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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

domingo, setembro 01, 2013

Por que a Comissão da Verdade não investiga a mídia?



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 Comissão da Verdade terá conduta mais agressiva, escrita por Lucas Ferraz.
A matéria informa que o presidente da Comissão, o advogado José Carlos Dias, promete confrontar acusados de tortura com vítimas.
Essas entrevistas são importantes, sobretudo porque formam material acadêmico de qualidade.
Mas temos que entrevistar os peixes grandes também. As famílias proprietárias dos grupos de comunicação que apoiaram o golpe, por exemplo. Os grandes empreiteiros, os banqueiros. A elite que se estabeleceu durante o regime militar tem que dar seu depoimento.
A Comissão da Verdade tem que buscar a verdade também nesse ponto: o papel dos meios de comunicação na preparação, deflagração e sustentação do golpe. O Brasil tem direito de conhecer as negociatas que rolaram durante o regime entre as empresas de mídia, os milicos e, claro, o Tio Sam…
A Comissão da Verdade poderia investigar, por exemplo, o acordo da Time Life com a Globo, assinado em 1962, antes da TV Globo ser criada, mas que foi fundamental para permitir à Globo assumir um papel de oposição dura, golpista, ao governo.
Todas as empresas de mídia que apoiaram o golpe ganharam muito dinheiro com esse posicionamento. Às custas da pobreza da maioria da população.
A nossa imprensa tem a mácula do chapa-branquismo mais nojento de todos. Na verdade o autêntico chapa-branquismo, a concepção original do termo, que é apoiar um ditador, apoiar a tortura, apoiar a censura, apoiar a subserviência a outro país, apoiar a política de pauperização do povo, apoiar um sistema corrupto, injusto e totalitário. O chapa-branquismo de apoiar a truculência de militares fortemente armados prendendo estudantes, jovens, professores. O chapa-branquismo de trair os valores mais caros que nortearam a nossa luta pela independência e nossas primeiras constituições.
A mídia apoiou a ditadura e nunca pediu desculpas. Deveria ao menos então contribuir com depoimentos à Comissão da Verdade.
*

Ex-titular da Justiça no governo FHC afirma que recorrerá à Polícia Federal para busca de convocados para depor
LUCAS FERRAZ FOLHA DE SÃO PAULO
O advogado e ex-ministro da Justiça do governo FHC José Carlos Dias, 74, assumiu nesta semana a coordenação da Comissão Nacional da Verdade, num momento que não poderia ser mais delicado.
Quase 16 meses após iniciar os trabalhos, o grupo atua há 60 dias com dois integrantes a menos, foi tomado por desconfianças internas e vive sob críticas de grupos de direitos humanos. Dias diz que o pior momento já passou. “A Comissão da Verdade será mais agressiva. Vamos mudar.”
Um dos focos do novo coordenador é o convencimento de que é necessário confrontar os agentes da repressão com o relato das vítimas da ditadura militar (1964-85), conduta que era reclamada pela antecessora dele na coordenação, Rosa Cardoso.
Ele quer evitar situações como a que ocorreu no depoimento, em maio, de Carlos Alberto Brilhante Ustra, coronel reformado do Exército e símbolo das torturas praticada pelos militares, que defendeu a ditadura sem que houvesse espaço para contestação de vítimas da repressão.
Outra novidade é um acordo feito com a Polícia Federal, que usará a força, se for preciso, para buscar os convocados que não aparecem para depor na comissão. “Inclusive em casa”, garantiu.
A comissão tem poderes para convocar testemunhas e obrigá-las a depor, mas tem adotado a prática de convidar as pessoas e só transformar convites em convocações nos casos em que há recusa.
Dias afirmou que vai aprofundar a cooperação com as 21 comissões da verdade de todo país que já têm relações com a comissão nacional.
Como somente a Comissão Nacional da Verdade tem poder para convocar depoimentos, a parceria facilitará o depoimento de outros agentes. Os grupos estaduais e municipais fazem apenas convites.
Nessa linha, dois novos depoimentos foram acertados com a Comissão da Verdade da cidade de São Paulo.
Um será o do presidente da CBF (Confederação Brasileira de Futebol), José Maria Marin. Em 1975, quando era deputado estadual da Arena (partido da ditadura) ele fez discursos elogiando o delegado do antigo DOPS Sérgio Fleury e contra o então jornalista Vladimir Herzog, morto após uma sessão de torturas 16 dias depois do discurso.
Outro será o delegado aposentado Laertes Calandra, conhecido à época como capitão Ubirajara. Ele é apontado como torturador por ex-presos políticos. “Mas não vamos tirar coelho da cartola. Não temos como fazer milagres, infelizmente já se passou muito tempo”, concluiu Dias.
Por: Miguel do Rosário
*Tijolaço 

Reaça na TV Cultura


Curso de MG é suspenso por ter 'orientação comunista'


O poder judiciário brasileiro cada vez mais se consolida como uma trincheira da elite branca nacional, é  sempre bom lembrar que o primeiro setor do estado alemão a cair nas garras dos nazista foi justamente o judiciário. 



