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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista
sábado, junho 07, 2014
Porto em ruína? Ai, fera, fala isso não que pega mal...
(Da série bora googlar antes de falar besteira?)
Hoje à tarde começaram a falar no Twitter que os portos brasileiros estão em ruínas...
Véi, faz uma coisa dessas não que fica feio... Foi só entrar no Google e dar busca por “portos brasileiros investimentos” que a gente descobre aqui (link is external) que
1- Até 2017 os portos brasileiros recebem investimento de R$ 36 bilhões;
2- O programa de arrendamentos das 159 áreas nos portos organizados (PIL-Portos) deverá injetar mais de R$ 17 bilhões em investimentos, que se somam aos cerca de R$ 8 bilhões previstos nos 15 terminais de uso privado autorizados até março deste ano.
3- Também é prioridade desenvolver a segunda fase do Programa Nacional de Dragagem (PND2).
E não pense que os investimentos estão começando agora. Pelo PAC1 (link is external), já foram investidos R$1,6 bilhão para dragagem, R$1,8 bilhão em obras de melhoria da infraestrutura portuária e R$ 50 milhões para ações de inteligência logística, justamente para otimizar movimentação de navios, veículos e cargas nos portos e com isso reduzir o tempo de espera em 25% e, por tabela, ampliar a capacidade portuária do país.
E tem mais uma coisinha (link is external):
Dos 35 portos públicos (34 marítimos e 1 fluvial) sob gestão da SEP, 14 encontram-se delegados, concedidos ou têm sua operação autorizada aos governos estaduais e municipais. Os outros 23 marítimos são administrados diretamente pelas Companhias Docas, sociedades de economia mista que têm como acionista majoritário o Governo Federal e, portanto, estão diretamente vinculadas à Secretaria de Portos.
Aí a gente jogou “portos no Brasil” no Google imagens, e na boa, fomos procurar as ruínas de que você falou. Mas só encontramos isso aqui:
Paranaguá (PR)
Cabedelo (PB)
Natal (RN), em obras
Santos (SP)
São João da Barra (RJ)
E antes que você comece com o mimimi porto de Cuba, devemos lembrar que o porto de Mariel é uma obra grande pacas (link is external). Mas feita por uma empresa brasileira, a Odebrecht. Que, para isso, buscou financiamento com uma instituição brasileira, o BNDES. E a médio/longo prazo, esse porto será estratégico para o comércio brasileiro. Então, como já dissemos lá em cima, bora Googlar antes de falar besteira?
*mudamais
Hoje à tarde começaram a falar no Twitter que os portos brasileiros estão em ruínas...
Véi, faz uma coisa dessas não que fica feio... Foi só entrar no Google e dar busca por “portos brasileiros investimentos” que a gente descobre aqui (link is external) que
1- Até 2017 os portos brasileiros recebem investimento de R$ 36 bilhões;
2- O programa de arrendamentos das 159 áreas nos portos organizados (PIL-Portos) deverá injetar mais de R$ 17 bilhões em investimentos, que se somam aos cerca de R$ 8 bilhões previstos nos 15 terminais de uso privado autorizados até março deste ano.
3- Também é prioridade desenvolver a segunda fase do Programa Nacional de Dragagem (PND2).
E não pense que os investimentos estão começando agora. Pelo PAC1 (link is external), já foram investidos R$1,6 bilhão para dragagem, R$1,8 bilhão em obras de melhoria da infraestrutura portuária e R$ 50 milhões para ações de inteligência logística, justamente para otimizar movimentação de navios, veículos e cargas nos portos e com isso reduzir o tempo de espera em 25% e, por tabela, ampliar a capacidade portuária do país.
E tem mais uma coisinha (link is external):
Dos 35 portos públicos (34 marítimos e 1 fluvial) sob gestão da SEP, 14 encontram-se delegados, concedidos ou têm sua operação autorizada aos governos estaduais e municipais. Os outros 23 marítimos são administrados diretamente pelas Companhias Docas, sociedades de economia mista que têm como acionista majoritário o Governo Federal e, portanto, estão diretamente vinculadas à Secretaria de Portos.
