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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

domingo, julho 06, 2014

SUCESSO TOTAL DA COPA DESMORALIZA E ARRASA COM A IMAGEM DE POLITICOS E JORNALISTAS QUE SEMEAVAM O CAOS

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Mais previsões insustentáveis sobre a Copa


Mãe Dinah morreu, mas seu legado permanece vivíssimo em nossos corações. Como vocês já sabem, muita gente abusou da clarividência desde que o Brasil foi escolhido para sediar a Copa do Mundo. E pra ilustrar esse grande momento da vida brasileira, fiz uma seleção com as previsões mais furadas.
Mr. Botox se desmoralizou em nível estadual,nacional e internacional com suas previsões ridículas sobre o Brasil e a copa
O senador Álvaro Dias apostou alto no fracasso do Brasil. Mesmo depois que sua assessoria passou vexame ao denunciar propaganda subliminar comunista no clipe oficial da Copa, o tucano continuou empenhado em apontar o inevitável fracasso do país na organização do evento. Confira trechos do seu pronunciamento em março no plenário:

"É uma tragédia a organização da Copa do Mundo no Brasil (...) o noticiário internacional dá conta de que os dirigentes da FIFA se arrependem amargamente de ter escolhido o Brasil para sediar essa Copa. Chegam a afirmar nos bastidores da entidade que provavelmente será a pior Copa da história em matéria de organização e resultados. Mas a Copa é o maior espetáculo midiático do mundo, que está sendo pessimamente aproveitado pelo Brasil. Desejaram a realização da Copa do Mundo, mas não souberam o que fazer com essa primazia e estão desperdiçando uma oportunidade preciosa de demonstrar competência, capacidade de organização e, sobretudo, capacidade de vender bem uma imagem positiva do nosso País”
Eram muitas as certezas. Soninha Francine também fazia suas apostas:
Álvaro e Soninha são políticos de oposição e até engolimos toda essa fé no catastrofismo. Mas agora vamos falar do empresariado e suas expectativas com relação a nossa capacidade em organizar o evento. Trago como exemplo João Doria Jr, empresário e apresentador de TV, que também trabalha como uma espécie de agitador empresarial, promovendo encontros, debates, palestras e desfiles de cachorrinhos em Campos do Jordão. Vejamos como João lamentava a vergonha que daríamos na Copa:
Em entrevista ao R7, Doria também afirmou com muita tristeza:

"Brasil não está pronto em absolutamente nada. (...) nós não vamos ter aeroportos em condições plenas de receber os jogos da Copa do Mundo e teremos dificuldades no caso do Rio de Janeiro"
Iniciados os jogos, o jornal inglês Telegraph avaliou 6 aeroportos, considerou a maioria deles "excelente" e "lamentou as histórias de terror pré-Copa".
Depois que a bola rolou, parece que o empresário descobriu pelo menos um bom legado da Copa. Tanto que ontem reuniu empresários para conversar com o ministro do Turismo sobre o legado turístico:
Mas não podemos culpar apenas políticos e empresários ligados a políticos. Muitos jornalistas também deram sua contribuição para o clima de vexame antecipado. Além de Jabor, Ana Paula Padrão também andou morrendo de vergonha pelos cantos:
A jornalista contou que programou suas férias para fora do país durante a competição, pois não queria presenciar a "falta de organização" e nossa "incapacidade de planejamento". Mas parece que a vergonha passou. No jogo contra o Chile, Ana já estava de volta ao "país do puxadinho", empolgadíssima com a atuação de Júlio Cesar.
A veterana  coroa do jornalismo 'cuspiu' no sucesso do Brasil, mas depois voltou de fininho...

O cidadão comum esteve durante anos sitiado por esse pessimismo avassalador, que contaminou também a imprensa internacional. Depois de entrar na onda, publicações estrangeiras agora fazem mea-culpa e aplaudem o sucesso do evento no Brasil.
Além da tão falada hospitalidade, o país se mostrou bem estruturado para sediar um evento desse porte. Os brasileiros, mesmo com todos os seus já conhecidos problemas, driblaram o negativismo e mostraram sua cara ao mundo. Apesar dessa busca incessante de alguns por um ethos sueco, o povo do "puxadinho" mostrou que está dando conta do recado.
Francesa manda recado para os profetas do apocalipse. (20/06/14 - jogo entre França e Suíça)

Melhor bater na madeira.