Um programa de extensão ligado à Universidade Federal de Ouro Preto (Ufop) foi suspenso por determinação judicial sob alegação de que "ostenta feição predominantemente político-partidária". Na avaliação do juiz José Carlos do Vale Madeira, da 5ª Vara Federal no Maranhão, o Centro de Difusão do Comunismo (CDC) comete "grave ofensa" ao princípio da moralidade porque "favorece a militância política anticapitalista em detrimento de outras militâncias" existentes no País.
O programa, coordenado pelo professor André Mayer, do curso de Serviço Social da Ufop, é constituído de quatro ações articuladas para "estudar, debater e realizar a crítica à ordem do capital". Participam do CDC 20 bolsistas que recebem R$ 250 mensais, além de estudantes e quaisquer pessoas que queiram aderir ao programa. Na lista de atividades, gratuitas e abertas à comunidade em geral, estão incluídos dois projetos (Liga dos Comunistas - Núcleo de Estudos Marxistas e Equipe Rosa Luxemburgo - Grupo de Debate e Militância Anticapitalista) e dois cursos (Mineração e Exploração dos Trabalhadores na Região da Ufop e Relações Sociais na Ordem do Capital - As Categorias Centrais da Teoria Social de Marx). Elas são realizados duas vezes por ano no Instituto de Ciências Sociais Aplicadas (ICSA) em Mariana, município próximo a Ouro Preto, também na região central de Minas.

Foice e martelo
O juiz Vale Madeira concordou com os argumentos de Pedro Leonel, de que o programa afeta a "igualdade de oportunidades" para os partidos que disputam eleições porque é sustentado com recursos públicos e tem "evidente opção político-partidária que exalta a militância política anticapitalista". "O símbolo utilizado pela Ufop para divulgá-lo é precisamente aquele universalmente associado aos partidos comunistas, ou seja, uma foice e um martelo. Este símbolo, com pequenas variações, é o mesmo utilizado pelo Partido Comunista do Brasil (PCdoB) e Partido Comunista Brasileiro (PCB)", observou o magistrado. Ele lembrou também que a legislação eleitoral proíbe o uso de bens públicos para a promoção de legendas e declarou que o programa "desrespeita as demais convicções partidárias", exemplificando com socialistas, trabalhistas, democratas, cristãos e ambientalistas.
Em sua decisão, proferida após ouvir a instituição, o juiz determinou a imediata suspensão das atividades, assim como a contratação de professores, pagamento de bolsas de estudo, compra de materiais, disponibilização das dependências da universidade para o CDC e até mesmo a divulgação dos objetivos e atividades do programa. O magistrado ainda ordenou que seja dada publicidade à decisão - divulgada no site do CDC -, mas se negou a estipular uma multa diária à Ufop porque "não existem registros de descumprimento" da ordem judicial.
A reportagem tentou falar com o professor André Mayer, mas, segundo a assessoria da universidade, ele estava em reunião com o reitor no início da noite desta quarta-feira, 28. A instituição informou que vai recorrer da decisão para retomar o programa. O CDC recebeu diversas mensagens de "apoio e solidariedade" de docentes da própria Ufop e de outras instituições como a Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri (UFVJM).



Mandela deixa o hospital


 
Do Jornal GGN
Mandela deixa o hospital após quase 3 meses internado
Depois de passar quase três meses internado em um hospital de Pretória, onde deu entrada no dia 8 de junho, o ex-presidente sul-africano Nelson Mandela finalmente recebeu alta neste domingo (1). Aos 95 anos, o líder e símbolo máximo contra a segregação racial no país foi tratado de uma infecção pulmonar. As informações estão em comunicado oficial da Presidência da África do Sul.
Apesar de ser liberado, os médicos reconhecem que o estado de Mandela continua crítico e em alguns momentos apresenta quadros de instabilidade. Contudo, a equipe concordou que a terapia intensiva que o ex-presidente ainda precisa vai continuar a ser recebida em sua própria casa, em Houghton, Johanesburgo. Leia mais »

