da cidade; comissão, que só realizou cinco sessões até agora, deve encerrar trabalhos na semana que vem
Sarah Fernandes
Bombeiro e moradores fazem rescaldo em novo incêndio na Paraisópolis (Foto: Frame/Folhapress)
São Paulo – Vinte minutos depois do horário em que deveria ter começado a reunião de hoje (5) da CPI dos Incêndios em Favelas de São Paulo – mais uma vez cancelada –, teve início um novo incêndio na comunidade de Paraisópolis, o segundo na região em menos de uma semana e o 39º do ano. Desta vez foram destruídos oito barracos. Não houve feridos. O número elevado de ocorrências se contrapõe ao de encontros da Comissão: apenas cinco ocorreram entre abril e dezembro.
O de hoje foi adiado mais uma vez e em cima da hora. O motivo foi a impossibilidade da secretária adjunta de Habitação do município, Elisabete França, comparecer para depor. Durante esta semana ela participa de um congresso internacional sobre urbanismo, em Moscou, na Rússia. Apesar de o aviso ter sido feito em 28 de novembro, o cancelamento da reunião só ocorreu na noite de ontem (4).
Leia também:

CPI dos incêndios em favelas de SP tem reunião cancelada e volta à estaca zero 
São Paulo: sem investigação, Câmara cogita encerrar CPI sobre incêndios em favelas 
Em São Paulo, ações contra incêndios em favelas ficam no papel
Após incêndio, prefeitura de São Paulo vai desalojar parte de favela na zona leste
Essa é a segunda vez que Elisabete França é convocada para depor. Ela compareceu na primeira, em 10 de outubro, porém o encontro foi cancelado por não atingir presença mínima de quatro vereadores. Esta é uma realidade recorrente na CPI: dos 12 encontros marcados, sete foram cancelados por falta de quórum.
Na tentativa de mudar o cenário, o presidente da CPI, Ricardo Teixeira (PV), pediu ao presidente da Casa, Police Neto (PSD), a substituição de três vereadores, que abrirão mão das vagas. Assim, Eliseu Gabriel (PSB), Floriano Pesaro (PSDB) e Chico Macena (PT) substituirão Aníbal de Freitas (PSDB), Souza Santos (PSD) e Jamil Murad (PCdoB). Continuam Edir Sales (PSDB), Toninho Paiva (PR) e Ushitaro Kamia (PSD). As investigações terminam em 31 de dezembro, com o fim da atual legislatura.
A reunião inicialmente marcada hoje ficou para a próxima quarta-feira (12). Na sexta-feira da mesma semana (14), deverá ocorrer a última reunião da Comissão, com apresentação e votação do relatório final. A CPI tem o papel de investigar as possíveis causas dos cerca de 600 incêndios registrados na cidade desde 2008.

A mais nova canalhice de Yoani Sanchez: blogueira financiada pelo governo norte-americano e pela máfia cubana de Miami é agora garota propaganda da SIP, o sindicato das oligarquias midiáticas do continente

 

 

Meio século de terrorismo: a violação dos direitos humanos de 11 milhões de cubanos pelo governo dos EUA com o seu bloqueio econômico contra Cuba

 

*Opensadordaaldeia

 Emocionante: André Baliera, vítima da homofobia: "o papel do homossexual na sociedade é ser agredido, é ser morto"

 .. Esses são os Valentões que espancaram um estudante da Usp, só pelo fato dele ser Gay, esta semana em Pinheiros .. a esquerda Diego Mosca - a direita Bruno Portieri ! Divulguem esta foto galera, pra estes covardes sentirem vergonha do que fizeram !

"Obrigado e desculpa"

"Diante de uma tentativa de homicídio, diante das mentiras que tenho lido a meu respeito pelo advogado do outro lado, diante da solidariedade das pessoas que entraram em contato comigo e em um sincero pedido de desculpas pela ausência nesses dias horrorosos que tenho vivido fiz esse vídeo pra conseguir atingir o maior número de pessoas e pedir JUSTIÇA."