 Globo agora aposta em ´Copa das Copas´

´Oportunismo´: a exemplo da 'Veja', agora revista ´Época´ muda tom e elogia o Mundial

Do Brasil 247
A revista Época, deste fim de semana, produziu uma capa que é um primor de oportunismo. Não o de craques como Romário e Ronaldo, que sempre souberam se posicionar dentro da grande área. Mas o dos caras-de-pau que parecem debochar da memória dos próprios leitores. Pintada de dourado, a capa da revista traz um bordão das torcidas nos estádios: ”Eu acredito!”. No subtítulo, a mensagem de que faltam apenas dois passos para a tão sonhada sexta estrela.
Se a Globo acredita no sucesso da Copa e da própria seleção, a conversão é bem recente. Nas capas anteriores sobre o Mundial, o tom foi, predominantemente, pessimista, além de contaminado pela agenda política da família Marinho.
(Reprodução/ Brasil 247)
(Reprodução/ Brasil 247)
Em junho do ano passado, jogando em tabelinha com a revista Veja, que previa estádios entregues apenas em 2038, Época retratou o País como uma tartaruga e perguntou na capa “por que tudo atrasa no Brasil?”. Seis meses depois, a mesma Época parecia antever – ou torcer – para uma explosão social no País. A bola era uma bomba relógio, na capa “O risco-Copa”. Dava-se razão até à impaciência de Joseph Blatter, chefão da Fifa, com a Copa no Brasil. “A impaciência parece justificada. Blatter lembrou que o Brasil foi o único a ter sete anos para organizar a Copa do Mundo. A Alemanha e a África do Sul tiveram seis. A Fifa também não queria uma Copa tão complexa como a que o Brasil decidiu organizar”, dizia o texto.
Quando o torneio começou, no início de junho, outra capa de Época sobre a Copa. Tinha fundo preto e o sorumbático “Não vai ser fácil”. Dizia-se ainda que o humor da nação estava por um fio, ou seja, que o Brasil, em vez de um sonho, poderia viver um pesadelo. No entanto, havia um pequeno “seguro”, mas que não disfarçava a má vontade da Globo com o torneio. Se tudo desse certo, o sucesso seria explorado politicamente.
Como se sabe, a Copa deu certo dentro e fora de campo. Nas quatro linhas, o Brasil está nas semifinais, depois da vitória por 2 a 1 contra a Colômbia, marcada pela atuação épica de David Luiz e pela agressão covarde a Neymar. Enfrentará a Alemanha sem seu maior jogador e sem o capitão Thiago Silva, suspenso com dois amarelos. Ganhando ou perdendo, já terá feito um bom papel e será reconhecida pela torcida. Fora dos gramados, o Brasil também vive dias de sonho.
Uma festa que vinha sendo contida e adiada justamente pela postura de grupos de mídia, que disseminavam entre a população o medo de um vexame internacional. No entanto, a Globo agora acredita e já bordou até seis estrelas na camisa da seleção. Melhor bater na madeira.