Se ouvir “Eu não sou preconceituoso, mas…”, corra para longe






Eu não sou preconceituoso, mas…
Esta frase é deliciosa. Não é um aviso de “olha, não encare isso como preconceito”, mas um alerta. Do tipo “segura, que lá vem um preconceito”. A ressalva, completamente inútil, serve, pelo contrário, para reforçar que a pessoa em questão é exatamente aquilo pelo qual não gostaria de ser tomada.
Cultivamos nosso medo e ódio, mas, às vezes, pega mal expressá-los em público assim, tão abertamente. Porque pode ser visto como crime ou delito. Ou serem criticados – mesmo que os críticos compartilhem da mesma visão de mundo que você. E, além do mais, como todos sabemos, o Brasil é o país da alegre miscigenação, em que todos são considerados iguais em direitos. Os que discordam disso devem se mudar ou levar um corretivo para deixarem de serem bestas. É isso: ame-o ou deixe-o.
É engraçado como o preconceituoso não se vê como tal. Quem solta um “Eu não sou preconceituoso, mas…” separa essa palavra de seu significado e pensa o preconceito como algo abstrato, etéreo. Uma ideia que não teria nada a ver com tratar pessoas de forma diferente ou fazer um julgamento prévio de seu caráter devido à sua classe social, orientação sexual, cor de pele, etnia, nacionalidade, identidade de gênero, pela presença de alguma deficiência e por aí vai.
E cabe tanta abobrinha em um “Eu não sou preconceituoso, mas…” que ele se tornou o novo “Amar é…”, presente naqueles livrinhos simpáticos da minha infância.
Duvida?
Eu não sou preconceituoso, mas bandido bom é bandido morto.
Eu não sou preconceituoso, mas baiano é foda. Quando não faz na entrada faz na saída.
Eu não sou preconceituoso, mas mulher no volante é um perigo.
Eu não sou preconceituoso, mas tenho medo desses escurinhos mal encarados qe pedem dinheiro no semáforo.
Eu não sou preconceituoso, mas cigano é tudo vagabundo.
Eu não sou preconceituoso, mas os gays podiam não se beijar em público. Assim, eles atraem a violência para eles.
Eu não sou preconceituoso, mas acho o ó ter um terreiro de macumba na nossa rua.
Eu não sou preconceituoso, mas é aquela coisa: não estudou, vira lixeiro.
Eu não sou preconceituoso, mas não gostaria de ver minha filha casada com um negro. Não por ele, é claro, mas eles sofreriam muito preconceito.
Eu não sou preconceituoso, mas esses sem-teto são todos vagabundos.
Eu não sou preconceituoso, mas chega de terra para índio, né? Se eles ainda produzissem para o país, mas nem isso acontece.
Eu não sou preconceituoso, mas esses mendigos deviam ir para a periferia onde não incomodariam ninguém.
Eu não sou preconceituoso, mas sabe como é esse pessoal de esquerda. É tudo petralha.
Eu não sou preconceituoso, mas sabe como é pessoal da direito. É tudo tucanalha.
Eu não sou preconceituoso, mas São Paulo é São Paulo, né amiga? Não é Fortaleza.
Eu não sou preconceituoso, mas esse aeroporto tá parecendo uma rodoviária.
Eu não sou preconceituoso, mas adoro esse shopping. Só tem gente bonita por aqui.
Eu não sou preconceituoso, mas sobe o vidro, amor. Você não tá nos Jardins.
Eu não sou preconceituosa, mas vocês não acham que essas médicas cubanas têm cara de empregada doméstica?
Cuidado, seja sutil. Preconceito é para ser dito, repetido e aplicado, mas com naturalidade. Diluído no dia a dia, aparece como uma forma de manter a ordem das coisas e de lembrar quem manda. E quem obedece.
*sakamoto