*Mariadapenhaneles

Deficiência física de personagens históricos é ignorada

 
Presidente americano Franklin Roosevelt
As deficiências físicas de muitas figuras históricas conhecidas, e outras nem tanto, é um aspecto muitas vezes pouco conhecido do público.
Em um museu de Veneza há quatro estátuas colossais de cavalos em cobre. A milhares de quilômetros de lá, na magnífica igreja de Santa Sofia, em Istambul, fica a tumba do homem que roubou essas esculturas – Enrico Dandolo.
Dirigente e magistrado da República de Veneza em 1192, Dandolo liderou a Quarta Cruzada (expedição militar cristã que pretendia conquistar o Egito muçulmano) até a cidade de Constantinopla, na atual Turquia.
Seu exército atingiu o coração do Império Bizantino.
A pessoa com deficiência e sua relação com a história da humanidade 10 incríveis pessoas com deficiência Beethoven deixou testemunhos biográficos preciosos em cadernos de conversação
Dandolo foi um líder dinâmico que reformou o sistema monetário veneziano e se tornou uma figura inspiradora no campo de batalha.
Quando suas tropas flanqueavam o inimigo sob uma chuva de flechas, ele foi o líder responsável pela vitória. Seus homens foram a primeira força militar estrangeira a romper as muralhas da capital bizantina.
Dandolo morreu em uma expedição no ano seguinte. Entre seus seguidores era considerado um líder valente, enérgico e vigoroso. Para seus inimigos, era ambicioso, inescrupuloso e astuto.
Mas há dois aspectos de sua vida que podem surpreender o leitor.
Dandolo realizou todas esses feitos com 90 anos – e já estava cego há mais de duas décadas.
Deficientes
O líder veneziano ficou cego após levar um golpe na cabeça, quando já era sexagenário, segundo Thomas Madden, autor de sua biografia.
E ele não foi o único guerreiro deficiente da Idade Média. O rei John da Bohemia, que era cego, morreu cavalgando na batalha de Crecy, contra os ingleses.
Balduino 4º, rei de Jerusalém, venceu Saladino na batalha de Montgisard, em 1177, apesar de estar seriamente debilitado pela lepra.
Na lista de deficientes estão outras figuras famosas, como Ludwig van Beethoven, cuja surdez se tornou amplamente conhecida, ou Julio César – que tinha convulsões possivelmente devido a uma epilepsia.
Outro exemplo é o almirante britânico Nelson, que ao perder seu braço direito escreveu: “um almirante canhoto não voltará a ser considerado útil, portanto quanto antes eu encontre uma morada humilde para me aposentar, melhor. É preciso deixar espaço para que um homem melhor possa servir ao Estado”.
Entretanto, a maior parte das pessoas não pensa nessas figuras históricas como deficientes, segundo o sociólogo Tom Shakespeare, autor do livro Disability right and wrongs (Erros e acertos das deficiências, em tradução livre).
Segundo ele, a associação de identidade com deficiência é um conceito recente, do século 20.
A cadeira de rodas de Roosevelt
“A deficiência está associada a excluídos. Quando aparece alguém como Dandolo, ele recebe um status honorário de não deficiente”, diz. “Se tiveram êxito, não podem ser deficientes. Esse aspecto de sua identidade não é priorizado”.
Além disso, afirma, os deficientes sempre foram estimulados a dissimular ou esconder sua condição.
Isso ocorreu com Dandolo. “Circulavam histórias sobre como ele ocultava sua cegueira. Colocava um cabelo em sua sopa e se queixava em voz alta”, segundo seu biógrafo.
Seus esforços anteciparam a atitude do presidente americano Franklin Roosevelt, mais de sete séculos depois.
Paralisado da cintura para baixo uma década antes de assumir o cargo, Roosevelt se empenhou em esconder sua deficiência.
Há dezenas de imagens dele em pé, já como presidente, mas sempre apoiado cuidadosamente em algum suporte. Esse esforço seria resultado de uma suposição de que a deficiência diminuiria suas perspectivas eleitorais.
Todas as suas aparições eram meticulosamente coreografadas, para que a cadeira de rodas não aparecesse. “Não há caricaturas ou imagens de arquivo que o mostrem como deficiente, o que é extraordinário”, disse Shakespeare.
No caso de Dandolo, até seu biógrafo afirmou não identificá-lo como deficiente.
Importância simbólica
De acordo com a mentalidade moderna, histórias de vida semelhantes dariam margem a mensagens de otimismo sobre o potencial de todas as peasoas com deficiência.
Mas as coisas eram diferentes na Idade Média. A grande ironia é que na época de Dandolo, os imperadores bizantinos depostos eram cegados propositalmente para evitar que voltassem ao poder.
Apesar da história não ser escrita somente por meio dos feitos de grandes homens, o sociólogo Tom Shakespeare afirma que a valorização das figuras deficientes tem um propósito simbólico.
“É muito importante nomear as pessoas porque temos uma visão muito negativa [das pessoas com deficiência]“.
Fonte: BBC
*Deficienteciente

Deleite - Guerreiro da Paz

Oscar Niemeyer: Morre no Rio, aos 104 anos, o arquiteto comunista mais famoso da atualidade