Escrito por: Redação
*entrefatos

Como Israel pune brutalmente a Palestina que não cometeu crime algum



Como Israel pune brutalmente a Palestina que não cometeu crime algum
O desaparecimento de três jovens israelenses levou Israel a lançar sua maior operação militar em anos na Cisjordânia ocupada 
Por Alex Kane, em Alternet | Tradução: Vinicius Gomes
Os corpos de três jovens israelenses foram encontrados ontem na Cisjordânia ocupada, após duas semanas de incertezas. Os três jovens, Eyal Yifrach, de 19 anos, Naftali Fraekel e Gilad Shaar, ambos de 16 anos – desapareceram no dia 12 de junho após compareceram à um yeshiva, em um assentamento na Cisjordânia. Eles provavelmente foram mortos por dois militantes palestinos.
A resposta de Israel para o caso foi, essencialmente, culpar todo e qualquer palestino pelos crimes de poucos. Ao descobrir os corpos, a política israelense de punição coletiva – um crime de guerra de acordo com a lei internacional – tem continuado, alvejando de maneira vingativa as famílias de supostos suspeitos.
Uma coalizão de grupos palestinos de direitos humanos emitiu uma declaração condenando a punição coletiva, dias após a operação militar de Israel.
“A recente onda de prisões, ataques, mortes e total fechamento de grandes partes da Cisjordânia, após o desaparecimento de três israelenses vivendo em assentamentos, é uma forma clara de punição coletiva contra o povo palestino”, lia-se no texto. “Apesar de algumas medidas tomadas pelas forças israelenses em diversas áreas da Cisjordânia possam ter alguma ligação com a investigação dos desaparecimentos, os métodos empregados são indiscriminados em sua natureza e estão sabotando os direitos fundamentais das pessoas que estão à sua mercê”.
A história dos três jovens capturou a atenção da sociedade israelense, que rezou e fez passeatas. As autoridades israelenses exploraram a oportunidade para lançar grandes operações e ataques que minaram a economia palestina. O fato de que Israel usou tal chance para alvejar o Hamas – grupo militante islâmico que Israel acusa de estar por trás do crime, tornou ainda mais claro que o governo já sabia que os jovens haviam sido mortos muito antes de a informação ter vindo a público. Mas muitas das informações sobre os jovens foram abafadas pela censura militar de Israel, dando ao governo tempo para completar seu objetivo político de enfraquecer o Hamas – que por sua vez, nega as alegações de Israel. Relatos indicam que uma unidade rebelde, mas afiliada ao movimento, realizou os ataques que não haviam sido ordenados pela liderança do Hamas.
Em meados de junho, as forças armadas de Israel lançou a Operação Brother´s Keeper, a maior operação militar na área desde a Segunda Intifada, quando era muito comum ter soldados lutando contra palestinos nas ruas da Cisjordânia. Milhares de tropas israelenses invadiram as cidades e foram de porta em porta, detendo muitos palestinos. O pretexto foi de que buscavam por informações sobre os jovens desaparecidos, mas a essência da operação, que levou os soldados até a distante Hebron, mais ao sul, mostrou que a operação envolvia muito mais do que apenas investigar sobre os desaparecimentos.
A punição coletiva da sociedade palestina durante essas duas semanas pode ser mensurada de muitas maneiras: primeiramente com as prisões. Ao longo da operação, que está em andamento e em ascensão, pelo menos 500 palestinos foram detidos por tropas israelenses. Enquanto a maioria é de fato afiliada ao Hamas – um movimento extremamente enraizada na sociedade palestina – alguns não fazem parte do grupo. As prisões dos líderes do Hamas, assim como de outras pessoas que haviam sido libertadas em 2011 em uma troca de prisioneiros, tiveram como objetivo limitar a habilidade político do movimento em operar na Cisjordânia – especialmente após o Hamas ter assinado um acordo de reconciliação com o Fatah, terminando uma amarga ruptura iniciada pelo Fatah – e apoiada pelos EUA – de dissolver o poder do Hamas, após estes ganharem eleições democráticas em 2006.
As prisões foram acompanhadas por grupos de soldados israelenses entrando em casas, destruindo móveis, enquanto as famílias eram levadas para longe durante os atos de vandalismo.
A cidade de Hebron foi uma das mais prejudicadas pela punição coletiva. Além dos ataques e prisões, inúmeros pontos de controle foram estabelecidos ao longo da cidade e palestinos encontram severas restrições para se locomoverem ao redor. Estima-se que a economia de Hebron já perdeu pelo menos 12 milhões de dólares ao longo da operação militar israelense.
A incursão de Israel na Cisjordânia também encontrou resistência de residentes palestinos: enquanto estes jogavam pedras nas forças invasoras, as tropas israelenses usavam munição real, que já tomou a vida de seis palestinos.
A maioria das mortes e prisões aconteceu antes dos corpos dos três jovens terem sido encontrados, o que não fez com que os ataques israelenses diminuíssem. Na noite do descobrimento dos cadáveres – mortos à tiros – soldados israelenses entraram em Hebron e incendiaram as casas dos supostos suspeitos pelos crimes. O ataque às casas de Amar Abu Aisha e Marwan Qawasmeh é uma volta à política da era da Segunda Intifada, a de destruição das casas dos familiares que nada tiveram a ver com qualquer crime. Fora o fato de que Israel destruiu as casas de Aisha e Qawasmeh antes de os dois terem sido detidos, interrogados e condenados.
As autoridades israelenses podem aumentar ainda mais. A opinião pública israelense está horrorizada com a morte dos jovens. A força aérea de Israel já bombardeou a Faixa de Gaza pelo menos 30 vezes na noite em que os corpos foram encontrados. Mais ataques, mais prisões, mais mortes e mais bombardeios em Gaza está à espera dos palestinos.
*Forum

