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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

quinta-feira, junho 19, 2014

Dilma considera justa sanção do adicional de periculosidade a trabalhadores com motocicleta

Presidenta Dilma posa para foto com presentes de representantes dos trabalhadores com motocicleta. Foto: Roberto Stuckert Filho/PR
Presidenta Dilma posa para foto com presentes de representantes dos trabalhadores com motocicleta. Foto: Roberto Stuckert Filho/PR
Com a sanção da presidenta Dilma Rousseff, nesta quarta-feira (18), a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) inclui, agora, a periculosidade da atividade dos trabalhadores em motocicleta, que representa um adicional de 30% sobre os salários da categoria. Dilma classificou como justo e necessário o acréscimo, por reconhecer a dificuldade que motoboys, mototaxistas e motofretistas enfrentam no cotidiano de trabalho.
“Uma categoria que enfrenta o trânsito, que enfrenta todos os perigos que daí advêm que, em alguns momentos, têm de cumprir um horário, essa categoria tem direito à periculosidade, 30% de periculosidade, porque se trata não só de jovens, mas de jovens pais de família, na sua grande maioria, pessoas que estão ali lutando por seus filhos, e que ao arriscar as suas vidas, colocam, também, em questão os destinos das suas próprias famílias”, comentou.








Dilma acrescentou ainda que se esses profissionais são muitas vezes invisíveis para alguns, são visíveis para o governo, por sua importância no atendimento à sociedade. A presidenta destacou que a medida é apenas o início de vários outros avanços que precisam ser discutidos, como a criação de faixas de circulação exclusiva para a categoria.
Em entrevista coletiva, Dilma negou que a medida possa causar demissão de motoboys por conta do custo adicional, e reiterou que o acréscimo é uma questão de direito da categoria.
“O motoboy é uma realidade dos grandes centros urbanos do país. Nós sabemos disso. Se não tiver o motoboy pra levar e trazer as coisas com urgência, até na área econômica propriamente dita na relação entre empresas, eles cumprem um papel muito importante. Porque mesmo estando na época do digital, do uso da internet, do e-mail, tem algumas trocas empresarias ou encomendas que são físicas, e que o motoboy cumpre esse papel na logística de distribuição. Não é uma coisa supérflua”, afirmou.

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