Oscar Ribeiro de Almeida de Niemeyer Soares, carioca, nascido em 15 de dezembro de 1907, morreu na noite desta quarta-feira. O arquiteto estava internado no Hospital Samaritano, que confirmou o falecimento de um dos principais ícones da Arquitetura mundial. Niemeyer teve seu estado de saúde deteriorado após uma longa internação. Ele respirava por aparelhos, devido a uma insuficiência pulmonar, que se agravou nas últimas horas, segundo informações divulgadas pelo hospital onde estava internado, na Zona Sul do Rio de Janeiro.
Esta foi a última de uma série de internações pelas quais passou Oscar Niemeyer este ano. Ele morre às vésperas de completar seu 105º aniversário. Em maio e em outubro ele foi levado ao hospital com problemas de desidratação.
Niemeyer foi o arquiteto brasileiro de nome mais influente na Arquitetura Moderna. Pioneiro na exploração das possibilidades construtivas e plásticas do concreto armado, e por esse motivo teve grande fama nacional e internacional desde a decada de 1940. Seus trabalhos mais conhecidos são os edifícios públicos que projetou para a cidade de Brasília, embora possua um grande corpo de trabalho desde sua graduação pela Escola Nacional de Belas Artes do Rio de Janeiro em 1934.
No início do século XX, nasce um gênio
Filho de Oscar de Niemeyer Soares e Delfina Ribeiro de Almeida, Oscar Niemeyer nasceu no bairro de Laranjeiras, na rua Passos Manuel, que receberia no futuro o nome de seu avô Ribeiro de Almeida, ministro do Supremo Tribunal Federal. Niemeyer foi profundamente marcado pela lisura na vida pública do avô, que como herança os deixou apenas a casa em que morava e cuja regalia era uma missa em casa aos domingos, apesar de ser um ateu convicto.
“Não é o ângulo reto que me atrai, nem a linha reta, dura, inflexível, criada pelo homem. O que me atrai é a curva livre e sensual, a curva que encontro nas montanhas do meu país, no curso sinuoso dos seus rios, nas ondas do mar, no corpo da mulher preferida. De curvas é feito todo o universo, o universo curvo de Einstein”.
Oscar Niemeyer
Niemeyer passou a sua juventude sem preocupações e gostava da boêmia. Frequentava o Café Lamas, o clube do Fluminense e a Lapa. Em suas palavras: “Parecia que estávamos na vida para nos divertir, que era um passeio”.
Em 1928, aos 21 anos, casou-se com Anita Baldo, 18 anos, filha de imigrantes italianos da província de Pádua. A cerimônia de casamento na igreja do bairro atendeu aos desejos da noiva.
– Casei por formalidade. Mais católica do que minha esposa é impossível, então não me incomodei em casar dessa forma – lembrou.
O casamento foi no mesmo ano da formatura no ensino médio. O casal teve somente uma filha, Anna Maria Niemeyer, que deu cinco netos, treze bisnetos e quatro trinetos ao arquiteto. Anna Maria faleceu no dia 6 de junho de 2012, aos 82 anos.
Viúvo desde 2004, casou-se em novembro de 2006 com sua secretária, Vera Lúcia Cabreira, de 60 anos.
Até 23 de setembro de 2009, quando foi internado, passando em seguida por duas cirurgias, para retirada da vesícula e de um tumor do cólon, o arquiteto costumava ir todos os dias ao seu escritório em Copacabana, onde trabalhava no projeto Caminho Niemeyer, em Niterói, um conjunto de nove prédios de sua autoria. Até outubro de 2009, Niemeyer permaneceu internado no mesmo hospital, no Rio de Janeiro. Em 25 de abril de 2010, foi novamente internado, apresentando um quadro de infecção urinária. O arquiteto deveria participar do lançamento da edição especial da revista “Nosso Caminho”, no dia 27 de abril, em homenagem aos 50 anos de Brasília. A festa foi cancelada.
Formação acadêmica
Casado, Oscar troca a vida boêmia pelo trabalho na tipografia do pai. Resolve retomar os estudos. Em 1929 ingressou na Escola Nacional de Belas Artes, de onde saiu formado como arquiteto e engenheiro, em 1934.
“As ideias marxistas continuam perfeitas, os homens é que deveriam ser mais fraternos”
Oscar Niemeyer
A luta política é uma das questões que sempre marcaram a vida e obra de Oscar Niemeyer. Em 1945, já um arquiteto conhecido, conheceu Luís Carlos Prestes e filiou-se ao Partido Comunista Brasileiro (PCB). Niemeyer emprestou a Prestes a casa que usava como escritório, para que este montasse o comitê do partido. Sempre foi um forte defensor de sua posição como stalinista. Durante alguns anos da ditadura militar do Brasil autoexilou-se na França. Um ministro da Aeronáutica da época diria que “lugar de arquiteto comunista é em Moscou”.