Aí a gente jogou “portos no Brasil” no Google imagens, e na boa, fomos procurar as ruínas de que você falou. Mas só encontramos isso aqui:
Paranaguá (PR)
Cabedelo (PB)
Natal (RN), em obras
Santos (SP)
São João da Barra (RJ)
E antes que você comece com o mimimi porto de Cuba, devemos lembrar que o porto de Mariel é uma obra grande pacas (link is external). Mas feita por uma empresa brasileira, a Odebrecht. Que, para isso, buscou financiamento com uma instituição brasileira, o BNDES. E a médio/longo prazo, esse porto será estratégico para o comércio brasileiro. Então, como já dissemos lá em cima, bora Googlar antes de falar besteira?
*mudamais
transformar as univer$idade$ num clube onde só entra quem pode ficar $ocio
a mercantilização da USP
A descoberta de que duas décadas de gestão tucana levou a USP a descer a ladeira nas avaliações acadêmicas levou nossos coxinhas e playboys a acionar sua ideia fixa: privatizar a maior, mais tradicional e mais influente universidade do país.
O professor Wanderley Guilherme escreveu certa vez que a elite brasileira só tem um ponto de convergência política: revogar a CLT.
Poderia acrescentar outro: cobrar mensalidades de quem estuda na USP e demais universidades públicas.
O argumento é conhecido. Já que alunos de familias com dinheiro e maior acesso a cultura tem mais facilidade para ingressar em universidades públicas, o ensino gratuito nessas instituições nada mais é do que uma forma inaceitável de privilégio, que deveria ser abolido sem demora. Seria uma imoralidade.
Houve uma época na qual, para ilustrar seu pensamento, essa turma costumava contar o número de carros nos estacionamentos da Cidade Universitária, num exercício vergonhoso de impressionismo para quem pretende fazer uma discussão séria.
Já lembrei neste espaço, mais de uma vez, que as estatísticas da FUVEST demonstram que o acesso de famílias de renda mais baixa à maioria dos cursos da universidade é muito maior do que se imagina. Se há cursos onde a porta de entrada é muito estreita – como Engenharia, Medicina – na maioria das faculdades o determinismo social é menos importante do que se acredita para definir quem entra e quem fica de fora. Vale o desempenho escolar. Com uma competência muito maior do que a arrogância presunçosa de muitos habitantes de bolhas nobres consegue imaginar, os pobres e até muito pobres conseguem seu lugar.
Este processo, bastante antigo, foi reforçado em anos recentes pelas políticas públicas que garantem acesso especial a estudantes da rede pública.
Do ponto de vista político, a cobrança de mensalidade ajuda a transformar as univer$idade$ num clube onde só entra quem pode ficar $ocio. Elas perdem o carátér de estabelecimento público, de todos os cidadãos, para ter ares de um universo à parte, exclusivo. Alguém acha isso bom para o país?
Ao tentar debater mensalidades, coxinhas e playboys tentam fugir do debate necessário: será que os habitantes do patamar superior da pirâmide tem dado sua contribuição — em $$$ — pelo desenvolvimento do país? Será que retribuem numa medida razoável, quando se considera aquilo que usufruem do país? Que tal pensar nas grandes fortunas? Nas heranças? Ou em aliquotas de imposto de renda adequadas, capazes de diferenciar salários médios e altos de rendas milionárias?
O pior é que, na prática, a cobrança de mensalidade não gera nenhum benefício social nem ajuda a diminuir qualquer tipo de privilégio. É uma forma – descarada ou enganosa, conforme o olhar interessado – de restaurar a elitização do ensino público de qualidade. Ou seja: já que os pobres estão conseguindo entrar nas universidades do Estado, é preciso arrumar um jeito de colocá-los em seu devido lugar, isto é, do lado fora. É disso que se trata.