O USO É SAGRADO, LIBERTEM RAS GERALDO!

Pela liberdade de Ras Geraldo e religiosa, ‘Caminhada para trás’ abre Quaresma Cannábica


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“Os caminhos de Jah são insondáveis, porém, maravilhosos sempre.” -Ras Geraldinho

Para não cair no esquecimento, a ACUCA – Associação Cultural Cannábica de São Paulo realiza, a partir deste domingo (06/07) até o dia 14 de agosto, a Quaresma Cannábica: “O Uso é Sagrado, Libertem Ras Geraldo”, lembrando e reivindicando a liberdade da injusta e abusiva prisão do líder religioso Ras Geraldinho, explanando a todos como nossa justiça e o proibicionismo andam: Para trás.

Por Celso Junior
Ras Geraldo QuaresmaRas foi preso em sua propriedade localizada em Americana, interior de São Paulo, e foi condenado a 14 anos de prisão por trafico de drogas e formação de quadrilha, além de ter seus bens confiscados. Preso por plantar maconha, Geraldinho exercia seu direito constitucional de liberdade e crença religiosa, mas mesmo assim acabou sendo condenado como traficante um cidadão de bem que se recusou a comprar no mercado negro uma erva sagrada.
Para dar início à Quaresma Cannábica: “O Uso é Sagrado, libertem Ras Geraldo”, a Associação Cultural Cannábica – ACuCa-SP promove neste domingo dia 06/07, às 15:00, o ato “Caminhada para trás” que visa mostrar a todos como nossa justiça e o proibicionismo andam: Para trás.
Será realizada uma caminhada de costas, partindo da Paróquia de São Geraldo das Perdizes (Nada mais simbólico do que começar o ato em prol da liberdade do Ras Geraldo em frente uma paróquia de um Santo cristão com o mesmo nome rs), bem na cabeça do minhocão, indo até a igreja da Consolação, bem ali na praça roosevelt, ponto de encontro de maconheiros.
O Ato abre a Quaresma Cannábica pela LIBERDADE do uso religioso da Cannabis que contará com vários atos e intervenções para mostrar o quão absurda é a condenação e pena de 14 anos de um grande líder rastafari como o Ras Geraldo, por utilizar a Cannabis em seus rituais .
Fiquem ligados que iremos divulgar todo o calendário da Quaresma Cannábica, bem como informações de como podem ajudar e/ou fazer parte dos atos.
O USO É SAGRADO, LIBERTEM RAS GERALDO!
Não deixem de assinar também a petição pela liberdade do Ras: http://www.avaaz.org/po/petition/Por_Liberdade_Religiosa_e_pela_libertacao_de_Ras_Geraldinho/