Niemeyer visitou a União Soviética, teve encontros com diversos líderes socialistas e foi amigo de alguns deles. Em 2007 presenteou Fidel Castro com uma escultura de caráter antiamericano: uma figura monstruosa ameaçando um homem que se defende empunhando uma bandeira de Cuba. Em seu discurso de 2007, onde Fidel fala em aposentadoria, faz referência ao amigo Niemeyer: “Penso, como (o arquiteto brasileiro Oscar) Niemeyer, que se deve ser consequente até o final”. Esta frase foi repetida em sua carta de renúncia de 18 de fevereiro de 2008.
“Não me sinto importante. Arquitetura é meu jeito de expressar meus ideais: ser simples, criar um mundo igualitário para todos, olhar as pessoas com otimismo. Eu não quero nada além da felicidade geral”
Oscar Niemeyer
Desde sempre idealista, mesmo passando por dificuldades financeiras, decide trabalhar sem remuneração no escritório de Lúcio Costa e Carlos Leão. Não lhe agradava a arquitetura comercial vigente e viu no escritório de Lúcio Costa uma oportunidade para aprender e praticar uma nova arquitetura.
Obra do Berço
Seu primeiro projeto individual a ser construído foi a Obra do Berço, em 1937, no bairro da Lagoa, Rio de Janeiro. Neste edifício nota-se a presença dos elementos defendidos na arquitetura moderna e a influência do arquiteto francês Le Corbusier: o pilotis, a planta livre, a fachada livre, possibilitando a abertura total de janelas na fachada, o terraço-jardim e o brise-soleil, pela primeira vez utilizado na vertical. Durante a construção, o arquiteto estava fora do Brasil e, ao retornar, encontrou o brise instalado de forma inapropriada, sem proteger o interior contra a insolação. Sendo assim, Niemeyer, que nada havia cobrado pelo projeto, pagou pela execução do brise na forma em que havia projetado. O prédio da Obra do Berço foi inaugurado em 1938 e em 2012 a instituição ainda o ocupa.
Ministério da Educação e Saúde
Em 1936, o escritório onde Niemeyer trabalhava como estagiário, dirigido por Lúcio Costa e Carlos Leão, foi chamado pelo ministro da Educação e Saúde, Gustavo Capanema (que anulara o concurso público ganho por Archimedes Memoria), para projetar o novo edifício do Ministério da Educação e Saúde. Este projeto estava inserido no contexto político do Estado Novo, quando Getúlio Vargas, presidente do Brasil, usava a arquitetura e o urbanismo como ferramentas para ilustrar os novos rumos da nação em uma fase intermediária, que buscava se transformar de potência agrícola exportadora de café em um país industrializado.
Ministério da Educação e Saúde: fachada com brises
Lúcio Costa pediu assessoria ao arquiteto franco-suíço Le Corbusier, um dos grandes expoentes mundiais do Movimento Moderno e montou uma equipe de arquitetos para o desenvolvimento do projeto: Affonso Eduardo Reidy, Ernani Vasconcellos, Jorge Moreira, Carlos Leão e Niemeyer. O projeto segue os 5-pontos corbusianos, já realizados no Pavilhão Suíço, um prédio de apartamentos em Paris projetado por Le Corbusier em 1930. O edifício do MEC, terminado em 1943, eleva-se da rua apoiando-se em pilotis: sistema de pilares de concreto que mantém o prédio “suspenso”, permitindo o trânsito livre de pedestres por baixo do mesmo (um espaço público de passagem). O prédio uniu os maiores nomes do modernismo brasileiro, com azulejos de Portinari, esculturas de Alfredo Ceschiatti e jardins de Roberto Burle Marx e é considerado o primeiro grande marco da Arquitetura Moderna no Brasil.
Pavilhão Brasileiro na Feira Mundial de Nova York
Em 1939, Niemeyer viaja com Lúcio Costa para projetar o Pavilhão Brasileiro na Feira Mundial de Nova Iorque de 1939-40. Associam-se ao escritório de Paul Lester Wiener, responsável pelo detalhamento dos interiores e stands de exposição. Em uma época em que a Europa e os Estados Unidos estavam concentrando suas potências industriais na Segunda Guerra Mundial, o Brasil estava investindo em arquitetura, o que lhe colocou na vanguarda da Arquitetura Modernista internacional, onde ainda permaneceu por várias décadas, graças em boa parte ao talento de Oscar Niemeyer.
Década de 1940
Conjunto Arquitetônico da Pampulha


