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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

sábado, março 23, 2013

MERCADO DA FÉ


Elisabeth Badinter, filosofa, feminista e sociologa francesa, concede entrevista à Fernando Eichenberg para Revista Europa,


Charge foto e frase do dia







Ariano Suassuna valoriza cultura brasileira durante Conferência de Desenvolvimento


Plantando maconha para a vitória


 Melhor plantar para a paz...


Nos anos 1980, um filme de 14 minutos começou a circular entre os ativistas norte-americanos pró-liberação da maconha: nele, o Departamento de Agricultura do governo dos Estados Unidos pedia ao país que plantasse cânhamo (a mesma planta da maconha) para ajudar na guerra, em 1942. “Cânhamo para amarrar navios, cânhamo para toas, cânhamo para rebocar e atrelar, cânhamo para incontáveis usos navais tanto a bordo quanto em terra!” Nada poderia ser mais patriótico, sugeria o filme, do que plantar maconha.

Antes de o algodão dominar o setor e o lobby dos plantadores acabar com as lavouras de cânhamo sob o pretexto de proibir a droga, a fibra era largamente utilizada em várias partes do planeta. Inclusive os cordames e velas das caravelas de nossos descobridores eram feitos de cânhamo. O Novo Mundo já nasceu ligado de alguma forma à planta… Eu sempre me perguntei, aliás, por que não plantar cânhamo oficialmente no Nordeste brasileiro, onde cresce tão bem, mesmo em solo árido –plantas com baixo teor de THC, o princípio ativo da maconha, que seriam utilizadas somente para extrair a fibra e fabricar de roupas, por exemplo. O óleo também é super-nutritivo e seu uso está sendo estudado como biocombustível. Qual o problema?

Enfim, é muito curioso descobrir que o plantio da proibidíssima maconha já foi incentivado nos EUA. Quando o filme foi descoberto, o governo negou, disse que se tratava de um embuste. Não havia registro oficial sobre a produção em lugar algum, mas os ativistas não desistiram. As autoridades americanas só não contavam com um detalhe: embora o registro tenha desaparecido do catálogo eletrônico, as velhas fichas da Biblioteca do Congresso não haviam sido incineradas, e estava lá: Hemp for Victory (Cânhamo para a Vitória), Departamento de Agricultura dos EUA, 1942. Bingo.

“Podemos apenas especular sobre o autor da decisão de ‘apagar’ Hemp for Victory dos vários arquivos oficiais. Ao que parece, a ‘reescrita’ da História Oficial, algo que supomos só ter acontecido na Rússia comunista e em outros Estados não democráticos, acontece também nos Estados Unidos”, escreveu Rowan Robinson em O Grande Livro da Cannabis (Jorge Zahar), que conta a história.

Em 2010, o pessoal do blog O Imperador Está Nu legendou em português e disponibilizou no youtube o filme, em duas partes. Assista. Você vai ver como as visões sobre a maconha variam de acordo com a ocasião. Uma hora heróica, outra hora banida da sociedade até como fibra.

Para conferir os docs, clique em Hemp for Victory – Parte 1  e Parte 2
*Cappacete


