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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

quarta-feira, junho 18, 2014

falar em milionários sonegadores


Foi só a gente falar em milionários sonegadores que apareceram defensores dos empresários, todos pobres, mas, defendem ricos.


Beleza, vocês podem até dizer que sonegar é natural, que os espertos fazem (a gente nunca vai concordar com isso). Ou que o sistema da receita é interligado e é impossível sonegar, tipo assim, quem fala isso, sequer lê as reportagens e ainda nos chama de mal informados. Quem tem desconto em folha do IR (pobre assalariado) não sonega pois é impossível, mas quem não tem, mente, manipula, esconde números ou simplesmente não paga, assim como a receita notificou o Itaú:
"A Receita Federal está cobrando do Itaú Unibanco (ITUB4) cerca de R$ 18,7 bilhões em impostos atrasados, multas e juros relacionados aos instrumentos contábeis usados para a unificação das operações. O valor é maior que todo o lucro obtido pela instituição em 2012."
(Fonte: http://economia.uol.com.br/noticias/redacao/2013/08/16/receita-federal-autua-itau-unibanco-em-r-187-bilhoes-por-fusao.htm)
Aos que acham que tudo tem dois pesos e duas medidas, dinheiro sonegado do IR é dinheiro que não chega na mão do povo. Político é tudo ladrão, alguns empresários pobrezinhos são vítimas do sistema e merecem os louros pois trabalharam sol a sol para enriquecer. Será?
Só que não, muitos só têm posses hoje no Brasil pois são grileiros ou descendem de famílias grileiras: Metade dos documentos de posse de terra no Brasil é ilegal (olha nossa elite trabalhadora aí):http://www.cartacapital.com.br/sustentabilidade/metade-dos-documentos-de-posse-de-terra-no-brasil-e-ilegal-7116.html
Vale lembrar aos nossos amigos defensores ferrenhos da elite desbocada que muitas famílias ricas além de ganharem terras da coroa portuguesa só enriqueceram às custas de trabalho escravo de índios, negros e depois, trabalho quase escravo de europeus iludidos pelos barões da terra. E trabalho escravo ainda existe, só não é mais permitido por lei.
Então antes de encher a boca para defender uma elite sem educação e sem compromisso com o país, pense bem, um dia o escravo pode ser você!
A afirmação é do geógrafo Ariovaldo Umbelino, para quem o programa...
CARTACAPITAL

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