Em 1940, Niemeyer conheceu Juscelino Kubitschek, na ocasião prefeito de Belo Horizonte, capital de Minas Gerais, que tinha interesse em desenvolver uma área ao norte da cidade, chamada Pampulha. Encomendou a Niemeyer um conjunto de edificações que seriam conhecidas como Conjunto Arquitetônico da Pampulha.
Igreja São Francisco de AssisFinalizados em 1943, os prédios foram alvo de muitas críticas e admiração, causando polêmicas locais. A Igreja católica negou-se a benzer a Igreja São Francisco de Assis Belo Horizonte, em parte por sua aparência não usual, e em parte pelo mural moderno pintado por Portinari, que possuía traços abstratos e onde reconhecia-se um cachorro, representando um lobo junto a São Francisco de Assis. Através do conjunto da Pampulha, Niemeyer conseguiu sua primeira projeção internacional. No conjunto da Pampulha desponta o estilo que irá marcar suas obras: o uso da plasticidade no concreto armado gerando formas sinuosas em seus prédios. Os projetos de Niemeyer são de traços mínimos, e a arquitetura deve se resolver pela estrutura. No entanto, ele nega que a estética de seus prédios se sobreponha ao utilitarismo; sempre escreveu enormes memoriais, descrevendo e justificando os detalhes plásticos do edifício. Segundo ele, se não se pode justificar uma ideia em um parágrafo, desiste-se dela.
“Com a obra da Pampulha o vocabulário plástico da minha arquitetura, num jogo inesperado de retas e curvas, começou a se definir”.
Oscar Niemeyer
Cataguases
Ainda no início dos anos 40, Niemeyer recebeu duas encomendas de Francisco Inácio Peixoto: uma casa e um colégio em Cataguases. O projeto da residência de Chico Peixoto e o Colégio Cataguases, inaugurado em 1949, levaram Cataguases à cena da Arquitetura Moderna, atraindo olhares para a pequena cidade mineira. Ambas obras contaram com jardins de Burle Marx. O Colégio possui murais de Paulo Werneck e Cândido Portinari.[25]
Sede das Nações Unidas
Sede da ONU, projeto de 1947
Em 1946 seu nome já circula internacionalmente e Niemeyer é convidado a lecionar na Universidade de Yale, mas é impedido de atender ao convite por ter o visto negado devido à sua posição política. No entanto, em 1947 Niemeyer é indicado para fazer parte da equipe de arquitetos mundiais que viria a desenvolver a Sede das Nações Unidas. Niemeyer viaja aos Estados Unidos para integrar a equipe e apresenta o projeto que seria escolhido, elaborado em conjunto com Le Corbusier.
Banco Boavista
Ainda em 1946 projeta o Edifício do Banco Boavista, um de seus projetos mais expressivos no Rio de Janeiro. Niemeyer aplica a curva desta vez ao tijolo de vidro que reveste a fachada frontal, iluminando e enriquecendo o interior do banco. O edifício, inaugurado em 1948, foi tombado pelo INEPAC em 1992.
Década de 1950
Parque do Ibirapuera
No Brasil, projeta em São Paulo o Conjunto do Ibirapuera, (um parque com pavilhões de exposições em homenagem ao aniversário de 400 anos da cidade), inaugurado 21 de agosto de 1954.
Edifício Copan
Para a mesma comemoração, Niemeyer projeta em 1951 o edifício Copan, implantado no velho Centro de São Paulo. Seu desenho sinuoso e o caráter moderno o tornariam um dos símbolos da cidade de São Paulo. O Copan é a maior estrutura de concreto armado do Brasil.[26]
Casa das Canoas
Ainda em 1951 e no ano seguinte constrói sua própria casa no Rio de Janeiro. Esta, chamada a Casa das Canoas, nome da estrada em que se encontra, tornar-se-á muitos anos mais tarde parte da Fundação Oscar Niemeyer. A casa foi tombada em 2007 pelo IPHAN.
Palácio do Planalto
Em 1957, Niemeyer abre um concurso público para o Plano Piloto de Brasília, a nova capital. O projeto vencedor é o apresentado por Lúcio Costa, seu amigo e ex-patrão. Niemeyer, arquiteto escolhido por Juscelino, seria responsável pelos projetos dos edifícios, enquanto Lúcio Costa desenvolveria o plano da cidade. Brasília foi um grande desafio; a cidade foi construída na velocidade de um mandato, e Niemeyer teve de planejar uma série de edifícios em poucos meses para configurá-la. Entre os de maior destaque estão a residência do Presidente (Palácio da Alvorada), o Edifício do Congresso Nacional (Câmara dos Deputados e Senado Federal), a Catedral de Brasília, os prédios dos ministérios, a sede do governo (Palácio do Planalto) além de prédios residenciais e comerciais.
A determinação de Kubitschek foi fundamental para a construção de Brasília, levando para frente sua intenção de desenvolver o centro despovoado do Brasil (a exemplo da marcha do oeste norte-americana): povoar o interior e levar o progresso Brasil adentro.
O projeto de Lúcio Costa, vencedor do concurso, punha em prática os conceitos modernistas de cidade: o automóvel no topo da hierarquia viária, facilitando o deslocamento na cidade, os blocos de edifícios afastados, em pilotis sobre grandes áreas verdes. Brasília possui diretrizes que remetem aos projetos de Le Corbusier na década de 1920 e ainda ao seu projeto para a cidade de Chandigarh, pela escala monumental dos edifícios governamentais. A cidade de Lúcio Costa também possui conceitos semelhantes aos dos estudos de Hilberseimer.