Pesquisa revela que mulheres negras estão fora do cinema nacional



Pesquisa revela que mulheres negras estão fora do cinema nacional
Apesar de ser a maior parte da população feminina do país (51,7%), as negras apareceram em menos de dois a cada dez longas metragem entre os anos de 2002 e 2012. Além da “total exclusão” nos cargos técnicos, a representação no elenco está limitada a estereótipos associadas à pobreza e à criminalidade
Por Isabela Vieira, da Agência Brasil
As mulheres negras* não estão nas telas de cinema, nem atrás das câmeras. Pesquisa da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (Uerj) mostra que pretas e pardas não figuraram nos filmes nacionais de maior bilheteria. Apesar de ser a maior parte da população feminina do país (51,7%), as negras apareceram em menos de dois a cada dez longas metragem entre os anos de 2002 e 2012. Além disso, atrizes pretas e pardas representaram apenas 4,4% do elenco principal de filmes nacionais. Nesse período, nenhum dos mais de 218 filmes nacionais de maior bilheteria teve uma mulher negra na direção ou como roteirista.
Coordenada pelo Instituto de Estudos Sociais e Políticos (Iesp) da Uerj, um dos mais renomados centros de estudos de ciência política na América Latina, a pesquisa A Cara do Cinema Nacionalsugere que as produções para as telonas não refletem a realidade do país, uma vez que 53% dos brasileiros se autodeclaram pretos ou pardos, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O prejuízo, na avaliação das autoras do estudo, é a influência de determinados valores sobre a audiência.
“Pelos dados, a população brasileira é diversa, mas essa diversidade não se transpõe para ambientes de poder e com maior visibilidade”, disse uma das autoras, a mestranda Marcia Rangel Candido. Ela acrescenta que, além da “total exclusão” nos cargos técnicos, a representação no elenco está limitada a estereótipos associadas à pobreza e à criminalidade. “As mulheres brancas exercem vários tipo de emprego, são de várias classes sociais, a diversidade é maior”, destaca.
A doutoranda Verônica Tofte, coautora da pesquisa, diz que a baixa representatividade de mulheres em postos mais altos do cinema – elas ocupam 14% dos cargos de direção e 26% dos postos de roteiristas entre os filmes mais vistos -, além da invisibilidade das negras no elenco, são distorções da sociedade. “A ausência de mulheres, principalmente as negras, nesses papéis gera baixa representação e reproduz uma visão irreal do Brasil.” De acordo com a pesquisa, nenhuma das diretoras ou das roteiristas entre os filmes pesquisados era negra.
Para chegar ao perfil racial, a pesquisa comparou imagens de 939 atores, 412 roteiristas e 226 diretores de filmes, excluindo documentários e filmes infantis. “Usamos um modelo de identificação em que o pesquisador é que define o grupo racial ao qual pertence o sujeito”, esclareceu Marcia. Na classificação, para a comparação, foi utilizada uma escala de fotos de oito indivíduos, do mais branco para o mais preto, estabelecida em trabalhos científicos anteriores.
A lista dos filmes mais vistos no período é da Agência Nacional do Cinema (Ancine), organização que, na avaliação do premiado cineasta negro Joel Zito Araújo, deveria ter um papel ativo na promoção da diversidade no audiovisual. Ao avaliar a pesquisa do Iesp, ele disse que a agência precisa atuar. “Somente quem governa, que tem poder de criar políticas públicas, é que pode criar paradigmas para a nação e resolver essa profunda distorção”, disse.
Apesar de ter a função de fomentar e regular o setor, procurada, a Ancine informou que “não opina sobre conteúdo dos filmes, elenco ou qualquer coisa do tipo”.
Especialistas avaliam que há racismo na produção audiovisual brasileira
baixa participação de mulheres negras* no cinema nacional é consequência de um elemento estrutural na sociedade brasileira: o racismo. A avaliação é do cineasta Joel Zito Araújo, que comentou pesquisa da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (Uerj) sobre os filmes brasileiros de maior bilheteria entre os anos de 2002 e 2012. Para a diretora da Escola de Cinema Darcy Ribeiro, Irene Ferraz, a escolaridade e o acesso a recursos para a produção audiovisual poderiam reverter esse quadro.