Globo: o odor da saturação

A Globo foi e é parte diretamente interessada no assalto ao poder que interrompeu a democracia brasileira em março de 1964. Não se trata de um editorial isolado, como tenta edulcorar a nota deste sábado
Por Saul Leblon, no Blog das Frases
Não se sabe ainda se há relação de causalidade entre uma coisa e outra.
O fato é que manifestantes do Levante Popular guarneceram a sede da Globo em SP, neste sábado (31), com fezes. A retribuição, em espécie, dizem os integrantes do protesto, remete ao conteúdo despejado diuturnamente pela emissora nos corações e mentes da cidadania brasileira.
Apenas algumas horas depois, uma nota postada no site do jornal ‘O Globo’ manifestava o arrependimento da corporação pelo editorial de 2 de abril de 1964, de apoio ao golpe que derrubou Jango e instalou, por 21 anos, uma ditadura militar no país (Leia os dois textos ao final desta nota).
Se a matéria-prima do protesto motivou a purgação é imponderável.
Mas por certo a recíproca é verdadeira.
O fecalismo voador de que foi alvo o edifício-sede das Organizações Globo na capital paulista é decorrência da ação coesa, contínua, não raro beligerante, que o maior grupo de mídia do país tem dispensado contra ideais e forças progressistas do país.
A nota deste sábado é histórica.
Mais pela evidência da mudança na correlação de forças que obriga a emissora a se desfazer de um legado incomodo, do que pelo arrependimento que simula.
Na verdade, nem simula direito.
A nota faz malabarismo, tergiversa e mente para justificar o golpe que apoiou ostensivamente.
No fundo, apenas lamenta ter sido tão desabrida, como se não houvesse amanhã.
O amanhã chegou.
Seja na forma de matéria fecal, protestos massivos, redes alternativas de informação, desqualificação ética, queda de audiência e desprestígio editorial.
O fato é que há na sociedade um discernimento crescente em relação aos verdadeiros propósitos e interesses que movem o noticiário, as campanhas e perseguições movidas pelas Organizações Globo contra projetos, direitos, governos, lideranças e partidos.
A Globo foi e é parte diretamente interessada no assalto ao poder que interrompeu a democracia brasileira em março de 1964.
Não se trata de um editorial isolado, como tenta edulcorar a nota deste sábado.
São 49 anos de pautas pós-golpe. E décadas de idêntico engajamento pré-64.
Ou terá sido coincidência que, em 24 de agosto de 1954, consternado com a notícia do suicídio de Vargas, o povo carioca perseguiu e escorraçou porta-vozes da oposição virulenta ao Presidente; cercou e depredou a sede da rádio Globo, que saiu do ar?
O mesmo cerco que levaria Vargas ao suicídio, asfixiou Jango, dez anos depois.
Foi da mídia (a Globo na comissão de frente), a iniciativa de convocar o medo, a desconfiança, o linchamento das reputações que levariam uma parte da classe média a apoiar o movimento golpista.
Manifestantes no 2º ato contra monopólio da mídia (Foto Rafael Stedile)
Mente a nota ‘arrependida’, ao afirmar, citando Roberto Marinho, em 1984: “os acontecimentos se iniciaram, como reconheceu o marechal Costa e Silva, ‘por exigência inelutável do povo brasileiro’. Sem povo, não haveria revolução, mas apenas um ‘pronunciamento’ ou ‘golpe’, com o qual não estaríamos solidários.”
Quem inoculou o terror anticomunista na população, de forma incessante e sem pejo?
Quem gerou o pânico, a contrapelo dos fatos mostrou um governo isolado e manipulado ‘pelo ouro de Moscou’?
O acervo do Ibope, catalogado pelo Arquivo Edgard Leuenroth, da Unicamp, reúne pesquisas de opinião pública feitas às vésperas do golpe.
Os dados ali preservados foram cuidadosamente ocultados pela mídia no calor dos acontecimentos e por décadas posteriores.
Agora conhecidos, ganham outro significado quando emoldurados pela atuação do aparato midiático ontem – mas hoje também.
Enquetes levadas às ruas entre os dias 20 e 30 de março de 1964, quando a democracia já era tangida ao matadouro pelos que bradavam a sua defesa em manchetes e editoriais, mostram que:
a) 69% dos entrevistados avaliavam o governo Jango como ótimo (15%), bom (30%) e regular (24%). Apenas 15% o consideravam ruim ou péssimo, fazendo eco dos jornais.
b) 49,8% cogitavam votar em Jango, caso ele se candidatasse à reeleição, em 1965 (seu mandato expirava em janeiro de 1966); 41,8% rejeitavam essa opção.
c) 59% apoiavam as medidas anunciadas pelo Presidente na famosa sexta-feira, 13 de março.
Em um comício que reuniu, então, 150 mil pessoas na Central do Brasil (o país tinha 72 milhões de habitantes) Jango assinou decretos que expropriavam as terras às margens das rodovias, para fins de reforma agrária; e nacionalizou refinarias de petróleo.
As pesquisas sigilosas do Ibope formam apenas o arremate estatístico de um jornalismo que ocultou – e oculta – elementos da equação política; convocou, exortou, manipulou, incentivou e apoiou a derrubada violenta do Presidência da República, em 31 de março de 1964.