“Quem for a Brasília, pode gostar ou não dos palácios, mas não pode dizer que viu antes coisa parecida. E arquitetura é isso – invenção”
Oscar Niemeyer
Nesta nova cidade projetada, levou-se em conta o ideal socialista, onde todas as moradias pertenceriam ao governo e seriam utilizadas pelos funcionários públicos. Nesta visão, todos os funcionários, fossem serventes ou parlamentares, deveriam habitar os mesmos prédios.
A construção de Brasília foi controversa; os preceitos do urbanismo modernista já sofriam críticas antes mesmo do início de sua construção, devido a sua escala monumental e à prioridade dada ao automóvel. Brasília cresceu de forma não prevista e cidades-satélite surgiram para acomodar a crescente população. Atualmente, apenas uma pequena parcela dos habitantes do Distrito Federal habita na área prevista pelo plano piloto de Lúcio Costa.
Palácio da Alvorada
O Palácio da Alvorada foi o primeiro edifício público inaugurado em Brasília, em junho de 1958. Nesta obra Niemeyer desenha pilares em um formato inusitado. A forma dos pilares da fachada deu origem ao símbolo e emblema da cidade, presente no brasão do Distrito Federal.
Catedral Metropolitana Nossa Senhora Aparecida
Marcante por sua arquitetura singular, a Catedral Metropolitana é uma das obras mais expressivas de Brasília. O acesso à nave se dá através de uma passagem subterrânea, intencionalmente escura e mal-iluminada, visando o contraste com o interior que recebe iluminação natural intensa. Foi inaugurada em 1960.
Congresso Nacional em Brasília
O edifício do Congresso Nacional do Brasil, inaugurado em 1960, localiza-se no centro do Eixo Monumental, a principal avenida de Brasília. À frente há um espelho d’água e um grande gramado e na parte posterior do edifício se encontra a Praça dos Três Poderes. É um dos edifícios mais importantes do Brasil. É composto de duas semiesferas, que abrigam o Câmara dos Deputados e o Senado. Entre as semiesferas há dois blocos de escritórios.
Casino do Funchal. Inaugurado em 1976
Em 1964 viaja para Israel a trabalho e volta para um Brasil completamente diferente. Em março o presidente João Goulart, (Jango), que assumira após o presidente eleito Jânio Quadros renunciar, havia sido deposto por um golpe dos militares, que assumem o controle do país e instauram um regime de ditadura que duraria 21 anos. O comunismo de Niemeyer lhe custou caro. No período da ditadura militar do Brasil, a revista Módulo, que dirigia, tem a sede parcialmente destruída, o escritório de Niemeyer é saqueado, seus projetos passam a ser recusados e a clientela desaparece.
Em 1965, 223 professores, entre eles Niemeyer, se demitem da Universidade de Brasília, em protesto contra a política universitária e retaliações do Governo Militar. No mesmo ano viaja para França, para uma exposição sobre sua obra no Museu do Louvre. No ano seguinte, impedido de trabalhar no Brasil, muda-se para Paris. Começa aí uma nova fase de sua vida e obra. Abre um escritório nos Champs-Élysées, e tem clientes em diversos países, em especial na Argélia, onde desenha a Universidade de Constantine e, em 1970, a mesquita de Argel. Na França, projeta a sede do Partido Comunista Francês (doação), a Bolsa de Trabalho de Bobigny, o Centro Cultural Le Havre e na Itália a Editora Mondadori.
Em Portugal tem apenas uma obra, na cidade do Funchal, o Pestana Casino Park, um projeto de 1966, mas concluído em 1976 e que é composto por três edifícios: um cassino, um centro de congressos e um hotel de cinco estrelas.
Anos 1980 e 1990
Mão, escultura de Niemeyer no Memorial da América Latina, São Paulo, 1989Niemeyer retorna ao Brasil no começo dos anos 80, no início da abertura política, quando da anistia dos exilados no governo João Figueiredo. Na ocasião o antropólogo Darcy Ribeiro, amigo de Niemeyer, era vice de Brizola, ex-exilado e governador do Rio de Janeiro eleito em 1982. Para consolidar os projetos educacionais e culturais de Darcy Ribeiro, Niemeyer projeta os CIEPs e o Sambódromo do Rio de Janeiro, que possui salas de aula sob as arquibancadas.
Projetou ainda na década de 1980 o Memorial JK; o Edifício Manchete; sede do Grupo Bloch em 1983; a Arena de Rodeios e o Parque do Peão “Mussa Calil Neto”, na cidade de Barretos, interior de São Paulo (1984); o Panteão da Pátria em Brasília (1985) e o Memorial da América Latina (1987), em São Paulo. Em 1988, é criada a Fundação Oscar Niemeyer a fim de preservar o seu acervo de cerca de 500 trabalhos.
Memorial a Cabanagem