O estudo A Cara do Cinema Nacional constatou que nenhum dos 218 longas-metragem nacionais analisados contou com uma mulher negra na direção ou no roteiro. A presença delas nas telas também é baixa: atrizes pretas e pardas representaram apenas 4,4% do elenco principal desses filmes.
Segundo Araújo, que é P.H.D. pela Universidade de São Paulo (USP), aliado ao racismo, que invisibiliza produtores negros no cenário nacional, o padrão estético das produções atuais ainda está calçado em ideias do período colonial, provocando distorções em todas as artes, inclusive no cinema. “A supremacia branca, o reforço da representação dos brancos como uma ‘natural’ representação do humano é chave para tudo isso. O negro representa o outro, o feio, o pobre, o excluído, a minoria não desejada.” Por isso, segundo ele, não está nas telas.
A opinião do cineasta é a mesma da coautora da pesquisa da Uerj, a doutoranda Verônica Tofte, do Instituto de Estudos Sociais e Políticos (Iesp). Ela lembra que o Estatuto da Igualdade Racial tratou de prever a igualdade de oportunidades em produções audiovisuais, mas as leis são vagas e insuficientes para mudar a cara do cinema. “O Brasil tem uma legislação para tratar dessa situação, de conferir oportunidades iguais, no entanto, ela é burlada, sem fiscalização.” Verônica defende a distribuição de recursos do audiovisual para realizadores negros.
A diretora da Escola de Cinema Darcy Ribeiro, Irene Ferraz, reconhece que é baixa a presença de pessoas pretas e pardas em posições de mais visibilidade e prestígio no cinema, como o elenco, a direção e a produção de roteiros. Para ela, o problema começa na formação. “O cinema é uma arte muito complexa, envolve uma indústria, precisa de editais, recursos, se você tem uma escolaridade, chegará lá. Acontece que, na nossa sociedade, o negro está excluído em várias áreas”, avaliou, em relação à subrepresentação. “O cinema reflete o que é a sociedade”, completou.
O presidente do Sindicato Interestadual dos Trabalhadores na Indústria Cinematográfica e do Audiovisual, Luiz Antonio Gerace, não vê como um problema a ausência de mulheres negras no cinema. Segundo ele, a exclusão pode diminuir a partir do maior acesso a cursos de audiovisual. “É verdade que as mulheres ocupam mais os cargos de assistente de figurino e camareira do que direção e roteiro. Mas se fizer faculdade, por exemplo, vai ter a mesma chance que os outros.”
O argumento da educação, no entanto, é frágil, na avaliação de Joel Araújo. Para ele, a solução passa por políticas públicas. “Cabe à Ancine [Agência Nacional do Cinema] buscar meios para resolver essa distorção profunda. E não ficar esperando que uma futura desejada educação de qualidade para todos extermine o nosso racismo estrutural”, destacou.
Procurada pela Agência Brasil, a Ancine, que tem a função de fomentar e regular o setor, informou que “não opina sobre conteúdo dos filmes ou elenco”. Já o Ministério da Cultura informou ter investido R$ 5,1 milhões em editais de produção audiovisual este ano. Desse total, R$ 2,8 milhões foram destinados a jovens realizadores negros, cuja contratação foi feita em 2012.
* Convencionou-se chamar negros a soma dos grupos populacionais preto e pardo, seguindo classificação do Instituto Brasileiro de Geografia Estatística (IBGE).
*forum
DIREITO ASSEGURADO
Pessoas que assumirem a guarda de recém-nascidos, em caso de falecimento da mãe, também terão direito à estabilidade provisória no emprego.
Isso tornou-se possível com a Lei Complementar 146, sancionada pela presidenta Dilma.
A lei proíbe a demissão arbitrária ou sem justa causa daquele que detiver a guarda do recém-nascido pelo período de estabilidade de até cinco meses – o mesmo garantido às mães pela Constituição Brasileira.
Com isso, pais, avós, ou outros guardiões terão mais tempo e condições para dedicar-se aos cuidados necessários com os bebês.
Saiba mais: http://bit.ly/TDOXgw