Vamos aos números: universidades como a PUC paulista, por exemplo, que tem direito a diversas formas de auxílio e beneficios do Estado, cobram R$ 2000 mensais de seus alunos de Direito. Em outras escolas, como a FGV, a mensalidade chega a R$ 4 000. Num país onde o salário médio encontra-se em torno de R$ 1900, pode-se imaginar quem poderá pleitear uma vaga. E se você acredita na fantasia das bolsas para os mais carentes, lembre-se que, por definição, elas são limitadas pelo valor e pelo volume de beneficiados, sob o risco de comprometer o orçamento final. Você sabe como é.
O argumento de que faltam recursos para saúde pública e ensino básico, e por isso seria razoável sacrificar o ensino superior, é tão vergonhoso que sequer deveria ser pronunciado.
Vivemos num país onde os pobres pagam a maioria dos impostos e nada mais justo que possam usufruir dos benefícios que eles podem gerar – como uma universidade pública, de qualidade, para seus filhos e seus netos. Mesmo que o acesso não seja amplo como o desejável, a criação de qualquer obstáculo a seu ingresso é vergonhosa e moralmente inaceitável.
Escrito por: Paulo Moreira Leite
Dilma: a verdade vai vencer a mentira
"A agenda deles é um país para poucos
Após a fala do Presidente Lula, a Presidenta Dilma Rousseff discursou no Encontro do PT, em Porto Alegre (RS):
Abaixo, algumas frases de Dilma:
“Tarso reabriu espaços para participação popular.”
“A verdade vai vencer a mentira e a desinformação semeada no país.”
“O futuro tem que vencer os que querem a volta do passado”
“Começa no Presidente Lula uma trajetória de transformação.”
“Desconcentração da renda. Um movimento avassalador.”
“Dar continuidade ao governo Lula”
“A verdade é que a crise ameaçou a estabilidade e abalou boa parte do sistema político-econômico mundial”
“Brasil soube defender emprego e salário dos trabalhadores.”
“Em ajustes quem paga são emprego e trabalho. Aqui, nós seguramos”
“Fomos contra a corrente.”
“Maior redução da desigualdade da história.”
“Todos melhoraram a renda e a situação social no Brasil”
“Redução da desigualdade deve-se ao fato da progressão de renda”
“Uma característica pacífica, que torna o processo diferenciado”
“Esse processo não se esgotou, como dizem. Os dados mostram que ele continua e se aprofundou”
“Essa é característica que nos distingue. Protagonistas de transformação social no Brasil”
“Ela está em curso e depende de nós”
“Só nós a levaremos em bom termo”
“Brasil de hoje é diferente do Brasil do passado”
“O tal do ajuste é aumentar desemprego, aumentar taxa de juros e aumentar e piorar a desigualdade do Brasil. E vendiam patrimônio público. A conta não fechava”
“Conseguimos gerar mais de 4 milhões empregos com carteira assinada. “
“Enquanto o mundo desemprega, nós empregamos”
“Ganhos acima da inflação melhorou a vida das pessoas”
“Eles combatem que é necessário reduzir custo do trabalho. Nós, do PT, não acreditamos que isso seja algo necessário”
“Criamos o Minha Casa Minha Vida, Água para Todos, Luz para Todos. O Brasil passou pela maior seca dos últimos 50 ou 100 anos”
“Não houve quebra-quebra de supermercados e nem gente passando fome.”
“Pronatec: Era proibido o Governo Federal construir escola técnica”
“Tivemos que mandar lei no Congresso e aprovar”
“Temos um recorde no Rio Grande do Sul. São 39 campus implantados nos governos do PT”
“Repudiámos o passado atrasado, implantado, por eles”
“Agenda deles é do retrocesso. É a volta de um país para poucos.”
“Não fui eleita para desempregar ou arrochar salário do trabalho”
“Não fui eleita para entregar o pré-sal”
“Nem para varrer a corrupção para debaixo do tapete, como eles faziam”
“Fui eleita para honrar vocês”
“Hora de avançarmos em reformas profundas”
Sobre conselhos populares e a consulta a segmentos da sociedade nas decisões tomadas pelo governo federal: “Temos tradição de prestigiar a participação social”
“Considero reforma política estratégico e positivo para o futuro da democracia brasileira”
“Nem na ditadura confundimos Copa com política”
“Ninguém torceu contra o Brasil”
“A campanha contra a Copa é contra nós”
“Primeiro foi ‘Não vai ter estádio’, de uma revista”
“Os estádios, para essa revista, só ficariam prontos em 2038″
“Gasto com estádios foi R$ 8 bilhões. Desses, R$ 4 bi foram financiamentos.”