O editorial ‘O Renascimento da Democracia’, de que se arrepende a empresa ora guarnecida com resíduo fecal, não foi um ponto fora da curva. Mas seu desdobramento natural.
Não se deduza disso que a democracia brasileira vivia então mergulhada na paz de um lago suíço.
Num certo sentido, vivia-se, como agora, o esgotamento de um ciclo e o difícil parto do novo.
Uma parte da sociedade – majoritária, vê-se agora pelos dados escondidos no acervo do Ibope – considerava no mínimo pertinente o roteiro de soluções proposto pelas forças progressistas aglutinadas em torno do governo Jango.
As reformas de base – a agrária, a urbana, a fiscal, a educacional — visavam destravar potencialidades e recursos de um sistema econômico exaurido.
Jango pretendia associar a isso um salto de cidadania e justiça social.
O que importa reter aqui, como traço de atualidade inescapável, é o comportamento extremado do aparato midiático diante desse projeto.
Convocada a democracia e a sociedade a discutir o passo seguinte da história brasileira, os campeões da legalidade de ontem e de hoje optaram pelo golpe.
Deram ao escrutínio popular um atestado de incompetência política para formar os grandes consensos indispensáveis à emergência de um novo ciclo de desenvolvimento com maior justiça social.
Não há revanchismo nesse retrospecto.
Pauta-o a necessidade imperativa de dotar a democracia brasileira das salvaguardas de pluralidade midiática e participação social que a preservem da intolerância conservadora.
Aquela que em 54 matou Getúlio.
Em 1964, negou à sociedade a competência para decidir o seu destino.
Em 2002 fez terrorismo contra Lula.
Em 2005 tentou derrubá-lo e impedir a sua reeleição em 2006.
E assim se sucede desde 2010, contra Dilma.
A exemplo do que se assiste agora contra o PT e suas lideranças, ao mesmo tempo em que se exacerba a gravidade dos desafios econômicos na manipulação das expectativas dos mercados.
Veiculado pela família Marinho dois dias depois do golpe, o editorial do Globo, não foi um ponto fora da curva.
Ele consagra um método.
Que a experiência recente não pode dizer que caiu em desuso
Mas que vive um ponto de saturação.
Ilustra-o a necessidade de mostrar arrependimento.
Bem como o sugestivo odor exalado das paredes da sede da Globo em São Paulo.
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Leia a seguir a nota da Globo de 30/08/2013 e o editorial de 02/04/1964
Apoio editorial ao golpe de 64 foi um erro
A consciência não é de hoje, vem de discussões internas de anos, em que as Organizações Globo concluíram que, à luz da História, o apoio se constituiu um equívoco.
Desde as manifestações de junho, um coro voltou às ruas: “A verdade é dura, a Globo apoiou a ditadura”. De fato, trata-se de uma verdade, e, também de fato, de uma verdade dura.
Já há muitos anos, em discussões internas, as Organizações Globo reconhecem que, à luz da História, esse apoio foi um erro.
Há alguns meses, quando o Memória estava sendo estruturado, decidiu-se que ele seria uma excelente oportunidade para tornar pública essa avaliação interna. E um texto com o reconhecimento desse erro foi escrito para ser publicado quando o site ficasse pronto.
Não lamentamos que essa publicação não tenha vindo antes da onda de manifestações, como teria sido possível. Porque as ruas nos deram ainda mais certeza de que a avaliação que se fazia internamente era correta e que o reconhecimento do erro, necessário.
Governos e instituições têm, de alguma forma, que responder ao clamor das ruas.
De nossa parte, é o que fazemos agora, reafirmando nosso incondicional e perene apego aos valores democráticos, ao reproduzir nesta página a íntegra do texto sobre o tema que está no Memória, a partir de hoje no ar:
1964
“Diante de qualquer reportagem ou editorial que lhes desagrade, é frequente que aqueles que se sintam contrariados lembrem que O GLOBO apoiou editorialmente o golpe militar de 1964.
A lembrança é sempre um incômodo para o jornal, mas não há como refutá-la. É História. O GLOBO, de fato, à época, concordou com a intervenção dos militares, ao lado de outros grandes jornais, como “O Estado de S.Paulo”, “Folha de S. Paulo”, “Jornal do Brasil” e o “Correio da Manhã”, para citar apenas alguns. Fez o mesmo parcela importante da população, um apoio expresso em manifestações e passeatas organizadas em Rio, São Paulo e outras capitais.
Naqueles instantes, justificavam a intervenção dos militares pelo temor de um outro golpe, a ser desfechado pelo presidente João Goulart, com amplo apoio de sindicatos — Jango era criticado por tentar instalar uma “república sindical” — e de alguns segmentos das Forças Armadas.
Na noite de 31 de março de 1964, por sinal, O GLOBO foi invadido por fuzileiros navais comandados pelo Almirante Cândido Aragão, do “dispositivo militar” de Jango, como se dizia na época. O jornal não pôde circular em 1º de abril. Sairia no dia seguinte, 2, quinta-feira, com o editorial impedido de ser impresso pelo almirante, “A decisão da Pátria”. Na primeira página, um novo editorial: “Ressurge a Democracia”.