*comtextolivre

Atriz Fernanda Torrres reconhece: JN perdeu

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Atriz global e colunista da Folha de S. Paulo resume fenômeno de esvaziamento de audiência da TV aberta; "O público não está trocando de canal, mas de mídia", assinala; ela reconhece que a internet está ainda mais avançada que as televisões pagas; "A TV por demanda aponta um futuro em que o espectador monta a sua própria grade. Algo já praticado na internet, onde os comerciais são destinados a um público alvo e os navegadores trocam indicações entre si"; tempo de Cid Moreira já passou; mas publicidade é concentrada em mais de 60% nas tevês abertas; e a maior parte das verbas, na Rede Globo; força do hábito ou do jabá? 
A atriz global Fernanda Torres tocou em texto numa ferida aberta dentro do principal jornal da Rede Globo de Televisão. 
Em coluna publicada nesta sexta-feira 22 no jornal Folha de S. Paulo, Fernandinha, como é conhecida entre seus amigos, lembra na abertura do artigo Vale-TV que em seu tempo de menina – ela é nascida em 1965 – se acostumou a saber a hora do jantar por ouvir a voz de Cid Moreira no Jornal Nacional. 
Mas conta que, hoje, seus filhos já não têm mais essa referência. Eles não se guiam pela entrada no ar de William Bonner e Patrícia Poeta. Nem os escutam nem os assistem. 
Estão atentos a outras mídias, ligados nas tevês por assinatura e conectados à internet. 
A propósito de discutir a suspensão, pela ministra da Cultura, Marta Suplicy, do direito de uso do chamado Vale-Cultura para a feitura de assinaturas de tevês fechadas, Fernanda aborda com precisão o tema do esvaziamento da audiência na tevê aberta. 
A referência inicial ao Jornal Nacional, neste sentido, é emblemática. Apesar de ter um dos espaços publicitários mais caros da mídia brasileira, o JN já não é mais aquele. 
Nos últimos tempos, perdeu nada menos do que 40% de sua audiência histórica. 
Ainda se sustenta, no entanto, nas preferências dos muitos responsáveis pela indicação de anúncios nas agências de publicidade, os chamados 'mídias'. 
Nos anos 1960, quando fundou a Rede Globo, o empresário Roberto Marinho criou um sistema único de remuneração das agências de publicidade. 
Em troca de veiculação, ele estabeleceu o B.V. – Bônus de Veiculação. 
Trata-se de um instrumento existente até hoje, aprimorado através dos tempos, e disseminado entre outras emissoras. Por ele, as agências recebem de volta parte do dinheiro investido em publicidade. 
O B.V. também é conhecido por jabá. 
Boa parte da explicação na insistência na concentração publicitária no Jornal Nacional, apesar das perdas de audiência e, consequentemente, de repercussão, está no B.V. 
O que Fernanda Torres defende é a reabertura das negociações para se incluir a possibilidade de uso do Vale-Cultura – um avanço para o consumo de produtos culturais e de entretenimento no País – poder vingar, também, para assinaturas para tevês pagas. 
Ela não diz com todas as letras, mas deixa clara, em sua coluna, que, hoje, as tevês fechadas – e os sites de internet – são realmente muito mais interessantes que o Jornal Nacional. 
No 247
* BLOG DO SARAIVA
 

O problema não é o Marco Feliciano e sim uma cultura que tenta fazer da Bíblia a fonte das verdades éticas e políticas de uma sociedade



 



por Paulo Jonas de Lima Piva

O pastor Marco Feliciano é apenas um sintoma, apenas a ponta de um iceberg ameaçador para o futuro do Estado democrático de direito no Brasil. Do ponto de vista da democracia, dos direitos humanos, da laicidade do Estado brasileiro, Marco Feliciano é de fato um problema, um alerta, um lamentável retrocesso em potência e em andamento. Entretanto, o problema que o gerou e, ao que tudo indica,  o problema que gerará pela frente muitos Marcos Feliciano, é ainda maior, e se protege atrás de um maciço tabu da nossa cultura hegemonicamente cristã: o de não se discutir no Brasil, de evitar a todo custo, uma reflexão mais pública e ampla sobre as bases da fé religiosa no país, mais exatamente, um debate sobre a veracidade dos livros que lhe servem de fundamento e justificação. Cientistas, pensadores e estudiosos para isso não faltam. Trata-se do tabu de que "religião não se discute", de que tolerância significa calar-se diante de absurdos e truculências cometidas em nome de uma fé. Mas pelo andar da carruagem, com a explosão de fé que contagiou o país nos últimos anos e com o aumento significativo da presença dos religiosos no cenário político nacional, lotando parlamentos e acumulando grandes meios de comunicação de massa, o futuro da laicidade do Estado brasileiro e da ampliação dos direitos humanos no Brasil exige com urgência tal discussão pública e ampla. 

A Bíblia

Inspirando o fanatismo, a intolerância e o obscurantismo dos discursos e das práticas desse deputado eleito com mais de 200 mil votos e alimentando ideologicamente o seu projeto político de transformar o país numa "Jesuscracia" está um livro, a Bíblia. Para Marco Feliciano e para os milhares de cristãos que ele representa no Congresso Nacional, a Bíblia é um escrito sagrado, isto é, portador de explicações, valores e normas de conduta dados ao homem por uma divindade. Portanto, esse livro é por eles considerado uma obra oracular, concentradora de todas as verdades absolutas e únicas sobre o universo, o tempo, sobre a condição humana, sobre o certo e o errado, o permitido e o proibido, a vida e a morte. Assim sendo, não restaria outra alternativa ao ser humano senão submeter-se aos seus ditames e estórias, vinculando-se a ela sobretudo pela fé. Pensar, agir e viver fora dos padrões bíblicos seria viver em desacordo com as verdades com vê maiúsculo, por conseguinte, contra as vontades do deus no qual acreditam e a ele se dedicam e temem. Este seria o tal do "pecado". 