“No começo, a FIFA informou que os estádios eram privados. Percebemos que não apareciam estádios nenhum”
“Nos dispusemos em financiar”
“Gasto em educação em 2014 é de R$ 280 bilhões”"
“Falaram que faltaria internet”
“Em todas as sedes da Copa, redes de redundância
“Não há possibilidade de racionamento nem na Copa e nem nunca”
“Onde tem racionamento de água, ninguém fala”
“Fizemos distribuição de energia”
“Temos equilíbrio de geração e distribuição de energia”
“É padrão Brasil e não padrão Fifa”
“Temos que combater as mentiras”
“Vamos avançar no rumo certo”
“Viva o povo brasileiro”
*Saraiva
Lula: eles têm
complexo de vira-lata
Que obra de infra-estrutura eles fizeram ?
Aos gritos de “ôle, ôle, olê, olá, Lula,
Lula”, o Presidente iniciou o seu discurso por volta das 19h50, no
Encontro do PT em Porto Alegre (RS), que ocorre nesta sexta-feira (6).
Antes dele, falaram o ex-governador do Estado candidato ao Senado,
Olívio Dutra, e o atual governador Tarso Genro.
A seguir frases do Presidente:
“Eu acho que pelo tratamento dado pela imprensa ao governo Dilma, o povo brasileiro não sabe 30% do que o governo está fazendo. Nós não damos importância à questão da comunicação”.
Citou conversa com dois jovens. “Se um menino de 19 e 17 anos não sabem o que o governo fez, alguma coisa está acontecendo de errado no país. É o processo de desinformação para as pessoas só saberem o que há de errado no nosso país”.
“Tentativa de diminuir o papel do governo e mostrar governo e Presidenta com perfis que não são deles.”
“Quero conversar para ver se as pessoas estão se dando conta do processo de
“Temos que perguntar de que dada ele está falando e se ele se lembra do que era esse país antes de 2002”
“Pergunte a qualquer empresário se eles ganharam mais dinheiro do que agora.”
“Em que momento histórico o Brasil esteve melhor do que hoje.”
“Este país, que eles dizem que tá ruim, criou 10 milhões de novos empregos depois da crise”
“O que aconteceu em 11 anos foi mais forte do que em outros lugares do mundo no mesmo período”
“Tudo agora virou esforço próprio. Por que não foram antes, no governo tucano ?”
“Elas se esforçaram e aproveitaram a oportunidades criadas pelo nosso governo”
“Como em apenas 11 anos colocamos o mesmo número de alunos que eles colocaram em um século?”
“Eles pensam assim ‘como eles conseguem e nós não?’”
“A oposição pensa ‘Como eles não quebraram esse país?’”
“Eles aprenderam tudo na faculdade, menos cuidar do povo pobre desse país”
“Toda vez que tucano fala em choque de gestão, eu sei que trabalhador vai entrar pelo cano”
*PHAA seguir frases do Presidente:
“Eu acho que pelo tratamento dado pela imprensa ao governo Dilma, o povo brasileiro não sabe 30% do que o governo está fazendo. Nós não damos importância à questão da comunicação”.
Citou conversa com dois jovens. “Se um menino de 19 e 17 anos não sabem o que o governo fez, alguma coisa está acontecendo de errado no país. É o processo de desinformação para as pessoas só saberem o que há de errado no nosso país”.
“Tentativa de diminuir o papel do governo e mostrar governo e Presidenta com perfis que não são deles.”
“Quero conversar para ver se as pessoas estão se dando conta do processo de
“Temos que perguntar de que dada ele está falando e se ele se lembra do que era esse país antes de 2002”
“Pergunte a qualquer empresário se eles ganharam mais dinheiro do que agora.”