A divisão ideológica do mundo na Guerra Fria, entre Leste e Oeste, comunistas e capitalistas, se reproduzia, em maior ou menor medida, em cada país. No Brasil, ela era aguçada e aprofundada pela radicalização de João Goulart, iniciada tão logo conseguiu, em janeiro de 1963, por meio de plebiscito, revogar o parlamentarismo, a saída negociada para que ele, vice, pudesse assumir na renúncia do presidente Jânio Quadros. Obteve, então, os poderes plenos do presidencialismo. Transferir parcela substancial do poder do Executivo ao Congresso havia sido condição exigida pelos militares para a posse de Jango, um dos herdeiros do trabalhismo varguista. Naquele tempo, votava-se no vice-presidente separadamente. Daí o resultado de uma combinação ideológica contraditória e fonte permanente de tensões: o presidente da UDN e o vice do PTB. A renúncia de Jânio acendeu o rastilho da crise institucional.
A situação política da época se radicalizou, principalmente quando Jango e os militares mais próximos a ele ameaçavam atropelar Congresso e Justiça para fazer reformas de “base” “na lei ou na marra”. Os quartéis ficaram intoxicados com a luta política, à esquerda e à direita. Veio, então, o movimento dos sargentos, liderado por marinheiros — Cabo Ancelmo à frente —, a hierarquia militar começou a ser quebrada e o oficialato reagiu.
Naquele contexto, o golpe, chamado de “Revolução”, termo adotado pelo GLOBO durante muito tempo, era visto pelo jornal como a única alternativa para manter no Brasil uma democracia. Os militares prometiam uma intervenção passageira, cirúrgica. Na justificativa das Forças Armadas para a sua intervenção, ultrapassado o perigo de um golpe à esquerda, o poder voltaria aos civis. Tanto que, como prometido, foram mantidas, num primeiro momento, as eleições presidenciais de 1966.
O desenrolar da “revolução” é conhecido. Não houve as eleições. Os militares ficaram no poder 21 anos, até saírem em 1985, com a posse de José Sarney, vice do presidente Tancredo Neves, eleito ainda pelo voto indireto, falecido antes de receber a faixa.
No ano em que o movimento dos militares completou duas décadas, em 1984, Roberto Marinho publicou editorial assinado na primeira página. Trata-se de um documento revelador. Nele, ressaltava a atitude de Geisel, em 13 de outubro de 1978, que extinguiu todos os atos institucionais, o principal deles o AI5, restabeleceu o habeas corpus e a independência da magistratura e revogou o Decreto-Lei 477, base das intervenções do regime no meio universitário.
Destacava também os avanços econômicos obtidos naqueles vinte anos, mas, ao justificar sua adesão aos militares em 1964, deixava clara a sua crença de que a intervenção fora imprescindível para a manutenção da democracia e, depois, para conter a irrupção da guerrilha urbana. E, ainda, revelava que a relação de apoio editorial ao regime, embora duradoura, não fora todo o tempo tranquila. Nas palavras dele: “Temos permanecido fiéis aos seus objetivos [da revolução], embora conflitando em várias oportunidades com aqueles que pretenderam assumir a autoria do processo revolucionário, esquecendo-se de que os acontecimentos se iniciaram, como reconheceu o marechal Costa e Silva, ‘por exigência inelutável do povo brasileiro’. Sem povo, não haveria revolução, mas apenas um ‘pronunciamento’ ou ‘golpe’, com o qual não estaríamos solidários.”
Não eram palavras vazias. Em todas as encruzilhadas institucionais por que passou o país no período em que esteve à frente do jornal, Roberto Marinho sempre esteve ao lado da legalidade. Cobrou de Getúlio uma constituinte que institucionalizasse a Revolução de 30, foi contra o Estado Novo, apoiou com vigor a Constituição de 1946 e defendeu a posse de Juscelino Kubistchek em 1955, quando esta fora questionada por setores civis e militares.
Durante a ditadura de 1964, sempre se posicionou com firmeza contra a perseguição a jornalistas de esquerda: como é notório, fez questão de abrigar muitos deles na redação do GLOBO. São muitos e conhecidos os depoimentos que dão conta de que ele fazia questão de acompanhar funcionários de O GLOBO chamados a depor: acompanhava-os pessoalmente para evitar que desaparecessem. Instado algumas vezes a dar a lista dos “comunistas” que trabalhavam no jornal, sempre se negou, de maneira desafiadora.
Ficou famosa a sua frase ao general Juracy Magalhães, ministro da Justiça do presidente Castello Branco: “Cuide de seus comunistas, que eu cuido dos meus”. Nos vinte anos durante os quais a ditadura perdurou, O GLOBO, nos períodos agudos de crise, mesmo sem retirar o apoio aos militares, sempre cobrou deles o restabelecimento, no menor prazo possível, da normalidade democrática.
Contextos históricos são necessários na análise do posicionamento de pessoas e instituições, mais ainda em rupturas institucionais. A História não é apenas uma descrição de fatos, que se sucedem uns aos outros. Ela é o mais poderoso instrumento de que o homem dispõe para seguir com segurança rumo ao futuro: aprende-se com os erros cometidos e se enriquece ao reconhecê-los.