O Memorial da Cabanagem é um monumento de 15 metros de altura por 20 de comprimento, todo em concreto, erguido no complexo do entroncamento em Belém do Pará. A pedido do então governador do Pará, Jader Barbalho, o monumento foi construído para compor as comemorações do sesquicentenário da Cabanagem, que aconteceu em 7 de janeiro de 1985. Esteticamente a obra pode ser definida como uma rampa elevada em direção ao céu com uma inclinação acentuada apontando para um ponto sem fim, tendo no meio uma “fratura”, um pedaço do monumento que jaz no chão. Segundo a concepção de Niemeyer, o monumento representa a luta heroica do povo cabano, que foi um dos movimentos mais importantes de todo o Brasil. A rampa elevada em direção ao firmamento representa a grandiosidade da revolta popular que chegou muito perto de atingir seus objetivos e a “fratura” faz alusão à ruptura do processo revolucionário. Mas embora tenha sido sufocada, a Cabanagem permanece viva na memória do povo, por isso, o bloco continua subindo para o infinito, simbolizando que a essência, os ideais e a luta cabana continuam latentes na história do país. Hoje o monumento à Cabanagem faz parte do complexo viário do Entroncamento e está longe de cumprir o seu papel de museu, pois é fechado à visitação pública e, há algum tempo, foi alvo de vandalismo por parte de moradores de rua. Em 1997, o então prefeito Edmílson Rodrigues determinou que o monumento fosse limpo e restaurado. Este monumento é o único de Oscar Niemeyer em território paraense, no entanto é vítima de constantes arrombamentos, pichações e depredações. O monumento aponta para a vila de Icoaraci onde muitos combatentes cabanos foram mortos e enterrados.A “mão fraturada”(sem o polegar)faz referência a pacificação ocorrida após a cabanagem numa época onde quem era pego com armas de fogo tinha o polegar cortado.
Terminal Rodoviário de Londrina
Ainda em 1988 projetou para a cidade de Londrina, no Paraná, o Terminal Rodoviário de Londrina (José Garcia Villar), que foi inaugurado em 25 de junho de 1988. A construção é toda feita de zinco, possui o formato circular, no centro onde tem abertura que sai para o jardim.
Museu de Arte Contemporânea de Niterói,1996
Em 1991, aos 84 anos, projetou o Museu de Arte Contemporânea de Niterói, MAC em um terreno que o próprio escolheu quando andava de carro por Niterói. Considerado uma de suas grandes obras, o projeto do MAC integra a arquitetura com o panorama da Baía de Guanabara, a praia de Icaraí e o relevo do Rio de Janeiro.
Anos 2000
Memorial da América Latina
O Memorial da América Latina, localizado no bairro da Barra Funda, na cidade de São Paulo, inaugurado em 18 de março de 1989, possui o conceito e o projeto cultural desenvolvido pelo antropólogo Darcy Ribeiro
Museu Oscar Niemeyer
Em 22 de novembro de 2002 foi inaugurado o complexo que abriga o Museu Oscar Niemeyer, em Curitiba. Por sua forma inusitada, o museu é popularmente chamado de Museu do Olho ou Olho do Niemeyer. Abriga diversas exposições ao longo do ano e traz milhares de turistas do Brasil e do exterior. O Museu preza por sua arquitetura moderna, representando originalmente um pinheiro (segundo Niemeyer).
Anexo da Serpentine Gallery
Em (2003, Niemeyer foi escolhido para projetar seu primeiro edifício na Grã-Bretanha, um anexo provisório na Serpentine Gallery – uma galeria londrina que constrói a cada ano um pavilhão no Jardim do Hyde Park. Apesar de sua preferência pelo concreto, Niemeyer optou pela execução em aço devido ao caráter temporário da obra, que pedia uma arquitetura desmontável.
Auditório Ibirapuera
No ano de 2002 é concluída a 12ª versão do projeto do Auditório Ibirapuera, projetado para o local desde 1952 e cujas obras são finalizadas em 2005.[32]
Museu Nacional Honestino Guimarães
Em 15 de dezembro de 2006, com quase 50 anos de atraso, foi inaugurado o Museu Nacional Honestino Guimarães e a Biblioteca Nacional Leonel de Moura Brizola, que formam, juntas, o maior centro cultural do Brasil, denominado Complexo Cultural da República, na Esplanada dos Ministérios em Brasília. O Complexo, de 91,8 mil metros quadrados custou 110 milhões de reais ao Governo do Distrito Federal.[33] A inauguração foi programada para coincidir com o 99º aniversário de Oscar Niemeyer.
Centro Cultural Oscar Niemeyer
Em 2006 concebe em Goiânia um complexo que leva o seu nome Centro Cultural Oscar Niemeyer, em sua homenagem.
2007: Seu centenário
Niemeyer completou em 2007 o centésimo aniversário, perfeitamente lúcido e ativo. Neste mesmo ano, no dia 12 de dezembro, recebeu a mais alta condecoração do governo francês pelo conjunto de sua obra, o título de Comendador da Ordem Nacional da Legião de Honra.
Centro Cultural Internacional Oscar Niemeyer, Espanha
Ainda em 2007, ano de comemoração do seu centenário, Oscar Niemeyer aceitou ser presidente de honra do Centro de Educação Popular e Pesquisas Econômicas e Sociais CEPPES, centro de estudos fundado por Luís Carlos Prestes.
Havia projetado um balneário para Potsdam, na Alemanha, com inauguração marcada para 2007, cujas obras foram canceladas antes do início da edificação devido às suas dimensões faraônicas.