“Em que momento histórico o Brasil esteve melhor do que hoje.”
“Este país, que eles dizem que tá ruim, criou 10 milhões de novos empregos depois da crise”
“O que aconteceu em 11 anos foi mais forte do que em outros lugares do mundo no mesmo período”
“Tudo agora virou esforço próprio. Por que não foram antes, no governo tucano ?”
“Elas se esforçaram e aproveitaram a oportunidades criadas pelo nosso governo”
“Como em apenas 11 anos colocamos o mesmo número de alunos que eles colocaram em um século?”
“Eles pensam assim ‘como eles conseguem e nós não?’”
“A oposição pensa ‘Como eles não quebraram esse país?’”
“Eles aprenderam tudo na faculdade, menos cuidar do povo pobre desse país”
“Toda vez que tucano fala em choque de gestão, eu sei que trabalhador vai entrar pelo cano”
Eduardo Suplicy é grave violação dos direitos humanos e deve ser tratada como tal.
Se alguém utiliza escravos como instrumento de competitividade, visando à obtenção de lucro fácil através de uma vil concorrência desleal, de vê perder a propriedade em que isso aconteceu, sem direto à indenização.”
Cumprimento Letícia Sabatella, pelas palavras em nome do Movimento Humanos Direitos, durante a promulgação da PEC 57A/99, sobre o trabalho escravo: “Escravidão é grave violação dos direitos humanos e deve ser tratada como tal. Se alguém utiliza escravos como instrumento de competitividade, visando à obtenção de lucro fácil através de uma vil concorrência desleal, de vê perder a propriedade em que isso aconteceu, sem direto à indenização.”
*CibeliaPires
*CibeliaPires
STF pede mais investigações sobre propina no Metrô de São Paulo
Secretário de Energia de São Paulo e ex-presidente do PSDB, José Anibal responderá às irregularidades na Corte
Brasília – O ministro Marco Aurélio, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou o aprofundamento das investigações do inquérito que apura um suposto esquema de formação de cartel em licitações do sistema de trens e do Metrô de São Paulo.
O ministro atendeu pedido do procurador-geral da República, Rodrigo Janot, e determinou que somente os secretários de Energia de São Paulo, José Anibal, e de Desenvolvimento Social, Rodrigo Garcia, continuem respondendo às suspostas irregularidades na Corte.
De acordo a decisão, com base em declarações de uma testemunha que colaborou com as investigações, “há indícios do envolvimento dos requerentes Rodrigo Garcia e José Aníbal. É cedo, muito cedo, para chegar-se à conclusão a respeito da participação, ou não, dos citados parlamentares. Por ora, é suficiente ao aprofundamento das investigações o que foi declarado por colaborador 'x'”, decidiu o ministro.
Na mesma decisão, Marco Aurélio determinou o arquivamento do inquérito sobre o senador Aloysio Nunes (PSDB-SP), o deputado federal Arnaldo Jardim (PPS-SP) e Edson Aparecido, secretário da Casa Civil de São Paulo. O ministro seguiu entendimento do procurador-geral em relação aos acusados. Segundo Janot, não há elementos mínimos para instauração de investigação.
O possível esquema de fraudes no sistema de trens e do metrô de São Paulo começou a ser investigado na Justiça Federal em São Paulo, mas foi encaminhado ao Supremo devido à inclusão do nome do deputado federal Arnaldo Jardim. Como o parlamentar tem foro privilegiado, as acusações só podem ser analisadas pelo STF.
Após receber o inquérito, o ministro Marco Aurélio, relator do processo, decidiu desmembrar a investigação. Apenas os acusados que têm foro privilegiado vão responder às acusações no Supremo.
No processo, são apurados os crimes de corrupção, evasão de divisas e lavagem de dinheiro. As investigações indicam que as empresas que concorriam nas licitações do transporte público paulista combinavam os preços, formando um cartel para elevar os valores cobrados, com a anuência de agentes públicos.