Os homens e as instituições que viveram 1964 são, há muito, História, e devem ser entendidos nessa perspectiva. O GLOBO não tem dúvidas de que o apoio a 1964 pareceu aos que dirigiam o jornal e viveram aquele momento a atitude certa, visando ao bem do país.
À luz da História, contudo, não há por que não reconhecer, hoje, explicitamente, que o apoio foi um erro, assim como equivocadas foram outras decisões editoriais do período que decorreram desse desacerto original. A democracia é um valor absoluto. E, quando em risco, ela só pode ser salva por si mesma.”
(editorial de “O Globo” do dia 02 de abril de 1964)
“Ressurge a Democracia”
“Vive a Nação dias gloriosos. Porque souberam unir-se todos os patriotas, independentemente de vinculações políticas, simpatias ou opinião sobre problemas isolados, para salvar o que é essencial: a democracia, a lei e a ordem. Graças à decisão e ao heroísmo das Forças Armadas, que obedientes a seus chefes demonstraram a falta de visão dos que tentavam destruir a hierarquia e a disciplina, o Brasil livrou-se do Governo irresponsável, que insistia em arrastá-lo para rumos contrários à sua vocação e tradições.
Como dizíamos, no editorial de anteontem, a legalidade não poderia ser a garantia da subversão, a escora dos agitadores, o anteparo da desordem. Em nome da legalidade, não seria legítimo admitir o assassínio das instituições, como se vinha fazendo, diante da Nação horrorizada.
Agora, o Congresso dará o remédio constitucional à situação existente, para que o País continue sua marcha em direção a seu grande destino, sem que os direitos individuais sejam afetados, sem que as liberdades públicas desapareçam, sem que o poder do Estado volte a ser usado em favor da desordem, da indisciplina e de tudo aquilo que nos estava a levar à anarquia e ao comunismo.
Poderemos, desde hoje, encarar o futuro confiantemente, certos, enfim, de que todos os nossos problemas terão soluções, pois os negócios públicos não mais serão geridos com má-fé, demagogia e insensatez.
Salvos da comunização que celeremente se preparava, os brasileiros devem agradecer aos bravos militares, que os protegeram de seus inimigos. Devemos felicitar-nos porque as Forças Armadas, fiéis ao dispositivo constitucional que as obriga a defender a Pátria e a garantir os poderes constitucionais, a lei e a ordem, não confundiram a sua relevante missão com a servil obediência ao Chefe de apenas um daqueles poderes, o Executivo.
As Forças Armadas, diz o Art. 176 da Carta Magna, “são instituições permanentes, organizadas com base na hierarquia e na disciplina, sob a autoridade do Presidente da República E DENTRO DOS LIMITES DA LEI.”
No momento em que o Sr. João Goulart ignorou a hierarquia e desprezou a disciplina de um dos ramos das Forças Armadas, a Marinha de Guerra, saiu dos limites da lei, perdendo, conseqüentemente, o direito a ser considerado como um símbolo da legalidade, assim como as condições indispensáveis à Chefia da Nação e ao Comando das corporações militares. Sua presença e suas palavras na reunião realizada no Automóvel Clube, vincularam-no, definitivamente, aos adversários da democracia e da lei.
Atendendo aos anseios nacionais, de paz, tranqüilidade e progresso, impossibilitados, nos últimos tempos, pela ação subversiva orientada pelo Palácio do Planalto, as Forças Armadas chamaram a si a tarefa de restaurar a Nação na integridade de seus direitos, livrando-os do amargo fim que lhe estava reservado pelos vermelhos que haviam envolvido o Executivo Federal.Este não foi um movimento partidário. Dele participaram todos os setores conscientes da vida política brasileira, pois a ninguém escapava o significado das manobras presidenciais. Aliaram-se os mais ilustres líderes políticos, os mais respeitados Governadores, com o mesmo intuito redentor que animou as Forças Armadas. Era a sorte da democracia no Brasil que estava em jogo.
A esses líderes civis devemos, igualmente, externar a gratidão de nosso povo. Mas, por isto que nacional, na mais ampla acepção da palavra, o movimento vitorioso não pertence a ninguém. É da Pátria, do Povo e do Regime. Não foi contra qualquer reivindicação popular, contra qualquer idéia que, enquadrada dentro dos princípios constitucionais, objetive o bem do povo e o progresso do País.
Se os banidos, para intrigarem os brasileiros com seus líderes e com os chefes militares, afirmarem o contrário, estarão mentindo, estarão, como sempre, procurando engodar as massas trabalhadoras, que não lhes devem dar ouvidos. Confiamos em que o Congresso votará, rapidamente, as medidas reclamadas para que se inicie no Brasil uma época de justiça e harmonia social. Mais uma vez, o povo brasileiro foi socorrido pela Providência Divina, que lhe permitiu superar a grave crise, sem maiores sofrimentos e luto. Sejamos dignos de tão grande favor.”
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*RevistaForum