Bill Maher Comentando o Filme Noé - A Demência dos Religiosos Cristão e Companhia



https://www.youtube.com/watch?feature=player_detailpage&v=d9MzutZpQmU#t=0
O ESCÂNDALO É A FALTA DE INDIGNAÇÃO

Paulo Moreira Leite*









Depois do carnaval diante da mordida de Suarez, observadores silenciam diante da agressão criminosa contra Neymar.

O aspecto mais chocante da contusão que deixará Neymar fora da Copa é a falta de indignação.

A joelhada de Zuñiga aos 41 minutos do segundo tempo foi um ato desleal e deliberado. Atacando sua vítima por trás, Zuñiga empurrou a cabeça de Neymar com a mão direita, para que o tronco ficasse encurvado e a espinha dorsal, mais exposta.

Se Neymar tivesse sido atingido algumas vértebras acima, o dano seria muito grave e é bom nem pensar nas consequências para o futuro do jogador. Mesmo assim, uma vértebra foi fraturada – o que dá uma ideia da violência que atingiu Neymar.

Zuñiga não foi expulso. Nem recebeu cartão amarelo. Não irá sofrer nenhuma punição.

A agressão, brutal, foi tratada como uma agressão normal de jogo, embora tivesse produzido uma lesão muito mais grave do que a mordida do uruguaio Luis Suárez no ombro do italiano Chiellini.

Olha só: embora tenha sido um ato de uma pessoa psicologicamente perturbada, o que é sempre um atenuante num caso como este, a mordida de Suárez lhe valeu a suspensão por nove partidas da FIFA. Até Chiellini achou um exagero.

A reação diante da violência contra Neymar, o maior jogador brasileiro, a estrela número 2 da Copa depois do argentino Messi, foi a passividade. Essa é a mensagem.

É curioso imaginar por que não se fez um escândalo, nem no momento da agressão nem depois. Ficou tudo na normalidade.

O juiz Carlos Velazco Carballo será punido? E Zuñiga? Nada. A maior crítica que li nos jornais, hoje, foi um comentário dizendo que sua entrada foi "maldosa." Fraco, hein?

Será que a Comissão de Arbritragem da FIFA irá se manifestar contra Carballo? Quem está pedindo? Quem exige?

Dá para entender o recado enviado aos árbritos das próximas partidas do Brasil, certo?

Essa reação compreensiva – digamos assim -- encobre um movimento que não ousa se mostrar por inteiro. Estou falando da torcida contra a Copa.

Derrotados fora de campo, quando se comprovou que a Copa era um sucesso nacional e internacional, e que a maioria dos meios de comunicação havia embarcado numa Escola Base em nível federal, testemunhada por 200 milhões de brasileiros, essa turma foi obrigada a guardar as energias negativas para o que acontece nos gramados.

Não vamos negar: a possibilidade, real, do Brasil sair campeão deixa essa turma em pânico.

Seu movimento mental é semelhante ao discurso de Carlos Lacerda contra Juscelino Kubisctheck nas eleições de 1955, quando ele dizia: JK não pode candidatar-se; se sair candidato, não pode vencer; se vencer, não será empossado. Na Copa de 2014, o raciocínio é o mesmo. Não podia haver Copa. Como ela aconteceu, deveria ser ruim. E se não foi ruim, o Brasil não poderia vencer.

Por isso ficaram muito indignados com o penalti (duvidoso, no mínimo) em cima de Fred no jogo do VNTC contra a Croácia. Mostraram-se generosos quando a Holanda foi beneficiada num lance parecido. Acharam normal.

Nas rodadas finais do Mundial, a turma do "Não vai ter Copa" aposta suas últimas esperanças numa derrota da Seleção.

Exibe sorrisos amarelos a cada vitória dos meninos. Ontem, quando ficou garantido que, na pior das hipóteses, a Seleção Brasileira terá direito a disputar uma medalha de bronze, o que ninguém espera mas está longe de ser aquele fiasco anunciado, a ausência de Neymar tornou-se a esperança silenciosa desse pessoal que, nos últimos dias, tentava inutilmente jogar nas costas da "Copa" e do "PAC" a tragédia numa obra de infraestrutura de Belo Horizonte, licitada e administrada pela prefeitura de um aliado da oposição.

A joelhada de Zuñiga foi um ato canalha. Mas o jogo fora do campo é muito pior e desleal, vamos combinar.

*Paulo Moreira Leite
Diretor da Sucursal da ISTOÉ em Brasília

Debaixo do tapete: Em 8 anos de governo PSDB, mais de 4000 processos engavetados pelo procurador.