Em novembro do ano passado, atendendo a uma solicitação da Polícia Federal, a Justiça Federal determinou o bloqueio de cerca de R$ 60 milhões em bens de suspeitos de participar no esquema, como forma de garantir o ressarcimento dos valores desviados.
Foram afetadas três empresas e cinco suspeitos, incluindo três ex-diretores da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos. A solicitação foi feita após a Polícia Federal tomar conhecimento de que autoridades suíças, que também investigam as suspeitas de corrupção, encaminharam um pedido de cooperação internacional ao Brasil.
A combinação de preços entre as empresas que participaram de licitações para obras, fornecimento de carros e manutenção de trens e do metrô também é alvo de investigação do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), do Ministério Público Federal e do Ministério Público Estadual.
O cartel é investigado pela Operação Linha Cruzada, montada pelo Cade em conjunto com a Polícia Federal. A investigação teve início após acordo de leniência da Siemens com o conselho, que permitiu à empresa denunciar as ilegalidades. Documentos e cópias de e-mails trocados entre funcionários da Siemens são analisados pelo Cade e pela Justiça Federal.
*RedeBrasilAtual
Garrincha, verdades e mentiras (RUY CASTRO)
30 anos após sua morte, Garrincha ainda não descansou
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RUY CASTRO
COLUNISTA DA FOLHA
COLUNISTA DA FOLHA
Trinta anos após sua morte, certos mitos sobre Garrincha continuam mais difíceis de matar do que Rasputin. O de que ele chamava seus marcadores de "João", por exemplo --significando que não queria nem saber quem eram, porque iria driblá-los do mesmo jeito. Garrincha nunca disse isso.
A história foi inventada por seu amigo, o jornalista Sandro Moreyra, em 1957, para mostrá-lo como um gênio ingênuo e intuitivo. Garrincha a detestava, porque os adversários, que não queriam ser chamados de "João", redobravam a violência contra ele.
Que Garrincha era um gênio intuitivo do futebol, não há dúvida. Mas não tinha nada do ingênuo, quase débil, com que algumas histórias o pintavam. Ao contrário, era até muito esperto a respeito do que o interessava --mulheres e birita, a princípio nesta ordem--, e não havia concentração que o prendesse. Nos seus primeiros dez anos de carreira, 1953-1962, Garrincha conseguiu conciliar tudo isso com o futebol. Dali em diante, a vida lhe apresentou a conta.
Acervo-2.set.1958/Arquivo do Estado | ||
Ao lado de Mazzola (à direita), Garrincha escuta música na concentração da seleção em 1958 |
Outro mito é o de que, às vésperas do Brasil x URSS na Copa-1958, na Suécia, os três jogadores mais influentes da seleção --Bellini, Didi e Nilton Santos-- foram ao técnico Vicente Feola e exigiram sua escalação na ponta direita, com a consequente barração de Joel, do Flamengo, então titular. Em 1995, isso me foi desmentido pelos quatro jogadores (Bellini, Didi, Nilton Santos e Joel), pelo preparador físico daquela seleção, Paulo Amaral, e por outros membros da delegação.
Perguntei a Nilton Santos por que, durante tantos anos, ele confirmara uma história que sabia não ser verdadeira. Ele admitiu: "Era o que as pessoas queriam ouvir". No futuro, em entrevistas, contaria a versão correta: a de que Joel se contundira ante a Inglaterra, e a entrada de Garrincha aconteceria de qualquer maneira. Note-se que, até o jogo com a URSS, Garrincha ainda não era o Garrincha da lenda, e Joel, também grande atleta, era uma escolha normal para a ponta.
Outro mito, este agora bastante atenuado, mas ferocíssimo na época, refere-se à participação de Elza Soares na vida de Garrincha. Para os desinformados, ela ajudou a destruí-lo. A verdade é o contrário: sem Elza, Garrincha teria ido muito mais cedo para o buraco. Quando ela o conheceu (em fins de 1961, e não em meados de 1962, durante a Copa do Chile, como até hoje se escreve), Elza estava em seu apogeu como estrela do samba, do rádio e do disco. E ninguém imaginava que Garrincha, logo depois de vencer aquela Copa praticamente sozinho, logo deixaria de ser Garrincha.