Em dezembro de 2007 foram iniciadas as obras do complexo da Cidade Administrativa de Minas Gerais, no bairro Serra Verde, região norte de Belo Horizonte. O projeto do complexo arquitetônico do Centro Administrativo previa a construção de uma praça cívica e cinco edificações: a Sede do Governo de Minas Gerais, duas torres com 15 andares, um auditório, e um centro de convivência em uma área de 804 mil metros quadrados. O término das obras se deu em março de 2010. Oscar Niemeyer é autor de quinze obras na cidade, incluindo esta em construção.[39][40]
Ainda 2007 Niemeyer fora convidado para redesenhar o prédio do Detran, de sua autoria, em São Paulo, que abrigará o novo MAC da USP.[41] No entanto, devido à grande intervenção proposta, o projeto foi vetado pelo Conpresp em abril de 2009.[42] Orçada em 120 milhões, a reforma proposta por Niemeyer ficaria além da verba disponível.
2008
Estação Cabo Branco
Em 2008 foi inaugurada a Estação Cabo Branco, em João Pessoa no estado da Paraíba. O complexo, localizado na Ponta do Seixas, extremo oriental das Américas, tem como foco central “uma torre espelhada erguida em forma octogonal, com 43 metros de distância entre lados opostos e apoiada sobre uma parede cilíndrica com 15 metros de diâmetro”. O projeto tem 8.571m².
Parque da Cidade Dom Nivaldo Monte em Natal (RN)
Em 21 de julho de 2008 foi inaugurado na cidade de Natal o parque urbano Dom Nivaldo Monte, com o projeto arquitetônico de autoria de Oscar Niemeyer. O parque ocupa uma área de 64 hectares, sendo composto por dois estacionamentos, dois pórticos de entrada, cinco trilhas pavimentadas (6,5 km), quatro unidades de descanso, quatro baterias de banheiros, biblioteca, auditório, centro de educação ambiental, um monumento com doze andares, constituindo memorial da cidade e mirantes.
Outras obras no período
Ainda em 2008 Niemeyer apresentou um novo projeto. A sede do Centro Cultural Casa das Américas que será na cidade de Nova Friburgo, Rio de Janeiro. Niemeyer já se dispôs a projetar um estádio de futebol no Brasil para a Copa do Mundo de 2014, que será realizada no Brasil.
As obras tombadas pelo IPHAN ou declaradas Patrimônio da Humanidade pela Unesco (caso de Brasília), só podem ser alteradas com autorização do arquiteto. O centenário arquiteto entregou também por volta de 2008 um projeto nada modesto para a construção da Holoteca, no bairro Cognópolis em Foz do Iguaçu. Se trata de uma megabiblioteca com auditório que custará pelo menos R$ 13 milhões.
2010
Cidade Administrativa de Minas Gerais Presidente Tancredo Neves
Palácio Tiradentes, uma das edificações que compõe a Cidade Administrativa de Minas Gerais
Também foi convidado a elaborar o projeto arquitetônico do novo centro administrativo do governo de Minas Gerais. Este centro localiza-se entre a capital mineira e o Aeroporto Internacional Tancredo Neves (Confins). Mais um projeto ousado que – dentre outras edificações no local – previa uma laje de quase 150 metros apoiada em apenas dois pilares.
Curvas, concreto armado e o maior prédio suspenso do mundo. A Cidade Administrativa de Minas Gerais é considerada o projeto mais ousado de Oscar Niemeyer. A obra, realizada no governo Aécio Neves, abriga as Secretarias e órgãos do Estado e foi inaugurada 4 de março de 2010.
Dar vida às formas desenhadas por Niemeyer foi um grande desafio conquistado pela a engenharia. O conjunto abriga ao todo cinco edificações. O Palácio Tiradentes, sede do governo, é totalmente suspenso por cabos de aço, formando um vão livre de 147 metros no térreo. As Secretarias foram alocadas em dois prédios idênticos com os nomes “Minas” e “Gerais”, feitos em curva, com 15 andares cada um.
Completam o cenário, um centro de convivência em formato redondo, com lojas, restaurantes e bancos, e o auditório JK com 490 lugares. A construção côncava, com um espaço vazado na parte de cima, representa a figura de um olho e lembra a igrejinha da Pampulha, obra que reflete bem o estilo arquitetônico de Niemeyer.
Universidade de Música e Arte de Araraquara
Ousado, o projeto da Universidade de Música de Araraquara prevê três prédios: duas cúpulas e um extenso bloco, distribuídos numa área de 9 mil m² de construção. Uma enorme rampa fará a ligação entre os três locais. As dependências da Universidade de Música terão, além das salas de ensino, biblioteca, área de convivência interna, teatro, auditório e refeitório. Niemeyer está empolgado com um projeto e priorizou a beleza dentro das limitações do local. A previsão de inauguração da Universidade é novembro de 2011.
Museu Pelé
O museu orçado em R$ 20 milhões já começou a ser construído na cidade de Santos no litoral do Estado de São Paulo. A obra é mais um projeto de Oscar Niemeyer. A previsão é que as obras terminem em 2012. A inspiração foi pelo pulo do jogador de futebol Pelé com o braço levantado, refletindo como símbolo do monumento. O jogador costumava comemorar seus gols dessa forma.
O acervo do museu projetado por Niemeyer vai agregar mais de três mil peças, inclusive uma réplica da taça do mundial de 1970, a Taça Jules Rimet.
*CorreiodoBrasil