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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

sábado, junho 07, 2014

Porto em ruína? Ai, fera, fala isso não que pega mal...


(Da série bora googlar antes de falar besteira?)
Hoje à tarde começaram a falar no Twitter que os portos brasileiros estão em ruínas...
Véi, faz uma coisa dessas não que fica feio... Foi só entrar no Google e dar busca por “portos brasileiros investimentos” que a gente descobre aqui (link is external) que
1- Até 2017 os portos brasileiros recebem investimento de R$ 36 bilhões;
2- O programa de arrendamentos das 159 áreas nos portos organizados (PIL-Portos) deverá injetar mais de R$ 17 bilhões em investimentos, que se somam aos cerca de R$ 8 bilhões previstos nos 15 terminais de uso privado autorizados até março deste ano.
3- Também é prioridade desenvolver a segunda fase do Programa Nacional de Dragagem (PND2).
E não pense que os investimentos estão começando agora. Pelo PAC1 (link is external), já foram investidos R$1,6 bilhão para dragagem, R$1,8 bilhão em obras de melhoria da infraestrutura portuária e R$ 50 milhões para ações de inteligência logística, justamente para otimizar movimentação de navios, veículos e cargas nos portos e com isso reduzir o tempo de espera em 25% e, por tabela, ampliar a capacidade portuária do país.
E tem mais uma coisinha (link is external):
Dos 35 portos públicos (34 marítimos e 1 fluvial) sob gestão da SEP, 14 encontram-se delegados, concedidos ou têm sua operação autorizada aos governos estaduais e municipais. Os outros 23 marítimos são administrados diretamente pelas Companhias Docas, sociedades de economia mista que têm como acionista majoritário o Governo Federal e, portanto, estão diretamente vinculadas à Secretaria de Portos.

Aí a gente jogou “portos no Brasil” no Google imagens, e na boa, fomos procurar as ruínas de que você falou. Mas só encontramos isso aqui: 
Porto de Paranaguá
Paranaguá (PR)

Cabedelo
Cabedelo (PB)


Natal (RN), em obras

Porto de Santos
Santos (SP)


São João da Barra (RJ)

E antes que você comece com o mimimi porto de Cuba, devemos lembrar que o porto de Mariel é uma obra grande pacas (link is external). Mas feita por uma empresa brasileira, a Odebrecht. Que, para isso, buscou financiamento com uma instituição brasileira, o BNDES. E a médio/longo prazo, esse porto será estratégico para o comércio brasileiro. Então, como já dissemos lá em cima, bora Googlar antes de falar besteira?
*mudamais

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