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engavetando
O que é mais vergonhoso para um presidente da República? Ter as ações de seu governo investigadas e os responsáveis, punidos, ou varrer tudo para debaixo do tapete? Eis a diferença entre Fernando Henrique Cardoso e Luiz Inácio Lula da Silva: durante o governo do primeiro, nenhuma denúncia – e foram muitas – foi investigada; ninguém foi punido. O segundo está tendo que cortar agora na própria carne por seus erros e de seu governo simplesmente porque deu autonomia aos órgãos de investigação, como a Polícia Federal e o Ministério Público. O que é mais republicano? Descobrir malfeitos ou encobri-los?
FHC, durante os oito anos de mandato, foi beneficiado, sim, ao contrário de Lula, pelo olhar condescendente dos órgãos públicos investigadores. Seu procurador-geral da República, Geraldo Brindeiro, era conhecido pela alcunha vexaminosa de “engavetador-geral da República”. O caso mais gritante de corrupção do governo FHC, em tudo similar ao “mensalão”, a compra de votos para a emenda da reeleição, nunca chegou ao Supremo Tribunal Federal nem seus responsáveis foram punidos porque o procurador-geral simplesmente arquivou o caso. Arquivou! Um escândalo.
Durante a sabatina de recondução de Brindeiro ao cargo, em 2001, vários parlamentares questionaram as atitudes do envagetador, ops, procurador. A senadora Heloísa Helena, ainda no PT, citou um levantamento do próprio MP segundo o qual havia mais de 4 mil processos parados no gabinete do procurador-geral. Brindeiro foi questionado sobre o fato de ter sido preterido pelos colegas numa eleição feita para indicar ao presidente FHC quem deveria ser o procurador-geral da República.
Lula, não. Atendeu ao pedido dos procuradores de nomear Claudio Fonteles, primeiro colocado na lista tríplice feita pela classe, em 2003 e, em 2005, ao escolher Antonio Fernando de Souza, autor da denúncia do mensalão. Detalhe: em 2007, mesmo após o procurador-geral fazer a denúncia, Lula reconduziu-o ao cargo. Na época, o presidente lembrou que escolheu procuradores nomeados por seus pares, e garantiu a Antonio Fernando: “Você pode ser chamado por mim para tomar café, mas nunca será procurado pelo presidente da República para pedir que engavete um processo contra quem quer que seja neste país.”
 E assim foi.
Privatizações, Proer, Sivam… Pesquisem na internet. Nada, nenhum escândalo do governo FHC foi investigado. Nenhum. O pior: após o seu governo, o ex-presidente passou a ser tratado pela imprensa com condescendência tal que nenhum jornalista lhe faz perguntas sobre a impunidade em seu governo. Novamente, pesquisem na internet: encontrem alguma entrevista em que FHC foi confrontado com o fato de a compra de votos à reeleição ter sido engavetada por seu procurador-geral. Depois pesquisem quantas vezes Lula teve de ouvir perguntas sobre o “mensalão”. FHC, exatamente como Lula, disse que “não sabia” da compra de votos para a reeleição. Alguém questiona o príncipe?
Esta semana, o ministro Gilberto Carvalho, secretário-geral da presidência, colocou o dedo na ferida: “Os órgãos todos de vigilância e fiscalização estão autorizados e com toda liberdade garantida pelo governo. Eu quero insistir nisso, não é uma autonomia que nasceu do nada, porque antes não havia essa autonomia, nos governos Fernando Henrique não havia autonomia, agora há autonomia, inclusive quando cortam na nossa própria carne”, disse Carvalho. É verdade.
Imediatamente FHC foi acionado pelos jornais para rebater o ministro. “Tenho 81 anos, mas tenho memória”, disse o ex-presidente. Nenhum jornalista foi capaz de refrescar suas lembranças seletivas e falar do “engavetador-geral” e da compra de votos à reeleição. Pois eu refresco: nunca antes neste País se investigou tanto e com tanta independência. A ponto de o ministro da Justiça ser “acusado” de não ter sido informado da operação da PF que revirou a vida de uma mulher íntima do ex-presidente Lula. Imagina se isso iria acontecer na época de FHC e do seu engavetador-geral.
O erro do PT foi, fazendo diferente, agir igual.
*pocosnoticias