Ora, o que está fazendo Marco Feliciano no Congresso Nacional? Marco Feliciano está apenas sendo coerente com o seu credo e leal ao eleitorado que o elegeu. Como deputado federal Marco Feliciano está sendo evangélico, seguidor do que ele acredita serem as palavras de um deus. Marco Feliciano está combatendo o mal, lutando contra o "pecado" na sociedade brasileira. Ao desqualificar eticamente os homossexuais em seu discurso e no seu engajamento homofóbico, Marco Feliciano mostra simplesmente que respeita e cumpre rigorosamente o que está escrito no seu livro sagrado. Ele segue à risca, por exemplo,  Levítico 18:22: “Não te deitarás com varão, como se fosse mulher; é abominação.” Ele segue também Romanos 1:26-27: “Pelo que Deus os entregou a paixões infames. Porque até as suas mulheres mudaram o uso natural no que é contrário à natureza; semelhantemente, também os varões, deixando o uso natural da mulher, se inflamaram em sua sensualidade uns para como os outros, varão com varão, cometendo torpeza e recebendo em si mesmos a devida recompensa do seu erro”.  Ou ainda 1 Coríntios 6:9: “Não sabeis que os injustos não herdarão o reino de Deus? Não vos enganeis: nem os devassos, nem os idólatras, nem os adúlteros, nem os efeminados, nem os sodomitas”. Sua misoginia também encontra fundamento claro na sua Bíblia, em 1 Coríntios 11:3, por exemplo: "Quero, porém, que entendam que o cabeça de todo homem é Cristo, e o cabeça da mulher é o homem, e o cabeça de Cristo é Deus". Também em Efésios 5:22-24: "Mulheres, sujeitem-se a seus maridos, como ao Senhor, pois o marido é o cabeça da mulher, como também Cristo é o cabeça da igreja, que é o seu corpo, do qual ele é o Salvador. Assim como a igreja está sujeita a Cristo, também as mulheres estejam em tudo sujeitas a seus maridos".

Portanto, a atuação parlamentar de Marco Feliciano é digna de orgulho para os cristãos que compartilham da sua fé. Trata-se de uma conduta politica absolutamente coerente com uma ideologia misógina, homofóbica e autoritária, de uma representação que reage e age, de maneira automática, em conformidade com as fábulas do livro no qual ele e seus milhares de eleitores cegamente acreditam. E por mais que muitos  religiosos discordem do cristianismo expresso por Marco Feliciano e pelos seus milhares de eleitores, por mais que muitos teólogos façam contorcionismos lógicos e malabarismos retóricos mil para tentarem mostram que a Bíblia não diz o que realmente diz, quando abrimos as páginas enfadonhas, absurdas, ora assustadoras, ora risíveis, desse livro de mitologia, de contos da carochinha e de máximas bárbaras que tantas desgraças já causou ao mundo, o que encontramos lá? Como vimos acima, encontramos exatamente o que Marco Feliciano defende: passagens machistas, misóginas e homofóbicas aos montes, personagens autoritários, intolerantes e megalomaníacos que se apresentam como porta-vozes de um deus, que se dizem filho de um deus e, o que é pior, que se colocam como a encarnação da Verdade, sem contar as inúmeras atrocidades cometidas contra animais inocentes e alheios ao fanatismo dos personagens, animais estes condenados a rituais estúpidos de sacrifício. E é em coerência com esse livro digno de um Steven Spielberg sem inspiração que Marco Feliciano sustenta a sua homofobia, o seu machismo, o seu racismo, a sua intolerância, enfim, o seu desrespeito aos direitos humanos e à diversidade que caracteriza ainda o nosso ambiente democrático.

Resumindo e deixando mais claro, o problema central revelado pela eleição do presidente da Comissão de Direitos Humanos do Congresso Nacional não é o Marco Feliciano em si, que desfruta de um mandato legitimado por 200 mil eleitores seguidores da Bíblia, mas a nossa cultura de ainda levar a sério e de tomar como bússola existencial e moral um livro tão misógino, tão homofóbico, tão intolerante e autoritário como a Bíblia, onde o "amar ao próximo como a si mesmo", máxima que não é uma exclusividade evangélica, torna-se nota de rodapé em meio a tanta violência, sofrimento, crueldades, truculências e absurdos de suas "verdades" e personagens.