Ninguém, em termos. Os médicos e preparadores do Botafogo sabiam que Garrincha, com o joelho cronicamente em pandarecos (e agravado pela bebida), estava no limite. Mas ele não se permitia ser operado --só confiava nas rezadeiras de sua cidade, Pau Grande. O que Garrincha fez na Copa foi um milagre. Mas, assim que voltou do Chile, os problemas se agravaram.
Mesmo jogando pouquíssimas partidas, levou o Botafogo ao título de bicampeão carioca --e, assim que o torneio acabou, com sua exibição arrasadora nos 3x0 ante o Flamengo, ele nunca mais foi o mesmo. Marque o dia: 15 de dezembro de 1962 --ali terminou o verdadeiro Garrincha.
Um outro Garrincha --gordo, inchado, bebendo às claras ou às escondidas, incapaz de repetir seus dribles e arranques pela direita-- continuou se arrastando pelos campos, vestindo camisas ilustres (do próprio Botafogo, do Corinthians, do Flamengo, do Olaria e da seleção) por mais inacreditáveis dez anos --até o famoso Jogo da Gratidão, organizado por Elza Soares. Foi sua despedida oficial, a 19 de dezembro de 1973, com um Maracanã inundado de amor.
Naquela noite, um time formado por Felix, Carlos Alberto, Brito, Piazza e Everaldo; Clodoaldo, Rivellino e Paulo César; Garrincha, Jairzinho e Pelé --praticamente a seleção de 1970 com Garrincha-- entrou em campo para enfrentar uma seleção de estrangeiros que atuavam no Brasil, estrelada por Pedro Rocha, Forlan, Reyes e outros.
Isto é Garrincha
Ver em tamanho maior »
Garrincha dribla Mel Hopkins, de País de Gales, pelas quartas de final da Copa do Mundo de 1958, na Suécia
Numa das várias preliminares, cantores e artistas, como Chico Buarque, Jorge Ben, Wilson Simonal, Paulinho da Viola, Miele, Sergio Chapelin, Francisco Cuoco e outras celebridades também se enfrentaram. Pelas borboletas do estádio, passaram 131.555 pessoas e, com exceção de uma pessoa --o ditador Garrastazu Medici--, todos pagaram para entrar, inclusive os jornalistas. Era o dinheiro que garantiria o futuro de Garrincha.
Da renda de quase 1 milhão e 400 mil cruzeiros (US$ 230 mil de 1973, uma nota), cerca de 500 mil cruzeiros saíram do cofre do Maracanã direto para cadernetas de poupança em nome de suas oito filhas oficiais e um apartamento ou casinha para cada uma. Este era um dos objetivos do jogo. Com os descontos da Receita e outros, sobraram-lhe mais de 700 mil cruzeiros para fazer o que quisesse --e que ele, naturalmente, torrou logo, sem saber como.
Daí o último e maior mito a ser derrubado sobre Garrincha: o de que ninguém o ajudou --o que, no fim da vida, ele declarou em entrevistas para a televisão, que ainda hoje são reprisadas. Mas a verdade é que Garrincha foi muito ajudado, e em várias etapas de sua vida.
Entre seus maiores benfeitores, estavam o banqueiro José Luiz Magalhães Lins, do então poderosíssimo Banco Nacional; o empresário Alfredo Monteverde, dono do Ponto Frio; o Instituto Brasileiro do Café (IBC) e a Legião Brasileira de Assistência (LBA), que lhe deram empregos generosos, aos quais ele não correspondeu; e seus ex-colegas do futebol, agrupados na Agap (Associação de Garantia ao Atleta Profissional), que não se cansaram de recolhê-lo em coma alcoólico na rua e interná-lo em clínicas de "desintoxicação" --das quais era criminosamente liberado dois ou três dias depois de dar entrada.
O alcoolismo matou Garrincha há 30 anos --e continua a matá-lo até hoje, a cada uma de suas vítimas que o Brasil deixa de assistir.