O discurso de Lula nos 30 anos da CUT


Oriente-se: O provável ataque na Síria e o que o Egito tem a ver com isso

 do Oriente-se
A perda de controle sobre a situação no Egito e a incerteza sobre os desdobramentos que ainda irão ocorrer no país provocaram a reação imediata dos Estados Unidos, que logo se uniu ao Reino Unido e França para oportunizar uma intervenção na Síria.
Alguém acredita realmente que após 2 anos de guerra civil, a Síria poderia realizar um ataque com uso de armas químicas, contra a sua própria população? VENHA ESTADOS UNIDOS, ME ATAQUE, ESTOU ESPERANDO!!!! A Síria certamente não provocaria esta situação.
Sabe aqueles filmes norte-americanos de ação, violência e morte? Onde há tramas elaboradas, armações, estratégias políticas e militares, para alcançar um alvo, atingir o inimigo, derrubar um obstáculo? É assim na real política norte-americana também. É, eles realmente são muito criativos!
A grande instabilidade na região do Oriente Médio deixou, no mínimo, grandes incertezas, além de um risco enorme. O acordo de paz entre o Egito e Israel, que até hoje envergonha o povo egípcio, pode estar ameaçado. Como sabemos, a Palestina (ocupada por Israel) faz fronteira com Egito, Síria, Líbano e Jordânia. A Jordânia está vendida, então três grandes problemas rodeiam o plano sionista.
E como prevenir é melhor do que remediar, nada melhor do que uma intervenção militar na Síria, não é mesmo?
Sabemos que os opositores do regime de Bashar recebem armas do ocidente, dos Estados Unidos. Não receberiam armas químicas? O Governo Sírio enviou nesta semana, à ONU, provas de que o atentado foi provocado pelos opositores. Mas, sabemos também que isso pouco importa.
O que os governos norte-americano e inglês realmente queriam, desde o início, era provocar na opinião pública (mundial) um pesar, um pensamento de lamentação, um desejo de reação. E, claro, quem é o salvador do mundo, dos desastres mundiais, dos ataques extraterrestres, dos tsunamis que devastam as cidades? Hollywood.
Oriente-se.
*GilsonSampaio

Obama curva-se diante do rei saudita


 

Reparem na turma de pedintes logo atrás
Esse é o mundo no qual vivemos hoje - subjugado pela indústria de entretenimento e pela mídia.
Ambas associadas ao Império.
Que lhes recompensa regiamente pela servidão.
E as migalhas que sobram ele distribui à mídia terceiro-mundista.
Entre elas a mídia da Casa Grande que já está com o bico torto de tanto ciscar.
Vejam que eu escrevi mídia terceiro-mundista e não do Terceiro Mundo.
Mas voltemos ao Hijaz.
Hijaz, como os leitores deste blog já sabem, é o atual território geograficamente surrupiado pelos colonialistas ingleses e presenteado à tribo saudita e aos emires do golfo.
Está no Alcorão: “Tudo o que há no céu e na terra a Deus pertence”.
O recado é claro.
Toda riqueza é impura.
Todo acúmulo de bens ofende Allah ( que é a palavra Deus em árabe).
Isso, evidentemente, irritava profundamente os governantes perdulários da região.
Hoje, sauditas e golfistas desconfiam de todo muçulmano e sua segurança pessoal é feita por agentes da CIA estadunidense e pelo MOSSAD Israelense.
Mas esses ditadores travestidos de reis e emires sabem que até a paciência de Deus tem limites.
Daí porque eles contam com Obama ou qualquer outro governante dos Estados Unidos para livrá-los de qualquer incômodo.
E a recompensa é régia.
Não escolhe lado.
"Deus criou os Estados Unidos para que o país liderasse o mundo".
Palavras do então pré-candidato republicano Mitt Romney num discurso onde ele se comprometia a derrubar o presidente sírio Bashar al-Assad.
Outro que espera apoio dos sauditas e seus vassalos do golfo é o pastor evangélico Terry Jones.
Terry Jones foi aquele pastor que queimou publicamente o Alcorão.
Tudo em nome de Deus.
Pobre diabo.
*GilsonSampaio