(Publicado no jornal A Gazeta Itapirense, edição 407, 23 de março de 2013)

O LIXO DO LUXO: EMPREGADOS SÃO TRATADOS COMO ESCRAVOS EM CONFECÇÃO DA MARCA LUIGI BERTOLLI

Luigi_Bertolli Iguatemi divulgaçãoFiscais flagram trabalho escravo em confecção da Luigi Bertolli em São Paulo

Rede Brasil Atual
São Paulo – A Superintendência Regional do Trabalho em São Paulo anunciou hoje (22) um flagrante de trabalho escravo em uma confecção que produzia roupas para as marcas Luigi Bertolli, Emme e Cori. A operação foi realizada na terça-feira (20) e resgatou 29 trabalhadores bolivianos da oficina na região do Belenzinho, zona leste da capital paulista.
A GEP Indústria e Comércio Ltda, que produz as peças das três marcas, foi alvo de fiscalização do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), em parceria com Ministério Público Estadual e Receita Federal. A produção era repassada para a Silobay, uma empresa situada no Bom Retiro, em São Paulo, que também foi alvo de fiscalização.
Fiscais do Ministério do Trabalho flagraram trabalhadores em condições análogas à escravidão. Na fábrica, as pessoas trabalhavam de 12h a 14h por dia, ganhavam em média R$ 3 por peça produzida, faziam as refeições no mesmo local em que trabalhavam e não tinham direito a férias nem a 13º salário. A fiscalização flagrou ligações elétricas clandestinas, com risco de incêndio, crianças circulando pelo local de trabalho e mantimentos guardados junto de rações de animais.
De acordo com a juíza do Trabalho da 2ª região, Patrícia Todelo, a maior parte dos trabalhadores vivia em situação de servidão por dívida, contraída ainda na Bolívia. Outra parcela foi vítima de tráfico internacional de pessoas. Pelo menos seis deles estavam irregulares e poderão ajustar sua documentação no Brasil. A situação se arrastava desde julho de 2012.
Na tarde de hoje, os trabalhadores compareceram à Superintendência Regional do Trabalho, no centro da cidade, para assinarem termos de indenização trabalhista, sendo que cada um receberá pelo menos R$ 23 mil. Além disso, a empresa desembolsará R$ 450 mil por dano coletivo – um terço do total será destinado para entidades beneficentes, um terço para o Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT) e um terço para entidades que combatem trabalho escravo. Ao todo, a GEP desembolsará cerca de R$ 1,1 milhão.
A empresa recebeu, ainda, 22 autos de infração, que podem resultar em multas. De acordo com fiscais, a GEP alegou que desconhecia o caso e se prontificou a regularizar a situação dos trabalhadores, assinando o termo de ajuste de conduta, o mais rápido possível. Entre o flagrante de trabalho escravo e o pagamento das indenizações se passaram cerca de 48 horas. A Silobay, empresa intermediária, continua sob investigação. (Texto Integral)
*Educaçãopolitica

sexta-feira, março 22, 2013

Putin invita al BRICS intensificar su participación en política global

Presidente de Rusia, Vladímir PutinPutin llama a los BRICS a implicarse más en la política global

Moscú, 22 de marzo, RIA Novosti.
El presidente de Rusia, Vladímir Putin, abogó por convertir el grupo de las cinco grandes economías emergentes, BRICS, en un “mecanismo de interacción geoestratégica” capaz de afrontar principales asuntos de la actualidad política internacional.
“De un foro de diálogo para coordinar posturas, proponemos transformar gradualmente al BRICS en un mecanismo de interacción geoestratégica pleno que permita buscar vías para solucionar problemas clave de la política  global”, expresó el presidente ruso en una entrevista a la agencia Itar-Tass concedida en vísperas de la cumbre del grupo BRISC en Durban, Sudáfrica.
Según Putin, para el enevento se está redactando una declaración conjunta en la que se expone la postura del BRICS ante temas tan importantes como la crisis siria y los conflictos de Afganistán, Irán y Oriente Próximo. Al mismo tiempo, el líder ruso subrayó que la propuesta rusa no busca esatablecer una rivalidad geopolítica con Occidente y sus alianzas.
“No vemos al grupo BRICS como un rival geopolítico de los países occidentales o sus organizaciones. Al contrario, estamos abiertos al diálogo con todo aquel que esté interesado en dialogar en el marco de un mundo multipolar”, apuntó.
El mandatario ruso afirmó que Rusia concede gran importancia al desarrollo de la cooperación con el resto del BRICS en los ámbitos como el comercio exterior, la inversión y los negocios. En este sentido, adelantó que durante la cumbre de Durban se formalizará la creación del Consejo Empresarial BRICS.
En vísperas de la reunión, también tendrá lugar un foro empresarial que congregará a un millar de participantes, agregó Putin.
La quinta cumbre de los BRICS se celebrará los días 26 y 27 de marzo en Durban, ciudad sudafricana a orillas del Océano Índico. El presidente de Rusia y sus homólogos de Brasil, India, China y Sudáfrica abordarán los problemas clave de la economía mundial, así como se reunirán con dirigentes de la Unión Africana, de la Nueva Asociación para el Desarrollo de África y de algunas entidades subregionales de integración.
*NataliaForcat