RUY CASTRO é autor de "Estrela Solitária -- Um Brasileiro Chamado Garrincha" (1995), Companhia das Letras, atualmente na 16ª reimpressão
Quando a tristeza não tem fim...
A Copa que não comemorei - Roma, 1970
Por ELZA SOARES
ALÉM DE TER SIDO um período muito difícil para o Brasil, a ditadura militar foi quando tive minha casa metralhada. Estávamos todos lá: eu, Garrincha e meus filhos. Os caras entraram, metralharam tudo e nunca soube o motivo.
Era 1970, já tínhamos recebido telefonemas e cartas anônimas, nos sentíamos ameaçados e deixamos o país. Acredito que fizeram isso por conta do Garrincha, mas também por mim, pois eu era muito inflamada e então, como ainda hoje, de falar o que penso. Eu andava muito com o Geraldo Vandré e devem ter pensado que eu estava envolvida com política. Mas eu sou uma operária da música, e qual é o operário que não se revolta?
Fomos para Roma, e lá o Garrincha, que não tinha sido convocado para aquela Copa, estava em desespero por não estar jogando e por não ter onde morar. Estávamos num hotel, vendo o Brasil ser campeão. Foi quando o Juca Chaves foi comemorar na Piazza Navona, onde fica a embaixada brasileira.
Estávamos trancados dentro de um apartamento, e o Garrincha queria sair de qualquer maneira: queria participar da festa, mas ao mesmo tempo estava altamente deprimido. Ele perdeu a casa, teve de deixar o país e não sabíamos como voltar.
Enquanto se celebrava o fato de o país se tornar o primeiro tricampeão na história da Copa do Mundo, o Brasil fazia barbaridades com sua população. O Garrincha sentia um misto de alegria e dor, porque ele queria comemorar, mas, ao mesmo tempo, sentia repulsa por tudo que nos havia acontecido.
Imagine o que é para um homem que, para mim, está acima de qualquer nome no futebol brasileiro, ser mandado embora do país. Isso já é tenebroso, vergonhoso; imagine então esse homem vendo aquela conquista, confinado numa selva de pedra, no exterior, sem entender nada, sem saber o que havia acontecido com nossa casa.
Aquela foi a época em que ele mais bebeu, e não saía de casa, pois tinha vergonha de aparecer embriagado. Eu fazia de tudo para ele não beber, mas não adiantava.
Era tão grande a minha angústia que eu tinha vontade de invadir a embaixada brasileira em Roma. Mas segurei a onda. Continuamos vivendo num hotel e tivemos grande ajuda de Chico Buarque e Marieta. Eles tinham se exilado na cidade e foram dois amigos de alma.
Ali eu tive um bom empresário, trabalhei muito e fui ganhando o dinheiro com o qual pagava todas as contas. Durante um jantar, conheci Ella Fitzgerald, que estava fazendo shows com repertório de bossa nova e teve um problema de saúde. Eu acabei substituindo-a.
Mas, quando descobriram que eu estava trabalhando na Itália sem documentação, tivemos de sair de Roma --então fomos para Portugal por um tempo.
Um dia, estávamos no Cassino Estoril, perto de Lisboa, e encontramos o apresentador Flávio Cavalcanti e o Maurício Sherman, que dirigia um programa na TV Tupi. Eles deram ao Garrincha uma camisa do Brasil, querendo homenageá-lo --mas quem queria camisa da seleção naquela altura?
"Obrigado o..., cadê minha casa, cadê minha moradia? Já vesti a camisa do Brasil anteriormente, já dei tudo que eu poderia ter dado ao Brasil", ele disse.
Passados 50 anos do golpe, ninguém jamais tomou nenhuma atitude sobre o que nos aconteceu naquele 1970, e eu continuo brigando pelo Mané, até hoje.
Quando eu canto "Meu Guri", canto com muita força, e essa é uma maneira que eu tenho de cantar uma música do Chico, mas homenageando o Mané. Eles são os dois guris de "my life".
*GalOppidio
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